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6. Osteoporose Definição →Redução da massa óssea resultando em alteração da arquitetura óssea e risco de fratura →Condição óssea que será caracterizada como doença se for após a menopausa, induzida por drogas, relacionada à inflamação, neoplasia ou imobilidade, etc →Após a menopausa, ocorre redução dos níveis de estrogênio, levando à osteoporose pós- menopausa Epidemiologia →Afeta 40% das mulheres brancas →Faixa etária acima dos 55 anos →Aproximadamente ⅔ das fraturas vertebrais são assintomáticas ou pouco sensíveis →Os locais mais comuns de fraturas de vértebra são T10 a L1 →A fratura do colo do fêmur é a mais grave, devido à embolia gordurosa (risco de TEP e IAM). Nesses casos, o paciente evolui a óbito nos primeiros 6 meses após a fratura. Fatores de Risco Os fatores de risco para perda de massa óssea são: →Genética (histórico familiar) →Mulheres caucasianas (pele clara e olhos claros) > orientais > negras →Faixa etária após a menopausa →História ginecológica Se a menarca for tardia e a menopausa for precoce ou se os ovários foram retirados precocemente, houve pouco tempo de ação estrogênica, consequentemente, maior é o risco de osteoporose. →Mulheres magras Possuem menos massa muscular e menos massa óssea. →Atividade física em excesso As atletas de alto rendimento possuem pouca gordura corporal, resultando em diminuição da síntese de estrogênio e menopausa precoce. →Baixa ingesta de cálcio na alimentação Abaixo dos 30 anos, a necessidade diária de cálcio, que pode ser obtido através de leite e derivados, é em torno de 800 a 1000 mg. Um copo americano com 250 ml de leite possui, aproximadamente, 250 mg de cálcio. →Doença inflamatória intestinal, cirurgia bariátrica, tabagismo e consumo de cafeína (café, chá-, coca-cola). Tais condições diminuem a absorção entérica do cálcio →Corticoide e doenças inflamatórias (artrite reumatóide, artrite psoriática, espondilite anquilosante) Aumentam a produção de TNF-alfa que estimula a produção de RANKL. →Imobilidade > 30 dias A ação da gravidade é importante para estimular a produção óssea. Fases de Remodelamento Ósseo →Fase quiescente: equilíbrio entre a formação e a reabsorção dos ossos →Fase de reabsorção: formação da lacuna de Howship pelos Osteoclastos →Fase reversa: produção de osteoprotegerina pelos osteoblastos →Fase de formação (inicial): formação do osso →Fase de formação (tardia): calcificação Fisiopatologia 1) Produção do RANKL pelo osteoblasto O osteoblasto também produz osteoprotegerina, a qual se liga ao RANKL e impede a ativação do pré-osteoclasto em osteoclasto. O estrogênio estimula a produção de osteoprotegerina, com isso, há proteção contra a osteoporose devido à diminuição da reabsorção óssea. Na menopausa, a proteção estrogênica diminui, resultando em maior atividade do RANKL. 2) Ligação do RANKL ao receptor RANK no pré-osteoclasto 3) Ativação do osteoclasto que realiza reabsorção óssea 4) Reabsorção do cálcio 5) Osteoclasto entra em apoptose Este é o mecanismo principal fisiopatológico da osteoporose que se segue nos seguintes quadros: →Deficiência de hormônios sexuais O estrógeno inibe a formação e atividade do osteoclasto. Quando a mulher entra na menopausa, perde-se o fator protetor do estrógeno que inibe a ligação do RANK no RANKL e há a redução de osteoprotegerina. →Hipotireoidismo secundário A menor exposição solar, imobilidade e nutrição adequada levam à menos absorção de vitamina D, acarretando numa hiperfunção da paratireoide para correção do cálcio pelo mecanismo do PTH. →Perda óssea decorrente da diminuição da formação óssea Pela diminuição natural do GH →Adipogênese da medula óssea Lipotoxicidade que diminui a ação dos osteoclastos acarretam numa menos formação óssea →Osteosarcopenia e atividade física A menor interação da ação musculo-osso fazem com que haja uma diminuição da ação da osteoprotegerina e osteocalcina, que estimulam o anabolismo muscular. Decorrente disso, há um aumento de RANKL, IL1-, IL-6, IL17 e TNF alfa, desencadeando uma maior atividade do osteoclasto e da atividade reabsortiva óssea. Metabolismo do cálcio e correção da calcemia →PTH: atuação óssea e renal Diante de hipocalcemia, ocorre liberação do PTH. Trata-se de um hiperparatireoidismo secundário à falta de cálcio. Nos ossos, o PTH estimula a reabsorção óssea pelos osteoclastos. Nos rins, o PTH acelera a conversão de vitamina D e poupa a perda de cálcio. →Vitamina D O sol realiza a conversão de dehidrocolesterol em vitamina D (1ª etapa) que segue para o fígado, no qual é convertido em 25-OH- calciferol (2ª etapa) e, posteriormente, se direciona aos rins para ser convertido em 1,25-OH-calciferol (3ª etapa). As etapas que ocorrem no fígado e nos rins são denominadas hidroxilação. No intestino, a vitamina D aumenta a absorção de cálcio, proveniente da alimentação, e eleva a calcemia. →Calcitonina Diante de hipercalcemia, ocorre liberação de calcitonina, a qual inibe a reabsorção óssea, permitindo a redução da calcemia. Elementos importantes para a formação dos ossos A partir dos 30 anos, há maior tendência à reabsorção do que à formação de ossos. Quadro clínico →Fatores de risco para perda de massa óssea →Os locais mais comuns de fraturas de vértebra são T10 a L1, devido à maior mobilidade nessa região →Assintomático A dor é percebida apenas quando existem fraturas; a osteoporose por si só não é dolorosa. →Tipos de fratura nas vértebras - Achatamento - Encunhamento - Colapso (fratura total) →Mudança na postura (aumento da cifose) e diminuição da estaturadas pacientes Exames →Raio-X simples: coluna lombar (L1 a L4) e colo do fêmur, pois são os locais de maior incidência de fraturas →Densitometria óssea (T-score para mulheres na menopausa) - Osteopenia: entre -1 desvio-padrão e -2,5 desvios-padrão - Osteoporose: acima de -2,5 desvios- padrão A densitometria óssea prevê as mulheres com maior risco de osteoporose, permitindo direcionar o tratamento. Obs.: O Z-score permite comparar o paciente com pessoas da mesma idade, raça e sexo, ao passo que o T-score permite comparar o paciente com pessoas mais jovens, da mesma raça e sexo. Tratamento →Não-farmacológico - Alimentação - Atividade física - Corrigir hábitos e vícios: consumo de café, tabagismo e etilismo →Farmacológico - Reposição de estrogênio (se possível) - Suplementação de vitamina D e cálcio (se alterados) Vitamina D: acima de 30 ng/dL, está suficiente; entre 20 e 29 ng/dL, é deficiente; abaixo de 20 ng/dL, é insuficiente - Teriparatida (PTH) Se utilizado em doses baixas todos os dias, estimula a formação óssea. - Anti-reabsortivos: Bifosfonatos Simultaneamente à reabsorção óssea, os osteoclastos absorvem partículas desses sais e entram em apoptose. Os Bifosfonatos são administrados via oral ou via injetável; paralelamente à correção de vitamina D e cálcio. - Anti-reabsortivos biológicos: anticorpos monoclonais anti-RANKL O anti-RANKL é administrado via subcutânea e impede a ativação do pré-osteoclasto em osteoclasto.
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