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Psicologia da Educação - Aula 1 a 10 - Estudo Dirigido

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Psicologia da Educação
Aula 01 - Estudo Dirigido
 A Psicologia em Discussão: do Senso Comum ao Conhecimento Científico
Ao final desta aula, você será capaz de:
Descrever a relação do senso comum ao conhecimento científico na fundamentação da Psicologia como ciência ao longo da história;
Definir o campo de aplicação, o objeto de estudo e o conteúdo da Psicologia.
Sabe aquele conhecimento intuitivo, baseado em experiências positivas e negativas que vamos acumulando no nosso dia a dia e que, inclusive, utilizamos para explicar o nosso comportamento e o das outras pessoas?
Esse tipo de conhecimento, é chamado de Psicologia do senso comum. 
 A Psicologia, porém, não se fundamenta nesse tipo de análise nem o utiliza na sua prática profissional.
Esta aula mostra as relações que envolvem o senso comum e o conhecimento científico atribuído ao campo da Psicologia ao longo da história. Além dessas questões, discute a instauração da Ciência Psicológica a partir do século XIX, seu campo de atuação, os objetos de estudos e os conteúdos da Psicologia.
No nosso cotidiano, fazemos uso do termo Psicologia em vários sentidos.
Muitas vezes, não percebemos que estamos abordando questões de senso comum, que tomamos com verdade científica, principalmente pelo contexto cultural em que estamos inseridos.
Estou triste com o que aconteceu ... vou conversar com minha amiga, pois ela sempre me compreende e me ajuda analisar a situação por outro ângulo.
Inúmeras outras vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida. Esses e outros conhecimentos que acumulamos no nosso cotidiano são chamados de Psicologia do Senso Comum. Mas isto não quer dizer que esse tipo de conhecimento seja válido, pois não adota os critérios da Psicologia Científica.
Opiniões do tipo: Qual a melhor maneira de criar filhos, de fazer amigos, de impressionar as pessoas, de controlar a raiva etc.
É fato que o senso comum permite sentir e analisar uma realidade, mas uma psicologia construída a partir de observações casuais tem fraquezas críticas. 
Os autores Lakatos e Marconi ajudam a entender essa questão quando analisam as características do senso comum.
Caráter acrítico: Verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica. 
Não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade. 
Caráter sensitivo: Referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.
Caráter assistemático: A organização da experiência não visa a uma sistematização das ideias, nem da forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las.
Caráter subjetivo: É o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos. 
Em outras palavras, cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar em um exame isento e crítico da realidade.
Caráter superficial: Conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas. 
O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.
Como você deve ter percebido, a instauração da Psicologia como ciência não pode ser baseada apenas nos conhecimentos cotidianos do senso comum.
Apenas: Isso não quer dizer que a psicologia não pode fazer uso do senso comum para compreender a subjetividade do indivíduo, pois o senso comum também integra, de modo precário, o conhecimento científico. Você mesmo já deve ter utilizado os termos: “rapaz complexado”, “menina histérica”, “ficar neurótico”, que são termos definidos pela Psicológica Científica.
Para isso, foi preciso delimitar o seu objeto de estudo, e estabelecer métodos e técnicas específicas, divulgados em uma linguagem científica.
O marco histórico da Psicologia como área da ciência foi em 1875, quando Wilhelm Wundt criou o primeiro Laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, na Alemanha, o que significou o desligamento das idéias psicológicas de idéias abstratas e espiritualistas.
O status de ciência da Psicologia só ocorreu com o seu afastamento do campo da Filosofia e quando passou a obedecer aos critérios da metodologia científica, tais como:
- Definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a consciência);
- Definir seu objeto de estudo (diferenciando-o de outras áreas do conhecimento, como a Filosofia e a Fisiologia);
- Formular métodos de estudo desse objeto;
- Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área.
A partir desses critérios, a Psicologia a comprovar os seus experimentos e servir de ponto de partida para outros estudos.
Esta é a letra grega Psi, símbolo da Psicologia. Você sabe o que significa o termo “Psicologia”?
PSIQUE: Significa alma. A alma era defendida pelos gregos como a fonte da vida, o que animava ou dava vida ao corpo.
LOGOS: Significa estudo.
Etimologicamente, portanto, Psicologia significa o estudo da alma. Hoje, a  Psicologia é um ramo das Ciências Humanas e, assim como demais áreas, tem como objeto de estudo o homem.
Nesta disciplina, iremos conceber a Psicologia como o estudo da subjetividade humana. Para compreender melhor o sujeito, a Psicologia tem como matéria-prima todas as suas expressões, quer sejam visíveis ou invisíveis.
Subjetividade: “A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, e nos iguala, de um outro, 
na medida em que os elementos que a constituem são experienciados no campo comum da objetividade social” (Bock, Furtado e Teixeira, 
2005, p. 23).
Todas as suas expressões: As formas de expressão  humana podem ser visíveis, como o comportamento, ou invisíveis, como os pensamentos, as singularidades, a maneira particular como cada pessoa se apresenta ao mundo, a carga genética. Todos esses aspectos conferem ao homem uma maneira particular de ser, de sentir, de se expressar, de se posicionar diante dos fatos da vida.  
A Psicologia estuda o homem em relação a seus aspectos peculiares e por isso tem que se debruçar sobre o estudo da sua mente, mas não pode deixar de lado dois aspectos fundamentais: o biológico e o social, pois assim poderá compreender as escolhas e as ações do sujeito em diferentes espaços.
O objeto específico da Psicologia envolve dois eixos: comportamento e inconsciente.
Comportamento: A Psicologia estuda o comportamento humano, uma vez que é através do comportamento que expressamos nossas manifestações interiores. Quando estamos felizes, expressamos essa felicidade através de comportamentos, expressões faciais, gesticulações. Quando estamos preocupados ou raivosos, também é através do nosso comportamento que manifestamos esses sentimentos.
Inconsciente: A Psicologia preocupa-se com as manifestações de nosso inconsciente, com aqueles comportamentos, lembranças, pensamentos que temos e não sabemos explicar por que, nem sabemos exatamente de onde vêm.
Apesar de o comportamento humano ser o principal interesse da Psicologia, esta também estuda e atua em outros campos de aplicação, que costumamos chamar de pura ou aplicada.
Nosso interesse é pela educação, pelas questões que envolvem os sujeitos em uma gama de situações ou atividades educacionais, faz com que coloquemos “a serviço da educação e do ensino o conjunto dos conhecimentos psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, o professor estará em posição mais favorável para planejar a sua ação” (Davis e Oliveira).
Aqui vai uma boa dica de filme. Se você ainda não o assistiu, aproveite esta recomendação.
O Homem Bicentenário: Uma família americanacompra um novo utensílio doméstico: o robô chamado Andrew (Robin Williams), para realizar tarefas domésticas simples. Entretanto, aos poucos o robô, por possuir um defeito de fabricação,  apresenta traços característicos do ser humano, como curiosidade, inteligência e personalidade própria. É o início da saga de Andrew em busca de liberdade e de se tornar, na medida do possível, humano.  Após ter sua aparência, suas atividades, sua vida social e familiar em tudo igual às das outras pessoas, ele passa a lutar para ser reconhecido oficialmente como humano.
Depois de ver o filme, reflita: Se olharmos pelo senso comum, Andrew pode ser considerado um humano? E pelo campo científico?
Revisão:
- Psicologia Social: Investiga todas as situações em que a conduta humana é influenciada e influencia outras pessoas e grupos.
- Psicologia Clínica : Conhecidas pelas terapias, que podem ser individuais ou em grupo.
- Psicologia Geral: Busca determinar o objeto, os métodos, os princípios gerais e as ramificações da ciência.
- Psicologia Educacional:Estuda todas as fases do desenvolvimento humano e da aprendizagem.
- Psicologia do Desenvolvimento: Estuda as mudanças que ocorre no ciclo vital de um individuo.
- Psicopatologia: Ramo da Psicologia interessado no comportamento anormal, como as neuroses e psicoses.
- A Psicologia estuda o comportamento do homem, levando em conta as manifestações de seu inconsciente.
 - A Psicologia aplicada se subdivide em: Psicologia Clínica, Psicologia Educacional, Psicologia Organizacional e Psicologia Jurídica.
- O objeto de estudo da Psicologia: O homem e a sua subjetividade.
- A Psicologia da Educação estuda: Os processos que envolvem o desenvolvimento e a aprendizagem.
Síntese da Aula 01 – A Psicologia em Discussão: do Senso Comum ao Conhecimento Científico
Nesta aula, você: atentou para as diferenças entre a Psicologia do senso comum e a Psicologia científica, relacionando o campo das ciências psicológicas com as questões que influenciam na formação da subjetividade de cada indivíduo.
Aula 02 – Estudo Dirigido
 A Questão da Inclusão e Exclusão no Campo Educacional
Ao final desta aula, você será capaz de:
Analisar a produção do fracasso escolar; 
Comparar o comportamento normal e o patológico no cotidiano escolar;
Definir as características que envolvem a teoria da carência cultural e diferenças linguísticas;
Explicar as questões relacionadas à inclusão e à exclusão escolar.
Você se lembra de ter se sentido excluído em alguma situação no espaço escolar? Conhece sujeitos que vivenciaram o fracasso escolar? Atire a primeira pedra quem não tem conhecimento de alguma situação como estas!
Nesta aula, abordaremos a questão da exclusão no campo educacional e seus principais motivos.
Motivos: Muitos estudos apontam que os desempenhos de sucesso ou fracasso do aluno, na escola ou fora dela, são atribuídos pelos juízos alheios, principalmente de adultos significativos, entre os quais professores, familiares e colegas. 
Todas essas questões envolvem preconceito, estereótipos, formação da identidade e processos de diferenciação enquanto construção social e cultural.
A poeta Hilda Hilst nos ajuda  a fazer uma reflexão sobre a questão da exclusão na escola.
As freiras, onde eu estudava, ficavam desesperadas. A que ensinava aritmética chegava e dizia:
- Tenho três galinhas. Uma, enquanto estava caminhando se perdeu. A outra morreu. Quantas galinhas sobraram?
Aí eu começava:
- Mas  por que a galinha morreu? E a outra? Como se perdeu? Como é que alguém perde uma galinha? Mas quem estava tomando conta delas não sabe dar explicações!
Aí criava uma situação!
A Freira respondia:
- Não precisa saber o porquê!
Eu queria a história desta galinha perdida, morta .
Rui, aluno de onze anos, que frequentava a 3a. série de uma escola pública e residia na favela, ia mal na escola, porque não prestava atenção em nada, "não aprendia". Para algumas professoras, era retardado; para outras, imaturo; para outras, ainda, era vítima de uma família desestruturada. Não tinha mesmo jeito e Rui desistiu da escola. Rui, Fabiano, Vanessa, Rose, Eric, Antônio... Imaturidade, fome, pais separados, pobreza, falta de estimulação, deficiência mental, problema de aprendizagem... Muitos nomes, muitas justificativas, muitos rótulos. Diversos rótulos têm sido utilizados frequentemente nos meios escolares para justificar os números altamente elevados de retenção, exclusão e encaminhamentos (os mais diversos) de alunos.
Será que, quando criança, Hilda Hilst foi vista como um sujeito que não aprende como o Rui? Muitas vezes, o fracasso escolar começa em situações como essas, quando não são valorizados os saberes e interesses dos alunos.
Muitos de nós vivenciamos situações deste tipo e fomos rotulados por não aprender, quando na verdade a nossa capacidade cognitiva estava em perfeita condição. Se Hilda se sentiu excluída, imagina como Rui se sentia ao longo da sua escolarização, assim como os alunos que não aprendem ou até mesmo não entram na escola.
Pare e pense na realidade brasileira: 
Quais as formas de exclusão?
Quantos são os excluídos?  
Quem são os excluídos?
Onde estão os excluídos?
A exclusão pode ocorrer em duas esferas: exclusão da escola e exclusão na escola.
Exclusão da escola: Envolve o não-acesso à escola, os alunos evadidos ou que tiveram sua matrícula cancelada.
Alunos evadidos: De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5% das crianças entre 7 e 14 anos abandonam a escola; se considerarmos os adolescentes com idades de 15 a 17 anos, a evasão sobe para quase 20% dos alunos inicialmente matriculados na escolas, isto é, são quase dois milhões de alunos fora da escola (O Estado de S. Paulo, 2008).
Exclusão na escola: É operada por meio de mecanismos como reprovação e repetência, aumentando a defasagem idade-série.
O número médio de anos de estudo segundo categorias selecionadas no Brasil no período 1992–2007 está apresentado na Tabela 1 (anexar tabela). Analise os dados e compreenda as taxas de evasão, repetência e exclusão escolar.
Durante muito tempo, a tese da carência cultural acabou sendo a resposta para o fracasso escolar, ou seja, a pobreza dos alunos (como fator exterior à escola) é considerada como a principal causa do seu insucesso escolar.
Carência Cultural: De acordo com Patto (2000), a Teoria da Carência Cultural (também conhecida como “deficiência cultural”, “privação cultural”) afirmava que, como a maioria das crianças mal-sucedidas na escola são de classes populares, as deficiências no desenvolvimento psicológico infantil seriam consequência da pobreza de estímulos do ambiente cultural desfavorecido do qual provêm.
Em nome da carência cultural, foram organizados, no Brasil, inúmeros projetos de educação compensatória, mas que não apresentaram resultados satisfatórios, servindo para marcar ainda mais a discriminação e a consequente seletividade social.
A análise das noções da carência cultural levou Soares a agrupar a teoria em duas versões: do déficit e da diferença. Dessa forma, a diferença cultural acaba se transformando em deficiências.
Déficit: A versão do déficit baseia-se na ideia de que o ambiente carente gera deficiências pessoais, motoras, perceptivas, afetivo-emocionais ou de linguagem.
Diferença: A versão da diferença fundamenta-se no pluralismo cultural. A escola seria inadequada à criança que vem com uma cultura diferente.
Em geral, a escola reluta em trabalhar com as diferenças culturais, de respeitar os saberes dos alunos e contextualizar a prática pedagógica com a realidade do aluno e de sua identidade sociocultural.
Muitas vezes, é forte o preconceito e a discriminação com a linguagem do aluno, pela forma como as variações linguísticas vêm sendo tratadas pela escola.
Escola: Ao desqualificar a fala do aluno, a escola está endossando e repetindo os preconceitos da origem e da identidade sociocultural.
A produção do fracasso escolar é decorrente de uma questão social mais ampla, que envolve quatro concepções. Veja quais são.
O fracasso escolar como problemapsíquico: a culpabilização das crianças e de seus pais:
Entende-se que a criança é portadora de uma organização psíquica imatura, que resulta em ansiedade, dificuldade de atenção, dependência, agressividade etc., que causam, por sua vez, problemas psicomotores e inibição intelectual que prejudicam a aprendizagem escolar.
O foco muda de lugar: não se localiza nos problemas individuais dos alunos, mas na técnica de ensino do professor. Está presente nessa concepção o pressuposto de que os alunos possuem dificuldades de ordem emocional, cultural etc., que podem ser sanadas pelo professor se ele utilizar a técnica de ensino adequada.
Parte do princípio de que o fracasso escolar é um fenômeno presente desde o início da instituição da rede de ensino público no Brasil. Nesse sentido, a produção do fracasso deve considerar a escola como instituição inserida em uma sociedade de classes regida pelos interesses do capital; a própria política pública encontra-se entre os determinantes do fracasso escolar.
A escola como instituição social é regida pela mesma lógica constitutiva da sociedade de classes. O foco, entretanto, incide nas relações de poder estabelecidas no interior da instituição escolar, mais especificamente na violência praticada pela escola ao estruturar-se com base na cultura dominante e não reconhecer — e, portanto, desvalorizar — a cultura popular.
Será que os supostos culpados devem assumir individualmente a culpa pelo fracasso escolar? Ou será que a causa do fracasso não é uma soma de procedimentos coletivos que provocam esses problemas e sempre a maior vítima e principal culpado é o aluno?
Não basta culpabilizar; é essencial que as escolas e os professores, com suas devidas funções de educar, não se eximam dessa responsabilidade. Em um trabalho coletivo, o fracasso escolar não terá mais culpados, mas sim parceiros que articulam esforços para produzir sucessos.
Não podemos negar que, muitas vezes, o fracasso é decorrente de transtornos de comportamento que nossos alunos apresentam e o professor não consegue identificar, colocando como falta de limites e de educação.
Esses transtornos de comportamento são questões patológicas que precisam de diagnóstico e tratamento, de uma atenção psicológica e às vezes de um tratamento psiquiátrico, principalmente quando uma manifestação psíquica incomoda o sistema sociocultural vigente ou faz sofrer o indivíduo.
Conheça, resumidamente, alguns desses transtornos de comportamento que interferem no desenvolvimento e na aprendizagem do sujeito.
Bullying: O termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação 
evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. 
Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais que tornam possível a intimidação da vítima.
Transtorno desafiador opositivo: A característica essencial do transtorno desafiador opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos seis meses e se caracteriza pela ocorrência frequente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: perder a paciência, discutir com adultos, desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, deliberadamente fazer coisas que aborreçam outras pessoas, responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento, ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros (Critério A6), mostrar-se enraivecido e ressentido, ser rancoroso ou vingativo.
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH): O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a vida. 
Caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É chamado às vezes de DDA (distúrbio do déficit de atenção).
Transtorno de conduta: O padrão de comportamento no transtorno de conduta, anteriormente (e apropriadamente) chamado delinquência, caracteriza-se por um padrão repetitivo e persistente de conduta antissocial, agressiva ou desafiadora. 
Esse comportamento pode ser agrupado em quatro tipos principais: conduta agressiva que causa ameaça ou danos a outras pessoas e/ou animais; conduta não-agressiva, mas que causa perdas ou danos a propriedades; defraudação e/ou furto; e violações habituais de regras.
Depressão infantil: O transtorno depressivo infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir em seu processo de maturidade psicológica e social.
Estes são mais alguns dos transtornos de comportamento que interferem no desenvolvimento e na aprendizagem do sujeito.
Transtorno bipolar de humor: O transtorno bipolar caracteriza-se pela ocorrência de episódios de “mania” (caracterizados por exaltação do humor, euforia, hiperatividade, loquacidade exagerada, diminuição da necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e comprometimento da crítica) comumente alternados com períodos de depressão e de normalidade. 
Com certa frequência, os episódios maníacos incluem também irritabilidade, agressividade e incapacidade de controlar adequadamente os impulsos.
Transtorno de ansiedade de separação: A característica essencial do transtorno de ansiedade de separação é a ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. Esta ansiedade está além daquela esperada para o nível de desenvolvimento do indivíduo. 
Normalmente causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico (ocupacional) ou outras áreas importantes na vida do indivíduo.
Transtorno do pânico: O transtorno do pânico é definido como crises recorrentes de forte ansiedade ou medo. 
As crises de pânico são entendidas como intensas, repentinas e inesperadas que provocam nas pessoas sensação de mal-estar físico e mental juntamente a um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto-socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo.
Baixa autoestima: Crianças pouco incentivadas na infância e que, por isso, não aprenderam a lidar com seus erros e acertos são candidatas a sofrer de baixa autoestima na vida adulta. 
Essa doença, cada vez mais comum, pode ser diagnosticada quando se verifica que a pessoa não consegue enfrentar os problemas, evitando tudo e todos, fugindo das situações, dando desculpas e transferindo para os outros a responsabilidade por tudo de errado que lhe acontece. Pode apresentar: depressões fortíssimas, fobias, incapacidade de buscar saídas para os problemas e até dependência química estão na lista dos principais sintomas. 
A autoestima baixa faz com que a pessoa, de forma inconsciente, se julgue incompetente por não saber administrar sua capacidade, seu poder interno. 
Problemas causados por violência domestica e abuso sexual: Trata-se de um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer a nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns. A violência doméstica inclui a violência física, psicológica e verbal, a negligência precoce e o abuso sexual, que podem impedir o bom desenvolvimento físico e mental da vítima.
Dica de filme: Episódio “A coroa do imperador”, da série Cidade dos Homens.
Laranjinha e Acerola estão aprendendo na escola sobre a fuga da corte portuguesa para o Brasil e vai haver uma excursão da turma para Petrópolis. Eles querem conhecer a coroa do imperador. A condição imposta pela professora é que todos passem por uma chamada oral sobre o assunto. Para fazer o passeio é preciso pagar uma taxa de R$ 6,50 e, para conseguir esse dinheiro, os dois acabam se envolvendo com os traficantes do morro onde moram. Para complicar, na véspera da excursão o morro é invadido por uma facção inimiga e, em meioà confusão, os dois finalmente entendem o que levou Napoleão a atacar a Inglaterra e por que D. João VI teve que sair correndo para o Brasil.
Vamos finalizar esta aula fazendo uma reflexão.
Mesmo dentro de uma condição social desfavorável é possível aprender? 
Como articular a realidade do aluno à realidade social?
Revisão:
O fracasso escolar começa, muitas vezes, em situações nas quais os saberes e interesses dos alunos não são valorizados.  
 A exclusão da escola envolve o não-acesso à escola, os alunos evadidos ou que tiveram sua matrícula cancelada. Já a exclusão na escola é operada por meio de mecanismos como reprovação e repetência.
O fracasso escolar pode ser visto como um problema psíquico, um problema técnico, uma questão institucional ou uma questão política.
Culpabilização das crianças e seus pais: O fracasso escolar como problema psíquico.
Culpabilização do professor: O fracasso escolar como problema técnico.
Lógica excludente da educação escolar: O fracasso escolar como questão institucional.
Cultura escolar, cultura popular e relação de poder: O fracasso escolar como questão política.
Transtorno do pânico: Crises recorrentes de forte ansiedade ou medo, intensas e repentinas que provocam sensações de mal-estar físico e mental.
Baixa autoestima: A pessoa não consegue enfrentar os problemas e foge das situações por se julgar incompetente e não saber administrar o seu poder interno.
Depressão infantil: Transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir em seu processo de maturidade psicológica e social.
TDAH: Sigla do transtorno neurobiológico de causas genitais, que se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Bullying: Atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorre sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, executadas dentro de uma relação de poder.
O fracasso escolar tem sido o grande desafio de políticos e educadores, atingindo principalmente as classes sociais menos favorecidas, pois, apesar do aparente igualitarismo, o sistema escolar acentua as desigualdades sociais. Está concepção está atrelada a que abordagem teórica: Teoria da Carência Cultural.
Síntese da Aula 02 – A Questão da Inclusão e Exclusão no Campo Educacional
Nesta aula, você: viu algumas questões que envolvem o fracasso escolar, o processo de exclusão, problemas de ordem mental e emocional da própria criança, e patológicos que podem gerar dificuldades no desenvolvimento e na aprendizagem. 
Aula 03 – Estudo Dirigido
 Concepções de Desenvolvimento Humano e Aprendizagem. As Teorias Psicológicas: Inatismo e Ambientalismo.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Nomear os pressupostos teóricos que fundamentam o inatismo e o ambientalismo; 
Definir e contrastar as características do inatismo e do ambientalismo.
Nesta aula, trabalharemos as teorias inatistas e ambientalistas do desenvolvimento. Essas teorias psicológicas ajudam a compreender algumas questões polêmicas, como a formação de líderes, o desenvolvimento de superdotação, entre outras.
Inatismo: Na perspectiva inatista, também conhecida pelos nomes de maturacionista, nativista ou apriorista, as capacidades básicas de cada ser humano, personalidade, potencial, valores, comportamentos, formas de pensar e de conhecer são inatas, ou seja, já se encontram praticamente prontas no nascimento do sujeito.
Saiba mais: Com certeza você já deve ter ouvido ou até mesmo falado: “Filho de peixe peixinho é”. “Pau que nasce torto morre torto”. “Ih, já dei aula para o irmão dele, esse é igualzinho”. “Não adianta fazer nada, mais do que isso ele não consegue”. “Burro velho não aprende”. "A Marina é tão inteligente! Puxou ao pai!". “Eu nasci assim. A gente é assim”... 
Essas frases demonstram um pouco da postura inatista, em que ter ou não bom desempenho é explicado pelas características hereditárias do sujeito, e não a partir da relação dialética entre condições de ensino e oportunidades de aprendizagem.
A discussão sobre o inatismo tem como marco teórico e filosófico a concepção de Platão.
Platão: Platão, um dos maiores pensadores da história, inspirado nas premissas da filosofia racionalista e idealista, concebia que o único meio para se chegar ao conhecimento é por intermédio da razão, já que esta é inata, imutável e igual em todos os homens.
Nesse sentido, foi se construindo a perspectiva que entende o ser humano como um sujeito fechado em si mesmo, que nasce com potencialidades, dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico. 
Os fatores maturacionais e hereditários são vistos, nessa teoria, como definidores da constituição do ser humano e do processo de conhecimento.  
Exemplo: Poderíamos dizer que uma criança – filha, neta ou sobrinha de músicos – apresenta inclinação e facilidade para aprender música porque herdou de seus familiares a aptidão, o “dom” para música. Do mesmo modo, crianças brancas e negras apresentariam diferenças no desempenho de determinadas tarefas em razão da herança genética de suas raças, e não de diferenças culturais ou de oportunidades. Constatações preconceituosas que ainda existem em nossa sociedade.
Saiba como são considerados o processo de aprendizagem e o papel do professor na perspectiva inatista.
Todo o desenvolvimento é baseado no pressuposto de que, ao aprender, o ser humano aprimora aquilo que já é inato, avançando no seu desenvolvimento (o vir-a-ser). 
Nessa acepção, a educação pouco ou quase nada altera as determinações inatas, visto que o conhecimento é pré-formado e as estruturas mentais se atualizam conforme o ser humano amadurece. 
Em outras palavras, os processos de ensino ocorrem na medida em que a criança estiver "pronta", madura para desenvolver determinada aprendizagem. 
O sujeito reorganiza sua inteligência pelas percepções que tem da realidade, tornando-se apto a realizar aprendizagens cada vez mais complexas.
O papel do professor é facilitar que a essência se manifeste, entendendo-se que quanto menor a interferência, maior será a espontaneidade e a criatividade do aluno.
Essa concepção de homem tem fundamentado pedagogias espontaneístas que subestimam a capacidade intelectual do ser humano, na medida em que o sucesso ou o fracasso é atribuído, única e exclusivamente, ao desempenho do aluno (REGO, 1996). 
O professor pode fazer uso de vários artifícios para reforçar positivamente os comportamentos esperados: elogios, notas, diplomas etc., premiando também a entrega de lições caprichadas e corretas.
Lembra das estrelinhas dourados no seu caderno, dos carimbos com parabéns, estude mais ... ? Então, esses mecanismos ajudaram a moldar o seu comportamento na escola.
Conheça as características de uma prática pedagógica na abordagem inatista.
Não desafia, não instrumentaliza o desenvolvimento de cada indivíduo, pois se restringe àquilo que ele já conquistou.
Desconfia do valor da educação e do papel interveniente e mediador do professor.
Restringe-se ao respeito às diferenças individuais, aos desejos, aos interesses e capacidades manifestadas pelo indivíduo, ao reforço das "características inatas" ou ainda à espera de que processos maturacionais ocorram
Considera que as diferenças e dificuldades de aprendizagem não são superadas, uma vez que o meio não interfere no desenvolvimento da criança.
Saiba Mais: Por exemplo: os testes de prontidão (para a leitura etc.) e os testes de inteligência (QI), que historicamente acabaram por impedir que inúmeras crianças tivessem acesso ao conhecimento e à própria escolarização, pois os indicadores rotulavam sua "imaturidade" ou  seus "déficits" de inteligência. Há crianças, por exemplo, que foram ou são retidas na pré-escola ou permanecem nos exercícios preparatórios por "não estarem prontas" para aprender a ler e escrever; muitas, inclusive, foram enviadas às classes especiais por "não terem condições" intelectuais para seguir a escolaridade em classes regulares.
Curiosidade: No século XIX, o método de Broca - craniometria- argumentava que o tamanho da cabeça identificava a quantidade de inteligência. No século XX, os estudos se caracterizavam pela medição, criando testes para medir o quociente de inteligência do ser humano, os famosos testes de QI. Ambas as concepções estavam pautadas no determinismo biológico (inatismo) e trouxeram consequências graves para a sociedade.
 Para saber mais, leia  GOULD, S. J. A falsa medida do homem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Ambientalismo
Também chamada de associacionista, comportamentalista ou behaviorista, esta teoria está inspirada na filosofia empirista e positivista, atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas e privilegia a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamentos.
Queria saber porque 4 X 8 = 32, mas a professora só diz “Isto não é importante. Você tem mesmo é que decorar a tabuada”
Na perspectiva ambientalista, as características individuais são determinadas por fatores externos ao indivíduo. O ambientalismo defende a necessidade de medir, comparar, testar, experimentar e controlar o comportamento e desenvolvimento do educando e sua aprendizagem, objetivando assim, controlar o seu comportamento.  
Ao se preocupar em explicar os comportamentos observáveis do educando, acaba por desprezar a análise de outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia.
Se, de acordo com a abordagem ambientalista, o interesse é controlar o comportamento do aluno, pressupõe-se que ele seja um indivíduo passivo frente às pressões do meio, que tem seu comportamento moldado, manipulado, controlado e determinado pelas definições do ambiente em que vive.
O aluno, neste caso, assume uma posição secundária e marcadamente passiva, é imaturo e inexperiente. Cabe a ele apenas executar prescrições que lhes são fixadas por autoridades exteriores.
Pare um pouco e reflita! 
Será que os alunos de hoje se adaptariam a essa abordagem?
Conheça as características de uma prática pedagógica na abordagem ambientalista.
Reconhece o trabalho individual, a atenção, a memória, a concentração, o esforço e a disciplina como garantias para a apreensão do conhecimento.
Não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno nem com as realidades sociais. Neste paradigma, a aprendizagem é confundida com memorização de um conjunto de conteúdos desarticulados, conseguida através da repetição de exercícios sistemáticos de fixação e cópia e estimulada por reforços positivos (elogios, recompensas) ou negativos (notas baixas, castigos etc.).
Baseia-se na exposição verbal, análise e conclusão do conteúdo por parte do professor; ele que monta programas a partir de uma progressão de grau de complexidade da matéria; e promove as situações propícias para que se processem associações entre estímulos e respostas corretas, pois o erro deve ser evitado.
O controle da aprendizagem se dá através de avaliações regulares, que servem como instrumento que verifica a necessidade de reformulação das técnicas empregadas.
O desempenho e as características individuais do aluno são resultantes da educação recebida em sua família e do ambiente socioeconômico em que vive. Lembra-se da Teoria da Carência Cultural? Então, é uma das justificativas utilizadas pelos ambientalistas para os sujeitos que não aprendem.
Como você já deve ter percebido, no ambientalismo o que predomina é a palavra do professor, as regras impostas e a transmissão verbal do conhecimento. O professor é o elemento central e único detentor do saber, é quem corrige, avalia e julga as produções e comportamentos dos alunos, principalmente seus "erros e dificuldades".
Alguns estudos abordam os mitos que especulam as possíveis origens da superdotação, atualmente conhecida como altas habilidades (AHs).
Estes estudos destacam o antagonismo entre as teorias inatistas e as ambientalistas na designação de determinados comportamentos que não são propriamente hereditários, mas que também estão presentes no entorno do sujeito e que podem afetar qualquer pessoa.
Estudo 1: As altas habilidades são uma característica exclusivamente genética. (Extremiana, 2000; Winner, 1998). A ideia de que as AHs devem-se exclusivamente a fatores biológicos é defendida pelas chamadas teorias geneticistas ou inatistas, lideradas principalmente pelos seguidores de Galton, que, em 1869, analisou personalidades destacadas da época nas mais diversas camadas sociais e, verificando que seus filhos também tinham sido eminentes, chegou à conclusão de que a inteligência era herdada. As pesquisas ainda não conseguiram comprovar essa tese, embora se saiba que, com certeza, há uma carga hereditária. Gardner (2000) estima que essa carga esteja entre 30 e 70%; calcular esse índice, porém, implicaria a observação in vivo de um cérebro funcionando, o que é, por enquanto, totalmente inviável.
 Observações de profissionais que trabalham na área também indicam a existência de parentes diretos com AHs em até três gerações anteriores àquela do indivíduo com altas habilidades, mas a influência do ambiente no desenvolvimento das AHs é hoje amplamente aceita pela maioria dos pesquisadores da área.
Estudo 2: As altas habilidades são uma característica que depende exclusivamente do estímulo ambiental (Extremiana, 2000; Winner, 1998). Em contraposição ao mito anterior, a ideia das AHs como resultado exclusivo do estímulo, do esforço e do trabalho duro, ou seja, do ambiente, que determinaria um caráter comportamentalista (em resposta a um estímulo) dessa característica, também não tem sido comprovada. Por outro lado, o envolvimento com a tarefa, que é um dos componentes das AHs, é uma consequência delas, e não uma causa. As pesquisas tendem a mostrar que ambos os aspectos são importantes, já que só a predisposição genética para as AHs, sem oportunidades para desenvolvê-las, não garante a manifestação do comportamento de superdotação, assim como a estimulação e os ambientes favoráveis ao desenvolvimento das inteligências também não resultam na manifestação de AHs sem que haja elevada “capacidade acima da média” e elevado índice de criatividade, como define Renzulli (1986). 
Para saber mais, leia Mitos e crenças sobre as pessoas com altas habilidades: alguns aspectos que dificultam o seu atendimento.
As questões sobre inatismo e ambientalismo repercutem diretamente no conceito de liderança. Por exemplo, você é um líder nato? Muitas pessoas que possuem perfil de liderança foram ao longo da história chamadas assim. É claro, porém, que ninguém nasce com DNA para liderança.
Algumas pessoas apresentam características pessoais que são necessárias para o exercício da liderança, como carisma, ser um bom ouvinte e grande capacidade de discernimento em meio aos conflitos entre grupos de pessoas. A liderança pode ser trabalhada em cada pessoa, mas algumas realmente já apresentam as características necessárias mais evoluídas em relação a outras.
De 1950 pra cá, o conceito de liderança evoluiu no mundo todo. Clique aqui para conhecer as características do antigo líder e as do atual e analise se você está mais para um líder nato ou um líder completo.
1950 – 1970 Líder nato: Nessa época, acreditava-se que alguns profissionais nasciam com o dom de liderar. Suas características são: ambição, integridade, autoconfiança e profundo conhecimento técnico. Embora há, ainda, quem acredite nisso, os especialistas dizem que esse conceito é um mito.
1970 – 1980 Líder comportamental: Aqui surgem os líderes voltados para resultados e os para pessoas. Essa teoria deu origem ao Managerial Gride (Grade Gerencial), que classifica as pessoas em eixos (produção x pessoas). Daí nasceram rótulos como 9/9 (nota máxima em resultado e em gestão de equipes). Já o 1/1 era o fracasso total.
1980 – 1990 Líder situacional: Detectaram-se falhas no modelo anterior. Um líder 9/9 acabou levando uma empresa à ruína, enquanto o 1/1 levantou um negócio de forma brilhante. O que fez a diferença? A situação. O líder situacional surge porque traz resultados emum 
cenário específico, desenvolvendo pessoas.
Anos 2000 Líder completo: Agora, o conceito e liderança exige nova postura profissional. O líder traz resultados, constrói relação com clientes e mercado, fala a língua do acionista, é exemplo na gestão de pessoas (subordinados, chefes, pares e colegas de outras áreas). E é líder de si mesmo.
Revisão: 
- Privilegia a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamento: Ambientalismo.
- O controle da aprendizagem se dá através de avaliações regulares, que serve como instrumento que verifica a necessidade de reformulação das técnicas empregadas: Ambientalismo.
- O desempenho e as características individuais do aluno são resultantes da educação recebida em sua família e do ambiente socioeconômico em que vive: Ambientalismo.
- As características individuais são determinadas por fatores externos ao individuo: Ambientalismo.
- Desconfia do valor da educação e do papel interveniente e mediador do professor: Inatismo.
- Não desafia, não instrumentaliza o desenvolvimento de cada individuo, pois se restringe aquilo que ele já conquistou: Inatismo.
- A aprendizagem é confundida com memorização de um conjunto de conteúdos desarticulados, conseguida através de repetição de exercícios sistemáticos de fixação e cópia e estimulada por reforços positivos: Ambientalismo.
- Considera que as diferenças e dificuldades de aprendizagem não são superadas, uma vez que o meio não interfere no desenvolvimento da criança: Inatismo.
- Considera que as características básicas, a personalidade, as formas de pensar e de conhecer já se encontram praticamente prontas no nascimento do sujeito: Inatismo.
- O professor monta programas a partir de uma progressão de grau de complexidade da matéria e promove as situações propícias para que se processem associações entre estímulos e respostas corretas, pois o erro deve ser evitado: Ambientalismo.
- Os processos do ensino ocorrem na medida em que a criança estiver “pronta”, madura para desenvolver determinada aprendizagem: Inatismo.
- O líder situacional surge em um grupo porque traz resultados em um cenário especifico, desenvolvendo pessoas.
- O líder completo traz resultados, constrói relação com clientes e mercado, fala a língua do acionista, é exemplo na gestão de pessoas e é líder de si mesmo.
- A liderança pode ser trabalhada em cada pessoa, porém, algumas possuem as características necessárias ao exercício da liderança mais evoluídas do que outras.
- Apriorismo ou inatismo é a denominação da corrente filosófica/epistemológica que muito influenciou a Educação. Essa abordagem defende a ideia de que: Existe ago pré-formado no sujeito, por isso o ser humano já nasce com conhecimento programado em sua herança genética.
Síntese da Aula 03 – Concepções de Desenvolvimento Humano e Aprendizagem. As Teorias Psicológicas: Inatismo e Ambientalismo
Nesta aula, você: avaliou a importância das abordagens do inatismo e do ambientalismo, buscando relacioná-las com uma série de práticas pedagógicas presentes no cotidiano escolar.
Aula 4 – Estudo Dirigido.
Construtivismo e Sociointeracionismo
Ao final desta aula, você será capaz de: identificar a Epistemologia Genética como uma teoria que fundamenta os processos de construção do conhecimento; analisar as contribuições das abordagens sociointeracionistas para a prática educativa, valorizando o papel do professor como mediador do processo educativo.
CONHECIMENTO:
Conforme você estudou na aula 3, o indivíduo não nasce pronto e nem é cópia do ambiente externo. Mas, então, como será que ele aprende? 
As teorias desenvolvidas por Jean Piaget e Lev Vygostky afirmam que o aprendizado ocorre por interação entre estruturas internas e contextos externos, em um processo contínuo de construção de conhecimento. 
Construção?!? Isso mesmo, o conhecimento é construído por cada um de nós e nesta aula você vai ficar sabendo como esse processo acontece.
A epistemologia psicogenética de Jean Piaget
Piaget investigou o processo de desenvolvimento da inteligência e da construção do conhecimento, o que chamou de teoria de Epistemologia Genética.
Epistemologia Genética:
A Epistemologia é definida como uma reflexão sobre os métodos empregados nas Ciências: Epistêmê (ciência) + logos (estudo). Portanto, a primeira preocupação de Piaget diz respeito à forma como o conhecimento surge no ser humano. Em segundo lugar, a Epistemologia Genética objetiva explicar a continuidade entre processos biológicos e cognitivos, sem tentar reduzir os últimos aos primeiros (por isso o uso do termo genético).
Considera que o conhecimento não pode ser visto como centrado, a priori, no sujeito e nas suas estruturas mentais, visto que é resultado de uma construção contínua. Também não pode ser centrado no objeto, pois a construção do conhecimento é resultado da interação sujeito-objeto.
interação sujeito-objeto:
A interação está pautada na ideia de que o homem não nasce inteligente e também não é passivo sob a influência do meio; ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
Para Piaget, o processo de construção do conhecimento envolve três questões:  1) o interacionismo, 2) o construtivismo sequencial e 3) os fatores que interferem no desenvolvimento.
Saiba mais
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980, com 83 anos. Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo.
Interacionismo: Segundo Piaget, a questão central é a interação organismo-meio.
É nessa interação que ocorrem dois aspectos fundamentais para a construção do conhecimento: a organização interna e a adaptação ao meio.
Organização Interna: Forma como o sujeito, à medida que aumenta o nível de maturação, passa a organizar os padrões físicos ou esquemas mentais em sistemas mais complexos.
Adaptação ao meio: Capacidade do sujeito adaptar as suas estruturas mentais ou comportamento para se adaptar as exigências do meio.
A seguir você vai conhecer os dois procedimentos que, de acordo com Piaget, o ser humano adota na aquisição de novos conhecimentos: a assimilação e a acomodação.
Na aquisição de novos conhecimentos, o ser humano passa pelos processos de assimilação e acomodação buscando reestabelecer um equilíbrio mental perturbado pelo contato com um dado incompatível com aquilo que conhece até então. Ele passa, então, por um processo de adaptação, que Piaget chamou de princípio de equilibração.
Assimilação: É o processo de integração de novos conhecimentos em estruturas já existentes. Nesse processo, o que ocorre é uma ação do sujeito sobre os objetos que o rodeiam, incorporando assim a realidade aos esquemas de ação do indivíduo e transformando o meio para satisfazer suas necessidades. Mas, trata-se de um esquema concreto, ainda bruto, sem modificação dos processos mentais.
Acomodação: É o mecanismo de reformulação das estruturas em relação aos novos conteúdos incorporados, é o processo de busca e ajustamento a condições novas e mutáveis no ambiente, de tal forma que os padrões comportamentais preexistentes são modificados. Na medida em que a acomodação implica a reestruturação dos esquemas anteriores, entende-se que tenha ocorrido a produção ou construção da aprendizagem.
Equilibração: É a adaptação decorrente do equilíbrio entre assimilação e acomodação.
A partir de agora quando alguém falar que você é um sujeito desequilibrado, pode dizer: “Sou sim, mas na acepção de Piaget”. 
Ao desequilibrar, o sujeito tem muito mais chance de aprender. Assim, ensinar significa promover desequilíbrios e envolve a relação entre os esquemas de assimilação do professor, com os conteúdos que deseja ensinar e os esquemas de assimilação dos alunos que, por sua vez, devem influenciar os esquemas do professor. O ensino torna-se eficiente quando a argumentação do professor se aproxima dos esquemas de assimilação dos alunos.
Construtivismoseqüencial: Piaget afirma que a construção da inteligência ocorre em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras.
Sensório-motor (do nascimento aos dois anos): Desenvolvimento da consciência do próprio corpo, diferenciado do restante do mundo físico. Desenvolvimento da inteligência em três estágios: reflexos de fundo hereditário, organização das percepções e hábitos e inteligência prática.
Pré-operatório (2 a 7 anos): Desenvolvimento da linguagem com três consequências para a vida mental: a) socialização da ação, com trocas entre os indivíduos; b) desenvolvimento do pensamento, a partir do pensamento verbal: finalismo (porquês), animismo e artificialismo; c) desenvolvimento da intuição.
Operações concretas (7 a 11 anos): Desenvolvimento do pensamento lógico sobre coisas concretas; compreensão das relações entre coisas e capacidade para classificar objetos; superação do egocentrismo da linguagem; aparecimento das noções de conservação de substância, peso e volume.
Operações formais (11 anos em diante): Desenvolvimento da capacidade para construir sistemas e teorias abstratos, para formar e entender conceitos abstratos, como os conceitos de amor, justiça, democracia etc.; do pensamento concreto sobre coisas passando para o pensamento abstrato, “hipotético-dedutivo”, isto é, o indivíduo se torna capaz de chegar a conclusões a partir de hipóteses: se A é maior que B e B é maior que C, A é maior que C. (PILETTI, 1999).
Fatores que influenciam o processo de desenvolvimento: Piaget destaca os seguintes fatores que influenciam o processo de desenvolvimento:
maturação - crescimento biológico dos órgãos; 
exercitação - funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos;
aprendizagem social - aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais;
equilibração - processo de autorregulação do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido.
Você conheceu as três questões que estão envolvidas no processo de construção do conhecimento. Veja a seguir quais são as implicações dessa teoria de Piaget para a Educação.
Implicações educacionais da Teoria de Piaget:
O construtivismo  não é um método didático; é uma teoria que procurou compreender como os sujeitos desenvolvem a inteligência e constrói o conhecimento.
O professor deve abordar a aprendizagem como um processo construído internamente, que depende do nível de desenvolvimento do sujeito e envolve a reorganização cognitiva.
Reorganização: A inteligência não aumenta por acréscimo, mas sim por reorganização
Uma instituição escolar fundamentada na teoria piagetiana, deve ter sua prática pedagógica orientada por alguns princípios básicos.
Ação: As crianças conhecem os objetos usando-os. Um esquema é aplicado a vários objetos e vários esquemas são aplicados ao mesmo objeto.  Por isso, é preciso que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida, a resolução do problema e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos.
Representação: Toda atividade deve ser representada, de modo a permitir que a criança manifeste o seu simbolismo.
Organização: É adquirida através da atividade. É fazendo a atividade que a criança se organiza.
Professor problematizador: O professor é o desafiador da criança, ele cria dificuldades e problemas. Em instituições com essa 
fundamentação, a escola não é um passatempo, e sim, um espaço que permite a diversificação e ampliação das experiências das crianças, promovendo a sua autonomia.
Lev Vygotsky e o desenvolvimento sócio-histórico-cultural: 
Vygotsky passou a ter um grande destaque no campo educacional ao revelar o papel da cultura e do social na formação do sujeito.
Papel da cultura e do social: O referencial sócio-histórico-cultural adotado envolve um novo olhar sobre a relação entre sujeito e objeto, onde o sujeito é visto não apenas como ativo, mas como interativo como aquele que constitui conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais.
Na troca do sujeito com outros sujeitos e consigo próprio, conhecimentos, papéis e funções sociais são internalizados.  
Trata-se de um processo que caminha do plano social para o plano individual e vice-versa, por isso, Vygotsky é chamado de sociointeracionista
Saiba mais: Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896,  viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem no desenvolvimento do sujeito.
Vamos conhecer alguns aspectos importantes do pensamento de Vygotsky.
O processo de mediação: a importância da intervenção do professor no processo ensino-aprendizagem
O processo de mediação: a importância da intervenção do professor no processo ensino-aprendizagem
Instrumentos: Os instrumentos são os elementos interposto entre o homem e o objeto de seu trabalho, ampliando as possibilidades de ação sobre a natureza. O instrumento é criado para uma finalidade específica, carregando consigo a função para a qual foi desenvolvido e o modo de utilização que lhe foi atribuído por meio do trabalho coletivo. O machado é um instrumento criado pelo homem com o objetivo de cortar. Mesmo que durante a história da humanidade tenham sido utilizados diferentes materiais para produzi-lo (pedra, cobre, ferro), a sua função foi preservada e transmitida a outros membros do grupo social, caracterizando um processo histórico-cultural. (KRETZSCHMAR JOENK, 2007, p. 4)
Signos: Os signos são formas posteriores de mediação, que fazem uma interposição entre o sujeito e o objeto do conhecimento, entre o psiquismo e o mundo, podem ser definidos como elementos que representam ou expressam outros objetos, eventos, situações. Inicialmente, os signos aparecem como marcas externas, que fornecem um suporte concreto para a ação do homem no mundo. Aos poucos, a utilização de marcas externas vai se transformando em processos internos de mediação. Esse processo é denominado, por Vygotsky, de processo de internalização. Em um segundo momento, são desenvolvidos sistemas simbólicos que organizam os signos em estruturas complementares. Os signos passam a ser compartilhados pelo conjunto dos membros do grupo social, permitindo a comunicação entre os indivíduos e o aprimoramento da intervenção social. (KRETZSCHMAR JOENK, 2007, p. 5)
Funções psicológicas superiores: É por meio da mediação que a criança vai progressivamente desenvolvendo as funções psicológicas, que podem ser inferiores e superiores.
Inferiores: Reações diretas e imediatas a uma determinada situação, são de origem natural e biológica, portanto, são controladas pelo meio físico e social, consequentemente, são inconscientes e involuntárias.
Superiores: Controle consciente do comportamento, atenção e lembrança voluntária, memorização ativa, pensamento abstrato, raciocínio dedutivo, capacidade de planejamento etc.
A linguagem humana tem função fundamental para a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento e para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Além da característica mais comum – a comunicação –, a linguagem expressa 
o pensamento e age como organizadora e mediadora do processo de internalização e ação dos indivíduos.
Pensamento: Para Vygotsky, existe uma estreita relação entre pensamento e linguagem, visto que a linguagem (verbal, gestual e escrita) é 
o principal instrumento de relação com os outros, tornando-se importantíssima para a constituição dos sujeitos (RIBEIRO, 2005).
Você já deve ter percebido quanto é importante o papel do outro e da interação na teoria vygotskyana.
Foi fazendo observações de como a mediação e interação podem ser enriquecedoras para a construção do conhecimento que Vygotsky identificou três estágios de desenvolvimento nacriança.
Interação social: Orientação de um adulto ou de um semelhante.
Nível de desenvolvimento potencial: Determinado por meio da solução de atividades realizadas sob a orientação de uma outra pessoa mais capaz ou cooperação com colegas mais capazes.
Zona de desenvolvimento proximal: Considerada como um nível intermediário entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.
Vygotsky (2000), define a Zona de Desenvolvimento Proximal como essencial no processo de mediação para construção do conhecimento. Nesse contexto, o professor “assume a responsabilidade de proporcionar situações de aprendizagem que promovam o desenvolvimento das potencialidades dos educandos, considerando o que ele já construiu e focalizando no que está emergindo” (p.113).
Nível de desenvolvimento real: Determinado pela capacidade do indivíduo solucionar sozinho as atividades que lhe são propostas.
Aprendizagem Individual: Desenvolvimento cognitivo e habilidades básicas.
Implicações educacionais da Teoria de Vygotsky
Para Vygotsky, a aprendizagem é um processo de reestruturação conceitual que ocorre a partir das conexões interativas entre os conhecimentos espontâneos e científicos.
Conhecimentos espontâneos: O conceito espontâneo é  desenvolvido naturalmente pela criança, fora do contexto escolar, a partir das suas reflexões sobre as suas experiências cotidianas. Cabe destacar que esses conceitos não podem ser vistos como campos separados, eles se relacionam em tempo integral, fazendo com que a criança internalize melhor os significados.
Conhecimentos científicos: A construção do conceito científico ocorre na sistematização dos processos de ensino, nas atividades estruturadas com a mediação dos professores, que promovem ao aluno estruturas conceituais mais formais do que os construídos espontaneamente (SCHROEDER, 2007).
Outra questão fundamental para o campo educacional, segundo a teoria sociointeracionista, é que o desenvolvimento se produz não apenas por meio da soma de experiências, mas principalmente pelas vivências das diferenças. 
O aluno aprende ao imitar, ao concordar, ao fazer oposição, ao estabelecer analogias, ao internalizar símbolos e significados, desde que tudo ocorra num ambiente social e historicamente localizado.
Diferenças: 
A escola deve valorizar, sobretudo, as interações entre os diferentes. Sendo assim, a concepção de que salas de aula heterogêneas são preocupantes também se desfaz, pois interações heterogêneas implicam indivíduos com diferentes zonas de desenvolvimento proximal, interatuando uns na ZDP dos outros. O aluno menos experiente beneficia-se dessa interação, pois o outro pode ajudá-lo em elaborações que ele não consegue realizar individualmente; como também o mais experiente beneficia-se, pois, no momento em que ele procura ajudar o outro a desenvolver novos conceitos, isso implica uma organização e estruturação de suas próprias ideias, a fim de sistematizá-las e compartilhá-las com o outro, reestruturando e consolidando, assim, suas antigas concepções. (LIMA, 2000, p. 225)
Para concluir, vamos ver resumidamente, as principais diferenças entre Piaget e Vygotsky.
	
	PIAGET
	VYGOTSKY
	Fundamento filosófico
	Estruturalismo
	Materialismo dialético
	Principais conceitos
	Equilibração
Adaptação
Assimilação
	Zona Desenvolvimento Proximal
Mediação simbólica
internalização
	Desenvolvimento cognitivo
	Desenvolvimento cognitivo é Individual e espontâneo
Privilegia maturação biológica
	Mediatizado através do social.
Processo de apropriação dinâmica e dialética
	Relação desenvolvimento-aprendizagem
	Aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento
	Desenvolvimento e aprendizagem são recíprocos
	Relação linguagem-
pensamento
	Pensamento organiza a
linguagem
	Linguagem organiza o
pensamento
	Inteligência
	Psicogênese da inteligência tem base biológica. Explicada em termos de re-equilibração
	Inteligência como habilidade
para aprender e resolver problemas. A partir do social
	Escolarização
	Escolarização tem impacto reduzido no desenvolvimento intelectual
	Escolarização tem forte impacto no desenvolvimento intelectual
	Outros pontos
	Desenvolvimento tem sequência fixa e universal dos estágios. Construção a partir da interação sujeito-objeto.
	Não aceita visão universal do desenvolvimento.
Interacionismo sócio-histórico.
Construção cooperativa.
Interação sujeito-meio-sujeito
Síntese da Aula 04 – Construtivismo e Sociointeracionismo:
Nesta aula, com base nas teorias piagetianas e vygostskyana, respectivamente, você:
identificou as diferenças entre o construtivismo e o sociointeracionismo;
ficou sabendo que Piaget privilegia a maturação biológica e Vygotsky, o ambiente social;
aprendeu que na perspectiva piagetiana o conhecimento se dá a partir da ação do sujeito sobre a realidade, enquanto que para Vygotsky, esse mesmo sujeito não só age sobre a realidade, mas interage com ela, construindo seus conhecimentos a partir das relações intra e interpessoais.
Revisão:
- Operações concretas: Desenvolvimento do pensamento lógico sobre coisas concretas; compreensão das relações entre coisas e capacidade para classificar o objetos; superação do egocentrismo da linguagem; aparecimento das noções de conservação de substância, peso e volume.
- Sensório-motor: Desenvolvimento da consciência do próprio corpo, diferenciado do restante do mundo físico. Desenvolvimento da inteligência em três estágios; reflexos de fundo hereditário, organização das percepções e hábitos e inteligência prática.
- Operações formais: Desenvolvimento da capacidade para construir sistemas e teorias abstratos, para formar e entender conceitos abstratos; do pensamento concreto sobre coisas passando para o pensamento abstrato, “hipotético-dedutivo”, isto é, o individuo se torna capaz de chegar a conclusões a partir de hipóteses. 
- Pré-operatório: Desenvolvimento da língua com três seqüências para a vida mental; a) socialização da ação, com trocas entre os indivíduos; b) desenvolvimento do pensamento, a partir do pensamento verbal, finalismo (porquês), animismo e artificialismo; c) desenvolvimento da intuição.
- Nível de desenvolvimento potencial: Determinado por meio de solução de atividades realizadas sob a orientação de uma outra pessoa mais capaz ou cooperação com colegas mais capazes.
- Nível de desenvolvimento real: Determinado pela capacidade do individuo solucionar sozinho as atividades que lhe são propostas.
- Zona de desenvolvimento proximal: Considerada como um nível intermediário entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.
- Seqüência correta, com base na teoria piagetiana.
 Funcionamento dos esquemas e órgãos que implica a formação de hábitos;
 Processo de auto-regulação interna do organismo;
 Crescimento biológico dos órgãos;
 Aquisição de valores, linguagens, costumes e padrões culturais e sociais.
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
- Segundo Piaget, a criança nasce com um conjunto de mecanismos sensório-motores, os quais comportam funções e estruturas. As funções consistem nos modos biologicamente herdados de interação do indivíduo com o ambiente, e, entre elas, duas são básicas: a função de organização e a função de adaptação. Ao longo do desenvolvimento, enquanto as funções permanecem inalteradas, as estruturas se inserem num movimento ininterrupto de mudanças. Esse movimento de passagem é designado como processo:  Equilibração.
Parte inferior do formulário
Aula 5 – Estudo Dirigido.
O Behaviorismo e a Educação.
Ao final desta aula, você será capaz de: definir e contrastar as bases filosóficas, históricas e teóricas do behaviorismo radical, clássico e cognitivista.
Durante muito tempo, para ganhar status de ciência, a Psicologia acreditou que precisava atuar na área experimental. 
Acreditava-se que um tipo de comportamento poderia ser induzido quando se expunha o organismo a dois estímulos próximos, de modo que o indivíduo pudesse fazer a associação de que sua intervenção no meio havia produzido a resposta que satisfazia a sua necessidade.O exemplo mais conhecido é aquele em que um rato, colocado em uma caixa de experimentos, “descobre” que, se tocar em uma determinada barra, recebe alimento. Quer saber como ocorre o processo de modelagem de comportamento que faz com que o ratinho modifique suas ações até conseguir receber alimento? Esse é um dos assuntos que será abordado nesta aula.
Na aula 3 falamos do ambientalismo, nesta aula iremos abordar a Teoria do Behaviorismo, que é decorrente daquela abordagem de desenvolvimento, cujo objeto de estudo é o comportamento.
1 - Behaviorismo clássico ou metodológico, de John Broadus Watson e Ivan Pavlov.
2 - Behaviorismo radical, de Burrhus Frederic Skinner.
3 - Behaviorismo cognitivista, de Albert Bandura.
Albert Bandura: Mais contemporâneo, que compreende o comportamento humano por um viés cognitivo e social.
A seguir, falaremos de cada um desses autores, começando por John Watson e Ivan Pavlov.
O termo behaviorismo foi inaugurado pelo americano John Watson em 1913; para esse pesquisador, o objetivo maior era chegar a leis que relacionassem determinados estímulos a determinadas consequências comportamentais.
John Watson: Watson (1878-1958) ficou reconhecido mundialmente pelo experimento "Little Albert", que abordava experiências com bebês envolvendo medo, raiva e amor, confirmando que o conjunto de sons, imagens e palavras que utilizamos gera sempre um elenco de respostas condicionadas em quem recebe a mensagem.
As descobertas de Ivan Pavlov geraram fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio. A clássica experiência com o cão de Pavlov, que marcou a descoberta do condicionamento reflexo.
Ivan Pavlov: Pavlov (1849-1936), a partir de um experimento com cães, descobriu que eles não salivavam apenas ao ver comida, mas também quando associavam algum som ou gesto à "chegada de comida".
A partir dos experimentos de Watson e Pavlov, foi possível argumentar que o comportamento humano é passível de mudança  resultante de treino ou experiência.
Mudança: Mas como modificar o comportamento dos sujeitos? 
Pare e pense: você já mudou as suas atitudes em decorrência de “bela bronca” dos seus pais ou do seu chefe? Já salivou ao ver pratos sobre a mesa antes da sua refeição, principalmente quando se está com fome e sente aquele cheirinho de comida fresquinha? Isso quer dizer que você já passou pelo processo de condicionamento.
Para Skinner a aprendizagem por condicionamento operante apóia-se em respostas do tipo instrumental, ou seja, respostas emitidas a partir de um reforço específico, que aumenta a probabilidade de sua emissão.
Condicionamento operante: O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato que, em uma experiência, percebe que o acionamento de uma alavanca levará ao recebimento de água ou comida.
Podemos dizer que o desenvolvimento da teoria behaviorista está pautado na relação entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (suas estimulações). De certa forma, nós damos respostas a qualquer estímulo.
O condicionamento operante age diferentemente do respondente, pois precisa de um estímulo reforçador. Em outras palavras, o condicionamento operante permite modelar um determinado comportamento pretendido através da administração dos reforços.
Respostas a qualquer estímulo: Por exemplo: a contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos; a salivação quando uma gota de limão é colocada na ponta da nossa língua; o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge; ou as famosas "lágrimas de cebola". 
Essas respostas são o que chamamos condicionamento respondente, ou seja, um comportamento involuntário (reflexo); inclui as respostas que são eliciadas (produzidas) por modificações especiais de estímulos do ambiente, mas onde o sujeito não é condicionado a ter essa resposta; ela ocorre sempre de maneira involuntária.
Na visão de Skinner, a utilização sistemática de um reforço, privando ou não o sujeito do mesmo, conforme um comportamento rigorosamente pretendido, pode gerar uma resposta desejada.
Reforço: Para cada reforço teremos uma reposta desejada; para isso, é importante – e nisso consiste o processo da educação ou treinamento social – aumentar as contingências de reforço e sua frequência, utilizando-se de sistemas organizados, pragmáticos, que lançam mão de reforços a fim de serem obtidos certos produtos preestabelecidos, com maior ou menor rigor.
O behaviorismo teve adesão da linha de pensamento pedagógico do tecnicismo, que se desenvolveu acentuadamente nos anos 1970; para ela, a estruturação dos meios supera a discussão das finalidades educacionais. A grande contribuição dos comportamentalistas para o tecnicismo foi o fornecimento de conceitos e métodos para converter as finalidades da educação em objetivos operacionais.
Positivo - É aquele que, quando apresentado, atua para fortalecer o comportamento que o precede. O reforço positivo oferece alguma coisa ao organismo.
Negativo - É aquele que fortalece a resposta que o remove. O reforço negativo permite a retirada de algo indesejável.
Punição - É usada quando é preciso eliminar um comportamento muito inadequado e que possa trazer perigo ao próprio organismo.
Extinção - É usada para a eliminação dos comportamentos indesejáveis ou inadequados. Assim como podemos instalar comportamentos, podemos "descondicionar uma resposta".
Segundo Skinner, a escola não é vista como espaço de real aprendizagem, mas sim como agente direcionador do comportamento humano, que tem por finalidade moldar o sujeito para que este se “encaixe” no contexto sociocultural que rege uma determinada cultura.
Busca-se formar um sujeito social, e não um sujeito com ideias próprias e com competência de desenvolver sua individualidade, suas características pessoais. Nessa abordagem, a ênfase da proposta de aprendizagem se encontra na organização/estruturação de ferramentas pedagógicas que direcionem os alunos pelos caminhos que deverão ser percorridos, para que a aprendizagem seja atingida.
 O importante é transformar o conteúdo pessoal em conteúdo aceito socialmente.
Para atingir os objetivos em termos comportamentais, o ensino deve optar por metodologias que possam determinar se o desempenho está de acordo com os níveis desejados, a quais condições o aluno deve responder, fornecendo uma ou mais formas de ensino pertinentes aos objetivos.
Atingir os objetivos: Para isso, o professor deve ter conhecimento pleno dos objetivos, critérios, formas de atingi-los, assim como atividades alternativas para melhor atingir o proposto. Acredita-se que um conjunto de atividades bem organizadas pode facilitar a aquisição dos objetivos (lembra dos seus cadernos lotados de atividades de fixação?)
A mais conhecida aplicação educacional do trabalho de Skinner é a instrução programada, em que a matéria deve ser apresentada fragmentada e seguida de uma atividade cujo acerto ou erro é imediatamente verificado; o estudo é individual, "mas auxiliado pelo professor"; sendo assim, o aluno progride em sua própria velocidade.
Outra aplicabilidade educativa é a Máquina de Ensinar, que funciona como um professor particular, por haver constante intercâmbio entre o programa e o estudante.
Intercâmbio entre o programa e o estudante: Isso não é mera semelhança, a Educação a Distância, que hoje lhe oferece uma gama de oportunidades, tem como base a abordagem behaviorista com inúmeras modificações.
Atualmente, os comportamentalistas ampliaram seus estudos, atrelando à lógica comportamental as teorias de aprendizagem social e cognitivista.
Nesse sentido, o autor Albert Bandura acredita que aprendemos observando os outros sujeitos, e é por meio de modelos exteriores que a aprendizagem é produzida.
A aprendizagem social se desenvolve, ao longo de toda a vida, através do processo de socialização, que envolve observação, identificação e imitação de um modelo.
Fatores ambientais: Recursos, conseqüência de ações e ambiente físico.
Fatores pessoais:Crenças, expectativas, atitudes e conhecimento.
Fatores comportamentais: Atos individuais, escolhas e declarações verbais.
A aprendizagem por observação envolve os seguintes processos: atenção, retenção, reprodução e motivação e interesses.
Atenção: Se refere à seleção daquilo a que prestamos atenção.
Retenção: A informação observada é codificada, traduzida e armazenada no mesmo cérebro, a partir das construções verbais somos capazes de fazer uma repetição imagética e pratica dos procedimentos observados.
Reprodução: Consiste em traduzir as concepções simbólicas do comportamento armazenado na memória das ações correspondentes.
Motivação e Interesse: Para que um determinado comportamento aprendido seja executado, deve-se estar motivado para fazê-lo, o que pode ser alcançado através de reforços.
Na teoria de Bandura são identificados três tipos de reforços: reforços diretos, reforços indiretos e autorreforços.
Reforços diretos: O observador é reforçado a reproduzir o que observou.
Reforços indiretos: O modelo é reforçado: os resultados observados no comportamento dos outros pode modificar nosso comportamento da mesma forma que os resultados obtidos da experiência direta.
Autorreforços: O sujeito assume o controle dos seus próprios reforços.
Curiosidade: Bandura (1973) desenvolveu experimentos que hoje são considerados clássicos. Um deles foi realizado com crianças na pré-escola e consistia na observação de um modelo adulto agressivo que atuava ao vivo e em um filme. Um terceiro grupo assistia a um desenho animado com cenas agressivas. Um quarto grupo não assistiu a nenhum filme.
Os resultados da pesquisa demonstraram que, se um agressor em um filme é punido pelos seus atos, há uma consequente inibição de comportamento agressivo de quem assiste, mesmo se o comportamento tivesse sido aprendido. Por outro lado, quando o agressor observado não é punido ou é recompensado, as inibições contra a agressão diminuem e o observador tende a atacar, conforme aprendeu com o modelo, um alvo disponível. 
Fonte: BANDURA, A. Aggression: a social learning analysis. New Jersey: Englewood Clifs, Prentice Hall, 1973.
Exemplo: As aplicações mais conhecidas de situações de aprendizado social são os comerciais de televisão. Os comerciais sugerem que, ao consumir certa bebida, ou usar uma determinada roupa, vamos nos tornar populares e ganhar a admiração de pessoas atraentes. Dependendo dos processos dos componentes envolvidos, como atenção ou motivação, podemos fazer um modelo do comportamento mostrado no comercial e comprar o produto que está sendo anunciado. A teoria do aprendizado social foi muito aplicada para a compreensão das desordens agressivas e nas análises e críticas aos jogos eletrônicos.
Revisão:
- Para Skinner a aprendizagem por condicionamento operante apóia-se em resposta do tipo instrumental, ou seja, respostas emitidas a partir de um reforço especifico, que aumenta a probabilidade de sua emissão.
- O desenvolvimento da teoria behaviorista está pautado na relação entre as ações do individuo (suas respostas)e o ambiente (suas estimulações). De certa forma, nós damos respostas a qualquer estímulos.
- O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um individuo até ele ficar condicionado a associar a necessidade de à ação. É o caso do rato que, numa experiência, percebe que o acionamento de uma alavanca levará ao recebimento de água ou comida.
- Ivan Pavlov: Suas descobertas geraram fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio.
- John Watson: Inaugurou o termo em 1913. Para esse autor, o objetivo maior era chegar a leis que relacionassem determinados estímulos a determinadas conseqüências comportamentais. 
- Burrhus Frederic Skinner: Abordou enfaticamente que as mudanças no comportamento são resultado de uma resposta individual a eventos (estímulos) que ocorrem no meio.
- Albert Bandura: Acredito que aprendemos observando os outros sujeitos e que é por meio de modelos exteriores que a aprendizagem é produzida.
- Positivo: É aquele que, quando apresentado, atua para fortalecer o comportamento que o precede. O reforço positivo oferece alguma coisa ao organismo.
- Negativo: É aquele que fortalece a resposta que o remove; permite a retirada de algo indesejável. 
- Punição: É usada quando é preciso eliminar um comportamento muito inadequado e que possa trazer perigo ao próprio organismo.
- Extinção: É usada para a eliminação dos comportamentos indesejáveis ou inadequados. Assim como podemos instalar comportamentos, podemos “descondicionar uma resposta”,
- O comportamento operante, que ocorre sem nenhum estímulo externo observável, opera no ambiente do organismo. Seu defensor foi: Skinner.
- Em uma pedagogia tecnicista, cabe à educação proporcionar um eficiente treinamento a pessoas para a realização de tarefas produtivas. A educação é essencial ao equilíbrio da sociedade de que faz parte, sendo a burocratização um processo necessário. Com essa compreensão, o(a) pedagogo(a) que em seu local de trabalho valoriza excessivamente os modos de treinamento necessita de forte base teórica da Psicologia: Behaviorista.
Síntese da Aula 05 – O Behaviorismo e a Educação
Nesta aula, você: atentou para a questão dos comportamentos, em que são valorizadas as respostas aos estímulos. A ideia básica é que um determinado comportamento pode ser moldado de acordo com o estímulo recebido;
observou a importância do behaviorismo clássico, radical e cognitivista para a aprendizagem ao longo da história.
Aula 06 - Estudo Dirigido
A Gestalt e a Educação
Ao final desta aula, você será capaz de: explicar e contrastar os fundamentos, os princípios e as leis da Gestalt; demonstrar conhecimento dos conceitos percepção, insight, relação figura e fundo na aprendizagem; descrever a aplicabilidade da Teoria da Gestalt no campo educacional.
A Psicologia da Gestalt
Você conheceu anteriormente as concepções de desenvolvimento humano e aprendizagem, e estudou os pressupostos e características da Teoria Inatista e Ambientalista. 
A Gestalt está atrelada ao inatismo e sua base metodológica é a fenomenologia, que envolve a percepção e as experiências vivenciadas pelo próprio sujeito.
Conheça a seguir alguns conceitos básicos da Teoria da Gestalt
A Organização Perceptual
Percepção é a forma pela qual o indivíduo interpreta os estímulos do meio ambiente, por meio das suas vivências e necessidades.
Uma boa percepção depende das experiências, motivação, sensibilidade aos órgãos dos sentidos e da forma que o sujeito integra os fenômenos com a sua individualidade. Além de extremamente individual, a percepção depende da sensação.
A percepção não é a mera combinação de várias sensações, ela requer a integração de estímulos recentemente armazenados na memória. Estes traços de memória formam totalidades isoladas chamadas de gestalts, que utilizamos sempre para compreender as novas situações.
Gestalts
A Gestalt pode ser entendida como aquilo que fica em nossa memória, como resultado de nossa percepção de uma determinada estrutura, através de sua forma final, resultante da constituição e justaposição de suas partes, cuja interação estabelece um todo ou uma entidade autônoma, independente das partes. A Gestalt de uma imagem ou de um objeto, permite que ele seja perceptível, comunicável, instantaneamente. (REDIG, 1977, p. 20)
Relação percepção e memória
Na organização perceptual dois conceitos são centrais: figura e fundo, que em qualquer campo diferenciado, uma das partes sempre parece "saltar", ou seja, se salientar em relação às outras. Essa parte é denominada figura e todo o resto é o fundo. Figura e fundo são diferenciados não só em formas visuais, mas por todas as experiências de percepção.
O que é uma cadeira para você?
Para alguns é um objeto com quatro pernas, um assento e um encosto. Uma cadeira é tudo isso, mas está presente na nossa memória como um símbolo de algo distinto de seus elementos. 
A cadeira tem algumas funções, ela serve para sentar, subir, mas pode significar: castigo, trabalho,

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