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GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA ENDOMETRIOSE Definição: Tecido endometrial fora do útero. Localização: Ovários (endometrioma, foco capsulado), ligamentos uterossacros, peritônio, intestino (signmóide e reto), vias urinárias, focos extra-pélvicos (muito raro). Etiopatogenia: Menstruação retrógrada (Teoria de Sampson): É um mecanismo de refluxo do sangue menstrual. Isso significa que em vez que o sangue uterino escoar totalmente pelo canal vaginal, parte dele reflui pelas tubas uterinas e se espalha pela cavidade pélvica. Metaplasia celômica: O epitélio celomático que na vida intra-uterina deu origem ao epitélio germinativo ovariano e ao endométrio permaneceriam no peritôneo pélvico, com potencial de se metaplasiarem em endométrio, surgindo assim focos de endometriose. Teoria de Javert: Esta teoria propõe que uma combinação de várias teorias como da implantação, disseminação linfática/hematogênica e da extensão direta poderia explicar a endometriose. Teoria Iatrogênica ou mecânica: Esta teoria foi proposta em várias publicações por diversos autores. Propõe que a implantação de células endometriais durante a cirurgia levaria a endometriose de cicatriz cirúrgica, explicando, portanto, o aparecimento de focos de endometriose nas cicatrizes de laparotomia (cirurgia abdominal) e de episiotomia (parto normal). Extensão direta: Esta teoria sugere que a endometriose decorre da invasão pelo endométrio ectópico da musculatura uterina e da invasão direta de outras estruturas contiguas ao útero, como Poe exemplo a bexiga e uretra. Disseminação linfática e hematogênica: Estas teorias foram propostas para explicar a presença de endometriose em locais fora da cavidade peritoneal. Desta forma as células endometriais se disseminariam para outros locais através do sistema linfático e vascular. A disseminação linfática foi proposta por Halban. Epidemiologia: 10% das mulheres tem endometriose, nível socioeconômico elevado, baixo IMC e ansiedade, menarca precoce e menopausa tardia, nuliparidade, história familiar. Quadro Clínico: Assintomática, dor (dismenorreia secundária), dispareunia, infertilidade. A extensão da doença não tem relação com a intensidade dos sintomas. Exame Físico: Preferencia durante o período menstrual, pode ser normal ou pode encontrar modularidades em FSV. Diagnóstico: US Transvaginal, sinal do “vidro moído”. GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA Padrão Ouro: Laparoscopia, cauterizando os focos de endometriose, indicado em pacientes que desejam engravidar. Síndrome de Allen-Master: Implantes antigos de endometriose. Tratamento: Ressecção / cauterização dos focos visíveis. Não deseja gestar: O objetivo é deixar a paciente em amenorreia. • ACO contínuo; • Progesterona (Dienogeste); • DIU levonorgestrel; • Danazol; • Gestrinona; • Análogo do GnRH. Deseja gestar: Taxa de fertilidade espontânea é maior até 6 meses após a laparoscopia. Tratamento empírico: Não deseja engravidar, sem endometriomas maiores que 6 cm, sem lesões ureter ou intestino sem sinais de oclusão. • ACO contínuo e retorno em 3 meses; • Se passou a dor, é porque ela tinha endometriose; • Só fazer a laparoscopia se ela desejar engravidar! Controle pós-tratamento: Clínica. Recidiva: Estádio da doença. Ter endometriose aumenta de 2 a 3 vezes o risco para câncer de ovário.
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