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4 Timpanismo ruminal

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Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE 
 
 
 
 
O timpanismo é um distúrbio metabólico 
caracterizado pela distensão anormal do rúmen-
retículo resultante do acúmulo excessivo de gases 
da fermentação ruminal. 
Esse distúrbio acomete ruminantes em geral, 
mas os bovinos apresentam maior incidência e 
impacto econômico, principalmente quando 
recebem dietas com alta concentração de grãos 
ou pastejam forragem de leguminosas. Em animais 
jovens esse problema poder ser causado por 
processos inflamatórios no trato digestivo ou pela 
ingestão excessiva de leite. 
DIGESTÃO NORMAL 
 
No processo normal de digestão o conteúdo 
ruminal sofre ação constante de contrações 
ruminais e reticulares, podendo essas ser 
primárias e secundárias. 
Primárias: movimentação de alimentos e líquidos 
dentro do rúmen-retículo. 
Secundárias: movimentação dos gases produzidos 
no rúmen para a região da cárdia. Assim que essa 
estrutura relaxa, ocorrendo a expulsão dos gases 
do rúmen para o esôfago, quando esse processo 
de eructação é interrompido há um acúmulo de 
gases no rúmen e risco de timpanismo. 
TIPOS DE TIMPANISMO 
ESPUMOSO: O timpanismo espumoso ou primário, 
é desencadeado pelo consumo de forragens ricas 
em proteínas, saponinas, pectinas e hemicelulose, 
as quais estimulam a proliferação dos 
microrganismos ruminais, aumentando assim a 
viscosidade do flúido, reduzindo o pH e 
promovendo a produção de uma grande 
quantidade de gás. Esse tipo de timpanismo é 
associado ao consumo de leguminosas (ex: alfafa 
e trevo) e dietas ricas em grãos. 
A mastigação das folhas de leguminosas 
promove uma maior produção de gases e de líquido 
de maior viscosidade, o que resulta na formação 
de espuma e bolhas. A espuma formada dificulta 
a liberação do gás produzido durante a 
fermentação e a sua presença próxima a região 
cárdia impede a abertura e o reflexo de 
eructação, assim, o acúmulo desse gás provoca 
INTRODUÇÃO 
Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE 
 
um aumento da pressão interna do rúmen-
retículo. 
Quanto maior for a presença de fibra na 
forragem, menores são os riscos de timpanismo, 
pois existe um estímulo a ruminação (produção de 
saliva – tamponante). A saliva interfere na 
estabilidade das bolhas, reduzindo a tensão 
superficial delas. 
 FATORES DE RISCO: 
Timpanismo das pastagens: Alta ocorrência em 
propriedades que fazem o uso de trevo branco 
ou vermelho. A produção elevada de gases, fazem 
com que as bactérias não consigam quebrar 
celulose e morram, resultando em uma alta 
liberação de gases. 
Timpanismo nos confinamentos: Ocorre em 
propriedades onde os grãos são fornecidos 
finamente moídos (menor produção de saliva), com 
isso as bactérias que produzem compostos 
viscosos se desenvolvem e ocorre a formação da 
espuma. 
GASOSO: O timpanismo gasoso ou secundário é 
desencadeado pela ingestão excessiva de grãos 
que promove a maior produção de AGCC, 
reduzindo o pH ruminal, o que favorece o 
desenvolvimento das bactérias ácido lácticas 
(acidose). O baixo Ph e a alta concentraão de AGCC 
provoca atonia ruminal (acidose láctica). 
A falha no processo de eructação causa o 
acúmulo de gás e isso pode ser associado a 
obstrução do esôfago. 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é fechado após avaliação clínica e 
lembranças poucos precisas. O histórico de 
alimentação dos animais com dietas ricas em 
leguminosas ou excesso de carboidratos de rápida 
fermentação. 
O animal tem uma redução no consumo de 
alimentos, aumento da frequência respiratória, 
redução da motilidade ruminal e distensão da fossa 
paralombar esquerda. 
 
TRATAMENTO 
 Rumenotomia (cirurgia); 
 Uso de trocater para retirada de gás; 
 Passagem de sonda nasogástrica (jovens) e 
esofageana (adultos); 
 Uso de substâncias que reduzem a taxa de 
produção de gases (antibióticos e óleos 
antifermentativos), como também 
susbsntâncias que reduzam a tensão das 
bolhas e detergentes plurônicos. 
 
PREVENÇÃO 
 Formulação adequada de dietas ricas em 
concentrados; 
 Realização de adaptão gradual; 
 Evitar o fornecimento de alimentos muito 
processados; 
 Evitar quadros de acidose; 
 Utilizar ionóforos (reduzem a viscosidade do 
líquido ruminal); 
 Uso de detergentes plurônicos (reduz a 
produção de espuma e tensão superficial das 
bolhas); 
 Evitar ingestão excessiva de pastagens de 
alfafa, trevo e trigo.

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