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En�o��t��o�� Definição: ● É definida pela presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou estroma endometrial fora da cavidade uterina. ● É uma doença benigna, crônica, estrogênio dependente e multifatorial; ● Acomete principalmente mulheres no menacme. Epidemiologia: ● Acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva; ● A prevalência está estimada em 10% ● Está intimamente associada às queixas de infertilidade Fatores de risco Quadro Clínico Dismenorreia → é a dor no período menstrual, está relacionado ao estrogênio. É o principal sintoma; Dor pélvica crônica ou acíclica: imprevisível ou intermitente ao longo do ciclo menstrual (desconforto, dor pulsante e aguda; frequentemente piora no decorrer do tempo) Dispareunia → é a dor genital relacionada as relações sexuais; Alterações urinárias: disúria, hematúria, polaciúria (aumento da frequência urinária) e urgência miccional ocorrem durante o fluxo menstrual. Alterações intestinais: distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, disquezia e dor anal. Diagnóstico O exame de toque é mandatório para endometriose, pois é possível tocar o paramétrio; ➔ Especular: nódulos ou rugosidades enegrecidas em fundo de saco posterior ao exame especular sugerem a doença ➔ Toque: útero com pouca mobilidade - aderências pélvicas;Nodulações dolorosas no fundo de saco posterior Exames de imagem ● Ultrassonografia pélvica e transvaginal com preparo intestinal; ● Ressonância magnética: é o segundo melhor exame; ● Videolaparoscopia: é o padrão ouro para diagnóstico de endometriose, pois é uma doença em que o seu diagnóstico é histopatológico; ➢ Enema opaco e a Colonoscopia: baixa sensibilidade e especificidade (somente avaliam a superfície interna da alça); ➢ Tomografia Computadorizada: dificuldades em diferenciar e delimitar as lesões e os órgãos pélvicos Tratamento Clínico É eficaz no controle da dor pélvica e deve ser o tratamento de escolha na ausência de indicações absolutas para cirurgia; ➢ À histerectomia só é tratamento para endometriose em alguns casos; Progesterona oral: O uso contínuo inibe a ovulação e a proliferação endometrial, logo há atrofia das lesões; ● Acetato de Noretisterona - 2,5 a 10mg/dia ● Dienogeste - 2 mg/dia (foi criado para à endometriose → muito eficaz para a dor) ● Gestrinona - 2,5 a 5mg/dia - muitos efeitos androgênicos (chip da beleza - emagrece, dá mais disposição, aumenta massa muscular, pelos e voz fica mais grossa e ausência de menstruação) Progesterona não-oral ● Acetato de medroxiprogesterona (depo provera) - 150 mg IM a cada três meses; ● Implante liberadores de etonogestrel - implanon; ● DIU liberador de levonorgestrel - Mirena (tem mais hormonio)/ Kyleena - opção de longo prazo, a eficácia é a mesma; Contraceptivo combinado Pode ser indicados por via oral, intramuscular, adesivo de absorção subcutânea ou anel vaginal; Danazol Cria um ambiente hipoestrogênico → bloqueio do H-H-O, inibindo a liberação de LH e a esteroidogênese, aumentando a testosterona livre. Via oral na dose de 100 a 200mg/dia Boa eficácia, mas pouco utilizado devido aos seus efeitos colaterais, hirsutismo (aumento de pelos), acne e ganho de peso Agonistas do GnRH Agem no hipotálamo, ocupando os receptores do GnRH, provocando a inibição da liberação de FSH e LH pela hipófise, levando a anovulação e estado hipoestrogênico semelhante ao climatério. ● Acetato de gosserrelina (Zoladex®) 3,6 ou 10,8 mg subcutâneo a cada 28 ou 90 dias ● Acetato de leuprolida (Lupron®) 3,75 ou 11,25 mg intramuscular a cada 28 ou 90 dias ● Pamoato de triptorrelina (Gonapeptyl®) 3,75 mg intramuscular a cada 28 dias Inibidores da aromatase Age inibindo a aromatase, reduzindo assim o estradiol circulante; Indicação restrita devida aos efeitos colaterais → formação de cistos ovarianos volumosos ➢ Letrozol 2,5 mg/dia ➢ Anastrozol 1mg/dia Anti-inflamatórios não esteroidais (AINHs) Frequentemente utilizados na dismenorreia primária, porém não existe evidência científica para o uso nas pacientes com endometriose. Endometriose e infertilidade Existe grande associação entre endometriose e infertilidade, e alguns estudos mostram que entre 25% e 50% das mulheres inférteis são portadoras de endometriose e que 30% a 50% das mulheres com endometriose apresentam infertilidade; Fisiopatologia/Teorias Aderências e distorções anatômicas geradas pela endometriose dificultariam a liberação de óvulos, a captação pela tuba e transporta oocitário até o útero; Alterações no fluido peritoneal, com concentração elevada de prostaglandinas, proteases e citocinas inflamatórias e angiogênicas e o aumento de linfócitos, igG e IgA no endométrio, compromete a fertilidade. Abordagem: É bastante controversa - o tratamento medicamentoso hormonal para supressão ovariana em pacientes com infertilidade e endometriose para melhora da fertilidade não deve ser prescrito, pois não existe evidência científica de qualquer benefício. A única medicação que pode ter benefício para melhora das taxas de gestação são os análogos de GnRH, quando utilizados por até três meses especificamente antes da fertilização in vitro (FIV); Uma alternativa para esses pacientes é o tratamento cirúrgico da endometriose para a melhora da fertilidade. Estudos demonstraram que pacientes que realizaram a exérese dos focos de endometriose, a taxa de gestação foi maior em comparação àquelas em que se realizou apenas a laparoscopia diagnóstica. Pacientes que já realizaram uma cirurgia e apresenta recidiva da endometriose, a conduta recomendada é a realização de FIV. Tratamento cirúrgico O tratamento clínico de endometriose, salvo exceções, é a primeira linha de tratamento. O tratamento cirúrgico deve ser oferecido às pacientes em que o tratamento clínico for ineficaz ou contraindicado por alguma razão; O objetivo da cirurgia é a remoção de todos os focos de endometriose, restaurando a anatomia e preservando a função reprodutiva. Endometriose Peritoneal Apresentação: lesões negras, vermelhas, brancas, hipervascularização e falhas peritoneais tipicamente superficiais. A eletrocirurgia é o método de escolha para a excisão desses focos. Endometriose retrocervical e intestinal A endometriose retroervical pode envolver os ligamentos uterossacros, tórus uterino, cúpula vaginal e o septo retovaginal, e as lesões podem também acometer a parede anterior do retossigmoide. Atualmente, algumas considerações têm sido feitas com relação ao tratamento da endometriose intestinal. Endometrioma ovariano Pode ser abordado por diversas técnicas cirúrgicas, de complexidade variável, geralmente com bons resultados. A simples drenagem do conteúdo mostrou-se ineficaz, devendo-se retirar a cápsula. Endometriose do trato urinário 1% dos casos; O tratamento depende do estágio da doença no momento do diagnóstico e da presença ou não de lesões associadas. Complicações As complicações comuns relacionadas a todos os procedimentos abdominais laparoscópicos podem ser relacionadas ao pneumoperitônio e às punções de agulha de Veress e dos trocateres. - PNEUMOPERITÔNEO - hipercapnia, embolia gasosa, enfisema de subcutâneo, pneumotórax, arritmias cardíacas e diminuição do retorno venoso. - PUNÇÕES - perfuração de vísceras sólidas e ocas, lesão de vasos sanguíneos e infecção e hérnias dos portes dos trocateres. As principais complicações do tratamento cirúrgico da endometriose intestinal podem ser divididas entre as relacionadas ao procedimento videolaparoscópico abdominal específico, as intraoperatórias e as pós-operatórias ● Intraoperatórias: relacionadas com as ressecções intestinais são lesão da parede intestinal por tração ou diatermia, sangramentos por lesões vasculares, lesões ureterais e vesicais e lesões ginecológicas em vagina, útero e anexos. ● Pós-operatória: deiscência de anastomose com fístula, peritonite e/ou abscessos, estenose das anastomoses, fístula retovaginal e retenção urinária
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