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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS - EQA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS LABORATÓRIO DE ENGENHARIA III (02395) Bruna Campagnucci Silva (135239) Katheleen Cristine Trindade Santana Bastos (72852) Suelen Bromberger Oliveira (132508) Medidores de Placa de Orifício e Tubo Pitot Data de realização da prática: 21/07/2022 Data de entrega do relatório: 05/08/2022 Rio Grande 2022 2 SUMÁRIO RESUMO 3 1 OBJETIVOS 3 2 MATERIAL E MÉTODOS 3 2.1 MATERIAL 3 2.2 MÉTODOS EXPERIMENTAIS 4 2.3 MÉTODOS DE CÁLCULO 4 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6 4 CONCLUSÃO 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10 3 RESUMO A vazão de um fluido é uma das medidas mais comuns a serem feitas para um escoamento, os medidores de vazão podem ser classificados em diretos ou indiretos. Dentre os medidores indiretos estão o tubo Venturi, o tubo de Pitot e a placa de orifício. A placa de orifício é um dos sistemas mais utilizados na medição de vazão por diferencial de pressão. Sua aplicação na indústria é relativamente alta, em razão a vantagens como simplicidade, baixo custo, baixos índices de manutenção e aplicações em diversos tipos de fluidos. Já o tubo de Pitot é um instrumento utilizado para medir a velocidade pontual de um fluido em escoamento, empregado em conjunto com a placa de orifício para que se possa fazer a calibração desta. Palavras-chave: Tubo de Pitot ; Placa de Orifício. 1 Introdução Em processos industriais, a medição da vazão do fluido é uma das mais importantes, tendo uma variedade de aplicações, podendo monitorar todo o processo de fabricação e rendimento. Existem vários tipos de medidores de vazão, que podem ser subdivididos em três grupos: medidores de área variável, de perda de carga e medidores especiais. Dentre os medidores de perda de carga, estão a Placa de Orifício, os Bocais de Vazão e o tubo de Venturi (STRIEDER;SCHUCH, 2010). Os medidores de vazão podem ser classificados em diretos, onde é feita a pesagem ou mede-se o volume que o fluído ocupa em um determinado período de tempo, ou indiretos, baseados no princípio da aceleração de um fluido escoando através de alguma forma de bocal (POTTER, WIGGERT, 2004; FOX, PRITCHARD, MCDONALD, 2011). Dentre os dispositivos medidores de vazão indiretos mais usados pode-se citar a placa de orifício, o medidor Venturi, tubo de Pitot e o bocal de escoamento. O funcionamento desses consiste em uma obstrução ao escoamento do fluido que percorre uma tubulação, causando um diferencial de pressão através desta obstrução (POTTER,WIGGERT, 2004). O princípio fundamental de todos os medidores de vazão que utilizam o método da pressão diferencial é a equação de energia de Bernoulli (Equação 1). Nela conclui-se que, em uma tubulação fechada, não há perdas de energia e o medidor mais comum a usar este princípio é o de Placa de Orifício. Esta variação na pressão pode ser medida através de um medidor de pressão diferencial ou de um manômetro. O princípio Bernoulli relaciona a vazão teórica com 4 o diferencial de pressão entre as seções de maior ou menor diâmetros (FOX, PRITCHARD, MCDONALD, 2011). ( 1) As placas de orifícios são medidores de vazão simples, de baixo custo e práticos, sendo equipamentos muito comuns para esta finalidade, usados em aproximadamente 80% das aplicações na indústria. Entretanto, junto as suas desvantagens estão a rangeabilidade baixa, alta perda de carga no sistema e existência de equipamentos mais modernos (DELMÉE, 2003). A placa de orifício baseasse em uma placa fina que pode ser intercalada com flanges de tubos (Figura 1) (FOX,PRITCHARD,MCDONALD, 2011). Figura 1. Medidor Placa de orifício . O tubo de Pitot (Figura 2) é um instrumento usado para medir a velocidade pontual de um fluido em escoamento. Baseasse num tubo com uma abertura para a medição da pressão de estagnação do fluido e de uma tomada comum para medir a pressão estática do processo. Combinado mede simultaneamente as duas pressões através de dois tubos concêntricos. O tubo interno mede a pressão de estagnação (abertura de impacto) e o tubo externo possui uma ou mais tomadas laterais, para a medição da pressão estática. O tubo de Pitot é empregado em conjunto com a placa de orifício para que se possa fazer a calibração desta (PAULA, 2015). 5 Figura 2. Tubo de Pitot. Fonte: NUSSENZVEIG, 2003. Na figura 2, é possível ver o orifício que sente a pressão total, indicado com o número 1. Os orifícios indicados com o número 2 são os orifícios que medem a pressão estática. Ao conectar o tubo de Pitot a um manômetro, podemos obter a diferença entre a pressão total e a pressão estática, indicada pela altura h. Com essa diferença de pressão, denominada pressão dinâmica, podemos obter a velocidade do escoamento no ponto desejado. 2 OBJETIVOS A prática tem como objetivo a calibração do Medidor Placa de Orifício, a partir da análise de regressão entre as medidas de velocidade do fluido “ar” usando um Tubo de Pitot, que requer a aplicação da Equação de Bernoulli (medida de referência) e as obtidas por intermédio da aplicação das Equações de Bernoulli e da Continuidade no Medidor Placa de Orifício. A equação de calibração resultante possibilita encontrar o coeficiente de descarga “k” do medidor Placa de Orifício empregado na prática, que é uma medida da perda localizada provocada por ele, e desta forma obter uma medida mais precisa da vazão/velocidade do fluido através deste equipamento. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 MATERIAL ● Soprador de ar; ● Tubulação; ● Válvulas globo; ● Medidor de placa de orifício; 6 ● Termômetro ; ● Manômetro de tubo em U de água; ● Tubo de pitot. 3.2 MÉTODOS EXPERIMENTAIS A estrutura experimental utilizada na prática estava instalada no Laboratório de Fenômenos de Transporte da Escola de Química e Alimentos (EQA), e foi ilustrada na Figura 3. A prática é constituída pelos seguintes itens: soprador de ar, tubulação, válvulas globo, medidor placa de orifício, manômetros de tubo em U de água, termômetro, tubo de Pitot. Primeiro, ligou-se o soprador de ar com a válvula globo, que permite a regulagem da vazão, completamente fechada (há uma saída alternativa para o ar, um by pass). Em seguida, procedeu-se a abertura mínima da válvula globo para que uma pequena vazão de ar passe pela placa de orifício. Realizou-se a leitura da queda de pressão provocada pela placa, indicada no manômetro de tubo em U. Na sequência, realizou-se a medida da diferença de pressão entre a pressão estática e a pressão total no tubo de Pitot, instalado no final da linha de ar, no manômetro de tubo em U conectado a ele. Verificou-se a temperatura do ar a fim de conferir a sua correspondente massa específica. Repetiu-se o mesmo procedimento para sucessivas e graduais aberturas da válvula globo, tendo como limite de vazão a capacidade da leitura de queda de pressão no manômetro de tubo em U da placa. Recomenda-se no mínimo 10 diferentes vazões. Figura 3 - Instalação dos Equipamentos Fonte: Notas de aula. 3.3 MÉTODOS DE CÁLCULO As informações coletadas são, portanto, para cada posição da válvula globo, a leitura da queda de pressão no medidor placa de orifício, obtida no manômetro de tubo em U ligado a ela, a leitura da diferença de pressão entre os pontos de medida do tubo de Pitot no manômetro de tubo em U de água ligado a ele, e a temperatura do ar. Além destes dados, 7 foram anotados os diâmetros da tubulação, da placa de orifício e da extremidade da tubulação (tubo de PVC) onde se encontra instalado o tubo de Pitot. Os dados obtidos permitiram a determinação, por meio da Equação 2, da velocidade teórica do fluido, lida pela placa de orifício. A Equação 1 representa o princípio de Bernoulli, onde P é a pressão nos pontos, 𝜌 é a densidade do fluido, g é a aceleração da gravidade, z é a altura dos pontos em relação ao chão e v é a velocidade dos fluidos nos pontos. (2)𝑣1 = 𝐶. ∆ℎ Onde: 𝐶 = 2·(ρ𝑓.𝑚. −ρ)·𝑔ρ·(β4−1) A partir das Equações 3 e 4, obtém-se a velocidadereferência, obtida pelo tubo de Pitot. (3)𝑣1, 𝑃𝑖𝑡𝑜𝑡 = 2·(𝑃2. −𝑃1)ρ Para a correção da velocidade utilizou-se a seguinte equação: (4) 8 Por fim, a realização da Análise de Regressão com os pares de velocidade determinados para cada abertura da válvula, possibilita obter o coeficiente de correção para a placa de orifício “k”. Para calcular a diferença de pressão do tubo de Pitot, utiliza-se a Equação 5,estimando-se que não há variação de pressão nas direções x e y, apenas na direção z. 𝛥𝑃 + 𝜌𝑔ℎ = 0 (5) 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1, são apresentados os valores experimentais para as temperaturas medidas para 11 pontos diferentes, assim como as alturas manométricas mensuradas. Os valores utilizados para o diâmetro da tubulação, de acrílico e da placa de orifício são 53,5, 29 e 27,9 mm, assim respectivamente. Tabela 1 - Dados experimentais coletados. Ponto Temperatura do ar (ºC) Δh Manômetro Placa Orifício (cm) Δh Manômetro Tubo de Pitot (cm) 1 31,5 2,6 2,2 2 40,2 5,0 5,7 3 42,7 8,8 8,3 4 46,5 16,0 12,6 5 49,5 24,1 18,7 6 51,1 26,9 20,5 7 62,3 28,5 22,3 8 53,3 34,5 25,5 9 54,3 45,3 32,9 9 10 55,8 59,9 42,5 11 56,6 60,8 43,1 Utilizando os dados coletados na Tabela 1, a partir da média das temperaturas (49,44 °C) obtemos o valor da massa específica média do ar (ENGINEERING TOOLBOX, 2003), e calculamos a velocidade teórica determinada pelo medidor placa de orifício, conforme apresentado na Tabela 2. Tabela 2 - Cálculos realizados pelo método direto. Ponto Temperatura média do ar (ºC) ρ do ar (kg/m3) Δh placa (m) Velocidade teórica (m/s) 1 49,44 1,093 0,0260 0,1187 2 0,0500 0,2283 3 0,0880 0,4019 4 0,1600 0,7306 5 0,2410 1,1005 6 0,2690 1,2284 7 0,2850 1,3015 8 0,3450 1,5755 9 0,4530 2,0686 10 10 0,5990 2,7354 11 0,6080 2,7765 Após, calculou-se a velocidade de escoamento na entrada do tubo de Pitot (𝑣1) e com isso obtemos as velocidades de referência. Tabela 3 - Cálculos realizados pelo método teórico. Ponto (m)Δℎ C v (m/s) V (m3/s) 1 4,56 0,68320,68 2,5123 2 0,9475 3,4839 3 1,2570 4,6220 4 1,6949 6,2323 5 2,0802 7,6488 6 2,1977 8,0809 7 2,2621 8,3178 8 2,4888 9,1516 9 2,8519 10,4866 10 3,2794 12,0587 11 3,3040 12,1489 A diferença entre as velocidades da placa de orifício e o tubo de Pitot pode ser explicada pela diferente perda de carga que ocorre nos equipamentos, podendo ser ocasionada por diversas condições na tubulação. Logo, foi possível plotar o gráfico expresso na Figura 4 a partir das velocidades encontradas para a placa de orifício (Tabela 2) e para o tubo de Pitot (Tabela 3). 11 Figura 2 - Gráfico demonstrando a linha de tendência entre as vazões teórica e real. Assim, a partir dos resultados das velocidades nos dois equipamentos, obteve-se o gráfico de correlação entre os resultados. Através da equação da reta resultante, obteve- se o coeficiente de correção para a placa de orifício, resultando em um k de 3,677 com um coeficiente de determinação (R2) igual a 1. 5 CONCLUSÃO As placas de orifícios são medidores de vazão simples, de baixo custo e práticos, muito utilizadas na indústria. Já o tubo de Pitot é um instrumento utilizado para medir a velocidade pontual de um fluido em escoamento, empregado em conjunto com a placa de orifício para que se possa realizar a calibração desta. Com os resultados observados, pode- se concluir que houve uma diferença entre a velocidade encontrada para a placa de orifício e a velocidade real no tubo de Pitot. Logo, foi necessário realizar a calibração da placa de orifício a partir da obtenção do coeficiente de descarga k, que resultou no valor de 3,677 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CID, A. S.; CORREA, T. Venturino: análise da variação de pressão em um tubo de Venturi utilizando Arduino e sensor de pressão. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 41, n. 3, 2019. DELMÉE, G. J. (2003). Manual de Medição de Vazão (3ª ed.). São Paulo: Edgard Blucher. FOX, R. W.; MCDONALD, A. T. Introdução à mecânica dos fluidos. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 12 PAULA, I. B. de. Medidas Pontuais de Velocidade. 2015. Disponível em: <http://lef.mec.puc-rio.br/wp-content/uploads/2015/06/anemometria.pdf> . Acesso em: 04 agosto de 2022. POTTER, M. C.; WIGGERT, D. C. Mecânica dos Fluidos. 3ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2004. SENAI. Apostila de instrumentação Básica II do Programa de Certificação do Pessoal de Manutenção, SENAI, Espírito Santo, 2008. STRIEDER, André; SCHUCH, Cristina M. EDUFLUID-Software para o ensino de medição de vazão por perda de carga através de tubo Venturi. Revista Ciência e Tecnologia, v. 8, n. 13, 2010. http://lef.mec.puc-rio.br/wp-content/uploads/2015/06/anemometria.pdf
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