DIFICULDADES NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO EM PACIENTES QUE DETÉM DIABETES MELLITUS

Prévia do material em texto

FACULDADE PARAÍSO ARARIPINA 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
FRANCISCO HELI DOS SANTOS FILHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIFICULDADES NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO EM 
PACIENTES QUE DETÉM DIABETES MELLITUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARIPINA 
2022 
RESUMO: 
 Objetivo: Analise de estudos científicos já produzido sobre dificuldades no processo de 
cicatrização em pacientes que detém diabetes mellitus. Metodologia: Revisão bibliográfica 
narrativa de caráter descritivo realizada no período de 23 de dezembro de 2021 a 09 de janeiro 
de 2022, nas bases de dados SciELO e BVS, utilizando os seguintes descritores: diabetes 
mellitus e cicatrização, processo de cicatrização de feridas. Resultados: Estudos mostram que 
pacientes portadores de diabetes mellitus apresentam uma maior predisposição a dificuldades e 
uma maior lentidão no processo de cicatrização tecidual. Conclusão: Esta patologia altera 
significativamente o processo de cicatrização através de uma série de alterações metabólicas e 
celulares, desta forma se faz necessário um maior cuidado em torno de lesões graves para 
portadores do diabetes mellitus. 
 
Palavras chaves: Diabetes Mellitus e Cicatrização, Processo de Cicatrização de Feridas. 
 
ABSTRACT: 
 Objective: Analysis of scientific studies already produced on difficulties in the healing 
process in patients with diabetes mellitus. Methodology: Descriptive narrative literature review 
carried out from December 23, 2021 to January 9, 2022, in the SciELO and VHL databases, 
using the following descriptors: diabetes mellitus and healing, wound healing process. Results: 
Studies show that patients with diabetes mellitus have a greater predisposition to difficulties 
and a greater slowness in the tissue healing process. Conclusion: This pathology significantly 
alters the healing process through a series of metabolic and cellular changes, thus, greater care 
is needed around serious injuries for patients with diabetes mellitus. 
 
Keywords: Diabetes Mellitus and Healing, Wound Healing Process. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia 
persistente causada por defeitos na produção ou na ação da insulina ou em ambos os 
mecanismos [...] Indivíduos com diabetes são suscetíveis a uma série de complicações 
associadas à patologia, que são alterações microvasculares (retinopatia, neuropatia), incluindo 
danos celulares e teciduais, e alterações macrovasculares (doenças cardiovasculares e 
cerebrovasculares).4 
O DM é uma doença progressiva em que os indivíduos afetados, principalmente os 
idosos, tendem a apresentar deterioração de sua saúde ao longo do tempo, principalmente após 
10 anos com a doença, quando começam a desenvolver complicações decorrentes do 
desequilíbrio glicêmico, podem afetar negativamente sua qualidade de vida.4 
Em pacientes diabéticos, a cicatrização de feridas é difícil devido à perfusão sanguínea 
prejudicada, impedindo um suprimento adequado de oxigênio, nutrientes e antibióticos, 
especialmente nas extremidades inferiores. Isso leva à confusão nos estágios iniciais do reparo, 
resultando em um atraso no processo de regeneração tecidual.2 
Vários fatores locais e sistêmicos, como idade, estresse, medicamentos, nutrição, 
infecções, etc., podem afetar a cicatrização tecidual. Dentre esses fatores, o diabetes é uma das 
causas mais importantes e prevalentes do desenvolvimento de feridas, pois envolve múltiplos 
sistemas e suas complicações.4 
O aparecimento de uma ferida em um organismo desencadeia uma cascata de reações 
celulares e bioquímicas objetivando o reparo do tecido lesado. Em pessoas com diabetes, esse 
reparo é atrasado.3 
O processo normal de cicatrização pode ser dividido em três fases: fase inflamatória; 
proliferação e remodelação. A fase inflamatória inicia-se imediatamente após a lesão; a 
proliferação é responsável pela remodelação epidérmica, a chamada reepitelização; depósitos, 
que contribuem para a maturação tecido cicatricial. Em pessoas com diabetes, esses estágios 
podem mudar, exigindo intervenções adicionais.2 
O presente estudo tem como principal objetivo evidenciar as dificuldades no processo 
de cicatrização em pacientes que detém diabetes mellitus, visto que, na nossa sociedade essa 
doença tem um alto índice de pacientes que desenvolve complicações. 
 
 
 
 
METODOLOGIA: 
Este trabalho é um estudo de revisão bibliográfica narrativa de caráter descritivo, que 
proporciona analise de estudos científicos já produzido sobre dificuldades no processo de 
cicatrização em pacientes que detém diabetes mellitus. Neste contexto, uma revisão narrativa é 
um estudo que tem como objetivo analisar produções bibliográficas com determinado tema 
especifico dentro de um período de tempo, onde fornece uma visão geral sobre um tópico 
especifico demonstrando novas ideias e métodos referente a literatura selecionada 
(NORONHA; FERREIRA, 2000, p. 191). 
A pesquisa das referências foi realizada no período de 23 de dezembro de 2021 a 09 de 
janeiro de 2022, nas seguintes bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), 
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde 
(DeCs): diabetes mellitus e cicatrização, processo de cicatrização de feridas. 
Na fase de busca, foi utilizado como critérios de integração do estudo, artigos publicados 
em inglês e português com seus textos e resumos completos, respectivamente disponíveis em 
suas bases de dados e publicados no período de 2013 a 2021. Foi utilizado como critério de 
exclusão estudos publicados em outras bases de dados, que não abordaram o tema proposto e 
que estavam fora do período de publicação objetivado. 
 Inicialmente foi empregue algumas etapas para elaboração deste estudo, tais como: 
identificação do tema, bem como perguntas norteadoras para a pesquisa; determinação dos 
critérios para integração e exclusão dos artigos; analise do material para estudo, visando sempre 
a relevância, importância e qualidade das informações; interpretação dos resultados 
apresentados e posteriormente extração das principais informações para a construção da 
discursão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO: 
Durante a pesquisa para o presente artigo, foi encontrado em bases de dados como 
SciELO e BVS 14 artigos que tinham intima relação com o objetivo deste estudo, sendo que 
após uma avaliação criteriosa foram excluídos 7 artigos que de certa forma não atendiam ou 
eram insuficientes para contribuir significativamente com o estudo a ser feito. 
Mesmo a diabetes mellitus e suas complicações sendo de grande importância e 
relevância para estudos científicos, foi visto que não se tem uma grande variedade de artigos 
voltados para uma das mais comentadas complicações da doença que é a dificuldade no 
processo de cicatrização de feridas dentre os seus portadores. Entretanto, os artigos desta 
revisão puderam comtemplar os objetivos traçados durante o percurso para sua construção. 
Após toda a leitura e análise criteriosa dos artigos selecionados verificou-se que na 
maioria das pesquisas, pessoas com DM tem uma maior predisposição a terem grande 
dificuldades no processo cicatrização de feridas, e que essas lesões que tendem a demorar a 
cicatrizar acontece devido a uma série de fatores moleculares e celulares. 2 
Imediatamente após uma lesão o processo de cicatrização é iniciado onde envolve uma 
restauração da integridade física integra e/ou externa das estruturas do corpo. Os mecanismos 
de cicatrização ocorrem em uma sequência ordenada de eventos e podem ser divididos em três 
fases principais, que são: inflamatória, caracterizada pela vasoconstrição e fechamento dos 
vasos, podendo durar cerca de 5 a 10 minutos; vasodilatação, fase proliferativa onde ocorre a 
reparação do tecido conjuntivo e epitelial; e a fase final de maturação na qual consiste naremodelação do colágeno e regressão endotelial. 2-4 
Em geral, o processo de cicatrização do paciente diabético é afetado por fatores como 
dificuldades de coagulação, alterações na resposta inflamatória e seus mecanismos regulatórios, 
aumento dos mediadores inflamatórios durante a fase proliferativa, desequilíbrio entre o 
acúmulo e a degeneração dos componentes da matriz extracelular pelo estresse oxidativo, alta 
concentração de metaloproteinases (MMPs), neuropatia, desbalanço entre metabolismo e 
entrega de nutrientes, concentração inadequada de fatores de crescimento e reguladores de 
expressão gênica e anormalidades celulares.2-4 
A neuropatia diabética é a complicação crônica mais comum do diabetes, causada 
principalmente por danos nos nervos causados pela hiperglicemia. A neuropatia resulta em 
fraqueza muscular dos membros inferiores e alterações anatomopatológicas e neurológicas 
periféricas, além de alterações na pele (ressecamento e rachaduras), que contribuem para o 
aparecimento de úlceras. Essas lesões são causadas por traumas que geralmente não são 
percebidos pelo paciente devido à redução ou perda da sensibilidade à dor.4 
A patogênese exata da má cicatrização de feridas em pacientes diabéticos não é 
totalmente compreendida, mas evidências de estudos envolvendo modelos animais e humanos 
de diabetes sugerem que existem algumas anormalidades em vários estágios do processo de 
cicatrização de feridas.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO: 
 Pacientes portadores de diabetes mellitus apresentam diversas alterações nos processos 
de cicatrização e reparo tecidual devido a uma série de alterações celulares, moleculares e até 
mesmo por serem mais sujeitos a infecções. Pode-se averiguar que o curso de cura de lesões 
em pacientes diabéticos tende a ter algumas alterações devido a circunstância em que o mesmo 
se encontra. 
O mais importante para evitar as complicações de reparo tecidual é a prevenção contra 
acidentes que causam lesões teciduais mais graves, principalmente em portadores de diabete 
mellitus, que devido ao seu comprometimento metabólico pode causar complicações graves no 
processo de reparo tecidual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
1. NORONHA, Daisy Pires; FERREIRA, Sueli Mara S. P. Revisões de literatura. In: 
CAMPELLO, Bernadete Santos; CONDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette 
Marguerite (orgs.) Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo 
Horizonte: UFMG, 2000. 
2. Andrade MGL, Camelo CN, Carneiro JA, Terêncio KP. Evidências de alterações do 
processo de cicatrização de queimaduras em indivíduos diabéticos: revisão bibliográfica. 
Rev. Bras. Queimaduras2013;12(1):42-48. 
3. De Melo Lima, Maria Helena; Pereira Araujo, Eliana. Diabetes mellitus e o processo de 
cicatrização cutânea. Cogitare Enfermagem, vol.18, núm. 1, enero-marzo, 2013, pp. 170-
172. 
4. Da Silva Gois, Tailson et al. Fisiopatologia da cicatrização em pacientes portadores de 
diabetes mellitus. 2021; vol. 4 (4). doi: 10.34119/bjhrv4n4-006.