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Clínica de Pequenos Animais 3 Camilla Teotonio Pereira OSTEOSSARCOMA (OSA) Caracterizado pela proliferação de células mesenquimais primitivas malignas, com diferenciação osteoblástica que produz osteóide ou osso imaturo. É uma neoplasia óssea maligna e altamente metastática de origem mesenquimal. É caracterizada por uma lesão óssea pelo descontrole da proliferação (osteoblastos) e reabsorção (osteoclastos) óssea. ETIOLOGIA FATORES FÍSICOS Microtraumas discretos em região metafisária. Ex cães gigantes, Greyhounds de corrida. Fechamento tardio das fises associados a castração precoce, principalmente raças grandes acima de 20 Kg. Infartos ósseos. Ex: miniture Schanauzer. Implantes metálicos e osteomielite crônica. FATORES MOLECULARES E GENÉTICOS INCIDÊNCIA Tumor ósseo mais comum em cães em torno de 85 a 98%. Corresponde 5 a 6% de todas neoplasias. 10.000 casos em cães/ano. Predisposição raças de porte grande a gigante de meia idade a idosos. Raça canina mais predisposta é Rottweiler. Machos > fêmeas (1,5:1). Em animais jovens em torno de 2 anos de idade, deve –se pensar neoplasia agressiva. Gatos tumor ósseo primário mais comum e corresponde 70 a 80%. 4.9/100.000 casos. APRESENTAÇÃO CLÍNICA CÃO OSA apendicular maior incidência 75% dos casos. Regra básica: perto do joelho e longe do cotovelo. Perto do joelho (distal de fêmur e proximal da tíbia), portanto os tumores vão acometer normalmente a região de metáfise e epífise dos ossos longos. Não ultrapassam a cápsula articular, ou seja, ficam contidos na metáfise epífise dos ossos longos. OSA axial mandíbula > maxila > coluna > crânio > costela > nasal > pelve. Pode acometer animais de pequeno e médio porte. GATO Apendicular > axial (crânio a cavidade oral e pelve) ou extra esquelético. Os membros posteriores são os mais acometidos (perto do joelho). COMPORTAMENTO CLASSIFICAÇÃO SARCOMAS ÓSSEOS Agressivos no local primário com lise óssea e/ou proliferação óssea. Raramente ultrapassa a superfície da articulação. OSA apendicular altamente metastático. OSA axial menor potencial metastático. Principal região metástase nodular no parênquima pulmonar. Alta incidência em ossos e tecidos moles. Raro acometimento na região de linfonodo. DIAGNÓSTICO História clínica, idade, raça, localização da lesão e exame físico. Exames complementares Radiografia Diagnóstico diferencial nem toda lesão óssea com características de lise óssea e proliferação são tumores ósseos. Tomografia x RX torácico tomografia consegue identificar quadros metastáticos precoces. Quando > n° de nódulos tem pior prognóstico. A detecção de metástase pele tomografia não influenciou o tempo médio de sobrevida. Citologia pouco invasiva. O Exame pode ser inconclusivo tem diagnóstico definitivo em 85 a 97% dos casos. Corante especifico somente cora osteossarcomas, que é uma substância produzida por osteoclastos. Aumento da FA ósseo. Sempre coletar cultura (bacteriana e fúngica) e antibiograma da amostra, principalmente em animais jovens – osteomielite. . Biópsia agulha Jamshidi é menos traumática ou trépano de Michelle (93,8% causar fratura patológica). Realizar a biópsia incisional fechada no centro da lesão e no mínimo 3 amostras. Biópsia aberta resseção maiores fragmentos e possui diversas complicações como hematoma, infecção e fratura. Histopatológico USG, hemograma, bioquímico e urina TRATAMENTO INTENSÃO DE “CURA” Combinação de várias modalidades terapêuticas para alcançar o maior tempo de sobrevida com boa qualidade de vida. Tratamento padrão para cães com OSA = multimobilidade terapêutica. Tratamento sistêmico quimioterapia, imunoterapia, terapia em alvo. EM casos de amputação de membro sempre associar quimioterapia. Sem quimioterapia o tempo médio de sobrevida (TMS) é curto. Tratamento local cirurgia = amputação alta. Sempre avaliar existência de comorbidades como displasia coxofemoral, displasia de cotovelo e/ou problema de coluna. Se tiver qualquer uma restrição pensar com cautela na cirurgia de amputação e descrever para tutor da possibilidade do animal não mais se levantar. Indicações de amputação alta Amputação alta em membro pélvico (articulação coxofemoral) e membro torácico (região escapulectomia). Amputação baixa quando tem a intuição de prótese. Limb sparing doença ortopédica severa ou neurológica tutores relutantes à amputação. Não é mais utilizada na rotina. Candidatos Radioterapia com intuito “curativo” baixas doses/fração diariamente. Indicação em cães não candidatos à amputação e limb sparing com tempo médio sobrevida de 209 dias. Quimioterapia carboplatina, cisplatina e doxorrubicina omo agentes únicos, combinados ou alternados. Terapia adjuvante tem maior taxa de sobrevida. O tempo médio sobrevida com terapia única de 134 a 175 dias. TMS cirurgia + QT em torno de 262 a 412 dias. A causa da morte por metástase dentro de 2 anos do diagnóstico. INTENSÃO PALIATIVA Aliviar os sinas clínicos, aceitação da progressão da doença. Maior concentração de nociceptores aferentes responsáveis pela dor está localizada no periósteo e cavidade medular de ossos – OSA = dor intensa. Bifosfonados inibem a reabsorção óssea pela ligação com os cristais de hidroxiapatita, induzindo a apoptose dos osteoclastos. Administração IV é mais efetiva, já a VO tem menor adsorção pela baixa lipossolubilidade e tamanho da mólecula. Controle da dor pela inibição dos osteoclastos, inibindo osteólise e liberação de mediadores químicos do periósteo que causam dor. Dias alternados, pois são nefrotóxicos e sempre utilizar com fluidoterapia. Tratamento paliativo FATORES PROGNÓSTICOS Remoção cirúrgica completa axial é menos agressivo, porém difícil ressecção cirúrgica. Tamanho tumor primário com tamanho grande. Idade animais muito jovens ou muito idosos.
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