Prévia do material em texto
Amanda Sabbá – A12 Pneumologia – DPOC 1. Conceito Doença inflamatória e progressiva que leva a obstrução irreversível ou parcialmente reversível do fluxo aéreo. Inclusas na DPOC tem-se o Enfisema Pulmonar e a bronquite crônica, doenças que podem coexistir no mesmo individuo, tendo predomínio de uma ou outra. 1.1 Enfisema Dilatação anormal das vias aéreas distais do bronquíolo terminal, acompanhada por alterações destrutivas da parede alveolar. O paciente pode apresentar-se emagrecido. O diagnóstico de enfisema pulmonar só é conclusivo com a biópsia. O diagnóstico por TC é sugestivo e o Raio X não é indicativo desta, a menos que sejam visíveis bolhas. 1.2 Broquite Crônica Tosse produtiva crônica durante 3 meses ao ano por dois anos consecutivos. 2. Diagnóstico diferencial - Asma brônquica: Difere pela epidemiologia, processo inflamatório e, principalmente, pela resposta ao tratamento com corticóide inalatório. - Bronquiolites: não-tabagista, dispnéia de progressão mais acelerada do que na DPOC, encontro de padrão de mosaico na tomografia de tórax de alta resolução, baixa prevalência. - Bronquiectasias: Produção copiosa de secreção. * Podem em alguns casos coexistir com a DPOC. - Tuberculose - Insuficiência cardíaca congestiva: encontro de estertores finos em bases, aumento da área cardíaca no radiograma de tórax, exames complementares cardiológicos (eletro e ecocardiograma) e a espirometria permitem o diagnóstico diferencial. 3. Fatores de risco para DPOC Genético (defic. de α1 antitripsina) Pessoais Hiperresponsividade Crescimento Pulmonar Tabagismo (15%) Ambientais Poeira e produtos químicos ocupacionais Infecções Condições socio-econômicas Amanda Sabbá – A12 4. Patogênese da DPOC Agentes nocivos Fatores Predisponentes DPOC (cigarro, agentes ocupacionais) - Agentes nocivos causam a inflamação (doença de pequenas vias ou destruição do parênquima) que resulta da doença. - É diferente da Asma porque ela necessita de um agente sensibilizante, ação de CD4+ e eosinófilos, principalmente. Na DPOC, um agente agressor, CD8+ e macrófagos e neutrófilos. Na asma, a limitação de fluxo é completamente reversível, na DPOC não. 5. Causas de limitação do Fluxo aéreo - Fibrose e estreitamento das vias aéreas - Perda do recolhimento elástico pela destruição de alvéolos Irreversíveis - Destruição do suporte alveolar que mantém as vias desobstruidas - Acúmulo de cls inflamatórias, muco e exsudado plasmático nos brônquios - Contração da musculatura lisa das vias aéreas centrais e periféricas Reversíveis - Hiperinsuflação dinâmica durante exercícios físicos 6. Bronquite crônica Patologia (não são achados específicos) - Hipertrofia e hiperplasia de glândulas brônquicas produtoras de muco - Aumento do número das células caliciformes - Diminuição do tamanho ou ausência dos cílios - Inflamação da parede brônquica - Metaplasia epitelial escamosa - Hipertrofia da camada de músculo liso - Excesso de muco na luz brônquica – obstrução, em vários graus, de bronquíolos. 7. Classificação do Enfisema pulmonar 7.1 Centrolobular: Dilatação no centro do lóbulo onde se localizam os bronquíolos respiratórios. Predominantemente apical. Mais comum nos fumantes. 7.2 Panlobular: Tem graus variados. É peculiar a indivíduos com deficiência de α1 antitripsina e no idoso. É difuso, mas pode ser encontrado principalmente na base. 7.3 Periacinar: Compromete ductos e sacos alveolares na porção posterior. Aumenta risco de pneumotórax. Amanda Sabbá – A12 7.4 Paracicatricial: Relacionado a problemas cicatriciais do parênquima (secundário a tb, pneumoconiose e outros). Obs: Os objetivos da conduta é prevenir progressões e exarcebações, melhorar sintomas, capacidade de fazer exercícios e qualidade de vida. 8. Diagnóstico - Histórico de anos de exposição a fator de risco e na presença de limitação de fluxo (dispnéia progressiva) - Sintomas: dispnéia progressiva (inicia posterior ou simultanea a tosse), tosse, sibilos, secreção. - Na história sempre há grande tempo de exposição. - Como calcular a carga tabágica? - Grande tabagista > 20 maços/ano - O diagnóstico de DPOC é funcional. Deve-se confirmar que se trata de um distúrbio obstrutivo irreversível (fazendo uma espirometria, na qual o valor VEF1/CVF < 70). - Raio X: para diagnóstico diferencial e para verificar padrão de insuflação. - Hemograma: pois o paciente grave pode evoluir com poliglobulia compensatória a hipoxemia (aumenta viscosidade sanguínea e o risco de doenças tromboembólicas). - Gasometria arterial: em casos de oximetria < 92% e VEF1 < 40%, pacientes com ins. Respiratória e IC direita. - TC: Pede-se quando existem achados no RX que sugerem necessidade. - ECG: Para diagnóstico diferencial de Insuficiência cardíaca. - Fazer cultura de escarro: diagnóstico diferencial de Tb. Obs1: A espirometria é o padrão-ouro para o diagnóstico e a avaliação da DPOC. Obs2: Pacientes que apresentam tosse crônica e produção de expectoração e que tenham história de exposição a fatores de risco deverão ser submetidos a uma espirometria, mesmo na ausência de dispnéia. Obs3: Resumindo diagnóstico: Sintomas + Fatores de risco + Espirometria 9. Quatro componentes da conduta: - Avaliação e monitorização da doença - Redução dos fatores de risco Amanda Sabbá – A12 - Conduta na DPOC estável: Educação, farmacológica e não- farmacológica - Conduta nas exacerbações 9.1 Avaliação e monitorização da doença Enfisema A) Exame Físico Inspeção: Paciente emagrecido, cintura escapular elevada e fixa – utilização de musculatura acessória da respiração, aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, tiragens costais e supraclaviculares, cianose e baqueteamento digital. Palpação: Diminuição da amplitude respiratória, frêmito tóraco-vocal normal ou diminuído, ictus pouco intenso Percussão: aumento do som claro pulmonar Ausculta: Redução do murmúrio vesicular heterogênea ou difusamente, expiração prolongada, sibilos, roncos, abafamento das bulhas cardíacas, enfisema. Deficiência de alfa1-antitripsina: pouco frequente, dispnéia geralmente inicia-se mais cedo, na 3a. ou 4a. década, com ou sem tosse e expectoração, pode haver antecedentes de infecção respiratória repetida e de casos semelhantes na família. Radiologia é sugestiva. Espirometria - Capacidade vital forçada (CVF) normal (no início) ou reduzida. - VEF1 e FEF25-75 reduzidos. - Valores iniciais de VEF1 inferiores a 750-1.000ml são considerados como de mau prognóstico para o adulto de porte médio. - Redução normal anual do VEF1 é de 20-30ml. - Redução anual do VEF1 no paciente com DPOC: 40-80ml - Enfisema - Radiologia Radiografia de tórax em PA e Perfil Sinais de hiper-insuflação, hipertransparência difusa ou localizada, abaixamento, retificação ou inversão das hemicúpulas diafragmáticas (sinal de gravidade), acentuação da transparência do espaço retro-cardíaco, redução da vascularização pulmonar periférica, diminuição do número e do calibre dos vasos, compressão dos vasos por bolhas Tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) Múltiplos espaços aéreos arredondados de densidade anormalmente baixa (hiperlucentes), com dimensões variando desde alguns milímetros até 1cm de diâmetro. Áreas maiores decorrentes da coalescência destas pequenas bolhas podem ser encontradas. Tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) – deficiência de alfa1- antitripsina Amanda Sabbá – A12 Destruição da arquitetura pulmonar, com perdatecidual, com importante redução da vasculatura pulmonar. Em alguns casos pode assemelhar-se a bolhas. Bronquite Crônica Exame clínico: Normal ou com cianose, pletora, hipocratismo digital, dispnéia, expiração prolongada. Ausculta pulmonar: roncos, sibilos, crepitantes médios/grossos. Espirometria Capacidade vital forçada (CVF) normal (no início) ou reduzida, VEF1 e FEF25-75 reduzidos, valores iniciais de VEF1 inferiores a 750-1.000ml são considerados como de mau prognóstico para o adulto de porte médio, redução normal anual do VEF1 é de 20-30ml, redução anual do VEF1 no paciente com DPOC: 40-80ml. Radiografia de tórax em PA e Perfil Normal ou acentuação da imagem bronco-vascula, se associada ao enfisema, bolhas ou outros sinais sugestivos de enfisema, hiperdistensão pulmonar isolada. Tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) Aumento da vascularização com indefinição de seus contornos, espessamento de paredes brônquicas e alguns focos de consolidação que podem traduzir lesões cicatriciais ou processos infecciosos em atividade. Hemograma Aumento do número de hemácias e do hematócrito (resposta secundária da medula óssea à hipoxemia) Classificação de DPOC Amanda Sabbá – A12 9.2 Redução dos fatores de risco - Reduzir exposição aos agentes nocivos desencadeantes (fumaça do tabaco, produtor químicos ocupacionais, poeira) - Cessar o tabagismo é a melhor maneira de prevenir/tentar limitar progressão da DPOC (evidência A) - Adotar medidas de auxílio farmacológicas à cessação do tabaco, quando necessário e quando não houverem fatores que impossibilitem essa conduta. - Pode-se reduzir a progressão de doenças respiratórias ao usar estratégias que reduzam o impacto da exposição a partículas e gases nocivos (evidência B) 9.3 Conduta na DPOC estável Educação Farmacológica Não farmacológica 9.3.1 Farmacológica Amanda Sabbá – A12 - O tratamento medicamentoso da DPOC não consegue diminuir o declínio de função pulmonar (evidência A), então ele é feito para diminuir os sintomas e/ou complicações. - Os broncodilatores são fundamentais para o tratamento sintomático da DPOC. Eles podem ser prescritos com base na necessidade ou de forma regular, a fim de prevenirem ou reduzirem os sintomas (Evidência A ). Os principais tratamentos broncodilatadores são os β2 agonistas, os anticolinérgicos e a teofilina, isolados ou em combinação. A VIA INALATÓRIA DEVE SER PREFERIDA! - A escolha do fármaco ou terapia combinada depende da disponibilidade das drogas e da resposta do paciente em termos do alívio dos sintomas e efeitos colaterais. Broncodilatadores - Dar preferência aos de longa duração. Em comparação ao aumento de dosagem, a melhor opção é a terapia combinada. - São eles: β2 agonistas, xantinas e anticolinérgicos. β2 agonistas - Curta(Salbutamol e Fenoterol) ou longa duração (Formoterol, Salmeterol, Bambuterol, indacaterol). Metilxantinas (última opção terapêutica) - Relaxamento da musculatura lisa dos brônquios - Aumento da contratilidade e endurance do diafragma - Melhora do débito cardíaco - Diminuição da resistência vascular pulmonar - Poucos efeitos tóxicos Opções: Aminofilina, Teofilina, Acebrofilina e Bamifilina. Prolongam a meia vida da Teofilina: Macrolídeos, Quinolonas, Antibióticos, Bloqueadores H2 e Propranolol. Anticolinérgicos - Sozinho ou acompanhado, possui bom custo-benefício. Corticóides inalatórios - O uso regular de corticóides inalatórios deve ser prescrito apenas para pacientes com resposta espirométrica documentada ao uso de corticóide, ou em pacientes com um VEF1 < Amanda Sabbá – A12 50% do previsto e com exacerbações repetidas, que necessitem de tratamento com antibióticos e/ou corticóides sistêmicos (Evidência B). - Avaliar sensibilidade com droga oral em 14 dias. - Dose preconizada: mínima dose oral ou dose inalatória. - O tratamento crônico com estes fármacos deve ser evitado devido ao custo-benefício. - Sintomas de fadiga e dispnéia melhoram com treinamento físico (evidência A). Medidas preventivas secundárias - Reabilitação Pulmonar - Educação do Paciente - Orientação Nutricional - Exercícios - Reaprendizado da Respiração - Suporte Psicossocial Amanda Sabbá – A12 Oxigenoterapia - A administração de oxigênio a longo prazo (> 15 horas por dia) aos pacientes com insuficiência respiratória crônica tem se mostrado eficaz no aumento da sobrevida dos mesmos (Evidência A). - Doses O2 (litros/min) FiO2 (%) 4 24 6 28 8 31 10 35 12 40 Opções cirúrgicas - Bulectomia: consiste na excisão cirúrgica de grande bolha de enfisema (bolha que comprometa mais de 50% da área pulmonar). - Pneumoplastia redutora: É uma operação que consiste na ressecção das áreas pulmonares mais intensamente afetadas pelo enfisema, de modo a permitir que áreas remanescentes, também doentes, porém menos comprometidas, possam realizar sua função. Pode ser uma alternativa para indivíduos com doença grave ou muito grave, com áreas de enfisema concentrada nos lobos pulmonares superiores e que apresentam baixa capacidade de exercício, mesmo após otimização do tratamento clinico e participação em programa de reabilitação pulmonar. - Transplante Pulmonar: Considerado uma alternativa terapêutica para pacientes com doença pulmonar em estágio avançado sem resposta aos tratamentos disponíveis. - Válvulas unidirecionais ou stents brônquicos: com auxílio de broncoscopio, o médico coloca cerca de 3 válvulas no brônquio afetado. Quando o paciente expira, a válvula se fecha, permitindo a distribuição do ar. Quando inspira, se abre, permitindo a saida do ar. 10. Exarcebação Fatores pulmonares: infecção respiratória; tromboembolismo pulmonar; pneumotórax; deterioração da própria doença de base. Fatores extrapulmonares: alterações cardíacas (arritmias, infartos, descompensação cardíaca); uso de sedativos e outras drogas. A infecção respiratória constitui a principal causa de agudização em DPOC; o Sua principal característica, em geral restrita à mucosa brônquica, é uma alteração no aspecto e/ou na quantidade de secreção eliminada, que passa de mucóide para purulenta e tem seu volume aumentado e se acompanha do aumento da dispnéia do paciente. Amanda Sabbá – A12 o Agentes etiológicos mais comuns são: Haemophilus influenzae (50%), Streptococcus pneumoniae, Moraxella catarrhalis e os vírus respiratórios; Terapêutica: As exacerbações podem ser tratadas em ambulatório ou hospital, dependendo da gravidade do quadro. Condições indicativas de internação: - Insuficiência respiratória aguda grave Aumento acentuado da dispnéia Distúrbios de conduta ou hipersonolência Incapacidade para se alimentar, dormir ou deambular. - Hipoxemia refratária, hipercapnia com acidose (comparar com gasometrias prévias do paciente); - Complicações como embolia pulmonar, pneumonia ou pneumotórax; - Insuficiência cardíaca descompensada ou descompensação de outra condição associada, como diabetes; - Impossibilidade de realizar corretamente o tratamento ambulatorial, por falta de condição socioeconômica; - Necessidade de procedimentos invasivos como broncoscopia, biópsia transbrônquica ou biópsia transparietal com agulha; - Necessidade de realizar procedimentos médicos ou cirúrgicos que requeiram o uso de hipnoanalgésicos, sedativos ou anestésicosprocedimentos médicos ou cirúrgicos que requeiram o uso de hipnoanalgésicos, sedativos ou anestésicos. 11. Questõesa serem abordadas O que é enfisema pulmonar? O enfisema é considerado hoje como uma das anormalidades anátomo-patológicas associadas à DPOC. O enfisema é definido anatomicamente como um alargamento anormal, permanente, dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado de destruição de suas paredes, sem fibrose óbvia. Em termos fisiopatológicos a inflamação existente na DPOC, juntamente com participação do estresse oxidativo e do desequilíbrio entre proteases e antiproteases levam à destruição da parede alveolar e conseqüente perda dos pontos de fixação das vias aéreas terminais aos alvéolos, com colapso expiratório dos mesmos, limitação do fluxo aéreo e hiperinsuflação pulmonar. Do ponto de vista clínico é comum associar-se o enfisema à dispnéia da DPOC, embora essa seja resultado da combinação de enfisema e bronquiolite obstrutiva. O que é bronquite crônica? Amanda Sabbá – A12 Enquanto o enfisema é definido primariamente em termos anatômicos, a bronquite crônica é definida clinicamente, estando associada à presença de expectoração. Classicamente a bronquite crônica é definida pela presença de expectoração por tempo prolongado, citado como pelo menos três meses ao ano, em dois anos sucessivos, estando afastadas outras causas capazes de produzir expectoração crônica. Do ponto de vista anátomo-patológico a bronquite crônica está associada a uma hipertrofia das glândulas mucosas e das células caliciformes, em vias aéreas centrais. Quais são os achados do exame físico do paciente com DPOC? O exame físico do paciente com DPOC pode variar de normal, ou quase normal, a acentuadamente alterado. Aquele exame classicamente descrito de tórax em tonel, com redução do espaço da fúrcula à cartilagem cricóide, com hipersonoridade à percussão e murmúrio respiratório diminuído à ausculta, é pouco freqüente, e vai estar presente nos pacientes em fase avançada da doença. Nas fases avançadas da DPOC podemos observar ainda sinais de cor-pulmonale, ou seja, sinais de insuficiência cardíaca direita: turgência jugular, hepatomegalia e edema de membros inferiores. Como diferenciar DPOC de Asma? O que é DPOC estável? É a fase da DPOC em que há estabilidade clínica, ou seja, momento em que o paciente não apresenta agudização dos sintomas. Por que deve se utilizar preferencialmente a via inalatória para a administração dos broncodilatadores no tratamento da DPOC? A maior vantagem da utilização da via inalatória para a administração dos broncodilatadores no tratamento da DPOC é a possibilidade de se obter maior efeito terapêutico associado a menores efeitos sistêmicos. Isso ocorre em função da droga atuar diretamente sobre a mucosa respiratória, permitindo a utilização de dosagens relativamente Amanda Sabbá – A12 pequenas e por conseqüência baixas concentrações séricas. Além disso, a via inalatória permite início de ação muito mais rápido do que quando se emprega a via sistêmica. Qual o papel dos antitussígenos, expectorantes ou mucolíticos no tratamento da DPOC? Os antitussígenos estão virtualmente contra-indicados em pacientes com tosse produtiva, como ocorre na DPOC, visto que podem promover retenção de secreções.