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DISSECÇÃO AÓRTICA Anatomia A artéria tem 3 camadas: intima, média e adventícia (mais externa). Na camada íntima, tenho as válvulas e o endotélio. A camada média (muscular) das artérias é mais espessa do que a das veias, já a camada adventícia das veias é mais calibrosa do que a das artérias. Ramos da artéria aorta: aorta ascendente; arco aórtico; aorta descendente (quando ultrapassa o diafragma, ela deixa de ser chamada de aorta torácica e passa a ser aorta abdominal). A aorta abdominal é dividia em: supra-renal (acima da iminência das artérias renais) e infra-renal (abaixo da iminência das artérias renais). A dissecção aórtica é como se fosse um “rasgo” entre as camadas íntima e média da artéria, criando um falso trajeto. Classificação Temos dois tipos de classificação: Stanford e De Bakey. Stanford: · Stanford A: Ascendente (tem que pegar o ramo ascendente) · Stanford B: Baixo (só pega a parte distal, nunca pega a aorta ascendente) De Bakey: · Tipo I: aorta ascendente + descendente · Tipo II: aorta ascendente · Tipo III: aorta descendente O Stanford B é correspondente ao De Bakey III. Já Stanford A pode ser De Bakey I ou II. Quadro Clínico Tríade: sexo masculino, idoso e hipertenso. · Dor em região torácica (>90% dos casos). Lancinante/excruciante (“parece que estão enfiando uma faca”); irradiada para o dorso, para a região escapular. · Síndrome de baixo débito: síncope, hipotensão; · Sintomas adrenérgicos: palidez, sudorese, taquicardia; · Pulsos assimétricos: >30 mmHg entre os MMSS; · Déficits neurológicos (paraplegia, sinais focais); · Pressão arterial aumentada; Diagnóstico Anamnese + exame físico Exames laboratoriais: avaliar diagnósticos diferenciais (principal é o IAM). Exames de imagem. Obs.: o IAM é sempre o diagnóstico mais provável quando fala em dor torácica. Diagnósticos diferenciais Vai depender muito do segmento da aorta que foi acometido. IAM (principal); Pneumotórax; TEP; Ruptura de esôfago; Cólica nefrética; Isquemia mesentérica. Exames Complementares Se o paciente estiver instável → ECOTE (ECO Transesofágico). Se estabilidade hemodinâmica → AngioRNM ou AngioTC e Aortografia. Na dissecção de aorta, teremos uma luz verdadeira e uma luz falsa (falso trajeto criado pela ruptura da camada íntima da aorta). RX de tórax Muito inespecífico e tem sensibilidade baixa. Vê-se um abaulamento. Sua principal função é acompanhar um paciente que já tem um aneurisma e pode evoluir para uma dissecção. Ecocardiograma Transtorácico Sensibilidade 75% tipo A e 40% tipo B (baixas). Precisa complementar com outros exames. Ecocardiograma Transesofágico Sensibilidade de 98%, porém é menos disponível do que o transtorácico. Tomografica Helicoidal Com contraste. Angio-TC. É o exame mais usado para dissecção aórtica em emergência. Aorta Torácica: · Flap intimal (ruptura da camada íntima) → linha escura dividindo a luz verdadeira da luz falsa. É o achado mais importante · Duplo lúmen · Dilatação de aorta · Hematoma intramural (sangue “parado” na luz falsa) Luz verdadeira → tem mais contraste. É onde o fluxo está mais perto do normal. Normalmente é maior e mais brilhante. Luz falsa → onde está rompido. Flap Intimal Ressonância Magnética Serve inclusive para pensar na abordagem cirúrgica. Complicações Insuficiência Aórtica Aguda É a mais cobrada. Pode ocorrer porque a dissecção aórtica envolve a camada íntima da artéria, onde estão presentes as válvulas. IAM Pode ocorrer pela dissecção de uma coronária. Isquemia Renal Pode dissecar uma artéria renal. Tamponamento Cardíaco O paciente com dissecção aórtica pode fazer uma ruptura. Essa ruptura pode acabar indo para o pericárdio, causando um tamponamento cardíaco. Paraplegia Com o corte abrupto da circulação sanguínea, causando uma isquemia medular, esse paciente pode ficar paraplégico. Tratamento Medicamentoso Alvo: controle rígido da PA e da FC. Manter PAS < 120 mmHg e FC por volta de 60 bpm. · Beta-bloqueador IV – Metoprolol, Esmolol (↓FC) · Vasodilatador IV – Nitroprussiato, Tridil (↓PA) · Nos casos de pacientes asmáticos, por exemplo, ao ínvés do BB, pode-se usar Verapamil ou Diltiazem para diminuir a FC. Obs.: na suspeita de dissecção aórtica, o uso de trombolíticos é contraindicado. Obs2.: pode-se usar somente o Labetalol, porém não tem no BR. Cirúrgico Standord A: cirurgia em todos os pacientes! Stanford B: não tem tanta urgência → cirurgia se sintomáticos ou complicações: · Sinais de ruptura (hipotensão, doses de amina cada vez maiores) · Dor intratável · Isquemia de órgão · Progressão da dissecção Aneurisma de Aorta Aneurisma: aumento superior a 50% do diâmetro basal daquele segmento da aorta ≠ Ectasia: aumento inferior a 50%. Obs.: maior diâmetro aorta abdominal é 2,5cm. A maioria dos pacientes é assintomático. Prevalência: raiz e ascendente (60%); descendente (40%); arco aórtico e porção tóraco-abdominal (10%). Tipos: Fusiforme ou Sacular (mais pontual, é uma “bolinha”). Fatores de risco: aterosclerose (principal); HAS; IC; DPOC; Vasculite (destaque para Takayasu); TC: Sempre fazer com contraste. Aorta Torácica: aorta ascendente e tronco pulmonar devem ser mais ou menos do mesmo tamanho. Perda da cintura sino-tubular Tratamento: Medicamentoso: · BB IV – Metoprolol, Esmolol · Vasodilatador IV – Nitroprussiato, Tridil Cirúrgico: Indicações: · Pacientes sintomáticos ou · Diâmetro > 5,5 cm ou · Crescimento > 0,5 cm/ano Obs.: em pacientes portadores de Sídrome de Marfan, a cirurgia é indicada mais precocemente (diâmetro > 4/4,5 cm), por ter risco maior de ruptura.
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