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TUMORES DO TRATO GENITURINÁRIOS CÂNCER DE BEXIGA Tumor urotelial (nasce do epitélio) · Neoplasia mais frequente do sistema urinário · INCA 2018: 9480 novos casos, sendo maioria homem · 3x mais homem do que mulher · Idoso: mediana de 70 anos · Número de mortes 2013 3.905, sendo maioria dos homens Fatores de risco: · Tabagismo: aumenta 2-6x o risco de incidência (70% dos casos) e o risco se mantém mesmo após cessar · Ambientais: aminas aromáticas, hidrocarbonetos, solventes, formaldeídos, ciclofosfamida. Como pintores, cabeleireiros, etc · Doenças urinárias: cálculos, cistite crônica, pós-RT · Hx familiar: aumento do risco em 50-100% em familiares de 1° grau Patologia: Carcinoma urotelial (células transicionais): · 90% cânceres de bexiga - variação entre países · 99% América, Europa e Austrália · África 50% - CEC por Schistosoma haematobium Variantes: · CEC, adenocarcinomas(úraco/não-úraco), pequenas células, neuroendócrino Metastáticos (para a bexiga - importante diferenciar): · Principais: cólon, reto, útero, próstata Apresentação clínica: · Hematúria assintomática, em geral macroscópica · Sintomas urinários irritativos · Sintomas de doença metastática - raramente · > 40 anos e com hematúria → SEMPRE investigar · Homem (mulher também), com mais de 45 anos, com hematúria (principalmente macroscópica) tem que investigar com cistoscopia Diagnóstico: · Cistoscopia/citologia urinária/biópsia → RTU de tumores visíveis ou biópsia aleatória quando citologia positiva, porém tumor não visualizado · Imagem de TU superior → descartar segundo primário · Estadiamento: · Exame bimanual, RTU, TC tórax + TC/RNM de abdome e pelve (preferência pré-RTU) - 20-30% FN em LN · CO em doença de alto risco/sintomas/FA elevada · PET-CT em casos selecionados 20-47% de detecção de doença a distância (visto que a cirurgia é de alto risco) · Necessário avaliar o grau de invasão Divide em não músculo invasivo (inicial - tto mais com ressecção e QT para evitar recidivas), músculo invasivo (tto mais invasivo) e metastático: · 70% não-invasivos/não letais · 70% superficiais/recorrentes · 10-15% invasivo/metastático Tratamento doença não músculo invasiva: **BCG: troca urotelial “doente por um novo” Tratamento doença músculo invasiva: · 20-40% dos pacientes se apresentam com doença músculo invasiva ou PD pós tto/doença superficial · Tratamento cirúrgico que tem alta taxa de mortalidade · Cistectomia - bexiga/próstata/vesículas seminais e uretra proximal OU bexiga/uretra/SOB/porção anterior da parede vaginal + LNs pélvicos bilaterais Preservação de bexiga: · RTU/QT concomitante à RT · ⅓ acabam necessitando de cistectomia (doença residual ou recorrente) · Indicação: doença invasiva T2-T4a · Função renal e bexiga boa · Sem hidronefrose … Tratamento doença metastática: · 1a linha elegível a plastina: GemCis +/- atezo Obs: cisplatina é muito nefrotóxica · 1a linha para inelegível a platina e PDL1+ → imunoterapia · 1 linha para inelegível e PDL1 - → CarboGem · 2a linha → imunoterapia (pembrolizumab - preferência) · 2a linha FGFR → erdafitinibe CÂNCER DE RIM Tumores renais Benignos: oncocitoma, adenoma papilífero, angiomiolipoma Malignos: carcinoma de células renais (mais comum - hipernefroma, adenocarcinoma do rim), carcinoma de células transicionais (urotélio), linfoma, sarcoma, carcinoma medular Histologia: Carcinoma de células renais: · Todos se originam do epitélio tubular renal · Corresponde a 80-85% das neoplasias de rim · 2-4% de aumento de incidência a cada ano Epidemiologia: · Mais comum em homens (2:1) · Maior incidência entre 50-70 anos · Maioria esporádico, ou seja, não relacionados com síndromes hereditárias · Maior incidência em países escandinavos, América do Norte e países desenvolvidos Fatores de risco: · Tabagismo: cerca de ¼ dos casos, aumenta 2x risco de incidência · Ambientais: cádmio, petróleo, fenacetina, asbestos, processamento de couro · Hormonais: DES · Obesidade, HAS, doença policística renal, diálise, DRC Síndromes hereditárias: **Não são muito comuns, mas podem estar relacionadas · Von Hippel-Lindau · Carcinoma renal papilífero hereditário tipo I · Mutação da fumarato hidratase → predispõe carcinoma papilífero tipo II Estadiamento: **Trombos que podem se soltar e ir até o AD (não é metástase) Tratamento adjuvante: · Sobrevida global em 5 anos de 53% · Doença localmente avançada dx em 16% dos casos → 40% apresentam recidiva após nefrectomia · Não faz biópsia pelo risco de disseminação (casos muitos raros), além de altas chances de dar falso positivo/negativo · Risco de recidiva → UISS (TNM, ECOG PS, graduação de Fuhrman) → as recidivas ocorrem em até 30 anos depois, ou seja, não é um paciente que recebe alto após 5 anos · Tratamento básico é com nefrectomia · Após cirurgia: faz um tratamento por 1 ano com Pembrolizumab (imunoterapia) se alto risco na adjuvância · Não é um tumor que responde QT ou RT adjuvante · Não se faz QT em nenhum cenário no câncer de rim, nem mesmo na metástase Doença metastática: · Não entre QT · Faz biópsia para confirmar · Classifica em riscos → prognóstico e tratamento Primeira linha: CCR risco baixo · Observação vigilante: ppt se volume baixo de doença · Imunoterapia isolada ou associada CCR risco intermediário/alto: isolada ou associada, com tratamento de manutenção CÂNCER DE TESTÍCULO · Tumor germinativos de testículo · Neoplasia maligna sólida mais comum em homens jovens (15 a 35 anos) → 1% de todos os tipos de câncer nos homens Fatores de risco: · Hx familiar de Ca testículo ou prévia de infertilidade · Criptorquidia, testículo atrófico/hipotrófico, sd disgenéticas, hipospadias · Na infância, é importante o exame do pediatra para verificar se ocorreu normalmente a descida dos testículos para a bolsa escrotal 2 categorias amplas · Seminoma (geralmente são dx em estágios iniciais) · Não-seminoma: carcinoma embrionário, tumor do seio endodérmico/saco vitelínico, coriocarcinoma, teratoma Obs: são de bom px. Não se faz biópsia de testículo, vai direto para orquiectomia após confirmada massa SEMINOMAS · Distribuição por estádio: estádio clínico I 80% e II 15% · HCG elevado em 15 a 20% dos pacientes (pode estar relacionado a uso de maconha ou outras substâncias) · DHL · Não produz AFP. Se tem AFP, NÃO é seminoma · EC I Ia: T1N0M0 · Tumor limitado ao testículo e epidídimo, sem ILV · Pode invadir a túnica albugínea, mas não a túnica vaginal Ib: T2-4N0M0 · T2: presença de ILV ou envolvimento da túnica vaginal · T3: invasão de cordão espermático · T4: invasão de escroto Opções de tratamento pós-orquiectomia: · Observação vigilante/seguimento apenas · RT adjuvante para retroperitônio para cobrir ILV, mas não muito usado · QT adjuvante com carboplatina por 1 a 2 ciclos · 20% de recorrência em 5 anos · Px excelente, com taxas de sobrevida livre de doença em longo prazo próximas de 100% · Vigilância ativa → alta eficácia da RT ou QT em caso de recorrência, mas analisar caso a caso, pois pode ser desnecessária · EC II IIA: LN < ou = 2 cm II B: > 2 cm e < 5 cm II C: > ou = 5 cm III: metástase à distância Categorias de risco: · Não há seminoma de risco alto · Risco intermediário: metástases não pulmonares · Risco não definido pelo valor de marcadores NÃO-SEMINOMAS · Eleva alguns marcadores tumorais · AFP elevada em 50-70% e não se eleva em coriocarcinoma puro. Tem meia-vida de 5-7 dias · HCG elevado 40-60%. Meia-vida de 36 horas · A meia-vida é importante para o seguimento após orquiectomia, esperando-se que negativem, estratificam risco, medidos após a orqui · EC I Tratamentos: 1) Linfadenectomia retroperitoneal (pouco usado) 2) QT adjuvante (esquema BEP) 3) Observação vigilante A depender de 2 critérios anatomopatológicos: invasão vascular e quantidade de carcinoma embrionário presente no tumor primário · EC II Obs: teratoma não mostra no PET Doença avançada: CLASSIFICAÇÃO PROGNÓSTICA (IGCCCG) Obs: define tto e quantidade · Risco baixo e intermediário: MTX visceral não pulmonar ausente e local primário gonadal ou retroperitoneal· Risco baixo: AFP < 1.000, HCG < 5.000 e DHL < 1,5xLSN · Risco intermediário: AFP 1.000 a 10.000, HCG 5.000 a 50.000, DHL 1,5 a 10x LSN · Risco alto: AFP > 10.000, HCG > 50.000 e DHL > 10x limite superior e/ou presença dMTX visceral não pulmonar (osso, fígado, cérebro) e/ou local primário de mediastino CONCLUSÃO: · EC I: tratamento adjuvante com BEP deve ser baseado nos fatores de risco: invasão linfovascular e predomínio de carcinoma embrionário · EC IIa: se marcadores negativos: LNDRP ou QT (EP 4x ou BEP 3x), mas se marcadores positivos QT (EP 4x e BEP 3x) · EC > ou = IIb e III: QT de acordo com risco → baixo EP 4x ou BEP 3x; intermediário ou alto BEP 4x ou VIP/VelP 4x · Ressecar massas residuais maiores que 1 cm: probabilidade significativa de teratoma residual CÂNCER DE PRÓSTATA Prevenção e rastreamento: · Toque retal + PSA · Início aos 55 anos se sem outros fatores de risco, avaliar até 70 anos de idade. Individualizar após os 70 · Negro, hx familiar → inicar entre 45-55 anos · Erros: rastrear idosos, indicando biópsia e tto desnecessários, além de tto agressivo em doenças de baixo risco Patologia · O padrão primário (predominante) e secundário receberam um número de 1 a 5 (do mais bem diferenciado ao menos) · Novo sistema ISUP Grau 1: gleason < ou = 6 Grau 2: gleason 3+4=7 Grau 3: gleason 4+3=7 Grau 4: gleason 8 Grau 5: gleason 9-10 Estadiamento: Métodos: · Avaliação clínica: exame digital retal + PSA · Imagem: US (Bx), RNM, TC, cintilografia, PET Obs: os exames adicionais são para ver lesões a distância e outros fatores · Biópsia de lesão suspeita, geralmente após RNM · Cirúrgico: exame da peça operatória **São divididos em risco baixo, intermediário e alto obs: reparar no “e” e no “ou” · Condições clínicas/comorbidades devem ser consideradas · Tendência atual: inclusão do grupo “risco muito baixo” Tu localizado de risco baixo: como regra, não há necessidade de avaliação sistêmica. Cintilografia não recomendável Tu de risco intermediário: avaliação locorregional (RNM) e toracoabdominal (TC) e cintilografia óssea Tu de risco alto: idem. PET-TC (PSMA) em casos selecionados a ser definido obs: focar no localizado: · Pensar nas condições do paciente e na necessidade · Vigilância ativa com exames de imagem periódicos - maioria dos pacientes baixo risco · De intermediário, é bom prostatectomia radical · De alto risco, já opta para hormonioterapia neo e adjuvante com RT, não sendo tão bom a prostatectomia **Testosterona alimenta o tumor de próstata no geral, sendo usado bloqueio hormonal, principalmente nos metastáticos, podendo ser associado com anti-androgênico, para melhorar o bloqueio Obs: cuidado, pois sem testosterona pode acarretar em outros efeitos adversos image9.png image4.png image5.jpg image7.png image6.png image2.png image3.png image8.png image1.png