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DISFUNÇÃO ERETIL

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1 Camila Carminate – MEDCEL 
Disfunção Erétil 
INTRODUÇÃO 
Incapacidade persistente de obter ou manter ereção adequada 
para atividade sexual satisfatória 
- leve: normal no intercurso e depois perda de rigidez 
- moderada: logo após a penetração, perda de rigidez 
- grave: sem rigidez para penetração. 
CLASSIFICAÇÃO 
Orgânica: lesões ou distúrbios vasculares, neurológicos, 
hormonais ou cavernosos (diabético, tabagista, drogas 
intravenosas, AVC) 
Psicogênica: inibição central do mecanismo de ereção (ansiedade, 
preocupação) 
Mista: combinação de fatores orgânicos e psicogênicos (mistura 
das anteriores). 
PREVALÊNCIA 
52% dos homens relatam algum grau (40 a 70 anos) 
ETIOLOGIA 
Doença aterosclerótica – 40% em homens > 50 anos 
Disfunção erétil em cerca de 50% dos diabéticos 
Disfunção erétil em 90% de homens com depressão grave 
Doenças crônicas 
- insuficiência renal crônica (45%) 
- insuficiência hepática (70%) 
- esclerose múltipla (71%) 
- doença de Alzheimer (53%) 
- DPOC (30%) 
Drogas 
- anti-hipertensivos 
- vasodilatadores 
- hipoglicemiantes 
- agentes de ação cardíaca 
- antidepressivos 
- antagonistas H2 
- hormônios 
- AINH 
- tranquilizantes 
Álcool: pequenas doses ajudam a retardar a ejeção, mas em 
grandes quantidades – por ser um depressor do sistema 
nervoso – atrapalha na ereção. 
FISIOLOGIA DA EREÇÃO PENIANA (PARASSIMPÁTICO) 
Evento hemodinâmico 
Regulado pelo relaxamento de artérias cavernosas e por 
relaxamento de musculatura lisa de corpos cavernosos 
Estímulo – liberação de neurotransmissores (óxido nítrico – 
grande protagonista da ereção) 
Ação na musculatura lisa – ativa guanilato ciclase 
Aumento de monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) 
Relaxamento de corpos cavernosos e influxo de sangue 
Fosfodiesterase-5 (PDE5) – degradação do GMPc – flacidez 
Quando se inibe a fosfodiesterase-5 não ocorre a disfunção 
erétil, evitando a flacidez. 
 
2 Camila Carminate – MEDCEL 
NANC: sistema de neurotransmissão não adrenérgico e não 
colinérgico. 
O NANC estimula as células endoteliais à produzirem oxido nítrico, 
que atua na guanilato ciclase aumentando o GMPc e levando a 
ereção peniana. 
Por outro lado, a fosfodiesterase-5 atua com a guanosina 
trifosfato levando ao relaxamento e causando a disfunção erétil. 
DIAGNÓSTICO 
História clínica – definir fatores 
História sexual – do paciente e da parceira (se tem outras 
parceiras, quais métodos contraceptivos que o paciente usa) 
Exame físico – fatores causais (peronia) 
Avaliação psicológica 
Testes laboratoriais – diabetes e outras doenças (hipogonadismo). 
INTERNATIONAL INDEX OF ERECTILE FUNCTION (I IEF-5) 
NOS ÚLTIMOS 6 MESES: 
- como classifica a sua confiança em conseguir ter e manter 
uma ereção? 
- quando teve ereções com estimulação sexual, com que 
frequência as ereções foram suficientemente rígidas para 
conseguir penetração? 
- durante as relações sexuais, com que frequência foi capaz de 
manter a sua ereção após a penetração? 
- durante as relações sexuais, qual foi a dificuldade que teve em 
manter a sua ereção até o fim da relação sexual? 
- quando tentou ter relações sexuais com que frequência sentiu-
se satisfeito? 
Em todas as perguntas, atribuem-se pontos conforme as 
respostas: 
- nunca ou quase nunca: 1 ponto 
- menos da metade das vezes: 2 pontos 
- metade: 3 pontos 
- mais da metade: 4 pontos 
- quase sempre: 5 pontos 
Os resultados serão: 
- D.E. severa: 5 a 7 pontos 
- D.E. moderada: 8 a 11 pontos 
- D.E. leve a moderada: 12 a 16 pontos 
- D.E. leve: 17 a 21 pontos 
- D.E. inexistente: 22 a 25 pontos 
Outras desordens: paciente diabético, deprimido,... 
Fatores de risco reversíveis: obesidade, sedentário,.. 
DIAGNÓSTICO 
EXAMES LABORATORIAIS: CAVERNOSOGRAFIA 
Injeção intracavernosa de contraste 
Indicação restrita em casos de doença vasooclusiva de origem 
traumática em candidatos à cirurgia vascular 
TESTE DE EREÇÃO FÁRMACO-INDUZIDA: 
Injeção intracavernosa 
de drogas vasoativas 
(avaliação do tecido 
erétil) 
Possível opção por terapia intracavernosa (dose) 
Drogas: papaverina, prostaglandinas, fentolamina 
Reação adversa – ereção prolongada que motive medidas de 
tratamento de priaprismo 
 
3 Camila Carminate – MEDCEL 
A ereção é um mecanismo parassimpático (vasodilatação) e a 
ejaculação é um efeito simpático. 
TRATAMENTO 
ELIMINAÇÃO DE FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS 
Fumo, álcool, drogas 
Hipertensão, diabetes, colesterol elevados 
Combater obesidade e sedentarismo 
ACONSELHAMENTO E/OU PSICOTERAPIA 
Casos de origem psicogênica 
Sucesso de 75% em 6 meses 
Terapia de casal – evolução mais rápida 
HIPOGONADISMO 
Reposição de testosterona 
Lembrar do risco de infertilidade do uso de testosterona exógena 
Pode ser realizado teste terapêutico por cerca de 3 meses; se 
falhar -> descontinuar tratamento (se ajudar, pode manter o 
medicamento) 
Acompanhar a cada 3-6 meses: níveis de testosterona, PSA, 
função hepática, perfil lipídico, Hb/Ht 
OPÇÕES DE TESTOSTERONA: 
Intramuscular: cipionato de testosterona 200 mg a cada 2-3 
semanas (mais barato e mais comum) 
Subcutâneo: 150- 600mg a cada 3-6 meses (pouco usado no 
Brasil) 
Transdérmico: AndroGel® - testosterona gel 1% (passa em uma 
região do corpo que não tem muito pele, espera uns 30 min para 
secar, coloca a roupa e lembrar de lavar muito bem a mão e não 
abraçar as pessoas, pois pode transferir a testosterona) 
Bucal: adesivo colocado na gengiva 
Oral: limitado. Risco de hepatotoxicidade. Não aprovado pelo FDA 
Outros: HCG, clomifeno (off-label – aumenta produção de LH e 
FSH, aumentando a espermatogênese e na produção de 
testosterona) 
MEDICAMENTOS DE USO ORAL 
Inibidores da PDE5 (Viagra) 
1 hora antes do ato sexual 
Lodenafila (Helleva): molécula patenteada no Brasil, por isso tem 
menos estudos. 
Todos, menos o cialis, tem uma meia vida curta, então devem ser 
usados antes do coito. 
Cialis pode ser utilizada em condição de droga diária – em dose 
de 5mg pode ser utilizada também para o tratamento de 
hiperplasia prostática benigna, relaxa o colo vesical e ajuda na 
micção e também na ereção. 
CONTRAINDICAÇÕES AOS INIBIDORES DA 5-PDE 
IAM, AVE ou arritmia com risco de morte nos últimos 6 meses 
Uso de nitratos 
ICC grau II ou pior pela New York Heart Association 
Angina instável 
Hipertensão grave (> 170x100 mmHg) 
Hipotensão ao repouso (< 90x50 mmHg) 
Doenças degenerativas retiniana, incluindo retinitis pigmentosa 
Insuficiência hepática Child-Pugh C 
IRC dialítica 
IRC não dialítica e insuficiência hepática ChildPugh A ou B -> 
corrigir dose 
 
 
4 Camila Carminate – MEDCEL 
TRATAMENTO 
DISPOSITIVOS DE CONSTRIÇÃO A VÁCUO 
Pequena câmera de vácuo introduzida no pênis 
Sucção a vácuo = intumescimento 
Ereção mantida por meio de anel de borracha 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR MEIO DE URETRA 
Prostaglandina alprostadil – aplicador próprio 
Absorvido pela mucosa uretral 
Relaxa a musculatura lisa – ereção 
Inferiores a injeção intracavernosa 50-70% (mas não usa 
agulha) 
Efeitos colaterais: dor local e uretrorragia discreta 
CARO – 500,00 1 dose. 
APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS NO CORPO CAVERNOSO 
Falha nos tratamentos orais 
Prostaglandina, fentolamina, papaverina, clorpromazina 
Injeção aplicada pelo próprio paciente 
Sucesso de 65 a 85% 
QUAL A COMPLICAÇÃO MAIS IMPORTANTE DAS MEDICAÇÕES 
INJETÁVEIS? Priapismo 
Contraindicações: 
- instabilidade psicológica 
- priapismo prévio 
- coagulopatia severa 
- doença cardiovascular instável 
- uso de inibidores da monoaminaoxidase (tranilcipromina, 
moclobemida) – risco de crise hipertensiva com uso de alfa-
adrenérgico para drenar possível priapismo 
IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESES PENIANAS 
Procedimento cirúrgico 
Estrutura cilíndrica no interior de corpos cavernosos 
A – semirrígidas (permite maleabilidade) 
B – infláveis (2 cilindros e reservatório)5 Camila Carminate – MEDCEL 
CIRURGIAS ARTERIAIS E VENOSAS 
Restabelecimento da circulação 
Casos com comprometimento vascular comprovado 
Diversas técnicas ao longo dos anos 
Indicação limitada

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