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Alergia alimentar e Intolerâncias alimentares Docente: Nutricionista Mestre e Doutora em Ciências Especialista em Nutrição Clínica “A alergia alimentar geralmente é uma reação adversa ao componente proteico do alimento e envolve mecanismos imunológicos. A intolerância é uma reação adversa que envolve a digestão ou o metabolismo, mas não o sistema imunológico. Embora, equivocadamente, estes termos sejam usados com frequência como sinônimos, é importante estabelecer a diferença entre a intolerância e a alergia.” Sociedade Brasileira de Pediatria. Reações adversas a alimentos Categorias de reações adversas a alimentos (SCHWARTZ & SEMRAD, 2016) Reação imediata Reação tardia Células do sistema imunológico Linfócito T Células do sistema imunológico Anticorpos ou Imunoglobulinas Reação imediata Reação tardia Alergia alimentar Principais Alimentos Alergênicos Reatividade cruzada Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 Diagnóstico: • Hemograma → deficiências secundárias. • In vivo: Teste cutâneo, intradérmico, de contato ou provocação oral → Solicitação médica! Avaliação de alergia alimentar Prick test • Teste de provocação oral Consiste na oferta progressiva do alimento suspeito e/ou placebo, em intervalos regulares, sob supervisão médica para monitoramento de possíveis reações clínicas, após um período de exclusão dietética necessário para resolução dos sintomas clínicos. Avaliação de alergia alimentar Avaliação de alergia alimentar Diagnóstico: • In vitro: IgE específico. Tipo de reações e sintomas Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 Ocorrem minutos após Ocorrem horas ou dias após o contato Reações mediadas por IgE Sd. da alergia oral angioedema urticária Tipo de reações e sintomas Choque anafilático Tipo de reações e sintomas Dermatite herpetiforme Enterocolite→ sangue nas fezes Tipo de reações e sintomas Reações NÃO mediadas por IgE Dermatite atópica Esofagite eosinofílica Asma e broncoespasmo Tipo de reações e sintomas Reações mistas Fatores de risco • Herança Genética • Fatores Dietéticos - Alimentação da gestante e da nutriz - Privação do aleitamento materno - Uso de fórmulas lácteas - Introdução precoce de alimentos sólidos • Disbiose intestinal • Insuficiência de vitamina D (abaixo de 15 ng/mL) • Fatores comportamentais e culturais (álcool, fumo, pets) • Comorbidades alérgicas Intolerâncias alimentares: Sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC). Reações adversas ao glúten Alergias alimentares: Doença celíaca (DC) ou enteropatia sensível ao glúten e Alergia ao trigo (AT). Transglutaminase, retira radicais aminas das moléculas de glutamina Os fragmentos são capazes de lesionar as tight junctions → Permeabilidade Ativação de linfócitos T citotóxicos e linfócitos B → Citocinas e autoanticorpos Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten (SEMRAD, 2016) Epidemiologia • Prevalência mundial em caucasianos é de 1%; • Aumento do Índice de diagnósticos: cultivo de grãos de trigo com maior quantidade de glúten, infecção por rotavírus (aumenta a permeabilidade intestinal) e mudanças na prática de amamentação (introdução de uma pequena quantidade de glúten entre 5 e 7 meses de idade pode impedir ou retardar o advento em crianças geneticamente susceptíveis); • Geralmente se manifesta entre 1 a 2 anos, e na vida adulta em qualquer idade. Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten (BEYER, 2010; SEMRAD, 2016) É uma enteropatia que afeta o intestino delgado proximal em crianças e adultos geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de glúten. Peptídeos Agressores • Glutenina e gliadina (trigo); • Hordeína (cevada); • Secalina (centeio, incluindo o malte); • Avenina (aveia); • A gliadina e a glutenina são ricas em prolina e glutamina (prolaminas) - potentes ativadores da resposta imunológica na doença celíaca. Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten (SEMRAD, 2016) Manifestações Clínicas Adultos • Diarreia (50%); • Gases; • Inchaço; • Perda de peso; • Depressão; • Ansiedade; • Fadiga crônica; • Infertilidade; • Amenorreia. Má-absorção e desnutrição • Antitransglutaminase – Anti-TTG • Antiendomísio – EMA • IgA total • Antigliadina • Marcador HLA • Confirmação: Histologia da mucosa intestinal. Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten Diagnóstico Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten (BEYER, 2010) Classificação Legislação - Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten www.anvisa.gov.br • Lei nº 8543, de 23/12/1992 - determina que todas as empresas que produzam alimentos com glúten mantenham a inscrição (Contém glúten) na embalagem dos produtos; • Lei federal nº 10.674/2003 - determina o uso das expressões "Contém Glúten" e "Não contém glúten", conforme o caso, no rótulo dos alimentos brasileiros; • Resolução – RDC nº 137, de 29/05/2003 - obriga aos fabricantes de remédio a identificarem no rótulo se o medicamento contém glúten em sua formulação. http://www.anvisa.gov.br/ Recomendação nutricional - Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten (Adaptado da CHEMIM,2007) Sintomas clássicos desaparecem após 2 a 8 semanas de dieta sem glúten. • Caracterizada pela combinação de sintomas após a ingestão do glúten. • Similar a manifestação de Síndrome do Intestino Irritável (SII). • Desaparecem com a dieta de exclusão. • Diagnóstico de Doença Celíaca e Alergia ao trigo foi excluído. • Prevalência →Meninas, adultos jovens e meia-idade. Sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) Sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) • Sintomas: GASTROINTESTINAIS X EXTRAINTESTINAIS Intolerâncias alimentares: Intolerância à lactose. • Redução ou falta da enzima digestiva lactase, essencial para a digestão da lactose, que é um CARBOIDRATO. Reações adversas ao leite Alergias alimentares: Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV). • Reação do sistema imunológico em virtude do contato do organismo com as PROTEÍNAS do leite. Reações adversas ao leite Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) - Prevalência: Primeiro ano de vida. - O mecanismo da alergia nos primeiros meses de vida é não mediado por IgE. - Resolução de 50% dos casos ainda no primeiro ano de vida. - Aleitamento materno: passagem de proteínas íntegras do leite de vaca ingeridas pela mãe. Pode ocorrer Intolerância a lactose quando a exclusão de leite de vaca for muito prolongada. Reintroduzir gradativamente na dieta. • Lactoglobulina • Lactulose • Lactoferrina • Caseína • Caseinato • Lactoalbumina • Proteína do leite Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) • Proteína do soro do leite (Whey Protein) • Galactose • Éster de manteiga • Milk • Fermento lácteo • Mistura láctea • Flavorizantes caramelo, manteiga, creme • Lactose Evitar a ingestão de: • Excluir leite de vaca e todos os derivados. • E ainda produtos que contenham leite como: biscoitos e pães, sorvete, pudim, manteiga ghee, achocolatado, chocolate, tortas, cremes, etc. Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) Intolerância à lactose (CHEMIM, 2007) Inabilidade para digerir completamente a lactose, o açúcar predominante do leite. • A lactase é uma beta galactosidase, que tem predomínio no jejuno e é localizada no ápice das vilosidades; • Lactose não digerida: permanece no intestino e atua osmoticamente. As bactérias colônicas fermentam a lactose gerando ácidos graxos de cadeia curta e gases. Sintomas • Cólicas, flatulência, dor, náuseas/vômitos e diarreia osmótica. Causas de Hipolactasia do tipo adulto • Cirurgia do intestino delgado, desuso prolongado do trato digestório (NPT). Reações não- imunológicas Toxinas Cafeína Tiramina Lactose FODMAPs Intolerância à lactose Causas de Intolerância à lactose HIPOLACTASIA Primária: Alactasia congênita ou Hipolactasia do adulto. Secundária: Diarreia aguda/persistente, Doença celíaca, Enteritealérgica, D. Crohn, Giardíase... OU OU Fisiopatologia da Intolerância a Lactose: Diagnóstico: • Teste de Tolerância à Lactose (Glicemia > 20mg/dL). • Teste clínico → exclusão. • Teste respiratório → H² no ar expirado. Intolerância à lactose Avaliação de Intolerância à lactose Gema de ovo Clara de ovo Albumina Ovalbumina Ovomucina Maionese Reações adversas ao ovo Alergia ao ovo: Excluir as seguintes substâncias/alimentos que estejam contidas nos rótulos: Globulina Lisozima (e1 105) Ovovitelina Livetina Vitelina Reações adversas a soja Missô Molho de soja (shoyo) Pasta de soja fermentada Semente de soja Shakes de proteína de soja Tofu Caldo vegetal Hidrolizado proteico de soja Bebida de soja Proteína vegetal texturizada Brotos de soja Farinha de soja Feijões de soja Hidrolisado de soja Isolados de proteína de soja Leite de soja Alergia a soja: Excluir as seguintes substâncias/alimentos que estejam contidas nos rótulos: Reações adversas – Tratamento alimentar Fórmulas hidrolisadas x Aminoácidos livres - O tratamento preconizado ate o momento para as alergias alimentares e a restrição absoluta do alimento responsável da dieta do paciente. - Prebióticos e probióticos; - Imunoterapia; - Imunobiológicos. X Reações adversas – Tratamento alimentar Fórmulas hidrolisadas x Aminoácidos livres - Indicadas a partir de 6 meses de idade - Cada 100ml: 67 kcal e 1,8g proteína Reações adversas – Tratamento alimentar Fórmulas de soja - Indicada de 0-3 anos. - Proteína extensamente hidrolizada do arroz acrescida de aa lisina, treonina, triptofano, taurina e carnitina. - Cada 100ml : 68kcal e 1,8g proteína. Reações adversas – Tratamento alimentar Fórmulas de arroz Tratamento Dietético - Ler TODOS OS RÓTULOS dos alimentos. Na dúvida entrar em contato com o SAC da marca. - Evitar produtos que contenham traços na composição (contaminação cruzada). - No momento do preparo dos alimentos: lavar bem as mãos, utilizar utensílios que não tenham contato com alérgenos, não reutilizar óleo de fritura. - A ANVISA publicou no DOU n° 125 a Resolução – RDC n° 26, de 02 de julho de 2015, que dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Rotulagem Nutricional São 17 tipos de alimentos que deverão trazer essas informações: • Trigo (centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas); • Crustáceos; • Ovos; • Peixes; • Amendoim; • Soja; • Leite de todas as espécies de animais mamíferos; • Amêndoa, avelas, castanha-de-caju, castanha-do-Brasil ou castanha-do-Pará, macadâmias, nozes, pecas, pistaches, pinoli; • Látex natural. Rotulagem Nutricional “Alérgicos: pode conter (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)” “Alérgicos: contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)”; ou “Alérgicos: contém derivados de (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)” “Alérgicos: contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares) e derivados” Rotulagem Nutricional ou ou ANTIGA NOVA Rotulagem Nutricional Leitura Obrigatória!!
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