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➢ São infecções que acometem órgãos internos como pulmões, fígado, baço, SNC, ossos etc ➢ Patógenos respiratórios primários (agentes das micoses endêmicas) ➢ Agentes das infecções fúngicas oportunistas ➢ Agentes das micoses endêmicas - Histoplasma capsulatum (Histoplasmose) - Paracoccidioides brasiliensis (PCM) - Distribuição em área endêmica ➢ Rota usual de infecção → inalação ➢ Diferenças na apresentação clínica - Exposição ao patógeno - Sensibilidade do hospedeiro HISTOPLASMOSE ➢ Infecção de evolução aguda ou crônica causada pelo fungo dimórfico térmico H. capsulatum, presentes no interior do marófago de órgãos do SRE - Semelhante a forma do amastigota do leishmania - Primeiro órgão afetado é o pulmão ➢ Distribuição geográfica - Países da América do Sul (Rio de Janeiro), países da América Central e ainda região central da América do Norte ➢ Habitat - Solos enriquecidos com grande quantidade de nitrogênio presentes em fezes de aves e morcegos (cavernas, pardieiros, prédios ou casas velhas em demolição, pombais) - Cavernas com morcegos ➢ Idade e sexo - Antes da puberdade afeta igualmente ambos os sexos. Nos adultos a predominância é de homens brancos, com idade acima de 50 anos ➢ Via de penetração - Inalação de conídios (esporos) em ambientes contaminados ➢ Localização das lesões - Pulmão, fígado, baço, linfonodos, medula óssea e outros ➢ Fungo dimórfico, saprófita de solo, onde vive sob forma de micélio haploide ➢ 35ºC → apresenta-se como fungo filamentoso de cor branca ou acastanhada, composto por hifas hialinas final, septadas e ramificadas ➢ Estrutura de propagação assexuada → 2 tipo de conídios localizados lateralmente ou nas extremidades terminais das hifas - Macroconídios → redondos ou piriformes, inicialmente de parede lisa, desenvolvendo, com o envelhecimento da colônia, numerosas projeções digitiformes semelhantes a tubérculos - Microconídios → estruturas ovaladas, com paredes lisas, que constituem a forma infectante CICLO DO FUNGO - HISTOPLASMOSE ➢ Ambiente contaminado com fezes de morcegos com hifas aéreas dispersas. ➢ As hifas produzem micro e macroconídios. ➢ Os conídios são inalados para dentro dos pulmões do hospedeiro suscetível. ➢ O aumento na temperatura dentro do hospedeiro sinaliza a mudança de forma de miceliana para leveduriforme. ➢ As células leveduriforme são fagocitadas pelas as células de defesa do hospedeiro e transportadas para regiões dos gânglios linfáticos. ➢ A partir daí, as leveduras se disseminam no sangue para outras partes do corpo OBS: A maioria das pessoas imunocompetentes não desenvolve sintomas mesmo com essa resposta primária à infecção, algumas desenvolvem uma forma branda apenas com sintomas inespecíficos e autolimitados (tosse, fraqueza etc), mas outras pessoas com fatores predisponentes (imunossuprimidos, crianças e idosos, por exemplo) podem evoluir para uma forma mais grave de Histoplasmose. PATOGENIA (HISTOPLASMOSE) ➢ Infecção de conídios → alvéolos pulmonares (alveolite) → transformação em células leveduriofrmes → fagocitado por macrófago → observação intracelular no baço, medula óssea, gânglios, supra renais, fígado ➢ Formas clínicas - Assintomática > Identificação pelo antígeno > EvidÊncias radiológicas de, com nódulos pulmonares calcificados, infiltrados pulmonares ou linfoadenomegalias hilares ou mediastínicas - Histoplasmose aguda > Febre alta, cefaléia, manifestações respiratórias - Disseminada - Cutânea ➢ Histoplasmose disseminada - Foco extrapulmonar extra intestinal, mediastinal de curso progressivo - H. capsulatum: microinfecção, células gigantes com formas intracelulares de leveduras (presença de vacúolos e do halo, mimetizando cápsula). - Pacientes imunocompetentes (aguda, subaguda e crônica) - Pacientes imunodeprimidos (oportunista) - H. D. Aguda (infantil) > Crianças com menos de 2 anos de idade > Febre, irritabilidade, fadiga progressiva, perda de peso e tosse > Diarreia, vômitos e aumento do volume abdominal, podendo ocorrer hematêmese (sangue visível no vômito), melena (fezes pretas com ou sem sangue visível) e obstrução intestinal > Anemia, leucopenia e trombocitopenia, acompanhadas de petéquia , equimoses e sangramento da mucosa oral > Hepatoesplenomegalia → às vezes acompanhada de icterícia e/ou linfonodomegalias > Não tratada precocemente, essa forma evolui para o óbito em cerca de 2 a 5 semanas - H. D. Subaguda (juvenil) > Febre moderada e intermitente, mal-estar, astenia, adinamia e emagrecimento progressivo > Lesões focais destrutivas → conforme a localização manifestam-se como doença ulcerativa intestinal, insuficiência supra renal, meningoencefalite, síndrome de compressão medular ou lesões osteolíticas, lesões cutÂneas ou subcutâneas, pouco frequente ulcerações na orofaringe > Hepato e esplenomegalia são comuns > Sinais de infecção pulmonar primária ou reinfecção - H.D. Crônica (adultos) > Acima dos 40 anos de idade > Lesões de orofaringe ou laringe em cerca de 70% dos casos > Febre baixa e intermitente, astenia e emagrecimento > Lesões podem regredir e reaparecer no mesmo sítio orgânico ou em outro > Insuficiência supra-renal, meningoencefalite, endocardite, enterite, lesões no aparelho genital etc > Pulmões são raramente atingidos - H. Oportunística > Micose associada a outras doenças como:doença de Hodgkin, linfossarcoma, leucemia, lúpus eritematoso sistêmico, AIDS etc > Uso de corticoide e drogas citotóxicas também favorecem o risco da doença > Manifestações parecidas com as citadas anteriormente ➢ Histoplasmose pulmonar crônica - Presença de enfisema centrolobular ou bolhoso - Colonização de espaços aéreos determina a produção local de material líquido rico em elementos fúngicos → disseminação broncógena → focos de pneumonite segmentar → fibrose pulmonar progressiva ➢ Macrófagos com células leveduriformes ➢ Histoplasma capsulatum (forma filamentosa M.E.). ➢ Estalagmosporo ➢ Fungo MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (HISTOPLASMOSE) ➢ Forma cutânea acneiforme ➢ Formas polimórficas. Paciente aidético - Os pacientes aidéticos mostram, segundo relatos em trabalhos, maior clínica cutânea, independente, quando comparados a outros pacientes, evidenciando que as lesões cutâneas não foram decorrentes do retardo do diagnóstico. ➢ Lesão ulcerada de bordo de língua DIAGNÓSTICO (HISTOPLASMOSE) ➢ Diagnóstico micológico - Isolamento do microrganismo em material clínico: - Escarro, aspirado, lavado brônquico (forma pulmonar aguda); biópsia (forma pulmonar crônica), punção de medula óssea (mielograma). ➢ Diagnóstico diferencial - Histoplasmose aguda pulmonar → mononucleose infecciosa, infecções por Micoplasma e Clamídia - Histoplasmose crônica pulmonar → tuberculose, PCM - Lesões orais → PCM, neoplasias - Hepatoesplenomegalia → Calazar (leishmaniose visceral) - Lesões cutâneas → sífilis tardia, esporotricose, sarcoidose. TRATAMENTO ➢ Os casos de regressão espontânea não necessitam de tratamento específico → repouso e observação clínica ➢ Anfotericina B ➢ Itraconazol PARACOCCIDIOIDOMICOSE - PCM ➢ Agente etiológico → Paracoccidioides brasiliensis - Fungo telúrico e dimórfico térmico ➢ Forma infectante → fungo filamentoso (28 C). ➢ Forma encontrada em parasitismo → levedura (37 C). ➢ A doença tem evolução aguda, subaguda e crônica. ➢ Distribuição geográfica - Ocorre endemicamente em países da América do Sul e América Central. - No Brasil, mais comum nas regiões Sudoeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Centro Oeste (Minas Gerais, Mato Grosso) e Sul Rio Grande do Sul. - Menos comuns em regiões árida e semi-árida do Nordeste e regiões super úmida da Amazônia. ➢ Não ocorre transmissão inter-humana, nem de animal para homem e vice-versa. CICLO BIOLÓGICO (PCM) ➢ Fase saprofítica → forma micelial ➢ Fase parasitária → Forma leveduriforme ➢ Via de penetração - Inalação de propágulos (conídios) infectantes através do trato respiratório. ➢ 90% dos casos com idade entre 30 e 50 anos, agravado pelo etilismo e tabagismo ➢ Níveis de estrógenos protegem a mulher impedindo dimorfismo➢ O grande fator de risco para aquisição da infecção são as profissões ou atividades relacionadas ao manejo do solo contaminado com o fungo, como atividades agrícolas, terraplenagem, preparo de solo, práticas de jardinagens, transporte de produtos vegetais, entre outros PATOGENIA (PCM) ➢ Acreditava-se, no passado, que a implantação traumática do fungo na mucosa oral, por meio de fragmentos de vegetais comumente usados para limpeza dentária no meio rural, fosse a via de entrada desse agente infeccioso em razão de muitos pacientes apresentarem ulcerações na boca. ➢ Contudo, em experimentos com animais de laboratório, não foi comprovada essa teoria. ➢ As lesões em mucosa oral são geralmente precedidas ou acompanhadas por lesões pulmonares. ➢ Via inalatória é atualmente mais aceita ➢ Alterações iniciais → lesão de inoculação ➢ Parasitas drenados para linfonodos regionais → lesão linfática satélite ➢ Complexo primário → Lesão de inoculação + linfática regional ➢ Disseminação → focos metastáticos ➢ Após inalação/inoculação - Progressão para doença - Cura com cicatrizes estéreis - Regressão com fungos viáveis em latência por longos períodos de tempo PROGNÓSTICO ➢ Na maioria dos casos dependendo da viabilidade do sistema imunológico e da precocidade do diagnóstico ➢ Um grande desafio é melhor conhecimento da relação parasito-hospedeiro MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (PCM) ➢ O paciente com paracoccidioidomicose pode queixar-se de insônia, debilidade, inapetência, disfagia, dispnéia, tosse, hemoptise, febre, perda de peso, prurido e ardor. ➢ Ao exame extrabucal, podem-se observar macroqueilia, palidez facial, edema e linfadenopatia cervical ➢ As lesões bucais → aspecto granular, eritematoso e ulcerado com um fino pontilhado hemorrágico, geralmente denominadas estomatite moriforme. - Os sítios mais acometidos são lábios, bochechas, assoalho de boca, língua e faringe. O periodonto também pode estar comprometido, o que resulta em mobilidade dentária ➢ As estruturas das cartilagens nasais e cordas vocais também podem ser afetadas; em geral, os sintomas pulmonares são inespecíficos (tosse e expectoração) ➢ Infecção assintomática ➢ Doença ➢ Forma aguda juvenil - Síndrome do abdômen agudo - Forma extrapulmonar - Síndromes obstrutivas diversas por compressão dos vasos linfáticos, intestino e vias biliares ➢ Formas crônicas adulto - Pulmonar → mimetizando tuberculose ➢ Associada à imunodepressão ➢ Sequelar - Disfonia, insuficiência respiratória, estética, insuficiência adrenal, síndromes disabsortivas (depleção proteica/calórica), crises convulsivas ➢ Forma subaguda juvenil - Febre astenia, perda de peso, anemia - Linfadenomegalia; Hepatoesplenomegalia - Leucocitose, eosinofilia - Supuração de massa ganglionar cervical - Raro comprometimento pulmonar ➢ Lesões cutâneas no maciço centro facial ➢ Tríade lesional → Lesões pulmonares, orofaríngeas, ganglionares. ➢ Lesões de maçiço centro facial e oral ➢ Lesões cutâneas em pápulas e nódulos eritematocrostosos na face, na forma crônica multifocal, antes (A) e após (B) o tratamento. Paciente atendido no Centro de Referência em PCM do Hospital das Clínicas da UFMG(Revista Médica de Minas Gerais). ➢ Lesões infiltrativas e úlcero necróticas localizadas no dorso do nariz ➢ Lesão de mucosa oral, estomatite moriforme de aguiar pupo ➢ Lesões nos pulmões - Nódulos fibra caseosos, septos fibrosos e pequenas cavitações - Tosse seca ou pouca expectoração - Enfisema, roncos sibilos e estertores são percebidos nos casos mais graves ➢ Também acomete lesões na pele, couro cabeludo, tórax e membros superiores; Supra-renais (doença de addison; deficiência de cortisol e aldosterona → escurecimento gengival e da pele, adinamia, perda do apetite e vômito); Tubo digestivo; Sistema nervoso (comumente assintomático); Osso e articulações DIAGNÓSTICO (PCM) ➢ A biópsia é recomendada para o diagnóstico definitivo e mostra um granuloma supurativo com células gigantes e blastosporos, estruturas como cistos ➢ Os testes sorológicos revelam a existência do microrganismo antes mesmo dos exames cultural e histopatológico, e são de amplo uso na confirmação da doença ➢ Cultivo em ágar sabouraud a 25º, após 20-30 dias, colônia branca com clamidósporos terminais intercalados. Diagnóstico pela conversão da forma micelial para leveduriforme a 37º ➢ Diagnóstico citológico - Células leveduriformes com dupla parede refringente com múltiplas gemulações em torno da célula mãe, formando figuras conhecidas como "roda de leme”,“orelha de Mickey”, ou “roseta”. TRATAMENTO ➢ Ataque → Objetiva o controle clínico imediato de sinais e sintomas e reduzir a carga parasitária, para recuperação da imunidade celular do hospedeiro ➢ Manutenção → Tempo prolongado, até obtenção de “critérios de cura”, reduzindo a recidiva da doença ➢ Anfotericina B é a droga de escolha nos casos graves ➢ Formulações lipossomais mais adequadas pelos menores efeitos colaterais (vômitos, febre, náuseas, calafrios, uréia e creatinina, do potássio sérico) ➢ Antibióticos de escolha – Itraconazol, Fluconazol, Equinocandinas, Voriconazol, Posoconazol ➢ Cuidados na administração concomitante com drogas tuberculostáticas tríplice ( da toxicidade hepática) PROGRESSÃO ➢ Doença → Tamanho do inóculo; Patogenicidade e virulência; Qualidade e Integridade dos Mecanismos de defesa → Infecção TAXA DE MORTALIDADE POR ESTADO ➢ Atualmente (2020), o HUOC registrou 06 casos de PCM, nas cidades da Mata Sul, cidades de Jaqueira, Palmares e Maraial, necessitando de maiores estudos, uma vez que esse fungo não é descrito na literatura como endêmico, na região Nordeste.