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* * Métodos Diagnósticos em Alergia “ In vivo “ e “In Vitro “ NILZA OLIVEIRA * * Objetivos : . Enfatizar a importância da história clínica e exame físico nas doenças alérgicas. . Relacionar exames complementares inespecíficos , que auxiliam no diagnóstico das doenças alérgicas. . Descrever métodos diagnósticos “in vivo” e “in vitro “ que são atualmente utilizados na prática clínica . . Interpretar os exames complementares. * * 1. História clínica . Idade do paciente . Tipo de parto / aleitamento materno . Tipo de alergia . Início da doença . Circunstâncias que estas ocorrem . Hábitos de vida . Condições de moradia . Antecedentes familiares . Dados epidemiológicos * * 2. Exame Físico Abordar o paciente como um todo e não como um sistema isolado. Geral : fácies, mucosas, gânglios Rinoscopia anterior Orofaringe Otoscopia ACV AP Abdomen Pele e anexos * * 3. Exames Complementares Inespecíficos 3.1 Hemograma com VSH Anemia Leucopenia Agranulocitose Eosinofilia 3.2 Exames Radiológicos 3.3 Eas 3.4 EPF * * 4. Métodos diagnósticos “in vivo” 4.1 Testes cutâneos de leitura Imediata: .Escarificação .Puntura ou “prick test “ .Teste intradérmico 4.2 Testes cutâneos de leitura tardia: .Teste de contato ou “patch test “ .Teste intradérmico 4.3 Testes de provocação .Oral .Ocular .Nasal .Bronquica * * Escarificação . Técnica . Baixa especificidade . Alta sensibilidade . Desvantagens : Não se tem segurança da quantidade de antígeno introduzido. Não é utilizado de rotina, devido ao possível risco de doenças infecto-contagiosas. * * Teste de Puntura . Alérgenos : Inalantes, alimentos,insetos . Controles: Positivo – Histamina ou codeína Negativo – solução salina ou diluente .O tamanho da pápula e da reação controle positivo, constituem a base para avaliação do teste. * * Técnica do teste de puntura * * Teste de puntura .Reação Imediata : Pápula: resultado da liberação de histamina pelos mastócitos e de sua ligação com rereceptores na microcirculação; levando aumento da permeabilidade vascular. Eritema : resultado da vasodilatação neurogênica. * * Teste de puntura Considerações gerais: . Quanto maior a reação, maior a correlação com o quadro clínico , embora o teste de puntura ,por si só , não estabeleça sensibilização clínica .Pode ocorrer reação cutânea tardia , que surge 1 a 2 hs. após a aplicação , com pico entre 6 a 12 hs. , desaparecendo após 24 a 48 hs. .O tratamento não deve ser baseado na reação. * * Prick-to-prick .Frutas e legumes podem ser testados in na- tura quando existe uma forte suspeita clíni- ca de alergia a um determinado alimento com prick test negativo. * * Teste Intradérmico * * Leitura do teste intradérmico .É considerado positivo uma pápula > 3mm + : eritema maior que o controle. ++ : eritema maior que 21 mm . +++ : eritema e edema , sem pseudópodos. ++++ : eritema , edema e pseudópodos. . Existe uma forte correlação entre o eritema e a pápula. . Teste com auto-soro ( urticárias crônicas e doenças auto-imunes) * * Teste de Puntura .Leitura: Negativo : pápula inferior a 3mm + : pápula superior a 3mm e menor que a pápula da histamina ++ : pápula de diâmetro igual da histamina +++ : pápula maior que da histamina ++++ : pápula maior que a histamina com pseudópodos * * * * Causas de erros nos testes cutâneos 1. Reações falso negativas a) Em relação ao alérgeno: . Fraca potência . Alérgeno in natura b) Em relação a técnica : . Escarificação ou puntura muito superficial . Intradérmico muito profundo c) Inerentes ao indivíduo : . Sensibilidade localizada . Ausência temporária ou definitiva de sensibilização cutânea (febre , senilidade, desnutrição, doenças infecciosas * * Causas de erros nos testes cutâneos 2. Reações falso positivas a) Em relação ao alérgeno : . Extratos contendo irritantes . Alérgeno contaminado b) Em relação a técnica : . Traumatismo causado pela agulha . Excesso de alérgeno injetado . Testes próximos das superfícies de flexão . Mistura de alérgenos c) Inerentes ao paciente : . Sensibilidade individual aos outros componentes do extrato ( fenol , thimerosal ) . Pacientes com dermatoses ( dermografismo , d.atópica , psoríase, urticária , etc ... ) * * Dermografismo * * Drogas que inibem a resposta cutânea aos alérgenos 1. Anti-histamínicos : . Primeira geração ( 2 a 4 dias ) Hidroxizine Dexclorfeniramina Clemastina . Segunda geração ( uma semana ) Loratadina Fenoxifenadina Cetirizina * * Drogas que inibem a resposta cutânea aos alérgenos . Cetotifeno ( 30 dias ) . Cromoglicato dissódico ( 12 a 24 hs. ) . Antileucotrienos ( 48 a 72 hs ) Monterlucast . Anti-H2 ( 24 hs ) Cimetidina Ranitidina * * Drogas que inibem a resposta cutânea aos alérgenos 2. Corticosteróides : . Sistêmicos ( dose dependente ) 30 mg / semana > 20 mg por tempo prolongado . Tópicos ( uma semana ) 3. Antidepressivo Tricíclicos ( 2 semanas ) 4. Neurolépticos ( 48 hs ) 5. Salbutamol e terbutalina ( 12 hs ) * * Testes cutâneos que avaliam a Imunidade Celular 1. Teste de contato ou “ patch test “ Visa a reprodução de uma condição obser- vada clinicamente pela aplicação da substân- cias na pele. É usado para descobrir e /ou con- firmar a causa da dermatite de contato. * * Técnica do teste de contato * * Leitura do teste de contato - negativo + eritema ++ eritema e edema +++ eritema , edema , vesículas ++++ eritema ,edema , vesículas e ulcerações * * * * * * * * * * Variáveis do teste de contato . Fotossensibilização ( radiação ultravioleta ) .Teste aberto de aplicação repetida Pesquisa de reações a drogas de uso tópico, alguns cosméticos e irritrantes. .Teste de contato de leitura imediata Pesquisa causas de urticária de contato .Teste do dedo de luva Alergia ao látex * * Reações falso-negativas . Alérgeno em concentração inadequada . Falha na produção de condições de exposição ao alérgeno . Pele refratária ao alérgeno . Uso de corticosteróides sistêmicos * * Reações falso-positivas . Material em concentração excessiva . Pele hiperirritável . Infecção bacteriana no local do teste . Irritação primária . Sensibilização ao esparadrapo * * Síndrome da pele excitada ou Angry-back * * Complicações do teste de contato .Sensibilização do paciente com os materiais empregados no teste .Exacerbação da dermatite original .Reações localizadas muito intensas .Reações sistêmicas * * 2.Testes intradérmicos . Antígenos : PPD , candidina , tricofitina . . Anergia : Demonstra deficiência da imunidade celular ou a ausência de sensibilização prévia. * * Técnica * * Leitura . 48 a 72 hs. : É medido o diâmetro transversal da enduração em mm. 1 antígeno > 5 mm 2 ou + antígenos > 2mm Imunidade celular preservada. * * * * Testes de Provocação . Teste de provocação oral . Drogas . Alimentos . Teste de provocação conjuntival . Teste de provocação nasal . Teste de provocação brônquica * * Métodos diagnósticos “in vitro “ Indicações: . Dermografismo . Uso de anti-histamínicos ou outros medica- mentos . Pacientes não cooperativos . Indivíduos com risco de anafilaxia com o prick test . Alergia a medicamentos ? * * Medida de IgE total . É realizado por ensaio imunoenzimático (ELISA) . Seu principal uso é para identificação de doenças alérgicas ou para prever risco de desenvolvimento. . O resultado é quantitativo, podendo ser expresso em (1 UI/mL , KU/L ou em ng/mL ) * * Fatores que contribuem para o nível sérico de IgE Predisposição genética Fatores ambientais Infecções Idade Tipo e intensidade de exposições alérgicas * * IgE total elevada . Dermatite atópica, asma , rinite . Sinusite crônica por fungos . Mieloma IgE . Nefrite Intersticial por drogas . Síndrome de hiper- IgE . Alguns estágios de infecção pelo HIV . Doenças parasitárias .Aspergilose pulmonar alérgica * * Medida de IgE específica RAST ( Radio Allergo Sorbent Test) Auxilia no diagnóstico e em algumas ocasiões no monitoramento da evolução do paciente atópico Devem ser evitadas : .Em reações não mediadas por IgE .Alérgenos que o paciente não tem contato .Agentes que não induzem a produção de IgE A seleção do alérgeno deve ser baseado na história clínica e no exame do paciente * * Medida de IgE específica * * Expressão de Resultados Classes: 0 ( inferior a 0,35 KU/L) : Indetectável 1 ( 0,35 a 0,70 KU/L ) : Fraco 2 (0,70 a 3,50 KU/L ) : Moderado 3 (3,50 a 17,50 KU/L) :Forte 4 (17,50 a 50 KU/L ) : Muito forte 5 (50 a 100 KU /L ) : Muito forte 6 ( superior a 100 KU/L ) : Muito forte * * * * Novas abordagens no diagnóstico da sensibilização alérgica mediada por IgE Extratos recombinantes: . ImmunoCAP . Microarray Marcadores celulares . Triptase ( VN< de 2O micrograma/ L ) : . Proteína catiônica eosinofílica (sangue,lavado broncoalveolar, escarro) * * Testes “in vitro” para avaliação da imunidade celular Indicações : a) Avaliar a função celular em pacientes com infecções recorrentes ,por fungos,micobac- térias e protozoários b) Avaliar imunossupressão c) Certos casos de hipersensibilidade a drogas d) Doenças auto-imunes * * Métodos não específicos de avaliar a competência celular a) Contagem absoluta de linfócitos < 1200 / mm3 b) Marcadores anti-CD3 de superfície c) Contagem de CD4 e CD8 d) Ativação do linfócito T pela IL2 e) Porcetagem relativa de CD45RO+ e CD29+ Avalia linfócitos T de memória f) Medida de CD63 e do CD203c Avalia ativação dos basófilos * * “Deve-se evitar rotular qualquer paciente de alérgico quando não se possui uma história clínica bem colhida, um exame físico bem fei- to e um teste alérgico adequadamente reali- zado” . * * “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende…” Vivendo se aprende, mas o que se aprende mais, é só a fazer outras maiores perguntas.” Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas * *
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