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HISTERECTOMIA - A histerectomia é o segundo procedimento cirúrgico mais frequente nos EUA - Principais indicações: INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Anatomia dos órgãos genitais femininos internos - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE): riscos, benefícios, resultado esperado e equipe - Prontuário médico: constar e indicar a decisão sobre futuro reprodutivo e a oferta, tentativa ou recusa de uma prova terapêutica clínica ou não cirúrgica aceitável PRÉ-OPERATÓRIO Avaliação pré-operatória Condição geral da paciente (não existem exames de rotina recomendados) Fatores de risco à tromboembolia venosa: idade, história clínica, obesidade, tabagismo e medicamentos hormonais Avaliação e correção de anemias OBS.: O uso de derivados de sangue é reduzido ao mínimo com a administração pré-operatória de suplementos de ferro ou uso de agonistas do GnRH PRÉ-OPERATÓRIO Histerctomia total Vs Subtotal (suprecervical) Preservação do colo uterino? Há a ideia de que com a supracervical o prognóstico da função sexual e sustentação pélvica é melhor Salpingo-ooforectomia profilática É realizada para evitar o câncer de ovário e descartar possível cirurgia complementar A decisão é baseada nos riscos e não na via Algumas decisões devem ser tomadas PRÉ-OPERATÓRIO Escolha do acesso cirúrgico Não há critérios específicos que possam ser usados para escolher a via (deve ser uma decisão individualizada) Cesariana prévia ou nuliparidade não constituem contrindicação à via vaginal Resultados: vaginal > abdominal e laparoscópica; laparoscópica > abdominal (Cochrane) Algumas decisões devem ser tomadas PRÉ-OPERATÓRIO - Anestesia e posicionamento da paciente - Sonda vesical - Preparação do abdome e vagina para a cirurgia - Incisão: pode-se optar por uma transversal ou vertical - Exposição e elevação do útero HISTERECTOMIA ABDOMINAL 1 2 3 4 Preservação dos ovários 1 2 3 Com ooferectomia Obs: dissecção da bexiga! 1 2 1 2 3 - Irrigação da pelve com solução salina - Garantir a hemostasia da pelve --> conferir pedículos vasculares - Verificar a posição e integridade dos uteretes --> devem estar intactos, sem dilatações - Fechamento da ferida HISTERECTOMIA ABDOMINAL Não reaproxima o peritônio pélvico Fechamento da fáscia com fio absorvível monofilamentar 0 ou 1 Irrigar, garantir hemostasia e fechar o tecido subcutâneo Reaproximar bordas cutâneas - Lesão de ureter - Lesão de bexiga HISTERECTOMIA ABDOMINAL COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓRIAS Maioria das lesões são evitáveis por meio da abertura do retroperitônio lateramente à artéria ilíaca externa e identificação direta do ureter Em caso de lesão: consultar um especialista Em suspeita de obstrução uretral: confirmar pela injeção IV de 1 ampola de corange (índigo camim) e realizar uma citoscopia Lesão vesical pode ocorrer na abertura do peritonio ou na dissecção da bexiga Reparo com facilidade, exceto em lesão do trígono vesical, que deve- se consultar cirurgião treinado com possível necessidade de reimplante do ureter Drenar bexiga no pós-operatório - Lesão de intestino - Hemorragia HISTERECTOMIA ABDOMINAL COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓRIAS Mais comum: intestino delgado Pequenos defeitos da serosa ou muscurar: sutura em plano único ou em dois planos, quando acometer a luz Lesão de grande área: ressecção com reanastomose Lesão de cólon transverso é mais rara Lesão de cólon descendente e o retossigmoide são mais comuns e são reparadas do mesmo modo que o intestino delgado Origem da maioria das hemorragias: artérias uterinas ou vasos ováricos próximos dos ligamentos infundíbulo pélvicos Cuidado: não pinçar às cegas aos vasos -> risco de lesão ureteral Sangramento venoso: menos drástico, mas de difícil controle -> aplicar pressão ou suturar Sangramento de bordas peritoneais -> controle por pressão, aplicação de agentes tópicos (trombina ou colágeno) ou cauterização - Drenagem vesical - Dieta - Atividade - Cuidados com a ferida HISTERECTOMIA ABDOMINAL CONDUTA PÓS-OPERATÓRIA A distensão excessiva da bexiga é uma complicação comum Cateter vesical de demora após a cirurgia até que a paciente seja capaz de deambular e urinar Reiniciada após a paciente ficar alerta, de acordo com sua tolerância Deambulação precoce diminui a incidência tromboflebite e pneumonia Na alta: orientar que evite carregar objetos com mais de 9kg, bem como a relação sexual por 6 semanas Mantida coberta com curativo estéril nas primeiras 24h após a cirurgia. Após isso, higienizar e manter a ferida seca. - Vantagens: oferece brevidade na recuperação, duração menor da cirurgia e menor período de hospitalização, assim como menor morbidade cirúrgica. - Indicação: Idealmente, é utilizada quando os órgãos pélvicos são pequenos, há algum grau de ptose uterina e não há necessidade de acesso ao abdome superior. - Contraindicação: Em geral, não é utilizada nas pacientes com pelve estreita ou com aderências significativas. HISTERECTOMIA VAGINAL - Anestesia e posicionamento da paciente; - Preparação da vagina para a cirurgia; - Sonda vesical; - Afastador de ângulo reto instalado ao longo da parede vaginal anterior e valva vaginal de Auvard com peso posicionada posteriormente; - Incisão: circunferencial no epitélio vaginal ao redor do colo; bisturi a frio ou bisturi elétrico; HISTERECTOMIA VAGINAL 1 2 3 4 Dissecção por corte da mucosa vaginal 1 2 3 4 1 2 3 1 2 - Lesão do intestino HISTERECTOMIA VAGINAL COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓRIAS Pacientes com suspeita de aderências pélvicas ou doença pélvica evidente são excluídas como candidatas à histerectomia vaginal, portanto as lesões intestinais não são frequentes. Geralmente são limitadas ao reto; Se houver abertura do reto, a lesão é reparada por sutura em 1 ou 2 planos com fio absorvível fino, seguida por irrigação abundante de soro. Pós-op: tratar com emoliente fecal e dieta pobre em resíduos. Uma das complicações intraoperatórias mais comuns associadas à histerectomia; Se houver abertura acidental da bexiga, o reparo deve ser feito quando a lesão for descoberta e não adiado até o fim da cirurgia; Visualização do trígono para excluir lesão nessa área Bexiga reparada com sutura em um ou dois planos com fio absorvível fino. Pode-se instilar azul de metileno, índigo carmim ou uma solução corada de leite estéril na bexiga para assegurar o reparo satisfatório. - Lesão da bexiga - Hemorragia HISTERECTOMIA VAGINAL COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓRIAS A hemorragia intraoperatória sempre é consequência da falha da ligadura de um vaso sanguíneo importante, sangramento da cúpula vaginal, desprendimento de uma ligadura prévia ou avulsão de tecido antes do pinçamento. evitada com exposição adequada e boa técnica cirúrgica; Quando há sangramento, deve-se evitar o pinçamento “às cegas”, que pode pôr em risco o ureter. O vaso com sangramento deve ser identificado e ligado com precisão, com visualização do ureter, se necessário. - Drenagem Vesical HISTERECTOMIA VAGINAL CONDUTA PÓS-OPERATÓRIA Deve ser empregada após qualquer procedimento no qual não seja prevista micção completa e espontânea. Indicações: dor local intensa, outros procedimentos de reparo vaginal, cirurgia de incontinência de esforço, uso de tamponamento vaginal e ansiedade da paciente. Após histerectomia vaginal sem outro procedimento complementar, a maioria das pacientes consegue urinar espontaneamente; portanto, não há necessidade de drenagem por cateter. - Dieta Embora haja pequena manipulação do intestino durante a histerectomia vaginal, a motilidade gastrintestinal torna-se um pouco lenta. Raros são os casos em que esse alentecimento é suficiente para limitar algum tipo de ingestão oral logo após a cirurgia. A maioria das pacientes apresenta certo grau de náuseas após a cirurgia; A dieta de líquidos claros é adequada durante a 1ª noite de pós-op, e, no dia seguinte, a dieta geralmente pode ser regular. Com frequência, a pacienteé quem melhor pode julgar o que é capaz de tolerar quando volta a ter apetite. - Posicionamento do paciente HISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO Posição de litotomia (pernas apoiadas em perneiras) Posição de Trendelenburg - Antes do 1º trocarte Exame sob anestesia Inserção de cateter de Foley (sonda vesical) Introdução de manipulador uterino Inserção de tubo orogástrico OBS.: a obesidade não é uma contraindicação (a morbidade por laparotomia pode ser miimizada por histerectomia laparoscópia) - São semelhantes às da histerectomia aberta HISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓTIRAS Lesão de ureter, bexiga e intestino Hemorragia OBS.: o reconhecimento e a conduta também são similares OBS.: Muitos cirurgiões retiram o cateter da bexiga no fim da histerectomia laparoscópica. As pacientes podem retomar à dieta regular no mesmo dia, e a transição para analgesicos orais pode ser feita no mesmo dia. 1. Semelhante às outras duas técnicas A paciente é mantida na unidade de curta permanência e recebe alta em 24 h se não houver complicações. No mesmo dia da cirurgia, é oferecida dieta regular, conforme a tolerância. A deambulação é incentivada logo que possível. O tempo médio de retorno ao trabalho é de 3 a 4 semanas. HISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA CONDUTAS PÓS-OPERATÓTIRAS OBS.: Muitos cirurgiões retiram o cateter da bexiga no fim da histerectomia laparoscópica. As pacientes podem retomar à dieta regular no mesmo dia, e a transição para analgesicos orais pode ser feita no mesmo dia. 1. - Infecções de ferida HISTERECTOMIA COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Ocorrem em 4 a 6% das histerectomias abdominais Medidas que podem reduzir: > banho pré-operatório; > não remoção de pelos ou, se for necessário removê-los, cortando com tesoura na sala de cirurgia; > uso de campos adesivos e antibióticos profiláticos; > fechamento primário tardio. - Dor no local da incisão - Hemorragia Pode ocorrer nos locais dos trocartes, sobretudo se situados na região dos nervos ilioinguinal ou ílio-hipogástrico Sangramento vaginal nas primeiras horas de pós-op -> sangramento da cúpula da vagina ou de um dos pedículos Pequeno sangramento vaginal, com deterioração dos sinais vitais -> baixa PA + Alta Frequência de Pulso + Queda de Hematócrito + Dor no flanco e abdominal -> hemorragia retroperitoneal - Retenção urinária HISTERECTOMIA COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Incomum Uretra desobstruída + retenção -> consequência da dor ou da atonia vesical decorrente da anestesia (ambas têm efeito temporário) Pode ser aliviada inicialmente com inserção de cateter de Foley por 12-24 h Maioria das pacientes é capaz de urinar após a retirada do cateter no dia seguinte - Lesão de ureter - Fístula vesicovaginal Quando suspeitar? dor no flanco logo após a histerectomia. Incidência menor na histerectomia vaginal do que na abdominal, e maior na laparocópica Mais frequentes após histerectomia abdominal total para doença ginecológica benigna Pacientes com fístula vesicovaginal pós-operatória apresentam corrimento vaginal aquoso 10 a 14 dias após a cirurgia. - Prolapso da tuba uterina HISTERECTOMIA COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Raro Fatores que predispõem: hematoma e abscesso no ápice da vagina Deve ser reparado por cirurgia - Deiscência da cúpula vaginal Dor, sangramento vaginal, corrimento vaginal ou saída de líquido 2 a 5 meses após a cirurgia Evento causal mais comum: coito Reparo cirúrgico
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