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Movimentos da Psicologia no século XX

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23/08/2022 14:35 Movimentos da Psicologia no século XX
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00820/index.html# 1/88
Movimentos da Psicologia no século XX
Prof. Roberto Sena Fraga Filho
Descrição
A origem e a organização da Psicologia e os movimentos da Psicologia no século XX.
Propósito
Compreender que o conhecimento de facetas diversas do campo da Psicologia e de seus desenvolvimentos
ao longo dos séculos XX e XXI instrumentalizam profissionais a multiplicar suas capacidades e abordagens.
Objetivos
Módulo 1
In�uências na história da Psicologia
Descrever os movimentos históricos que contribuíram para a organização da Psicologia como ciência.
Módulo 2
A Psicologia no século XX
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Identificar os movimentos da Psicologia do século XX.
Módulo 3
A Psicologia Cognitiva
Identificar o marco histórico, os conceitos fundamentais e os métodos da Psicologia Cognitiva.
Módulo 4
Psicologia: do século XX para o século XXI
Relacionar a Psicologia do século XX com a Psicologia do século XXI.
Introdução
Estudar a história de uma ciência, de uma área do conhecimento humano, permite-nos compreender o
propósito, a utilidade desse conhecimento em nossas vidas, em nossa prática profissional e na forma como
exercemos nossa profissão.
A Psicologia como uma profissão é restrita ao psicólogo e à psicóloga, devidamente inscritos em um
conselho regional de Psicologia. No entanto, a Psicologia como ciência embasa o trabalho de psicólogos,
pedagogos, professores, gestores e de qualquer outro profissional que necessite compreender o ser humano
para manejar comportamento e cognição dentro de sua prerrogativa profissional.
Algumas práticas da Psicologia são, portanto, restritas aos seus profissionais, mas o uso do conhecimento,
em interseção com outras profissões, após uma formação de nível superior para atuar na pedagogia, na
docência, na gestão de pessoas, no desenvolvimento de soluções e produtos para as pessoas é possível e
desejável. Essa é nossa proposta para você. Vamos nessa!

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1 - In�uências na história da Psicologia
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os movimentos
históricos que contribuíram para a organização da Psicologia como
ciência.
Perspectiva e Zeitgeist
Leonardo Boff afirma o seguinte:
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Ler significa reler e compreender,
interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os
pés pisam. Todo ponto de vista é um ponto.
Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual
é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam.
Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale
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dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que
trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e
que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma
interpretação.
(BOFF, 1999, p. 4)
Sem a pretensão de analisar a complexidade revelada nessas poucas linhas do texto de Leonardo Boff, uma
palavra atende ao nosso propósito inicial: perspectiva. Em perspectiva, estudamos Psicologia, em
perspectiva, usamos do conhecimento da Psicologia. Fundamentalmente, em perspectiva, buscamos
compreender a complexidade dos fenômenos humanos, as pessoas e, também, os eventos históricos da
Psicologia.
Atenção!
Não conseguimos estudar Psicologia desconsiderando o Zeitgeist. Uma ciência não se desenvolve no
vácuo, ela usa a tecnologia disponível de sua época e tenta dar respostas às perguntas que são feitas. Essas
perguntas (as indagações dos filósofos e dos cientistas) consideram o acúmulo de conhecimento até
aquele ponto da história.
Zeitgeist
O espírito, as necessidades, o clima intelectual e cultural de uma época.
A tecnologia está mais avançada no século XXI. Podemos dizer que, atualmente, os filósofos e os cientistas
podem fazer perguntas mais complexas, pois detêm mais conhecimentos do que os filósofos e cientistas de
meados do século XIX, quando surgiu a Psicologia Científica. Uma frase atribuída a Sir Isaac Newton (1643-
1727), cientista do século XVII e cavaleiro da Coroa Real Inglesa, traduz bem essa ideia:
Se enxerguei um pouco mais longe, foi por estar em pé sobre ombros de
gigantes.
(Isaac Newton)
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Não é recomendado julgar e/ou refutar um dado histórico se você estiver pensando com a cabeça do século
XXI, a partir de suas ideias preconcebidas e do que você acha certo ou errado, ou seja, do seu sistema de
crenças, de sua perspectiva, eventualmente, nutrida pelo senso comum, pelo conhecimento popular que não
tenha sido testado e analisado pelo método da Filosofia ou da Ciência.
Segundo Schultz (2019), é necessário um distanciamento: afastar-se momentaneamente do seu sistema de
crenças e também do seu conhecimento do século XXI. Compreenda a perspectiva e o Zeitgeist do
momento histórico que estiver estudando.
Em ciência, não achamos, não deduzimos sem antes observar, experimentar,
demonstrar evidências. Em ciência, não existe o óbvio. Tudo precisa ser investigado
e evidenciado.
Com essa postura, você absorverá melhor o conteúdo, compreenderá melhor a nossa história, e, assim,
perceberá o propósito e a utilidade daquele conhecimento para não cometer os mesmos erros dos nossos
antepassados, para prospectar o futuro, ou compreender como chegamos até o nosso momento histórico
do século XXI.
Em ciência, algumas vezes, para acertar é necessário errar. É a partir dos erros que alguns pesquisadores
ficam inquietos, buscam evidências válidas e fidedignas para refutar o erro e alcançar evidências de maior
qualidade. Os erros são tão relevantes quanto os acertos.
Vamos analisar um exemplo prático do que tratamos até aqui!
O que você diria se disséssemos que sua inteligência e suas características de personalidade podem ser
medidas pelo tamanho de sua cabeça e do formato do seu crânio? Isso faria sentido?
Digite sua resposta aqui
Exibir Solução
Vejamos a seguir um caso interessante de uma ciência que foi relevante no passado, mas que atualmente já
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não é tão considerada.
Saiba mais
Nos dias atuais, afirmamos que a Frenologia é uma pseudociência, mas, em 1796, o alemão Franz Joseph
Gall (1758-1828) exerceu influência na Psicologia e na psiquiatria com essa teoria. Com a Frenologia, Gall
acreditava ser possível estudar as aptidões mentais analisando o tamanho e o formato do crânio. Por
muitos anos, o tamanho e o formato do crânio de Gall e de outros estudiosos da Frenologia foram
considerados, por eles mesmos, o padrão de excelência e um exemplo do melhor da espécie humana.
Atualmente, essa ideia é um absurdo. No entanto, não podemos achar que esse conhecimento seja inútil,
pois, em ciência, não chegamos a conclusões simplesmente por pensarmos que algo é obviamente
verdadeiro ou falso. Precisamos buscar evidências. Isso quer dizer que só foi possível descartar essa teoria
porque esta foi posta à prova.
Entretanto, as ideias de Gall de que algumas características são específicas de certas áreas do cérebro se
sustentaram em momentos posteriores. Em ciência, aproveitamos o que é útil, como uma evidência
consistente, e descartamos o resto, mas sem esquecer esse resto, pois, assim, evitamos cometer os
mesmos erros no futuro (ao menos isso é o desejável).
A Psicologia é recheada de exemplosde acertos e erros. Os erros nem sempre são oriundos de
pseudociências, mas podem ser também resultado do método científico levado a sério, ético e rigoroso
(errar faz parte — perceba, com humor, que “herrar é umano” —, mas permanecer nesse “herro” é
obscurantismo). Até nos dias atuais, precisamos ficar atentos e ser críticos. Podemos encontrar
informações que se dizem embasadas no método científico, mas são pseudociências. Devemos ter cuidado
e não acreditar em tudo, só porque dizem que é ciência.
Pseudociências
Entendemos como pseudociência algo que se diz ciência, mas que não é.
Nessa jornada fantástica, podemos perceber como algumas discussões são
fundamentais e demonstrar que teses e hipóteses foram testadas e não se
sustentaram quando passaram pela prova, como ocorreu com a Frenologia.
Assim, podemos afirmar, em pleno século XXI, com evidências científicas robustas, que somos seres únicos,
ninguém é melhor do que ninguém, existe um lugar no mundo para os extrovertidos e para os introvertidos.
Antigas afirmações foram reavaliadas, por exemplo:
Não existe raça superior.
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A Psicologia Científica é autônoma e não se confunde com dogma religioso. Portanto, as discussões
polêmicas que as civilizações se propuseram a debater, como a questão da raça, foram submetidas a
contestações científicas e amplos estudos, com evidências científicas demonstrando sua ineficácia de
partida.
Exemplo
A eugenia como uma hipótese não se sustenta para os seres humanos, pois apresenta sérios conflitos
éticos. A homossexualidade não é uma doença para ser tratada. Na escola, não devemos separar as
crianças por dificuldades de aprendizado e/ou outras condições como surdez, autismo etc.
Entre outras discussões delicadas, só com reflexões e críticas amparadas pela ciência prosseguimos
absorvendo as transformações pelas demandas sociais e atuando de forma a promover bem-estar e
qualidade de vida.
Caminhos e descaminhos da Psicologia
Confira os caminhos acertados e os erros cometidos na trajetória da Psicologia que levaram a
"descaminhos".
O melhor tratamento para o doente mental não é ser descartado em um hospício
A orientação sexual de uma pessoa só importa a ela mesma.

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Dessas discussões e pesquisas ao longo da nossa história, surgem os argumentos para projetos
individualizados para educação, mas sem desconsiderarmos a inclusão e promovendo uma educação para o
convívio com as diferenças.
Exemplo
Os doentes mentais, em certas circunstâncias, ficarão internados, mas as comunidades terapêuticas são
uma solução viável, em vez de internações de longa permanência.
Várias estratégias vêm sendo desenvolvidas a partir de erros e acertos, para promovermos tolerância,
compaixão, autocompaixão, saúde, e bem-estar físico e emocional. Buscamos os acertos e as evidências
científicas, bem como caminhos mais éticos, humanizados, integradores.
Mas, para acharmos a ética, em algum momento da história, foi necessário perdê-la. Para achar nossa
humanidade, em algum momento da história, foi necessário nos depararmos com práticas desumanas. Para
chegarmos às estratégias e ao manejo que promovem inclusão, foi necessário que vivenciássemos as
consequências econômicas, sociais, éticas e políticas das práticas segregacionistas. Infelizmente, não
aprendemos com todos os erros e, em parte de nossa civilização e de nossa sociedade, ainda
encontraremos mazelas, mas estamos em tempos melhores como humanidade do que já estivemos em
outras épocas.
A história da Psicologia como ciência demonstra como essa área tem sido importante em diferentes
campos:
Na escola, para pedagogos e outros profissionais entenderem o desenvolvimento humano e designarem
estratégias de aprendizagem, atendendo a maturação biológica, funcionamento do cérebro e perfil
cognitivo do aluno.
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Para organizações e instituições desenvolverem melhores práticas na gestão de pessoas.
Para o estabelecimento de tratamentos mais humanizados na saúde mental, bem como de práticas para a
promoção de saúde, negócios e neuromarketing.
Para psicoterapia, para avaliação psicológica, neuropsicologia, entre outras possibilidades de atuação dos
psicólogos.
Os eventos históricos são fundamentais para evitar equívocos e não repetir algumas práticas que trouxeram
mais confusão do que solução. Analisar a história e compreender nosso passado nos ajuda a imaginar o
futuro e a direcionar melhor nossos esforços. Essa história é nossa. Ela é sua. É da nossa civilização, para o
bem ou para o mal.
A Psicologia como ciência e profissão, no Brasil do século XXI, tem sido posicionada de modo a evitar os
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erros da história, buscando o caminho do bem, promovendo os direitos universais humanos, a inclusão, a
tolerância, a ciência, mas sabendo que: todo ponto de vista é a vista de um ponto (BOFF, 1999).
Por onde começamos?
A Psicologia, como ciência, foi influenciada por inúmeros pensadores, cientistas, movimentos e áreas.
Veremos a seguir alguns.
In�uências
In�uência da Filoso�a
A história da Psicologia está imersa na história do desenvolvimento do pensamento humano, na história da
Filosofia: é assim que a Psicologia se organiza.
Até certo ponto, a história da tradição filosófica é a história da Psicologia. Isso inclui o período da Grécia
Antiga com os mitos gregos, a exigência racional com Tales de Mileto, Pitágoras, Heráclito e Parmênides,
Sócrates, os Sofistas, Platão e Aristóteles.
A Filosofia aborda o objeto que deseja conhecer por intermédio da razão, da argumentação (indutiva e
dedutiva), da lógica, da retórica. Esses métodos são necessários para questionar o que é o conhecimento,
os tipos de conhecimento e o que é verdadeiro nesse conhecimento.
A Filoso�a também se ocupa das falácias do
conhecimento, ou seja, dos erros da argumentação
�losó�ca, mas que convencem e enganam.
Uma falácia do conhecimento sempre vem disfarçada de boas intenções e, eventualmente, confirma ideias
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do senso comum, confirma os desejos e as opiniões de algumas pessoas, e por isso convence os mais
ingênuos.
O papel da Filosofia, de apontar as falácias do conhecimento, é fundamental para nossa civilização, para os
psicólogos, para os educadores (ensinantes), para os gestores e para o cidadão. As falácias do
conhecimento estão em nosso passado, mas também no presente. O pensamento filosófico é uma vacina
poderosa contra o obscurantismo e contra tais falácias, pois desenvolve o pensamento crítico.
In�uência de movimentos e estudos
Vejamos a seguir dois exemplos de influências.
René Descartes (1596-1650).
Mecanicismo, a doutrina filosófica do século XVII, pela qual todos os fenômenos se explicam pela
causalidade; pela discussão dos racionalistas (tese) e dos empiristas (antítese) e pela síntese do filósofo
Immanuel Kant, no século XVIII.
René Descartes (1596-1650) era racionalista. A publicação relevante para nossa discussão é de 1637:
Discurso sobre o método para bem conduzir a razão na busca da verdade dentro da ciência.
Empiristas
Há vários representantes no movimento conhecido como empirismo inglês. Destaque para a “mente como
uma tabula rasa”, na publicação Ensaio sobre o entendimento humano, do filósofo John Locke (1632-1704).
A origem das espécies (1872), livro publicado por Charles R. Darwin (1809-1882), abordou o
desenvolvimento filogenético das espécies, incluindo a espécie humana.
Isso aproximaos seres humanos de outras espécies que habitam o planeta em uma corrida por
adaptabilidade e sobrevivência. Nossa espécie Homo sapiens (homem sábio), com as características
morfológicas atuais, tem 350 mil anos; as características comportamentais modernas, cerca de 50 mil anos.
Essas evidências são importantes para a delimitação da Psicologia como ciência e para o movimento do
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funcionalismo com o estudo do papel adaptativo da consciência, em vez do seu conteúdo.
Charles R. Darwin (1809-1882).
Desde o início da Idade Moderna até a época do Iluminismo, os filósofos especularam sobre o
funcionamento da mente humana, com o intuito de determinar por meio de quais processos o conhecimento
é produzido. A ideia de que a faculdade da razão era o que possibilitava o saber não era exatamente nova: já
na Grécia Antiga e durante a Idade Média se atribuía à razão essa função. No entanto, a compreensão de seu
funcionamento ainda representava um desafio. John Locke concebeu a mente como uma espécie de folha
em branco, ou tabula rasa, onde a experiência sensorial deixava suas impressões, assumindo que não havia
pressupostos preestabelecidos, tanto para o pensar quanto para o agir.
Outros pensadores, como René Descartes e Gottfried Leibniz (1646-1716), posicionavam-se de maneira
diferente em relação à questão, pois, para eles, havia funções da consciência humana que não poderiam ser
resultado da mera experiência sensorial, como:

As categorias do pensamento

O mecanismo das inferências lógicas

A noção de causalidade

O sentido do propósito
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p p
Independentemente do mecanismo, para os pensadores iluministas, a especulação precedente abriu uma
porta para o funcionamento da mente humana que não poderia mais ser fechada. O debate sobre o
mecanismo racional envolvia desde a ideia de que uma porção “divina” nos oferecia o sentido da verdade, do
belo e do correto, até uma crítica necessária da “Razão Pura”, empreendida por Immanuel Kant. Outros
pensadores afirmaram ainda que as ideias deviam seu processo de construção às dinâmicas sociais,
interpretações e relações do sujeito com o meio.
Nesse contexto, destaca-se o pensamento dialético de Hegel (1770-1831). O conceito de dialética
apresentado pelo autor defende que os seres humanos constroem e reconstroem os seus conceitos. Seja
em expedientes sociais, seja nas concepções artísticas, para Hegel, esse processo deve ser descrito como
uma espiral constante.
As sociedades — e os indivíduos que nelas vivem — estão sempre ancorados em teses, naturalizadas em
seu cotidiano e assumidas como verdadeiras.
Entretanto, no processo histórico, essas teses são constantemente contrastadas, negadas, enfrentadas, e
desse enfrentamento, entre tese e antítese, emerge sempre algo novo, uma síntese (por isso espiral), que
posteriormente será consolidada no meio social, tornando-se a tese então vigente.
In�uência da Psicofísica
A Psicofísica demarca uma mudança de abordagem. Eventualmente, você pode ler que a Psicologia, em sua
fundação, rompe com a Filosofia, mas essa afirmação está equivocada.
Psicofísica
É a relação entre um estímulo em seu aspecto físico e a resposta consciente do sujeito.
Toda ciência precisa de uma base filosófica consistente para operar: a isso
chamamos de bases epistemológicas .
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Bases epistemológicas
Filosofia da ciência ou, dependendo do momento histórico, teoria do conhecimento.
A inovação dos psicofísicos é empregar o método experimental para estudar uma Psicologia sensorial, uma
Fisiologia experimental, não romper com o pensamento filosófico, buscando evidências empíricas por meio
do método experimental e de resultados reprodutíveis. É fundamental conseguir dados constantes, não
apenas as especulações, induções e deduções filosóficas.
A teoria da evolução das espécies, os avanços da Fisiologia Experimental com os psicofísicos,
correlacionando nosso aparato sensorial à mente humana, a rigor, aos estados conscientes dessas
sensações, e o Zeitgeist do século XIX impulsionaram a criação do primeiro laboratório de Psicologia, em
1879, na Alemanha.
Sensorial
Tecnicamente, na Psicologia Científica, as sensações são os nossos sentidos: visão, audição, olfação,
paladar, tato, propriocepção. Isso se difere da percepção. Enquanto as sensações são descritas puramente
em termos fisiológicos e por uma linguagem neural (sinapses), as percepções são descritas como uma
função psicológica.
Saiba mais
Para compreender o plano de fundo e o Zeitgeist do século XIX, é preciso considerar que os métodos das
ciências naturais estavam em alta, e a Psicologia precisava seguir esse caminho. A Fisiologia foi uma
resposta possível. O espírito metódico e rigoroso dos pensadores alemães construiu o ambiente propício
para o desenvolvimento de uma Fisiologia experimental. Aparelhos tecnológicos estavam sendo
desenvolvidos. Além disso, a influência do empirismo inglês, que preconizava a necessidade de se estudar
os sentidos e como podem levar ao erro, foi fundamental em um contexto social em que havia urgência de
se fazer ciência, devido à predominância do espírito positivista, que defendia o método experimental. Nesse
contexto, o conhecimento científico era considerado a via mais segura para se construir um conhecimento
verdadeiro.
Origens e cientistas
No século XX, a medida em Psicologia, ou seja, a mensuração de construtos psicológicos, era basicamente
de natureza cognitiva, por intermédio de testes psicológicos das diferenças individuais.
Isso quer dizer compreender as particularidades de uma pessoa, por exemplo, mensurando o nível de
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inteligência ou investigando os traços de sua personalidade e correlacionando a dificuldades escolares ou
ao desempenho em determinada área no mercado de trabalho.
Na Psicologia, considerando a segunda metade do século XIX, as primeiras medidas não eram de natureza
psicológica, mas psicofísicas — uma Psicologia sensorial. Essa influência da Fisiologia, por meio das
primeiras medidas psicofísicas, buscava as regularidades e os padrões da nossa fisiologia, isto é, o geral,
não o particular ou as singularidades.
Singularidades
O que não é padrão, o que se tem de resultado ímpar em uma movimentação que tende a ser recorrente.
Wilhelm M. Wundt.
Ficou registrado na história como o responsável pelo marco fundante da Psicologia Científica. Foi
esse pesquisador que, em 1879, delimitou em seu laboratório, fundado na Universidade de Leipzig, na
Alemanha, o Psychologische Institut (Instituto Psicológico).
Outros psicofísicos precederam o primeiro laboratório de Psicologia e trabalharam juntos (ou
separados) a Wundt. Lembre-se de que uma ciência não se desenvolve no vácuo, mas em um
continuum de acúmulo de conhecimento e tecnologia. Os psicofísicos estavam abrindo as portas
para a Psicologia Científica, e Wundt era um deles. Eles concordavam entre si e/ou se criticavam.
Acertaram e erraram. Mas sempre persistiram.
Wilhelm M. Wundt (1832-1920) 
Ernst Weber (1795-1878) 
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Ernst Weber.
Desenvolveu estudos para discriminar a distância tátil perceptível entre dois pontos (limiar de dois
pontos), ou seja, a relação de uma estimulação física (sensação) e uma percepção (mental).
Gustav Theodor Fechner.
Fechner disputa com Wundt o título de pioneiro da Psicologia Experimental e da própria Psicologia,
embora suas primeiras contribuiçõespara as ciências tenham se desenvolvido nos campos da
Matemática e da Física. Posteriormente, devido a uma crise pessoal e influenciado pelo filósofo
alemão Friedrich Schelling (1775-1854), passou a interessar-se por questões psicológicas e
religiosas.
De acordo com sua concepção de paralelismo psicofísico, as realidades física e psíquica não
estariam em oposição, mas constituiriam aspectos de uma mesma realidade essencial. Fechner
demonstrou que o mundo mental e o mundo material estão relacionados quantitativamente; e que se
pode medi-los.
Gustav Theodor Fechner (1801-1887) 
Hermann von Helmholtz (1821-1894) 
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Hermann von Helmholtz.
Foi pioneiro em medir a velocidade do impulso nervoso, de uma estimulação sensorial tátil até a
resposta, ou seja, o movimento motor resultante. Para a Psicologia, isso foi importante na ideia de
que o pensamento e o movimento se seguem um ao outro, e o intervalo entre um pensamento e um
movimento resultante poderia ser medido.
Esses estudos, inovadores na época, foram gradualmente encorajando Wundt a conseguir os recursos e o
espaço necessários para fundar um Instituto de Psicologia na Universidade de Leipzig. Antes desses
estudos, a mente humana era abordada apenas pelos argumentos filosóficos, fundamentais, mas incapazes
de demonstrar como a mente funciona e/ou se estrutura em aspectos fisiológicos.
Wundt prosseguiu usando o método experimental, mas, diferentemente de seus antecessores e
contemporâneos, estava mais focado em delimitar o campo da nova ciência (Psicologia) e o seu objeto de
estudo (consciência).
Buscou definir a consciência e descrever o caráter de seus elementos básicos. A maneira de estudá-la foi a
introspecção, ou seja, a observação da experiência consciente. Uma forma de auto-observação guiada. O
exame do próprio estado mental. Mas negou que a Psicologia seria capaz de estudar funções superiores.
Wilhelm Wundt (sentado) com colegas em seu laboratório psicológico, o primeiro desse tipo.
Alguns pesquisadores seguiram Wundt, mas outros o contestaram, desenvolvendo uma Psicologia não
wundtiana:
Hermann Ebbinghaus (1850-1909)
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g ( )
Estudou a aprendizagem e memória (funções superiores).
Franz Brentano (1838-1917)
Fez uma distinção entre o conteúdo mental e a atividade mental.
Muitos cientistas somaram esforços para delimitar esse campo de estudo no século XIX e essa nova
Psicologia resultou em duas escolas: o estruturalismo e o funcionalismo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
As in�uências da �loso�a na psicologia
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Origens e primeiros cientistas da psicologia
Todos
Módulo 1 - Video
Caminhos e descaminhos da Psicologia
Mód l 2 Vid
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Módulo 2 - Video
Gestalt e seu desenvolvimento
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos eventos históricos que estão no alicerce da Psicologia como uma ciência e uma profissão. Quais
cuidados devemos ter, ao estudar determinado conteúdo da nossa história, para torná-lo útil e significativo
no tempo presente?
A
Considerar o Zeitgeist e usar do conhecimento do senso comum para dar sentido em
minha vida cotidiana.
B
Usar o método filosófico para evitar as falácias do conhecimento e o método científico
para coletar evidências.
C
Usar o método filosófico para, por meio da razão, desenvolvermos o conhecimento
científico.
D
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. O método científico nem sempre trará um
resultado para a Psicologia, como uma ciência e uma profissão, por causa dos erros e das
pseudociências.
E Não se deve considerar os pontos de vista, mas somente o Zeitgeist de seu tempo.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Ao ler sobre esses eventos e essas ideias, é natural interpretá-los a partir de determinado ponto
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de vista e, eventualmente, compará-los ao tempo presente e ao sistema de crenças pessoal, que
tipicamente vai julgar o certo e o errado pelas ideias do senso comum. Mas, em ciência, usamos
o método filosófico para delimitar as bases epistemológicas e o método científico para colher as
evidências.
Questão 2
A Psicologia Científica, surgida no século XIX, rompe com a Filosofia para delimitar-se como uma ciência,
evento que é um marco de 1879 com Wundt fundando o primeiro laboratório de Psicologia Experimental.
Analise essa afirmação e responda:
A
Afirmativa correta. A Psicologia deixa de ser estudada pela Filosofia e passa a ser
investigada pelo método científico.
B Afirmativa correta. Por uma exigência do positivismo, a Psicologia abandona a Filosofia.
C
Afirmativa errada. A Psicologia Científica, como a conhecemos, foi fundada no século XX
por Titchener nos Estados Unidos da América.
D
Afirmativa errada. A Psicologia Científica amplia a abordagem dos fenômenos
psicológicos pelo método experimental, mas não rompe com a Filosofia.
E
Afirmativa correta. A Psicologia Científica rompe com a Filosofia e passa a usar somente o
método experimental.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Toda ciência, para operar, necessita dos argumentos filosóficos para delimitar o seu campo de
estudo e os seus métodos. Chamamos isso de bases epistemológicas.

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2 - A Psicologia no século XX
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os movimentos da
Psicologia do século XX.
Movimentos da Psicologia
Estruturalismo
Na transição do século XIX para o início do século XX, a Psicologia alcançou visibilidade nas universidades
dos Estados Unidos e da Europa, notadamente na Alemanha, e o ritmo de seu desenvolvimento foi marcado
pelos movimentos do estruturalismo e do funcionalismo.
Edward B. Titchener.
Em 1896 nos Estados Unidos o britânico Edward B Titchener (1867-1927) discípulo de Wundt divulgou um
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Em 1896, nos Estados Unidos, o britânico Edward B. Titchener (1867 1927), discípulo de Wundt, divulgou um
projeto diferente do de seu professor, em termos epistemológicos.
Titchener e seus colaboradores identificaram mais de 40 mil qualidades e sensações, e afirmavam que cada
elemento era consciente e poderia ser combinado para formar percepções e ideias.
Esses elementos eram determinados pela qualidade, intensidade, duração e nitidez.
Todos os processos conscientes e perceptuais poderiam ser reduzidos a esses elementos que, em última
análise, são os átomos do pensamento.
O reducionismo de chegar ao átomo do pensamento era uma exigência do Zeitgeist — aproximar a
Psicologia das ciências naturais e do espírito positivista.
Titchener treinou vários observadores a descrever o seu estado consciente em vez de descrever o estímulo,
por intermédio de uma introspecção experimental sistemática.
Um fantasma do curso das fibras no cérebro humano, Edward B. Titchener, 1895.
O pesquisador criticava que, até então, os instrumentos de medida da Fisiologia Experimental aplicados à
Psicologia, como taquistoscópio e o cronoscópio, eram mais importantes do que o próprio observador. Por
isso, havia a urgência em treiná-los para empregar a introspecção.
Vamos fazer um exercício!
Observe a imagem a seguir e depoisresponda o que você vê.
Pensou? Vamos ver a seguir a resposta:
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Digite sua resposta aqui
Exibir Solução
Funcionalismo
O norte-americano William James (1842-1910) publicou, em 1890, o texto Princípios da Psicologia, que se
transformou nas bases do funcionalismo nos Estados Unidos no século XX. Ele foi um representante da
escola do pragmatismo e do funcionalismo.
James não estava interessado nos átomos do pensamento, mas na experiência imediata que um objeto
impunha à consciência, ou seja, um fenômeno. Suas principais teorias são os estudos sobre a emoção, sua
origem e função, com grande impacto para a Psicologia no século XX.
William James.
James acreditava que uma alteração fisiológica no organismo levaria a uma emoção, ideia que foi
corroborada em um estudo independente pelo fisiologista Carl G. Lange (1834-1900), psicólogo
dinamarquês.
Na perspectiva desses autores, não experimentamos uma emoção se não houver uma alteração fisiológica
no organismo. Assim, o corpo reagiria de modo diverso aos eventos ambientais causadores de emoções, e
as experiências emocionais nada mais seriam do que uma tentativa de dar sentido à alteração no
organismo.
Exemplo
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Se você escuta um barulho muito alto, como uma explosão, esse evento ambiental vai aumentar seu
batimento cardíaco, causar sudorese, respiração mais rápida e curta, e o resultante disso é sua percepção
de medo. Essa é a teoria James-Lange para explicar uma emoção.
Os funcionalistas sofreram influência da teoria da evolução das espécies e estavam mais interessados no
papel adaptativo da consciência, dos hábitos, da emoção, ou seja, em suas respectivas funções. Para os
funcionalistas, isso era mais válido e pragmático do que investigar o conteúdo da consciência em termos
estruturais.
No início do século XX, entre 1901 e 1913, a Psicologia norte-americana vivenciou o debate, muitas vezes,
fundamentalista e não amistoso, entre estruturalistas e funcionalistas. Na Europa, observamos outras
discussões.
Pragmático
Pragmatismo é uma doutrina da Filosofia que define os critérios de utilidade do conhecimento.
A história em perspectiva
Nesse pequeno espaço, é difícil contar tudo o que acontecia na Europa e nos Estados Unidos, pois existiam
intercâmbios e influência mútua, mas é uma escolha didática destacar aquilo que era mais evidente nessas
localidades.
A marcha da humanidade, David Alfaro Siqueiros, 1971.
Igualmente difícil é narrar todas as influências, as perspectivas e os acontecimentos que tiveram impacto na
formação da Psicologia como ciência entre 1879 e o fim do século XX, pois a proposta deste estudo é dar
uma visão panorâmica.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam.
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(BOFF, 1999, p. 4)
Antes de prosseguirmos, vamos analisar o que se desenvolveu ao longo do século XX, por influência da
Psicologia do século XIX.
Uma história à parte
A Psicanálise é uma história à parte da Psicologia, mas que exerce grande influência nos psicólogos,
pedagogos, médicos psiquiatras, neurocientistas, entre outros interessados no estudo das funções
psicológicas humanas.
Sigmund S. Freud
Erros de tradução colocam Sigmund S. Freud (1856-1939), em certos livros, como um teórico do instinto,
mas isso está equivocado. A palavra instinto não se aplica a Freud, pois ele não usou o termo instinkt
(instinto, em alemão). Para os seres humanos, ele usou trieb, traduzido como impulso ou pulsão. Freud
também apresenta sua teoria sobre o desenvolvimento psicossexual (fase oral, anal, fálica, período de
latência, genital).
Lembra-se de quando abordamos o tópico perspectiva e Zeitgeist? Nesse aspecto, do desenvolvimento
psicossexual, a Psicanálise é mal compreendida por leigos e pelo senso comum.
Atenção!
Não reproduza esses enganos, mas busque compreender a perspectiva do autor.
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De maneira geral, uma teoria do impulso, como compreensão do funcionamento humano, concentra-se em
explicar como o nosso comportamento mantém o organismo em equilíbrio. A experiência psicológica de um
desequilíbrio interno seria um impulso, ou seja, o “energizador” do comportamento.
Exemplo
A sede é um desconforto psicológico para a necessidade de ingestão de líquidos.
As teorias do impulso explicam comportamentos e são focadas nas causas, em nosso funcionamento
interno, na fisiologia e/ou na estrutura da nossa mente. Não é incomum compararmos a proposta libidinal
(energia mental) de Freud com um sistema hidráulico. Imagine uma caixa de água sendo abastecida: se a
boia da caixa falhar, a água escorrerá por um mecanismo de escape para fora da casa, um meio simples de
segurança para sua casa não ser inundada pela água.
Vamos descrever com essa analogia o funcionamento da mente humana na perspectiva desse autor: à
medida que os impulsos corporais acumulam energia (por analogia, a água de nosso sistema hidráulico), a
experiência psicológica resultante é um aumento da ansiedade, um desconforto psíquico. Então, é preciso
proteger, por meio de um mecanismo de escape (como aquele presente na caixa-d’água), nossa saúde física
e mental (para evitar a inundação de nossa residência).
Freud descreverá minuciosamente esses mecanismos de defesa. Ele elenca três estruturas do aparato
psicológico humano que vivem em uma interação dinâmica e, digamos, medindo forças:
Id
Evita a dor e maximiza o prazer.
A girafa ardente, Salvador Dalí.
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Ego
O aspecto racional da personalidade.
Figura Clássica e Cabeça (inacabada), Salvador Dalí.
Superego
Introjeção da moral da sociedade na estrutura de personalidade.
A Madonna de Port Lligat, Salvador Dalí
O Id, como uma estrutura psíquica inata, é regido pelo princípio do prazer e pela busca da satisfação
imediata; representa, por analogia, a pressão da água que chega à nossa caixa. Essa pressão é constante e
buscamos objetos que sejam capazes de satisfazer o desconforto psíquico. Como não podemos atender às
pressões mais primitivas em busca do prazer, devido à ação do Superego e dos mecanismos de defesa,
eventualmente, adoecemos, pois não podemos buscar os objetos que, de fato, desejamos. Esse
adoecimento, muitas vezes, não apresenta os motivos para consciência (para o Ego).
A produção intelectual da Psicanálise, inicialmente, foi direcionada para a saúde mental e para o tratamento
clínico de enfermidades mentais. Uma inovação para a época. Durante o século XX, a Psicanálise foi
empregada de maneira mais ampla para compreender diversas manifestações humanas, uma vez que se
constitui como uma teoria da personalidade e do desenvolvimento humano. Pode ser aplicada na
psicopedagogia, na psicoterapia, na educação, na saúde e nas práticas institucionais e comunitárias.
A Psicanálise sofreu algumas variações, ao longo do século XX, nas mãos de outros autores que
discordaram de certos aspectos da abordagem de Freud e/ou ampliaram algo que anteriormente não tinha
sido abordado ou aprofundado.
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Para encerrar esse tópico, falaremos sobre Carl Gustav Jung (1875-1961), cuja teoria dos tipos psicológicos
é amplamente utilizada como orientação profissional, no levantamento do estilo de aprendizagem de uma
pessoa e dos seus interesses; isso pode ser utilizado no planejamento de projetos educacionais, bem como
na seleção de pessoasem recursos humanos.
Carl Gustav Jung.
Jung foi um discípulo de Freud, mas romperam relações por divergências teóricas. O seu sistema é
conhecido como Psicologia Analítica, que é aplicada na psicoterapia, em saúde mental e na avaliação da
personalidade. A tipologia de Myers-Briggs (classificação tipológica de Myers-Briggs) é um instrumento
padrão-ouro para avaliação da personalidade (MBTI). Outro teste que é amplamente utilizado no Brasil é o
questionário de avaliação tipológica (QUATI). Ambos os recursos são de uso restrito do psicólogo e da
psicóloga.
Sigmund Freud, Stanley Hall, Carl Gustav Jung, Abraham Arden Brill, Ernest Jones e Sándor Ferenczi em fotografia de 1909.
No Brasil, o uso e a comercialização de testes psicológicos são restritos aos profissionais da Psicologia
com inscrição ativa em um conselho regional de Psicologia. Existem questões técnicas e psicométricas
delicadas para garantir a correta utilização e fazer inferências corretas sobre a população brasileira.
Psicométricas
Trata-se do embasamento para a medida em Psicologia.
Behaviorismo (comportamentalismo)
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Behaviorismo (comportamentalismo)
O behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, tem como objeto de estudo a análise
científica dos comportamentos humano e animal. Busca descrever as circunstâncias relevantes para que um
comportamento seja instalado no repertório comportamental de uma pessoa e o que é preciso para
modificar esse comportamento, quando necessário. Desse modo, é possível evidenciar por que determinada
pessoa se comporta dessa ou daquela maneira, os motivos de alguma decisão, e prever e alterar os
possíveis comportamentos futuros.
Nenhum sistema teórico, ou perspectiva psicológica, como vimos, surge em um vácuo, mas pelo acúmulo
de conhecimento e pelo avanço da tecnologia. O behaviorismo foi um protesto contra a Psicologia
Wundtiana, a consciência como objeto de estudo e a introspeção como um método.
Behaviorismo
Um neologismo, criação de uma nova palavra a partir de outra já existente. Behavior (inglês) =
comportamento
Origem do behaviorismo
Em 1913, John Broadus Watson publicou o artigo A Psicologia como um behaviorista a vê, no qual expõe os
principais posicionamentos científicos da Psicologia Comportamental. Watson propõe defini-la como uma
ciência do comportamento, já que esta é fisicamente observável: é possível ver as pessoas andarem,
comerem, conversarem, mas é difícil observar seus pensamentos e sentimentos. Vamos ver um exemplo.
Podemos dizer que comemos porque sentimos fome. Você já parou para pensar nos eventos que fazem
parte dessa contingência, ou seja, da probabilidade de um evento ser causado por outro evento?
John Broadus Watson
John Broadus Watson (1878-1958) foi um cientista que fez conferências em que rejeitava as abordagens
estruturalistas e funcionalistas e afirmava o abandono de métodos introspectivos. Inseriu a Psicologia como
uma ciência que deveria ter um objeto natural e aplicações práticas para melhorar a qualidade de vida das
pessoas. Estudou os reflexos aprendidos e as reações emocionais básicas (incondicionadas — medo, raiva,
amor) e complexas (condicionadas).
Momento 1 
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Podemos dizer que houve um período de privação de comida.
Durante essa privação, os processos associados à homeostase causam a sensação de fome
materializada na consciência mediante pensamentos sobre comida e/ou estratégias para saciar a
fome (ir a uma lanchonete ou fritar um ovo na cozinha).
Entendemos homeostase como processo fisiológico que faz a manutenção da vida e busca o
equilíbrio interno no organismo; por exemplo, a experiência na consciência de sede e fome é
resultado de processo homeostático.
Com a sensação, você se dirige à cozinha, para fritar um ovo ou outro alimento de sua preferência, ou
Momento 2 
Momento 3 
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vai até uma lanchonete e come.
Os momentos 1 e 3 podem ser observados diretamente. Já o momento 2 é encoberto aos olhos de um
observador externo e só pode ser descrito pela introspecção, mas esse método é falho, uma vez que dois ou
mais introspectistas podem experimentar ideias diferentes a respeito do fato.
Essa é uma crítica feita pelos funcionalistas para os estruturalistas, embora os funcionalistas tenham
continuado com a introspecção até o Manifesto Behaviorista de 1913.
Os introspectistas, pela Psicologia Wundtiana, tratariam o momento 2, a sensação de fome, como a causa
do momento 3, o comportamento de comer. Essa é a base do pensamento mentalista ingênuo, crítica feita
pelos behavioristas: “como porque sinto fome”. Se a fome é resultado da privação de comida, pode-se
desconsiderar a causa mental, os pensamentos, a sensação, porque não é possível estudar os eventos só
acessíveis pela introspecção.
A tese do behaviorismo é se preocupar somente com os fatos naturais, facilmente mensuráveis.
Burrhus Frederic Skinner.
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) recebeu influência de Watson e Thorndike e estabeleceu a distinção
entre o behaviorismo radical e o metodológico, além de descrever a aprendizagem por contingência
(probabilidade de um evento ser causado por outro; relação entre eventos ambientais).
Skinner buscava descrever contingências, como elas ocorrem e são mantidas. O behaviorismo apresenta
protocolos interessantes para o manejo do comportamento na escola, nas organizações etc. Na perspectiva
desse autor, o cérebro é um depositário de contingências, ou seja, armazena nossas experiências e os
padrões do nosso repertório comportamental.
As ideias essenciais de Skinner são reveladas em algumas frases:
Seja inato ou adquirido, o comportamento é selecionado por suas
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consequências.
(SKINNER, 1983, p. 155)
Um eu ou uma personalidade é, na melhor das hipóteses, um repertório de
comportamento partilhado por um conjunto organizado de contingências.
(SKINNER, 1974, p. 130)
Psicologia da Gestalt
A Psicologia da Gestalt é uma importante perspectiva da Psicologia. Foi crítica à Psicologia Wundtiana; à lei
do efeito, de Thorndike (1874-1949), nos Estados Unidos; e à Psicologia do Reflexo, de Pavlov (1849-1936),
na Rússia.
As principais personalidades desse movimento foram:
Psicologia da Gestalt
Não confunda com Gestalt terapia, pois são movimentos diferentes.

Max Wertheimer
1880-1943

Kurt Ko�ka
1886-1941

Wolfgang Köhler
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g g
1887-1967
Os gestaltistas aceitavam o objeto de estudo da Psicologia Wundtiana, a consciência, mas negavam-se a
aceitar que o seu estudo acontecesse pela busca de seus elementos. Nesse aspecto, concordavam com a
crítica que William James estabeleceu aos estruturalistas.
De certo modo, a Psicologia da Gestalt foi um movimento funcionalista, mas ao estilo alemão; foi
influenciada pela Filosofia de Immanuel Kant (1724-1804) e de Franz Brentano, bem como pelo movimento
fenomenológico alemão.
Max Wertheimer foi o precursor da Psicologia da Gestalt, sendo o principal fundador desse movimento. Em
1912, descreveu o movimento Phi , um fenômeno que demonstrou as propriedades da percepção humana e
serviu de base para a tese inicial da Gestalt se opor a outros sistemas teóricos.
Movimento Phi
No fenômeno Phi, uma sequência de imagens foi apresentada, na época, por um taquistoscópio, com um
intervalo de tempo de 60 milissegundos, dando a ilusão de que era a mesma imagem se movimentando.
Ao demonstrar uma ilusão, ouseja, um movimento aparente, os gestaltistas constataram que a consciência,
a percepção do movimento, não poderia ser analisada a partir dos seus elementos sensoriais, premissa da
Psicologia de Wundt.
Como o movimento aparente não é real, não possui os
dados sensoriais concretos de um movimento.
A Psicologia da Gºestalt também criticou a ideia de que a percepção seria a soma de elementos básicos,
tese atomista defendida por Wundt. Os cientistas defendiam que uma percepção não dependia de
processos mentais superiores ou de aprendizagem, mas os dados da percepção estavam presentes no
próprio estímulo apreendido pela percepção, em um todo, não no somatório de partes elementares.
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Gestalt e seu desenvolvimento
Entenda agora uma das premissas da Gestalt que trata da organização perceptiva.
A terceira força da Psicologia: humanismo
O humanismo é um movimento, uma perspectiva teórica da Psicologia, do início da década de 1960.
Todas as perspectivas analisadas até aqui têm por base uma doutrina filosófica — o determinismo,
ambiental no caso do behaviorismo, psíquico no caso da Psicanálise; os movimentos anteriores recebiam
uma influência muito grande da Fisiologia e do determinismo biológico.
O humanismo evidencia outra doutrina filosófica: o livre-arbítrio, que preconiza que as pessoas dirigem seus
atos de modo consciente, independentemente de determinações psíquicas, cognitivas ou ambientais. O
objeto de estudo do humanismo não é a consciência ou o comportamento, tampouco a percepção, mas os
interesses e valores humanos. Os humanistas se opunham ao mecanicismo e ao materialismo da cultura
ocidental da época.
Determinismo
Segundo essa perspectiva, eventos ordenados podem ser explicados por leis simples. Da mesma maneira,
eventos psicológicos e/ou comportamentais são regidos por essas leis (propriedades).
Gordon Allport.
As escolas com as quais os humanistas rivalizavam eram o behaviorismo e a Psicanálise; criticavam que os

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dois sistemas ofereciam uma visão da natureza humana limitada e depreciativa.
Entre muitas influências, destacamos Gordon Allport (1897-1967), com o livro A natureza do preconceito, de
1954. Allport utilizou a expressão Humanismo de forma pioneira, em 1930.
Além de Allport, as principais referências da terceira força da Psicologia são: Kenneth B. Clark (1914-2005),
militante dos direitos civis e representante do Zeitgeist da época — mesmo que não associado diretamente
ao movimento do humanismo; Abraham Maslow (1908-1970); e Carl Rogers (1902-1987).
Abraham Harold Maslow foi um precursor do movimento da Psicologia Humanista. Defendia a capacidade
de autorrealização de cada pessoa e criou a famosa pirâmide de necessidades. Embora seja uma teoria
muito criticada dentro da Psicologia e careça de evidências para generalizar diversas populações, é
amplamente utilizada, principalmente, em treinamentos para o desenvolvimento de pessoas.
Abraham Harold Maslow.
Na perspectiva desse autor, todos temos tendência a buscar uma realização pessoal, que só é alcançada
quando atingimos as prioridades dos degraus da pirâmide, da base para o topo. A ideia da hierarquia é
criticada, sem dúvida temos necessidades que são fisiológicas, psicológicas e sociais.
Realização pessoal
Moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceitos, aceitação dos
fatos.
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Estima
Autoestima, confiança, conquista, respeito dos outros, respeitos aos outros.
Amor/Relacionamento
Amizade, família, intimidade sexual.
Segurança
Segurança do corpo, do empregro, de recursos, da moralidade, da família, da saúde e da propriedade.
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Fisiologia
Respiração, comida, água, sexo, sono, homeostase, excreção.
Pesquisas que buscaram evidências da hierarquia em cinco níveis, em amostras mais amplas de pessoas,
sugerem que é coerente pensar em apenas dois níveis que são necessidades por deficiência e necessidade
por crescimento.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
As in�uências da �loso�a na psicologia
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Origens e primeiros cientistas da psicologia
Todos
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 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 
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Módulo 1 - Video
Caminhos e descaminhos da Psicologia
Módulo 2 - Video
Gestalt e seu desenvolvimento
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos inúmeros sistemas teóricos da Psicologia, que surgiram por divergências do objeto de estudo e
do método empregado para estudá-lo. Das alternativas abaixo, identifique aquela que caracteriza o
behaviorismo.
A
Busca da objetividade do método científico, abandonando a introspecção, para
compreender como os conteúdos mentais influenciam comportamentos.
B
Busca da compreensão das motivações humanas e dos comportamentos de
autorrealização.
C
Uso da observação sistemática e do método experimental para descrever as
circunstâncias em que um comportamento ocorre e modificá-lo, se necessário.
D
Estudo da percepção humana e de suas propriedades e análise do comportamento pela
reestruturação do campo perceptual.
E Estudo do comportamento humana por meio da percepção e de suas propriedades.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O behaviorismo refuta o estudo da mente humana, rompe com o modelo da Psicologia Wundtiana
e elege o comportamento observável como objeto de estudo.
Questão 2
A frase “O todo é mais importante que o somatório das partes” expressa uma reflexão que nos é dada pela
Psicologia da Gestalt, no estudo da consciência e da percepção. Analise as sentenças abaixo e identifique
aquela que melhor expressa os argumentos que defendem essa ideia.
A
Evidências de um experimento que demonstrou que um movimento aparente não era real
e que não podia ser compreendido por teses atomistas, pois o fenômeno simplesmente
acontecia e não podia ser explicado, mas era apreendido pela consciência.
B
O fenômeno Phi demonstrava os átomos da percepção consciente do movimento. Tal
fenômeno demonstrou que o movimento como um todo é mais importante e pode ser
percebido pela consciência pela apresentação sucessiva de estímulos a 60
milissegundos.
C
Descrevendo em detalhes o estado consciente em vez de descrever o estímulo do
movimento Phi, ou movimento aparente, por meio de uma introspecção experimental
sistemática, que era um método falho na perspectiva gestaltista.
D
A Psicologia da Gestalt amplia a abordagem dos estruturalistas pelo método experimental,
demonstrando como podemos analisar comportamentos estudando contingências.
E
A Psicologia da Gestalt com o movimento de Phi amplia a abordagem dos estruturalistas
pelo método percepcional, quando analisa comportamentos por meio do entendimento do
todo.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O experimento do movimento aparente (fenômeno Phi) apresentou uma ilusão, que demonstrou
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3 - A Psicologia Cognitiva
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o marco histórico, os
conceitos fundamentais e os métodos da Psicologia Cognitiva.Psicologia do senso comum e a Psicologia
Cientí�ca
A Psicologia Cognitiva traduz, em essência, o que é a ciência psicológica. Percorrer a história da Psicologia
é uma viagem fantástica. Sabe o porquê? Tudo é cognição.
que uma percepção consciente não poderia ser descrita por um dado sensorial, uma vez que o
movimento não era real, mas ilusório.

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Cérebro e as funções cognitivas.
Sabemos que essa afirmação, por hora, talvez não faça muito sentido. No entanto, a partir de agora é
importante você se lembrar da diferença entre a Psicologia do senso comum e a Psicologia Científica.
Vamos analisar alguns exemplos? Pense nos seguintes eventos da vida, que são psicológicos:
A dor
A tensão pré-menstrual
A depressão pós-parto
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p p p
O senso comum, quando utiliza a expressão “é psicológico”, tipicamente está fazendo menção a uma
frescura, a algo que é inventado e/ou que podemos mudar se tivermos força de vontade. Força de vontade
não é um construto que explica um comportamento motivado — essa é uma visão equivocada do senso
comum. Vamos aprender que tudo é psicológico do ponto de vista da Psicologia Cognitiva (científica).
Você já parou para analisar algo a seu respeito, por exemplo, sobre seu estilo cognitivo? Pare agora por
alguns minutos e pense sobre você.
Uma autoanálise sobre o estilo cognitivo
Agora vamos refletir sobre alguns dos exemplos que vimos:
Por que algumas pessoas, diante de alguns eventos, alteram seu humor — por exemplo, na tensão pré-
menstrual — e outras não?

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Por que alguns eventos resultam em depressão em algumas pessoas e em outras não? Já tentou
refletir sobre a depressão pós-parto? Todas as mulheres ficam deprimidas depois de darem à luz?
Você já parou para pensar por que algumas pessoas relatam serem felizes e gozar de bem-estar e outras
pessoas não, mesmo quando as circunstâncias (o meio) estão favoráveis? O que é felicidade? O que é bem-
estar e qualidade de vida? Lembra-se da proposta de viajar pela história da Psicologia para entender que
tudo é psicológico, tudo é cognição? Vamos lá!
Conceito e princípios da Psicologia
Cognitiva
A Psicologia Cognitiva pode ser definida como uma área de conhecimento que analisa os processos
internos implicados na forma como as pessoas extraem sentido do ambiente — interno (fisiológico) e
externo (cultura) — e decidem quais ações são apropriadas. Estuda a atividade e a estrutura do cérebro para
compreender a cognição e o comportamento humano.
A investigação dos processos cognitivos inclui:
Sobre o pensamento, podemos dizer que:
Atenção Percepção Aprendizagem
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O pensamento é a “cereja do bolo” da Psicologia
Cognitiva, principalmente clínica.
Existe diferença entre a Psicologia Cognitiva aplicada à clínica, seus métodos e objetos de estudo, e a
Psicologia Cognitiva enquanto um sistema teórico da Psicologia. A perspectiva teórica vai explicar o
psicológico como um todo, definir e descrever os processos cognitivos, por exemplo. Gradualmente, ao
longo desta leitura, você compreenderá melhor essa distinção.
Existem processos psicoterapêuticos que podem atuar no manejo da dor, da irritabilidade, da angústia, da
ansiedade etc. Mudar determinado padrão de comportamento, determinado padrão cognitivo (um perfil
cognitivo) — obviamente quando necessário e desejado —, porém, exige investimento e engajamento da
pessoa no processo de mudança, que pode ser conduzido, por exemplo, em uma terapia cognitivo-
comportamental.
Comentário
Tudo é psicológico, e chamamos esse tipo de trabalho de reestruturação cognitiva, ou seja, ensinar uma
pessoa a reinterpretar eventos e utilizar essas informações para motivar comportamentos mais adaptados e
funcionais em suas vidas, ou seja, buscar qualidade de vida e bem-estar.
Tudo é psicológico
Para Sternberg (2016), a Psicologia Cognitiva é o estudo de como as pessoas percebem, aprendem,
lembram-se de algo e pensam sobre informações. Podemos descrever as áreas do cérebro ativas na
percepção, no aprendizado, na lembrança e no pensamento. A Psicologia Cognitiva vai estabelecer como
tais informações são codificadas, interpretadas e utilizadas.
Dito de outra forma, a reestruturação cognitiva significa:
Ensinar a pensar diferente sobre...
...si próprio (o eu, o ego).
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Ensinar a pensar diferente sobre...
...o mundo (pessoas e acontecimentos).
Ensinar a pensar diferente sobre...
...o futuro.
Esses três fatores compõem a tríade cognitiva, na expressão teórica do autor da Psicologia Clínica Aaron
Beck (2013).
Resumindo
A Psicologia estuda como o indivíduo dá significado ao ambiente, a partir dos seus processos internos,
permitindo a sua ressignificação.
Você deve estar dizendo “certo, entendi tudo”, mas, afinal, o que é interpretar e decidir? A forma como
decidimos as ações que são apropriadas e/ou simplesmente como agimos, nos comportamos e/ou
interpretamos os eventos depende de nossa evolução ontogenética .
Evolução ontogenética
Trata-se do ciclo da vida, do ciclo de desenvolvimento do organismo (pessoa) ao longo da vida, desde o
desenvolvimento embrionário
Ontogenia é o desenvolvimento de um organismo. Já filogenia é o desenvolvimento da espécie, por
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exemplo, de nossa espécie, Homo sapiens sapiens (O sapiens repete duas vezes, isso mesmo, está correto!).
Imagine a seguinte situação:
Na infância, uma criança não tem as suas necessidades psicológicas básicas atendidas.
Mas como fazer essa interpretação?
A Psicologia Cognitiva adota o determinismo como um pressuposto epistemológico. Eventos
no decorrer de nosso desenvolvimento podem resultar em um ambiente propício para
desenvolvermos resiliência ou não, assim como em mais ou menos controle emocional e
psicológico. Podemos ter uma vulnerabilidade a desenvolver transtornos de humor, por
exemplo, a depressão. Segundo o paradigma de diátese-estresse, pessoas vulneráveis
cognitivamente desenvolvem psicopatologias ao passar por eventos estressores.
Como desenvolvemos essa vulnerabilidade?
A vulnerabilidade é inata, depende de muitos fatores, por exemplo, eventos do período
gestacional e condições hereditárias. Mas, tais vulnerabilidades se desenvolvem em nossas
vidas por gatilhos ambientais, acontecimentos da vida.
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Na adolescência, essa ausência pode resultar em esquemas cognitivos disfuncionais em graus de impacto
variados.
Necessidades psicológicas básicas
A Psicologia trata o tema com base em teorias diferentes, mas podemos entender as necessidades
psicológicas em um âmbito geral como:
Fisiológicas: sede, fome e sexo.
Psicológicas: autonomia, relacionamento e competência.
Sociais: afiliação e intimidade, realização e poder.
Esses são alguns poucos exemplos.
Na infância, as necessidades emocionais fundamentais são: vínculos seguros, autonomia, liberdade de
expressão, espontaneidade e lazer, limites realistas e autocontrole.
Um esquema cognitivo pode ser positivo ou negativo, adaptado ou desadaptado. Se seu padrão de
respostas está desadaptado ao meio e/ou com respostas (comportamentos) muito exacerbados, a
Psicologia Clínica pode ajudar.
Sabe o porquê? Tudo é psicológico,e podemos mudar algumas coisas — outras não, e há aquelas de difícil
mudança. A visão é monista, ou seja, não dualista (mente-corpo). Trata-se de uma visão integrada e
holística. Falar da mente, do psicológico, ou do cérebro é falar da mesma coisa com vieses diferentes.
Vejamos alguns exemplos:
Tomar uma medicação para depressão resulta em mexer na bioquímica do cérebro regulando
algo que estava em desequilíbrio.
F i t i (P i l i Clí i ) t bé bi í i d é b
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Você sabe o que é plasticidade neural?
Saiba mais
Trata-se da mudança do sistema nervoso em decorrência dos eventos da vida, da experiência, do
comportamento. Podemos pensar a plasticidade neural por dois vieses básicos: estrutural, por conexões
sinápticas; ou funcionais, que se traduzem por mudanças no comportamento e/ou no perfil cognitivo. Trata-
se da mesma coisa, ou seja, plasticidade neural, explicada por vieses diferentes.
Tanto manejo medicamentoso quanto psicoterapia agem sobre o cérebro, sobre o psicológico, apenas
operam com mecanismos distintos.
Nessa perspectiva, não existe um corpo adoecendo uma mente, ou uma mente adoecendo um corpo. O que
vai existir é uma pessoa saudável, relativamente saudável, ou não saudável, em uma abordagem simplista e
didática a respeito dos estados de saúde e de qualidade de vida de uma pessoa.
O que importa, neste momento, é compreendermos essa visão da Psicologia Cognitiva contemporânea. Não
se trata de um reducionismo materializante, mas de uma visão integrativa entre Psicologia, Ciências da
Saúde, Ciências Sociais e Neurociências. Com essa ideia de base, os determinantes do comportamento
podem ser analisados:
Em um aspecto físico
Mapeamento neurológico.
Fazer psicoterapia (Psicologia Clínica) também mexe com essa bioquímica do cérebro
regulando algo que estava em desequilíbrio. A psicoterapia resulta em plasticidade neural.
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Em um aspecto psicológico
Sensopercepção, atenção, pensamento, memória, volição, emoções, sentimentos etc.
Em um aspecto ambiental/funcional
Mapeamento cultural, socioeconômico etc.
Isso não significa dividir uma pessoa em três coisas diferentes, pois, como demonstrado, essa divisão é
meramente didática. Uma pessoa é inteira e indivisível. Falar do psicológico, da mente ou do cérebro é falar
da mesma coisa, em perspectivas didáticas diferentes, que permitam trabalhos diferentes. Nada mais, nada
menos.
Qual o motivo dessa divisão didática?
É simples. Existe uma grande quantidade de variáveis que exercem influência em como os neurônios
codificam as informações, e isso gradualmente vai determinar nossa estrutura de personalidade e nosso
repertório comportamental. Vejamos alguns exemplos dessas variáveis!
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Uma mulher que durante a gestação sofra descargas hormonais, bem-estar e estresse.
Estilos parentais e ocorrências no meio externo (sol e chuva).
Ocorrências no meio externo
Em países com menos sol, estatisticamente, há mais prevalência de depressão e ideação suicida na
população do que em países com mais sol.
Tudo isso influencia quem somos, nosso estilo de agir e de tomar decisões, nossa forma de interpretar os
eventos, sejam os externos, sejam os internos (mudanças do próprio corpo).
Resumindo
A Psicologia Cognitiva estuda o indivíduo em diferentes aspectos: ambiental, psicológico e físico.
Os marcos históricos relativos ao
surgimento da Psicologia Cognitiva
Questionar como o cérebro ou a mente funciona e, fundamentalmente, o que motiva o comportamento está
na base de nossa discussão. Podemos buscar esse entendimento na Filosofia e nas Ciências. As respostas
que a Psicologia Cognitiva adota não são fruto de um único autor. Certamente, na Psicologia Cognitiva, há
alguns marcos históricos, que podem ser antigos, modernos ou contemporâneos. Veja alguns desses
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marcos:
Ainda devemos compreender que existem duas modalidades de Psicologia Cognitiva, uma básica e outra
aplicada. Veja a definição de cada modalidade:
Esses são modelos de ciência interdependentes, e essa divisão, muitas vezes, é meramente didática. O que
é relevante é o uso que se faz da ciência, sendo básica ou aplicada. Na Psicologia Cognitiva aplicada, vamos
encontrar, por exemplo, as teorias das práticas clínicas. Na Psicologia Cognitiva básica, vamos encontrar
algumas teorias sobre como nosso aparato cognitivo funciona, ou seja, esse modelo vai responder a três
perguntas fundamentais:

Quais são os processos cognitivos?

Ciência básica
Busca delimitar uma área de conhecimento, definir construtos, construir e testar hipóteses,
elaborar teorias que possam descrever os fenômenos.
Ciência aplicada
Utiliza as diversas formas de conhecimento e a ciência básica para encontrar soluções para a
vida das pessoas. As teorias de uma ciência aplicada são construídas com um viés de prática,
ou seja, em nosso caso, no fazer do psicólogo.
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
Como eles funcionam?

Quais variáveis intervenientes que se pode identi�car /
descrever?
Variáveis intervenientes
Por exemplo, estados internos que motivam um comportamento, como o comportamento criativo, entre
outros.
No escopo da Psicologia Cognitiva básica, surgem teorias da linguagem, da memória, da atenção, da
percepção etc., ou seja, o que chamamos de processos cognitivos básicos. A Psicologia Cognitiva estuda,
principalmente, alguns construtos que explicam como nos motivamos (comportamentos motivados), como
criamos (criatividade), resiliência, autoeficácia, crenças, entre outras variáveis que exercem influência em
nosso comportamento.
Resumindo
A Psicologia Cognitiva usa a ciência básica e a ciência aplicada para estudar as diversas variáveis que
influenciam o comportamento do indivíduo.
Vejamos a seguir os marcos históricos:
Marcos históricos
O ano é 1956
Esse foi um ano de grande relevância para coroar o movimento da Psicologia Cognitiva.
O cientista cognitivo Noam Chomsky fez uma exposição sobre uma teoria para a linguagem (um processo
cognitivo) para o famoso e internacionalmente conhecido Massachusetts Institute of Techonology (MIT).
Nessa mesma ocasião, George Miller (1920-2012) apresentou o que ficou conhecido como o mágico
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número 7 na memória de curto prazo (outro processo cognitivo), e Newell (1927-1992) e Simon (1916-2001)
expuseram seu modelo de solução de problemas (General Problem Solver), precursor do desenvolvimento de
programas de inteligência artificial.
Solução de problemas e tomada de decisões são duas grandes áreas de interesse de cientistas cognitivos.
Noam Chomsky.
Pesquise sobre essas personalidades e suas produções teóricas. Isso poderá enriquecer muito sua
compreensão da Psicologia Cognitiva.
Fim dos anos 1950 e década de 1960
Vamos conhecer um pouco mais sobre esses marcos. No fim dos anos 1950 e na década de 1960, os
sistemas clínicos (ciência aplicada) começam a ganhar forma, e surgem as terapias cognitivas. A tradição
filosófica tratou do tema do funcionamento da mente, da consciência, com base em seus métodos, que
fundamentalmente englobam o manejo da palavra, a elaboração de ideias, a lógica, a dialética, mas não a
experimentação.
Wilhelm Wundt.
Como você viu na cronologia sobre os marcos históricos, Wilhelm Wundt demarcou o primeiro laboratório de
Psicologia. Curiosamente,os objetos de estudo são os processos elementares da percepção e a velocidade
de processos mentais. Isso não quer dizer que Wundt rompeu com a Filosofia, mas buscou demarcar a
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Psicologia como uma ciência experimental. Seu método de estudo era a introspecção.
Percepção e velocidade de processamento da informação, são objetos de estudo da Psicologia Cognitiva.
Temas que são abordados desde as escolas funcionalistas e estruturalistas do século XIX. E segue
Desenvolvimento da Psicologia Cognitiva.
O movimento que ficou conhecido como revolução cognitivista é mais bem identificado, por seus métodos,
pela analogia ao processamento computacional, pelo uso de tecnologia para demonstrar suas teorias, e tem
como marco a conferência no MIT de proeminentes cientistas cognitivos em 1956.
A formação da Psicologia Cognitiva, contudo, é demarcada formalmente, pelos historiadores da Psicologia,
nas décadas de 1950 até 1970.
A Psicologia Cognitiva resgata a história do estudo da mente que foi negligenciada pela força do
behaviorismo como um sistema teórico dentro da Psicologia. Para entender o cognitivismo, é necessário
compreender a história da Psicologia.
Edward Chace Tolman (1886-1959), um behaviorista, declarou que o behaviorismo de Watson foi um alívio,
pois trazia cientificidade para a Psicologia, mas não foi um “watsoniano”.
Edward Chace Tolman.
Tolman tentou superar o monismo materialista de Watson (pensamento com hábito). De certa forma, esse
autor estabelece os alicerces para o cognitivismo, pois afirma que aprendizagem não é mudança no
comportamento, mas aquisição de novos conhecimentos/cognições. Apresenta as definições de um
comportamento intencional — tal intencionalidade, embora existente, é um evento particular ao organismo,
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uma variável interveniente, e não estaria ao alcance dos instrumentos objetivos da ciência.
Exemplo
Tolman diria, por exemplo, que a fome é a intencionalidade para o comportamento de comer. Isso
significaria ver a mente no comportamento, ou seja, falar da mente sem recorrer a teses mentalistas e a
métodos não científicos.
O ponto-chave para entender a revolução cognitivista (uma revolução lenta que demorou décadas para se
consolidar) é perceber os esquemas dos modelos behavioristas. As contingências behavioristas descreviam
diretamente a relação entre um estímulo e uma resposta sem a mediação do cérebro e/ou de uma cognição.
Resposta
Ocorrência do comportamento operante. Uma resposta que ocorre sem um estímulo eliciador é emitida.
Aplica-se tanto ao responder a um estímulo discriminativo como ao responder de maneira indiscriminada.
O estímulo discriminativo pode ser compreendido pelo contexto que estabelece a ocasião para o
comportamento ser afetado por suas consequências. Tais consequências são seletivas que ocorrem após o
comportamento e modificam a probabilidade futura de comportamentos equivalentes acontecerem.
Punição: Apresentação de punidores positivos produzidos pela resposta ou a remoção de punidores
negativos. Os punidores são os estímulos, a punição é uma operação (ou processo), e respostas, e não
organismos, são punidas. Um estímulo é um punidor positivo se sua presença reduz a probabilidade da
resposta ou um punidor negativo, se a sua remoção reduz a probabilidade da resposta. Reforço:
Apresentação de reforçadores positivos produzidos pela resposta ou a remoção de reforçadores negativos.
Os reforçadores são os estímulos, o reforço é uma operação (ou processo), e respostas, e não organismos,
são reforçados. Um estímulo é um reforçador positivo se sua presença aumenta a probabilidade da resposta
ou um reforçador negativo, se a sua remoção aumenta a probabilidade da resposta. Por exemplo: Na
ocasião da luz do sol incomodar (estímulo discriminativo) você irá colocar os óculos escuros (resposta) e
isso retira o incômodo que a luz do sol estava causando aos seus olhos. Chamamos isso de um reforçador
negativo, ou seja, a probabilidade de você usar óculos escuros em situações semelhantes no futuro pela
retirada de um estímulo aversivo.
Observe que, nas contingências behavioristas (respondentes e operantes), a relação entre um estímulo e
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uma resposta é direta, não mediada. Nesse modelo teórico, o sistema nervoso era visto como um
depositário de contingências, passivo, que apenas codificava em uma linguagem neural (eletroquímica) e
armazenava as experiências. Uma vez diante de um estímulo eliciador ou discriminante, gerava uma
resposta – de fato, “uma tábula rasa”.
A inovação do cognitivismo foi buscar compreender as operações internas do organismo, ou seja, estudar o
efeito dos processos cognitivos e como esses medeiam comportamentos. O esquema a seguir ilustra essas
operações:
inovação do cognitivismo
Foco no estudo das variáveis intervenientes.
Operações internas do organismo.
Resumindo
O cérebro, no Cognitivismo, é ativo, coordena e faz a mediação de comportamentos. Para o behaviorismo, o
importante não é saber o que causa os comportamentos, mas explicar e descrever em que circunstâncias
eles acontecem. O cognitivismo quer compreender o que causa um comportamento, quais as fontes de um
comportamento motivado, por exemplo, a criatividade, a arte etc. Na atualidade, são sistemas teóricos que
se complementam.
Ainda existem profissionais que são behavioristas radicais, pois o Cognitivismo não veio para substituir esse
modelo comportamentalista, mas para ampliá-lo. Na década de 1970, os temas do momento eram o
Cognitivismo e a Computação. Temas discutidos com a mesma intensidade que a civilização debate hoje,
no século XXI, inteligência artificial, automação e as Neurociências.
Vamos fazer um exercício!
Imagine que um individuo tenha motivação para a arte, a corrente que busca compreender as causas dessa
motivação é chamada de:
a) Behaviorismo 
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Opa! Resposta errada.
Parabéns! É isso mesmo. Enquanto o behaviorismo busca explicar as circunstâncias em que um
comportamento acontece, o cognitivismo busca identificar as causas de determinado
comportamento.
Os principais representantes da Psicologia
Cognitiva e suas contribuições
A Neurociência Cognitiva, a Psicofisiologia e a Computação, na era informacional, constituem um Zeitgeist.
Não se trata de estabelecer um monismo materialista e reduzir os eventos comportamentais e os processos
cognitivos em termos físico-químicos — até porque os modelos computacionais e das Neurociências não
conseguem explicar tudo —, mas sim de superar uma influência do dualismo e do realismo como uma base
epistemológica presente na história da Psicologia e desenvolver um olhar mais integrativo.
Para chegarmos até aqui, no que chamamos de Psicologia Cognitiva, muitos pesquisadores somaram
esforços em um movimento histórico e epistemológico. Não necessariamente eram psicólogos ou estavam
envolvidos em uma revolução cognitiva, apenas estavam fazendo ciência que fosse útil para o Zeitgeist que
vivenciavam em suas épocas.
Os principais nomes da Psicologia Cognitiva
Conheça alguns dos principais nomes da Psicologia Cognitiva e a contribuição de seus trabalhos.
a) Behaviorismo 
b) Cognitivismo 

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Comparação dos métodos de pesquisa na
Psicologia Cognitiva
Existe uma Ciência Cognitiva e uma Psicologia Cognitiva. A Ciência Cognitiva inclui a Psicologia Cognitiva,
mas também outros modelos com interesses e métodos

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