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Paracentese A paracentese ou punção peritoneal é um procedimento médico comumente utilizado para detecção, na cavidade peritoneal, de líquidos (sangue, pus, bile, conteúdo gastrintestinal) decorrentes de lesão visceral traumática ou não, bem como tratamento relacionado ao que trata estes itens. A paracentese abdominal é um procedimento no qual é introduzida uma agulha no abdome para a extração do líquido ascítico . Pode ser classificada em paracentese diagnóstica e paracentese terapêutica. A paracentese diagnóstica refere-se à remoção de uma pequena quantidade de líquido para teste/exame diagnóstico. Já na paracentese terapêutica retira-se a partir de cinco litros de líquido para reduzir a pressão intra-abdominal e aliviar a dispneia associada, dor abdominal e saciedade precoce. Indicações Doenças hepática (ascites, hipertensão do sistema porta) Doenças linfoproliferativas (liberação de líquido inflamatório e linfático para a cavidade) Carcinomatose peritonal Cardiopatias (insuficiência cardíaca congestiva) Doenças infeciosas que acometem o peritônio Existem complicações atreladas ao procedimento e estão relacionadas tanto a doença de base, como ao próprio procedimento ao que enumeramos: Pacientes com coagulação intravascular disseminada (CIVD) clinicamente aparente e exsudação a partir da introdução da agulha. Fibrinólise primária Perfuração intestinal e de órgãos intraperitoneais; Hemorragia; Hematoma de parede abdominal; Perda contínua de líquido ascítico pelo local da punção; Peritonite; Infecção do local de punção Gravidez (pelo risco de perfurar o saco gestacional), Bexiga neurogênica/bexigoma (também pelo risco de perfuração) Aderências Cicatrizes no local decorrente de cirurgias prévias Visceromegalias. Celulite ou furunculose na parede abdominal Os materiais necessários para o procedimento incluem: Termo de consentimento assinado Máquina de USG, se necessário Gorro Capote Máscara Luvas estéreis adequadas Campo fenestrado Gaze estéril Clorexidina degermante e clorexidina alcóolica Lidocaína a 1% Cateter venoso tipo Jelco 14 ou 16G Agulhas (preta e rosa) Equipo, caso seja uma paracentese de alívio Frascos e etiquetas para mandar o líquido colhido para análise laboratorial Frascos a vácuo para paracentese terapêutica Seringas de 20 ml (ou 10 ml) e 5 ml Adesivo estéril (esparadrapo ou micropore, dependendo do serviço) Sistema coletor fechado Técnica para realização O primeiro passo para a realização do procedimento consiste em explicar ao paciente e obter o consentimento informado. É importante salientar que os pacientes não precisam estar em jejum. A escolha da agulha depende se o planejamento trata-se de uma paracentese diagnóstica ou terapêutica. - Numa paracentese terapêutica, por exemplo, prefere-se uma agulha maior, de calibre 15 ou 16, para acelerar a remoção do líquido ascítico. O procedimento geralmente é realizado com o paciente em decúbito dorsal. O local de escolha, usualmente, é o quadrante inferior esquerdo. * Esse local foi escolhido pois a parede abdominal é mais fina neste sítio, assim como a quantidade de líquido é maior e mais profunda. Para identificar o local exato da punção, deve-se traçar uma linha imaginária da espinha ilíaca ântero superior até a cicatriz umbilical. A deve ocorrer na junção do terço médio com o terço inferior desta linha. A partir daí, deve-se realizar a degermação do local e a paramentação adequada do profissional a realizar o procedimento. Deve-se realizar a anestesia local utilizando a lidocaína 1%. A agulha de paracentese deve ser inserida, com o bisel voltado para cima, ao longo do trajeto anestesiado até identificar o retorno de líquido ascítico na seringa. Ao identificar o retorno do fluido, a agulha deve ser estabilizada para que não saia da cavidade peritoneal. Vale ressaltar que a inserção da agulha deve ser realizada respeitando a técnica de “Z-track” para evitar o extravasamento de líquido ascítico. A faixa Z deve ser criada puxando a pele para baixo com uma mão, enquanto insere a agulha com a outra mão, como mostrado na figura abaixo. Aplicar o cateter perpendicularmente à parede abdominal, percebendo a passagem para cavidade peritoneal Retirar a agulha mantendo fixo o cateter Conectar o cateter ao equipo e este ao coletor (que deve ser fixado abaixo do nível de punção) Após drenagem desejada, retirar o cateter e proceder ao curativo. Descrever no prontuário o volume e o aspecto do líquido retirado * É necessário que a bexiga seja esvaziada antes do procedimento, por micção espontânea ou cateterismo vesical de alívio.
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