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Esqueleto para sentença - Rschmitt

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SENTENÇA PENAL.
RELATÓRIO – ART. 381, I E II DO CPP.
Ação penal: nº 00012345-67.2014.811.0042
Autor: Fulano de Beltrano, vulgo “FB” – se houver mais de um réu não usar a expressão “e outros” – deve se individualizar todos os réus.
Vitima: Chevetino Fuscas
Vistos e examinados.
Trata-se de ação penal, proposta pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por intermédio de seu (sua) representante legal, em exercício neste Juízo, no uso da suas atribuições legais, ofertando por meio de denuncia (fls.) contra FULANO DE BELTRANO, vulgo “FB”, (qualificação não é comum) como incurso no artigo 121, “caput”, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, porque segundo o órgão acusador: “no dia 12/12/2012, por volta das 23:59 horas, no bairro do porto, rua do piqui, o denunciado com ‘animus necandi’ fez disparar seu revolver calibre .04 da marca taurus, numeração raspada contra CHEVETINO FUSCAS, atingindo-o de forma perfunctória na região do ante braço...
( Deve constar e suma: n. do processo, o nome ou identificação das partes, (259 CPP) resumo da acuação, data do recebimento da denuncia, a ocorrência da citação regular do réu, as oitivas das testemunhas, o interrogatório, documentos que foram acostados nos autos, resumo da defesa, se há incidentes – se houver a sua respectiva decisão (95 CPP) - , o requerimento de diligencias (499 CPP – quando aplicável), resumo das alegações finais e seus requerimentos finais.
MOTIVAÇÃO OU FUNDAMENTAÇÃO –ART. 381, III E IV DO CPP.
Abrange as preliminares e a questão de mérito. Todas as teses defensivas devem ser apreciadas.
DECIDO.
Ante a exigência da fundamentação, uma garantia fundamental, com previsão no art. 93, IX da CF, logicamente que sua ausência acarretaria a sua nulidade (art. 564, III, “m”do CPP), passo a tecer as motivações deste(a) julgador(ra).
Analisar a conduta do réu, crime por crime:
Materialidade
“A materialidade do delito se encontra cabalmente comprovada nos autos, por meio do laudo pericial (exame tanatoscópico)de fls._ e pelo auto de exibição e apreensão de fl._, os quais atestam de forma cristalina a ocorrência do fato.”
Autoria
“com relação a autoria e responsabilidade penal do réu, necessários se torna proceder a análise das provas carreadas aos autos, cotejando-as com o fato descrito na denúncia.”
“Denoto, no entanto, que a versão trazida ao juízo, onde busca se eximir da responsabilidade penal pela pratica do delito de ____, encontra-se em total divergência com todas as demais provas coletadas nos autos, o que torna sua alegação desprovida de elementos que a consubstanciem, não podendo, desta forma, tê-la como verdade absoluta, por se encontrar sem qualquer respaldo probatório.
 
Em decorrência da analise e da valoração dos depoimentos colhidos na fase policial, confrontados com a prova testemunhal coletada em juízo, sobretudo, pelas declarações consistentes e seguras pela (vitima ou testemunha chave), o que demonstra a existência de um conjunto probatório coerente e harmônico entre si.
Diante do exposto, duvidas não pairam quanto a autoria e a responsabilidade penal do réu na pratica do delito em exame, razão pela qual, encontra-se incurso nas sanções previstas pelos artigos_____”.
nexo causal
teses defensivas
tipicidade
Sendo preciso, acrescentar na analise:
concurso de crimes
concurso de agentes
qualificadoras
circunstancias atenuantes ou agravantes
causas de diminuição da pena ou do aumento da pena
No crime de trafico de drogas há de se observar ainda o que determina a lei 11.343/06 no art. 52, I.
natureza e quantidade da substancia ou do produto apreendido
local e condições em que se desenvolveu a ação criminosa
circunstancias da prisão
conduta e antecedentes do agente.
Deverá ser adotado para aplicação da pena o critério trifásico consagrado no artigo 68, caput, do CP, o qual estabelece as seguintes etapas para sua fixação;
pena base, em analise as circunstancias judiciais (59 CP), com a escolha da pena a ser aplicada entre as cominadas no tipo penal (inc. I), a quantidade de pena aplicável, entre os limites previstos (inc. II), o regime inicial de cumprimento da pena (inc. III) e a possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por outra espécie de pena, se cabível (inc. IV);
Exame das circunstancias legais atenuantes e agravantes previstas nos artigos 61,62,65,66 e 67 do CP;
Exame das causas especiais de diminuição e de aumento de pena prevista na parte geral e especial do CP (OBS art. 68, p.u do CP);
O estabelecimento do regime especial prisional para o cumprimento de pena privativa de liberdade (art. 33, §2 e 3 c/c 59, III do CP – quanto aos arts. 2º, parágrafo 1º da Lei 8.072/90 e 1º, parágrafo 7º da lei 9455/97 – sumula 698 do STF;
Substituição da pena privativa de liberdade paliçada por outra espécie de pena, se cabível (44 CP);
A concessão do beneficio da suspensão condicional da execução da pena (sursis), se cabível (77 CP);
A possibilidade de o sentenciado recorrer ou não em liberdade ( 594 CPP, 59 da 11.343/06, 2º; § 2º da lei 8072/90 – SUMULA 347 DO STJ
Expedição de mandado de prisão ou de alvará de soltura, se for o caso;
Os efeitos não automáticos da condenação, se houver (92 do CP)
O regramento das disposições finais:
- pagamento de custas processuais
- inclusão do nome do réu no rol dos culpados
- expedição de guia de recolhimento ou execução
- comunicação da condenação ao TER, do respectivo estado.
- recolhimento do valor referente a pena de multa, se houver condenação
- comunicação ao órgão estadual competente que mantém cadastro de antecedentes criminais
- comando para publicação, registro e intimação da decisão.
PARTE DISPOSITIVA OU CONCLUSIVA – ART. 381, V DO CPP.
PARTE AUTENTICATVA – ART. 381, VI DO CPP.
INDIVIDUALIZÇAO DA PENA
Com previsão no art. 5º XLVI da CF.
( Dosimetria da pena no sistema trifásico:
1º - Fase: Circunstancias judiciais, art. 59 do CP.
Culpabilidade: não confundir com pressuposto de aplicação da pena, refere-se exclusivamente ao agente, dizendo respeito à censurabilidade deve, hoje, ser entendida e concretamente fundamentada na reprovação social que o crime e o autor do fato merecem (...) juízo de reprovação que recai sobre o agente imputável que praticou o fato ilícito de forma consciente, cuja conduta podia pratica-la ou evita-la. Quanto mais reprovável a conduta maior a pena base.
Antecedentes: circunstancias judiciais de maior relevo à fixação da pena-base, uma vez que sua valoração negativa implica em afirmar que a condenação anterior não cumpriu seu papel reabilitador frente ao agente, o que conduz, na maioria das vezes, a necessidade da exasperação da pena do mínimo legal previsto em abstrato. Ter antecedente é ter sentença penal condenatória transitada em julgado. Não usar como maus antecedentes e também como reincidências sob pena do bis in idem. Sumula 241 do STJ. Exemplo: “ O réu e possuidor de maus antecedentes, em vista da informação trazida pela certidão de fls._, a qual, noticia a existência de uma condenação penal anterior transitada em julgado, mas, tendo em vista que tal circunstancia implica ao mesmo tempo em reincidência deixo de valorá-la, reservando sua aplicação para a segunda fase da dosimetria da pena, em observância a Súmula 241 do STJ, como forma de não incorrer em bis in idem”
Conduta Social: Trata-se de comportamento do agente no seio social, familiar e profissional. Devem ser valorados o relacionamento familiar, a integração comunitária e a responsabilidade funcional do agente. Server para aferir sua relação de afetividade com os membros da família, o grau de importância na estrutura familiar, o conceito dos parentes as pessoas que residem em sua rua. Exemplos: “ o réu e possuidor de bons antecedentes” “ poucos elementos foram coletados a respeito de sua conduta social, razão pela qual deixo de valorá-la”
Personalidadedo Agente: refere-se ao seu caráter como pessoa humana. Serve para demonstrar a índole do agente, seu temperamento. São os casos de sensibilidade, controle emocional, predisposição agressiva, discussões antecipadas, e outras. Circunstancia de alta complexidade, visto necessitar, de que o julgador adentre o psicológico do réu, matéria dada à outra ciência, o que só poderia ser realizado mediante um laudo psicológico. Por isso muitos usam a expressão “personalidade voltada à pratica delituosa” - O QUE NÃO DEVE SER UTILIZADA – pois estaria se ferindo o principio constitucional da presunção de inocência, a mingua da existência de sentença penal condenatória transitada em julgado que atribua ao agente a autoria em outra pratica delituosa anterior ou quiçá, na hipótese da existência de decisão definitiva. Exemplos: “Poucos elementos se coletaram sobre a personalidade do agente, razão pela qual deixo de valorá-la”, “não existem nos autos elementos suficientes à aferição da personalidade do agente, razão pela qual deixo de valorá-la”, “ o relatório psicossocial acostado aos autos (fls.) revela que o agente possui personalidade deturpada, uma vez que se mostra agressivo, egoísta e sem qualquer sentimento humanitário, o que demonstra a necessidade de sua valoração negativa”
Motivos do Crime: É o fator intimo que desencadeia a ação criminosa (honra, moral, inveja, cobiça, futilidade, torpeza amor, luxuria, malvadez, gratidão, prepotência). Devem ser valorados tão somente os motivos que extrapolem os previstos no próprio tipo penal, sob pena de se incorrer bis in idem. Cada delito possui o motivo, e deverá ser motivado. ATENÇÃO: existem motivos do crime previstos como circunstancias legais – atenuantes e agravantes – sendo que, neste casos, deverão ser valorados tão somente na segunda fase da aplicação da pena. Por sua vez, em sendo rotulados como qualificadoras, os motivos do crime deve, ser levados em consideração para alterar a própria tipificação legal do delito, não podendo ser novamente valorados nas circunstancias judiciais ou nas legais. Exemplo: “O motivo do delito se revelou reprovável, uma vez que o réu desviou verbas públicas com o intuito de saldar divida pessoal, a qual estava sendo objeto de execução judicial”; “O motivo do crime se constitui em circunstancia legal agravante, qual seja, a futilidade da conduta, a qual será observada na fase seguir, razão pela qual, deixo de valorá-la neste momento, como forma de não incorrer bis in idem”
Circunstâncias do crime: Trata-se do modus operandi empregado na pratica do delito. São elementos que não compõem o crime, mas que influenciam em sua gravidade, tais como o estado de animo do agente, o local da ação delituosa, as condições de tempo e o modo de agir, o objeto utilizado, dentre outros. As circunstancias do crime não interferem na qualidade do crime, mas sim na qualidade e na quantidade da pena a ser aplicada. Devemos nos recordar que apenas as circunstancias de caráter objetivos se comunicam, não ocorrendo o mesmo em relação as de caráter subjetivo, salvo como elementares do crime (30 CP). As circunstancias ou as condições de caráter objetivo somente se comunicam quando houver comprovação do conhecimento prévio dos co-autores ou participes, salvo contrario igualmente, serão incomunicáveis. Exemplos: “As circunstancias em que ocorreu o crime demonstram uma maior ousadia do réu em sua execução, uma vez que praticou o delito a plena luz do dia e em local de grande movimentação de pessoas, o que não o beneficia em hipótese alguma” “ As circunstancias do crime, quais sejam,____, favorecem o réu”.
Consequências do crime: Revela-se pelo resultado da própria ação do agente.São os efeitos de sua conduta. Devem ser aferidos o maior ou o menor dano causado pelo modo de agir. Busca-se analisar o alarme social do fato, bem como sua maior ou menor repercussão e efeitos. Devemos buscas algo que não seja inerente ao próprio tipo, sob pena de incorremos em bis in idem. A valoração das conseqüências do crime exige um plus que deriva do ato ilícito praticado, não podendo ser próprio do tipo. Exemplo: “As conseqüências do crime são graves e desfavoráveis, ante a eliminação prematura de uma vida humana, que deixou seis filhos menores, viúva e sua genitora que dependia da vitima.”,
Comportamento da vítima: Se revela por uma simples expressão: provocação. Exemplo: “A vitima em nenhum momento colaborou à pratica do delito, razão pela qual nada se tem a valorar.”
PENA BASE (53 C/C 59, II DO CP)
A pena base deverá ser fixada entre os limites previstos em abstrato para o tipo penal especifico, possuindo um limite mínimo e maximo, que esta ligada diretamente com as circunstancias judiciais. A pena base não pode ser estabelecida acima do mínimo legal com supedâneo em referencias vagas e dados não explicitados. Tal elevação exige motivação clara e concreta, não bastando apenas o apontamento se favorável ou não, deve-se fundamentar.
Observação! Um mesmo fato não pode ter dupla valoração em fases distintas, sob pena de bis in idem, seja para beneficiar seja para prejudicar.
Vimos que as circunstancias judiciais devem ser valorados fatos extrapenais, que fujam ao alcance do tipo. Existem circunstancias judiciais que são próprias do agente (antecedentes, conduta social e personalidade), enquanto outras se revelam a partir da analise do delito (culpabilidade, motivos, circunstancias e conseqüências do crime e comportamento da vitima). Àquelas não se alteram quando da analise de diversos crimes praticados pelo agente, por dizerem respeito a sua própria pessoa, sendo comum em qualquer delito praticado, enquanto estas correspondem a situações peculiares a serem analisadas em cada crime sancionado.
Inexistindo circunstancias judiciais desfavoráveis que justifiquem a adoção do acréscimo, a pena deve se manter no mínimo legal. Errônea a concepção de fixar um ponto médio, a fixação da pena base a partir deste critério é inconstitucional, ferindo o principio da inocência e da individualização da pena e do livre convencimento fundamentado (157,381,387 do CPP c/c 93,IX da CF).
A fixação da pena base acima do mínimo legal deve se apoiar em elementos concretos, objetivamente demonstrados, que justifiquem a exasperação, não se mostrando suficiente para tal fim, consoante pacifico entendimento jurisprudencial, a simples referencia a texto genérico de lei, ou a fato vagos e imprecisos.
A gravidade abstrata do crime serve apenas como parâmetro ao legislador quando da cominação da pena a determinado delito, mas não serve para o julgador, o qual deve aplicá-la de acordo com a situação concreta evidenciada e a partir da situação pessoal do réu. Não é ideal que se faça a fundamentação individualizada apenas quando a pena-base tiver que ser fixada acima do mínimo legal, por imposição constitucional, deve se fundamentar até mesmo quando se fixar a pena no mínimo legal.
Vejamos o esquema valorativo adotado por Ricardo Schmitt:
a) pena em abstrato de 2 a 10 anos: 10-2 = 8. 8 circunstancias judiciais 1 ano pra cada uma.
b) pena em abstrato de 1 a 5 anos: 5-1 = 4. 4=48 meses 48/8 = 6 meses p/ cada circunstancia
c) pena em abstrato de 3 a 15 anos: 15-3=12. 12=144 meses 144/8 = 18 meses p/ cada c.j.
d) pena em abstrato de 4 a 10 anos: 10-4=6. 6=72 meses 72/8 = 9 meses p/ cada c.j.
e) pena em abstrato de 2 a 12 anos: 12-2=10. 10=120 meses 120/8 = 15 meses p/ cada c.j.
Modelos:
“Ambas as condutas incriminadas e atribuídas ao Réu incidem no mesmo juízo de reprovabilidade. Portanto, impõe-se uma única apreciação sobre as circunstancias judiciais enunciadas no art. 59 do CP, a fim de se evitar repetições desnecessárias.”
(ponderas-se sobre as circunstancias)
À vista dessas circunstancias analisadas individualmente, fixo as penas-bases da seguinte forma:
a) para o delito estupro (art. 213 do CP) em 07 anos de reclusão;
b) para o delito de furto (art. 155, parágrafo único 4º, II do CP) em 03 anos e 06 meses de reclusão e o pagamentode 97 dias multas, cada um no equivalente de um trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo do fato delituoso, observado o disposto pelo art. 60, caput, do CP, por verificar que a situação econômica do Réu não é boa.”
CIRCUNTANCIAS LEGAIS.
São as atenuantes previstas nos artigos 65 e 66 e as agravantes, que possuem previsão nos artigos 61 e 62 todos do CP. Devem ser analisadas a partir da pena base. São consideradas legais, pois podem estar previstas no CP ou em lei penal extravagante.
As AGRAVANTES estão previstas SEMPRE DE FORMA TAXATIVA, sem possibilidade de qualquer inclusão extensiva sem previa previsão legal.
Observa-se que o art. 385 do CPP autoriza ao magistrado reconhecer ex officio a presença de um circunstancia agravante, mesmo que não tenha sido alegada durante a instrução processual.
Por outro lado as ATENUANTE estão previstas de forma EXEMPLIFICATIVA.
Prevalece aqui o entendimento que o reconhecimento de uma atenuante não pode trazer a pena aquém do mínimo legal previsto em abstrato, ao tempo em que o reconhecimento de um circunstancia agravante igualmente não pode levar a pena alem do máximo previsto em abstrato. Súmula 231, do STJ.
Mais uma vez ressaltasse que a valoração a ser dada a cada circunstancias legais reconhecida encontra reservada a apreciação exclusiva do julgador, a mingua da existência de critérios legais específicos a serem aplicados.
CIRCUNSTANCIAS ATENUANTES
Sempre atenuam e devem obrigatoriamente ser reconhecidas pelo julgador quando presentes no caso concreto, uma vez que favorecem a situação do réu.
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:  
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; Aqui pouco importa a condição de emancipado ou alteração trazida pelo CC/02 onde reduziu de 21 anos para 18 anos a maioridade, tendo a idade de 21 anos o réu será contemplado com esta atenuante, bem como referente o Idoso, o seu estatuto não faz qualquer influência neste caso, pois o E.Idoso não visa proteger idosos infratores e sim amparar o carente e necessitado, resguardando suas garantias, ver artigo 115 do CP.
II - o desconhecimento da lei; Não isenta o agente da pena (21 CP), contudo poderá atuar como redutora da reprimenda seja ou não justificável o erro.
III - ter o agente:
 
        a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; O primeiro (relevante valor social) diz respeito aos interesses da coletividade, do grupo social, enquanto o segundo (relevante valor moral) diz respeito ao sentimento pessoal do próprio agente, que se torna aceito pela comunidade a partir de um conceito médio de dignidade da ação. Se encontra como causa especial de diminuição da pena em alguns delitos arts. 121, §1º e 129,§4º do CP, razão pela qual, nestes casos, não pode atuar como circunstancias atenuante, como forma de se evitar ocorrência de bis in idem.
        b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; Não há exclusão do crime, como ocorre no arrependimento eficaz (15 CP), mas incide como verdadeira atenuação da pena. Ademais, somente naquele o agente consegue evitar a consumação do delito. Devemos lembrar que a reparação do dano até o recebimento da denuncia ou queixa, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, por ato involuntário do agente, traduz em uma causa geral de diminuição da pena (16 CP).
        c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; 1º)Se a coação for irresistível há exclusão da culpabilidade (22 CP), caso o agente pudesse resistir, mas a força da ameaça ou da violência empregada lhe diminui a capacidade de determinação, levando-o o cometimento do delito, justifica a atenuação da pena. 2º) Se a ordem não for manifestamente ilegal, caso em que seria excluída a culpabilidade (22 do CP), o agente fará jus a atenuação da pena, uma vez que se não cumprisse a determinação de seu superior poderia sofrer conseqüências no desempenho das suas funções. 3º) Deve restar comprovado que o agente praticou o fato imbuído sob influencia de violenta emoção, ou seja, que sofreu perturbação em seu equilíbrio psíquico causado por ato injusto da vitima.
        d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; (66 CP) atenuantes inominadas.
        e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Somente se não for o provocador do tumulto.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
CIRCUNSTANCIAS AGRAVANTES
Primeiramente, relembrando e um rol taxativo.
São circunstancias que sempre agravam a pena e devem obrigatoriamente ser reconhecidas pelo julgador quando presentes no caso concreto, inclusive ex officio (385 CPP), mas nesses casos deverá ser explicitamente narradas, ou até mesmo implicitamente contida na denúncia, mas que não tenha sido tão somente tipificada pelo órgão ministerial.
Qualquer outra circunstancias agravante fática deve estar contida na peça inaugural, ou caso não esteja, para ser reconhecida, cabe ao órgão acusador promover seu aditamento, devendo o juiz garantir a defesa o exercício pleno e contraditório.
Lembrando da Sumula 231 do STJ, o reconhecimento de uma agravante não pode levar a pena acima do máximo legal previsto em abstrato.
NÃO SE APLICAM: 
	- aos crimes culposos;
	- preterdolosos;
SALVO EM AMBOS OS CASOS A REINCIDÊNCIA.
  Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
I - a reincidência;  
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; 
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. 
Crime + crime = reincidência.
Crime +contravenção = reincidência Art.7º da Contravenção:
 “Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.”
Contravenção + contravenção = reincidência.
Contravenção +crime = NÃO reincidência ( Contudo poderá ter seus antecedentes maculados na primeira fase.
Outras Regras a ser consideradas:
sentença anterior extintiva da punibilidade do agente pela prescrição da pretensão punitiva estatal não gera reincidência;
Decisão anterior extintiva da punibilidade do agente pela prescrição da pretensão executória gera reincidência, uma vez que pressupõe a existência de sentença penal condenatória transitada em julgado;
Sentença concessiva do perdão judicila não gera reincidência (120 CP);
Condenação anterior e exclusiva a pena de multa não gera reincidência, consoante posição majoritária. (Há divergência jurisprudencial);
Anistia e abolitio criminis não geram reincidência;
Indulto gera reincidência;
Condenação anterior por contravenção penal praticada no exterior não gera reincidência (7º LCP)
Aceitação de proposta de transação penal (76, 4º do JEcrim) não gera reincidência;
Aceitação da proposta de suspensão condicional do processo (89 do Jecrim) não gera reincidência;
Condenação pro crimes militares próprios e políticos não gera (64,II CP);
Reéureabilitado permanece reincidente até o decurso do prazo de 05 (cinco) anos, contados na forma do 64, I.
Devemos ter cautela quando encontramos duas condenações definitivas anteriores, uma delas pode ser usada na analise das circunstancias judiciais, como foram de se valorar a existência de maus antecedentes, enquanto a outra será usada para se conhecer a incidência da circunstancia agravante da reincidência, sem que haja qualquer dupla valoração sobre a mesma circunstância, uma vez que as respectivas decisões se originaram de situações fáticas diversas e não idênticas.
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
Fútil é o motivo de somenos importância, insignificante, desproporcional, ínfimo, banal, que seja desprovido de qualquer justificativa lógica que possa explicar a conduta praticada. Difere-se do injusto. A ausência de motivo na pratica de uma infração penal não pode levar ao reconhecimento dessa agravante.
Torpe é o motivo repugnante, imoral, vil, reprovável que revela malvadeza, perversidade, egoísmo, cupidez etc. Jurisprudencialmente prevalece o entendimento que a vingança, por si só, não configura motivo torpe, salvo quando comprovado que tal sentimento restou inspirado por razões injustificáveis e repugnantes.
Essa agravante não deverá ser usada no crime de estupro uma vez que a repugnância da ação já constitui elementar do próprio tipo. Evitando-se bis in idem.
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
É uma conexão objetiva entre crime anterior e posterior.
Conexão teleológica, a qual ocorre quando um crime é cometido para facilitar ou assegurar a execução de outro crime (segundo crime como causa do primeiro crime), ou consequencial, a qual ocorre quando um crime é praticado para garantir a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. 
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
É relativa ao modo de execução de um delito. Traição fere-se o principio da lealdade, um ataque inesperado que vai contra a confiança da vitima. Emboscada (tocaia) ocorre quando o agente se oculta no aguardo com a finalidade de se aproximar da vitima por determinado local para praticar a infração penal. Dissimulação ocorre com o emprego de artifícios pelo agente com a finalidade de se aproximar da vitima, há um verdadeiro disfarce quanto a real intenção do ato.
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:  
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;         
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa
CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DAS CIRCUNSTÃNCIAS LEGAIS.
Segundo STF e STJ, não se têm um consenso quanto ao patamar ideal a ser adotado, torna-se mais aceito a aplicação do coeficiente imaginário de 1/6 para cada circunstancia atenuante e agravante reconhecida (e valorada), como não tem previsão legal, não deve integrar a decisão de forma expressão, tão somente, e apenas, por motivação do livre convencimento.
Isto, porque, como se trata de um fase escalonada de aplicação da pena, sendo a 2ª fase mais gravosa que a 1ª e a 3ª mais que a 2ª, razoável que se de o agravamento em 1/6, que é a menor causa de aumento na 3ª fase. De igual forma, não poderia também a segunda fase trazer um critério menor de valoração do adotado concreto para se estabelecer o patamar ideal de 1/6, o qual se revela como sendo superior ao estabelecimento proporcionalmente a cada uma das circunstancias judiciais valoradas negativamente (1/8).
O entendimento da sumula 231 do STJ, se faz presente nesta fase da aplicação da pena, qual seja, a não atenuação da pena inferior a pena mínima em abstrato, caso o réu receba uma pena de 6 anos e haja a favor dele três atenuantes, deverá se reconhecer tão somente duas, para fixar o mínimo legal.
Assim, o julgador não pode deixar de reconhecer a presença das circunstancias atenuantes, mas não poderá valorá-las, por encontrar barreira na sumula 231 do STJ, por interpretação extensiva encontra-se mesmo óbice em relação as circunstancias agravantes, as quais também não poderão levar a pena acima do máximo legal previsto em abstrato.
CONCURSO DE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTE E AGRAVANTES
Deve-se observa a norma do art. 67 do CP:
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
Devem prevalecer as resultantes da:
a) personalidade do agente (confissão e menoridade) – rainha absoluta das circunstancias;
b) reincidência;
c) Motivos do crime.
	c.1 – atenuante (relevante valor social, valor moral), ou;
	c.2 – agravante (fútil, torpe).
Assim podemos escalonas, conforme jurisprudência majoritária:
Menoridade;
Reincidência;
Confissão;
Motivos do crime.
Aqui, no concurso de agravante e atenuante, não o ideal, que se faça com hipotético calculo de 1/6 para cada circunstancia, e sim, sua preponderação uma sobre a outra. Embora haja uma “vencedora” está não terá sua força totalmente mantida.
Podemos então concluir:
a) as circunstancias legais devem ser reconhecidas simultaneamente, mas a partir de preponderância de uma sobre a outra, devemos aplicar uma única operação, seja para atenuar ou para agravar a pena;
b) para se chegar ao critério de preponderância devemos observar o quadro anteriormente apresentado, o qual encontra respaldo no art. 67 do CP e na posição dominante dos tribunais superiores.
Somente ocorrerá a neutralização de uma circunstancia por outra na hipótese de serem da mesma espécie, ou seja, atenuante subjetiva com agravante subjetiva ou atenuante objetiva com agravante objetiva, e ainda, desde que não estejam inseridas no art. 67 do CP.
CAUSAS DE DIMUNIÇÃO E DE AUMENTO DE PENA
Trata-se de causas previstas tanto na parte geral, quanto na parte especial do CP, sendo que se diferem das demais circunstancias já analisadas, uma vez que, primeiro,encontram-se dispostas em patamares fixos ou em intervalos de valores predeterminados pelo legislador, e segundo podem trazer a pena em concreto aquém do mínimo legal previsto em abstrato ou eleva-la acima do maximo previsto em abstrato, sem qualquer limite.
Os fixados na parte geral deveram ser aplicados a qualquer crime, inclusive aos tipificados em leis penais extravagantes, enquanto que as previstas na parte especial se aplicam tão somente aos delitos que integram.
Caso estejam presentes mais circunstancias que qualifiquem o delito, estas devem ser valoradas em que fase da aplicação da pena? Duas corrente:
a) caso estejam relacionadas como circunstâncias agravantes, devem ser aplicadas na segunda fase da dosimetria da pena, diante da existência de previsão legal expressa;ao reves, não havendo previsão expressa como agravantes, devem integrar a primeira fase do processo de dosimetria da pena, na circunstancia judicial que melhor se amoldar;
b) sempre deverão ser aplicadas na primeira fase da dosimetria da pena, no momento da analise das circunstancias judiciais, em vista da existência de vedação expressa quanto a possibilidade de ao mesmo tempo agravarem a pena (61 CP).
Prevalece majoritariamente a corrente “a”.
A posição jurisprudencial dominante é no sentido de que em havendo duas ou mais qualificadoras previstas concreta, apenas uma servirá para tipificar o delito – promovendo a alteração da pena em abstrato – enquanto as demais deverão ser apreciadas e valoradas na circunstancias legais – segunda fase ou judiciais – primeira fase.
Assim, apenas uma das qualificadoras previstas servirá para promover o citado deslocamento, sendo que, neste caso, há consenso na jurisprudência que a outra deverá ser analisada e valorada na fixação da pena-base, quando da analise do art. 59 do CP, na circunstancias judicial que melhor se amoldar, uma vez nenhuma delas (qualificadoras) possui previsão expressa como circunstância agravante.
Observação deve ser dada à redação do art. 68 do CP:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Assim devemos concluir:
a) causa de diminuição de pena PG + causa diminuição de pena PG = ambas se aplicam.
b) causa de aumento de pena PG + causa de aumento de pena PG = ambas se aplicam.
c) causa de diminuição de pena PG + causa de aumento de pena PG = ambas se aplicam.
d) causa de diminuição de pena PG + causa de aumento de pena PEsp = ambas se aplicam.
e) causa de diminuição de pena PEsp + causa de aumento de pena PG = ambas se aplicam.
f) causa de diminuição de pena PEsp + causa de diminuição de PEsp = só a que mais - .
g) causa de aumento de pena PEsp + causa de aumento de pena PEsp = só a que mais + .
h) causa de diminuição de pena PEsp + Causa de aumento de pena PEsp = ambas se aplicam.
CONCURSO DE CRIMES
1- Concurso Material (art. 69 CP).
 Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
Também chamado de concurso real, se procede tão somente a soma das penas individualmente aplicadas a cada crime.
Concurso Homogêneo = quando os crimes praticados pelos agentes forem idênticos. (mesmo tipo penal ou mesma natureza).
Concurso Heterogêneo = quando os crimes praticados pelos agentes forem diversos.
Irrelevante à configuração de ambos a existência de crime doloso e culposo ou consumado e tentado.
Diante disso, não poderá em relação as demais ocorrer substituição por apenas restritivas de direitos, por derradeiro, para se avaliar a ocorrência ou não da prescrição devemos apurar o instituto separadamente para cada delito, como se concurso não houvesse (119 CP).
2 – Concurso Formal (art. 70 CP)
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código
Também chamado de concurso ideal de crimes, é necessário que o agente pratique dois ou mais crimes a partir de uma única ação ou omissão, uma vez que a pluralidade de ações leva a caracterização do concurso material.
Concurso Formal Homogêneo = quando os crimes praticados pelos agentes forem idênticos. (mesmo tipo penal ou mesma natureza).
Concurso Formal Heterogêneo = quando os crimes praticados pelos agentes forem diversos.
ATENÇÃO!!! O patamar mínimo do concurso formal é igual da continuidade deletiva (1/6), já, quanto ao máximo no formal é 1/2 e no continuado é 2/3.
Assim podemos afirmar que o concurso formal traz duas situações distintas à aplicação da pena:
a) quando o agente não tem autonomia de desígnios em relação aos resultados (concurso formal próprio ou perfeito), aplica-se apenas uma das penas, a mais grave, se diversas, ou qualquer umas delas, se iguais, aumentadas em qualquer caso de 1/6 a 1/2;
b) quando o agente tem autonomia de desígnios em relação aos resultados, ou seja, age de forma dolosa querendo provocar dois ou mais resultados (concurso formal impróprio ou imperfeito), as penas serão somadas.
POR OUTRO LADO, A INCIDENCIA DO CONCURSO FORMAL NÃO PODERÁ EXCEDER A PENA QUE SERIA APLICAVEL AO SE CONHECER O CONCURSO MATERIAL.
A par disto temos o denominado concurso material benéfico, ou seja, caso a soma das penas de cada crime seja inferior a pena resultante da aplicação do concurso formal, aquela deve ser reconhecida como definitiva.
Por fim, nunca é demais relembrar que a prescrição deve ser vista sem levar em consideração qualquer acréscimo decorrente do concurso formal, uma vez que deve ser apurada a partir da pena cominada isoladamente a cada crime (119 CP).
3 – Crime continuado (71, caput do CP).
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código
Ficção jurídica a ser apurada.
Crimes cometidos sejam da mesma espécie; (mesmo tipo penal).
Crimes que tenham sido cometidos pelas mesmas condições de tempo; (não mais q 30 dias).
Crimes tenham sido cometidos com identidade de lugar; (mesmo bairro, cidade, etc).
Crimes tenham sido cometidos pelo mesmo modo de execução; (modus operandi).
Crimes subseqüentes sejam tidos como continuação do primeiro. (desdobramento lógico) 
O quantum de aumento no concurso formal e no crime continuado deve ter como base o numero de infrações criminais praticadas, ou seja, a quantidade de resultados obtidos pelo agente.
A par disso, muito embora não se torne uma regra, os Tribunais Superiores tem adotado os seguinte critérios;
Concurso Formal:
- 2 crimes = aumenta 1/6.
- 3 crimes = aumenta 1/5.
- 4 crimes = aumenta 1/4.
- 5 crimes = aumenta 1/3.
- 6 crimes = aumenta 1/2.
Crime Continuado;
- 2 crimes = aumenta 1/6.
- 3 crimes = aumenta 1/5.- 4 crimes = aumenta 1/4.
- 5 crimes = aumenta 1/3.
- 6 crimes = aumenta 1/2 .
- 7 crimes ou mais = aumenta 2/3.
PENA DE MULTA
Consiste no pagamento do fundo penitenciário do valor fixado na sentença, possuindo referência na quantidade de dias-multa estabelecido e no valor atribuído a cada dia-multa. Claramente que deverá se respeitar ao sistema trifásico, para fixação da dosimetria da pena.
Contudo o sistema na fixação de pena de multa passa por duas fases distintas:
a) quantidade de dias-multa (sistema trifásico);
b) valor de cada dia-multa (que tem como referência a situação econômica do réu).
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.  
        Critérios especiais da pena de multa
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.  
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
        Multa substitutiva
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. 
(...)
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
FIXAÇÃO DO REGIME NA HIPOTESE DE CONCURSO DE CRIMES
Não podemos confundir a situação em tela com a que ocorre na unificação das penas prevista no art. 111 da LEP.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

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