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Elisa Pinheiro Weber CADERNO DE PEDIATRIA II SIMULAÇÃO AVALIAÇÃO INICIAL: ● OBJETIVOS: ➔ Reconhecimento rápido dos sinais de gravidade ➔ A criança precisa de intervenção imediata ou não? ➔ Instituição precoce do tratamento adequado ➔ Redução de morbimortalidade ➢ 40% das mortes poderiam ser evitadas com prevenção e tratamento de urgência e emergência ➢ 30 minutos de ouro ➢ A melhor forma de manter uma resposta rápida, independentemente das circunstâncias ao redor, é sistematizar a urgência ● VÍDEO: ➔ Acidente no parque, 4 crianças acidentadas, ideias da turma sobre que fazer: ➢ passar segurança para a família ➢ avaliar se a presença do familiar vai ajudar ou atrapalhar ➢ avaliar se essa mãe estava/foi acidentada (as vezes focamos na criança e perdemos a mãe) ➔ Questões de Discussão- 4 Pacientes, e condutas: 1. Inconsciente: Grite por ajuda, monitoração rigorosa e aguardar socorro 2. Não respira e não tem pulso: PCR - RCP 3. Não respira mas tem pulso: Ventilação de resgate 4. Respira e tem pulso: avaliação OBS: Se um adulto chega parado, pensamos em coração e focamos em massagem cardíaca. Cria parada temos que focar na ventilação! 1º suporte ventilatório, 2º abdome 1) Verificar a segurança do local. Chamar o paciente e ver se há responsividade. 2) Chamar ajuda/SAMU 3) Avaliar respiração (tórax expande, por no máx. 10 seg.) ao mesmo tempo que checa pulso central (5 a 10 seg.) → tirar a roupa da criança OBS: Pulso central: - Em bebês < 1 ano: pulso braquial ou femoral - Crianças > 1 ano: pulso carotídeo ou femoral 1 Elisa Pinheiro Weber ● IMPRESSÃO INICIAL: é a avaliação inicial do paciente de forma visual ou até mesmo auditiva, nos primeiros segundos de contato. Neste momento não afere pressão, nem é feito outras medidas do exame físico. ➔ Triângulo da impressão inicial: Apenas com a inspeção, sem tocar paciente → AVALIA: 1. Aparência: nível de consciência (se está acordado, responsivo. Pode ser aplicado o AVDI) 2. Respiração: Se tem esforço respiratório 3. Cor/Circulação: se está cianótico ou não. Palidez, pele mosqueada, púrpura SINAIS DE ESFORÇO RESPIRATÓRIO: ● Mobilização de outros músculos ➝ cabeça, abdome, tórax ● Balanço toracoabdominal ➝ descompasso entre tórax e abdome ao respirar ● Balanço da cabeça ● Retração subcostal, subdiafragmática, de fúrcula ● Tiragem intercostal ● Batimento de aleta nasal ● Cianose central GEMÊNCIA OU ESTRIDOR: ● Som alterado na respiração - GEMÊNCIA ➝ comprometimento respiratório do parênquima pulmonar ➝ fechamento da glote em decorrência de comprometimento pulmonar importante - ESTRIDOR ➝ obstrução alta Ex.: hemorragia conjuntival e convulsão → síndrome do bebê sacudido Após o TRIÂNGULO DE AVALIAÇÃO, segue-se com o EXAME FÍSICO: AVALIAR → IDENTIFICAR → INTERVIR ● Identificar: obstrução VA? choque? PCR? Ex.: se houver comprometimento de VA, estabilizar VA antes de qualquer outro passo 2 Elisa Pinheiro Weber 1. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA (XABCDE): Alterações potencialmente fatais ➝ deverão ser tratadas ➝ antes de concluir o restante da avaliação primária 1º Exame primário + suporte inicial: - Aspiração VAS - Desobstrução - Estabilização cervical - O2 - Descompressão (pneumotórax) - Adrenalina - Choque (volume) 2º Exame secundário: - PA - ECG - Monitorizar - Glicemia - Oximetria - MOV (Monitorização, oxigenação/oximetria, veias/acesso) 3 Elisa Pinheiro Weber ● X - Contenção de hemorragia externa grave: Deve ser antes mesmo do manejo das vias aéreas uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. Observar volume sanguíneo da cena (arterial importante) - torniquete (colocado nos 5 primeiros minutos). Lembrar sempre de verificar pelve. Reavalie: Em 15 minutos. Se o sangramento parou pode ser retirado. ● A - Airway (Vias Aéreas): Assegurar VA pérvia/proteção da coluna cervical → Posicionamento, aspiração, técnicas para desengasgo, dispositivos para VA. Em vítimas conscientes: a equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. Um membro da equipe deve estabilizar a coluna cervical manualmente ou com um colar. Se o pescoço estiver em uma posição viciosa, deve-se imobilizar nessa posição. Em vítimas inconscientes: em que não é possível reposicionar a cabeça, a estabilização deve ser feita na posição original. A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando à coluna cervical. Para isso, uma prancha rígida deve ser utilizada. Atenção para os acidentes nos seguintes cenários têm riscos potenciais de lesão de medula: mergulho em água, queda de cavalo e acidentes de trânsito Avaliação das vias aéreas: O socorrista aborda a vítima perguntando seu nome. Se ele responder, isso sugere que as vias aéreas estão pérvias. → Voz alterada, estridor, roncos e esforço respiratório são sinais de obstrução de vias aéreas. Baixo nível de consciência também é uma possível causa de obstrução, geralmente pela queda da língua. As manobras mais utilizadas nessa fase são a elevação do mento (chin lift) e anteriorização da mandíbula (jaw thrust). Retificar VA. 4 Elisa Pinheiro Weber Entretanto, é preciso ter cuidado para não causar extensão cervical nas vítimas com suspeita de lesão medular. Quando se tem equipamentos adequados, é recomendado aspirar os corpos estranhos da via aérea. No ambiente hospitalar, corpos estranhos de visualização direta são aspirados com fórceps de Magil. Quando essas medidas de desobstrução não são efetivas, três procedimentos podem ser realizados: intubação endotraqueal, cricotireoidostomia ou traqueostomia. - Cânula de Weidel ➝ usada quando a língua cai para trás e obstrui A intubação endotraqueal é o padrão ouro para proteção de vias aéreas no ambiente pré-hospitalar: As principais indicações são: - Estresse respiratório, - Escala de Coma de Glasgow menor ou igual a 8 e parada cardíaca Se o paciente estiver lúcido, sem sinais de desconforto respiratório, sem lesões visíveis de boca ou seu conteúdo, pode-se fornecer O2 por máscara com reservatório. Em pacientes inconscientes, o uso de cânula de Guedell está indicado quando eles se apresentam com drive respiratório sustentável, sem o reflexo do vômito - Se > 8 anos, deve-se inserir a Guedell com a ponta voltada para o palato mole e, à medida que introduzir, realiza-se rotação de 180º para ajustar à base da língua - Na criança menor, a inserção deve ser realizada na posição final para não lesar o palato e/ou causar fratura dos dentes de leite Se o reflexo de vômito está intacto, a melhor opção é a cânula nasofaríngea, desde que não haja suspeita de fratura de face e/ou de base de crânio Mede-se pela distância entre a aleta nasal e o tragus ipsilateral. ● B - Breathing (Respiração): Padrão respiratório, Frequência respiratória, Esforço respiratório, Expansibilidade torácica, Ausculta do tórax, SatO2. → Padrão Respiratório: 5 Elisa Pinheiro Weber - Gasping → movimentos respiratórios assincrônicos não efetivos, caracterizado por altas amplitudes de curta duração com períodos de apneias subsequentes - Superficial (pouca expansão do pulmão) → Frequência Respiratória: → Esforço Respiratório: Tiragem intercostal/fúrcula Retração subdiafragmática Batimento de aleta nasal Cianose central → Expansibilidade Torácica: simétrica? → Ausculta do Tórax: sons respiratórios anormais - Sibilos: obstrução respiratória baixa → brônquios e bronquíolos - Estridor: obstrução respiratória alta → laringite, corpo estranho, epiglotite 6 Elisa Pinheiro Weber → Saturação de O2: Considerar oferecer O2 ➝ se SatO2 < 94% em ar ambiente O paciente com via aérea artificial que piora subitamente deve levantar a suspeita de DOPE D = deslocamento do tubo – extubação ou intubação seletiva O = obstrução do tubo P = pneumotórax hipertensivo E = falha do equipamento ● C - Circulação: Frequência e ritmo cardíaco, Pulsos periféricose centrais, Tempo de enchimento capilar (perfusão), Coloração e temperatura da pele, Pressão arterial, débito urinário. A circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A frequência de pulso e enchimento capilar podem ser determinados. Mudanças na coloração da pele, sudorese e diminuição do estado de consciência podem sugerir perfusão comprometida. A ausculta pode ser realizada nessa fase. → Frequência cardíaca e pulso: - Pulso: - Pulso fino e baixa amplitude: vasoconstrição - Pulso amplo: vasodilatação 7 Elisa Pinheiro Weber → Pressão Arterial: Cálculo rápido da PA: PA: 70 + 2 x idade → Débito Urinário: Avaliação indireta da circulação ➝ considera-se se a volemia está adequada ou não 8 Elisa Pinheiro Weber ● D - Disability (Incapacitação/Disfunção Neurológica): Nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow), Avaliação pupilar, TICOF, AVDI, Glicemia, Fontanelas, Sinais meníngeos. Análise do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, presença de hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas. Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. → Nível de consciência: Existem duas formas de verificar o nível de consciência: o AVPU e a Escala de Coma de Glasgow (ECG): - AVPU: A – alerta; V – responsivo à voz; P – responsivo à dor; U - irresponsivo. - Glasgow: Avalia a melhor resposta ➝ resposta verbal, motora e ocular Vítimas com Glasgow entre 3-8 precisam ser intubados. TCE leve ➝ 13-15 TCE moderado ➝ 9-12 TCE grave ➝ < 8 Crianças < 1 ano ➝ adaptação na resposta verbal e abertura ocular 9 Elisa Pinheiro Weber Já que queda no nível de consciência pode sugerir redução da perfusão cerebral, sendo toda queda de consciência considerada oriunda do sistema nervoso central até que o contrário. → Avaliação pupilar: MIOSE ➝ lesão no SNC ou abuso de drogas (toxinas) ANISOCORIA ➝ TCE, AVE, edema cerebral MIDRÍASE BILATERAL ➝ hemorragia intracraniana, edema cerebral, iminência de herniação cerebral (compressão do nervo óptico ➝ não consegue realizar a resposta), hipóxia ou anóxia, estado de choque, parada cardíaca, TCE OBS: uso de medicamentos na vigência de intoxicação e midríase ➝ perguntar se pingou colírio → TICOF: tônus muscular, interatividade, consolabilidade, olhar, fala/choro. → AVDI: Avalia rapidamente a função do córtex cerebral ➝ “mimetismo” do Glasgow A➝ alerta, desperta, responde adequadamente aos estímulos externos (lembrar da idade) V➝ reage apenas com a voz D➝ reage apenas com a dor I➝ inconsciente 10 Elisa Pinheiro Weber → Glicemia: Hipoglicemia ➝ muito associada à disfunção neurológica VALOR NORMAL DE GLICEMIA: ✓ Neonatos > 45 mg/dl ✓ Crianças > 60 mg/dl → Fontanelas: Até os 9 meses ➝ fontanela aberta Fontanela deprimida ➝ sinais de desidratação Abaulamento da fontanela ➝ meningite, choro → Sinais meníngeos: ✓ Criança > 1 ano ➝ já começa a ter sinais meníngeos ✓ KERNIG ➝ flexão cabeça sob tronco ➝ flexão de joelhos ✓ BRUDZINSKI ➝ flexão quadril 90º ➝ dor lombar ● E - Exposição: Análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia são as principais medidas realizadas → Avaliação da cabeça aos pés. O socorrista deve analisar sinais de trauma, sangramento, manchas na pele etc → DESPIR paciente e examinar da cabeça aos pés ➝ FRENTE e DORSO, para detectar ou excluir novas lesões. Buscar evidências de TRAUMAS NÃO ACIDENTAIS ➝ hematomas, queimaduras (violência doméstica?). Avaliar abdome, lesões de pele e palpar extremidades. Nessa fase, deve-se medir a temperatura da vítima. Além disso, o ambiente de exposição deve possuir uma temperatura adequada para evitar que a vítima perca calor. Depois do atendimento, a vítima deve ser coberta com cobertores aquecidos. Os cristalóides e infusões intravenosas também devem estar aquecidos 11 Elisa Pinheiro Weber RESUMO ABCDE (1 minuto): a) Abrir/checar VA b) Verificar a respiração c) Verificar pulso (carotídeo, femoral ou braquial) d) Se possui resposta neurológica (Glasgow) e) Verificar hipotermia f) RCP (se necessário) 2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (SAMPLE): História específica (SAMPLE), exame físico específico (atentar à avaliação da área afetada), reavaliação contínua (avaliar, identificar, intervir). 12 Elisa Pinheiro Weber 13 Elisa Pinheiro Weber PARADA CARDIORESPIRATÓRIA (PCR): A maioria das afecções pediátricas, quase 80%, é causada por hipóxia e/ou choque, porém a RCP deve sempre começar pela compressão e seguir com ventilação. Comunicação com equipe em alça fechada, com mensagens claras, funções atribuídas e seus limites. Atentar-se ao 7H e 5T - causas reversíveis/tratáveis: ● 7H: - Hipóxia - Hipotermia - Hipovolemia - Hipoglicemia - Hipocalemia/Hipercalemia - H+ (acidose por sepse não tratada) ● 5T: - Tamponamento cardíaco - TEP (adulto) - Toxinas (ingestão) - Trombose coronária (adulto) - SCA - Tensão no tórax (pneumotórax) Fazer de tudo para reverter a causa. Caso Clínico: Você está numa festa e uma criancinha começa a passar mal por ter comido amendoim e não está perto do hospital, o que você deverá fazer? A primeira coisa a se fazer é pedir ajuda, depois checar se o ambiente é seguro para você agir para fazer as manobras, ver se a criança está responsiva. Aí vamos entrar no triângulo de resposta: Aparência, cor, respiração. Aí eu falo com vocês que essa paciente não respondia, estava inconsciente e cianótica. E agora? O que fazer? Checar o pulso pois a paciente estava inconsciente, então isso eu devo fazer antes mesmo de avaliar via aérea. Aqui vou inverter o ABC. E aqui por se tratar de um paciente com pulsos ausentes, eu vou fazer primeiro a massagem cardíaca e depois ventilar. CAB → compressão torácica, abertura de via aérea e boa respiração. 14 Elisa Pinheiro Weber Como checar a respiração: - Observar se tórax se eleva por no máx 10 segundos - Se estiver respirando - deve ser monitorada e aguardar chegada do socorro 15 Elisa Pinheiro Weber 1. Verificar segurança do local 2. Responsividade da vítima (chamar, tocar, estímulo doloroso) 3. Chamar ajuda e pedir DEA 4. Avaliar respiração e pulso simultaneamente (10 segundos) 5. RCP (30 compressões 2 ventilações) 6. Utilizar DEA RCP DE ALTA QUALIDADE: ● Técnica de compressão: Bebê: - 2 polegares: melhor técnica na presença de apenas 1 socorrista - 2 dedos: melhor técnica na presença de 2 socorristas. Consegue-se só ficar comprimindo, enquanto outra pessoa verifica VA. 16 Elisa Pinheiro Weber Ritmo chocável: - fibrilação ventricular; - taquicardia ventricular sem pulso; - torsades de pointes. Ritmo não chocável: - assistolia; - atividade elétrica sem pulso. 17 Elisa Pinheiro Weber ● Desfibrilador: Desfibrilação = Cardioversão elétrica NÃO sincronizada (PCR) Arritmias com pulso = cardioversão sincronizada Posicionamento das pás ➝ de forma que não se toquem e passem no maior eixo do coração. - Desfibrilador manual (intra hospitalar): mostra o ritmo e permite escolher a carga - DEA (desfibrilador automático): só mostra se o ritmo é ou não chocável Ritmos chocáveis: taquicardia ventricular sem pulso; fibrilação ventricular. Ritmos não chocáveis: assistolia (checar cabos, ganhos, derivações) → hipóxia; AESP (atividade elétrica sem pulso) 18 Elisa Pinheiro Weber Drogas durante RCP: - Epinefrina (adrenalina) - 1 mg à partir do 2º choque, com intervalo: 3-5 minutos entre as doses Qualquer ritmo de PCR (chocável ou não chocável): - Amiodarona (cardioversão química) ou lidocaína: 300 mg (primeira dose), 150 mg (segunda e última dose), com intervalo: 3-5 minutos entre as doses → Somente ritmos chocáveis. Se você presenciou o colapso do paciente sozinho, se você viu ele caindo na sua frente, a chance dele ter uma anormalidade cardíaca é maior, como taquiarritmia, a prioridade será avaliar se o ritmo é chocável e se ele tem ou não indicação de desfibrilação ➯ ( NÃO INICIO RCP DE PRIMEIRO,VOU BUSCAR DESFIBRILADOR E CHAMAR AJUDA POIS PROVAVELMENTE ELE TERÁ RITMO CHOCÁVEL E PRECISA SER CHOCADO); ● Ventilação: Ventilação com bolsa válvula máscara → 1 ventilação por segundo Ventilação com VA avançada → 1 ventilação a cada 6 segundo (pode ser feita junto com RCP, sem pausa) 19 Elisa Pinheiro Weber Com reservatório de oxigênio → Fluxo de 12 a 15 L/minuto Lactentes e crianças: 450 a 500 mL → bolsa-valva autoinflável Fração inspirada de 100% → Ventilações de resgate Frequência de 12 a 20 por minuto Manter a ventilação por até 2 minutos Se manter pulso menor que 60 e sinais de hipoperfusão = CAB Abrir vias aéreas com inclinação da cabeça e elevação do queixo Cada ventilação deve durar 1 segundo O tórax deve se elevar a cada ventilação SUPORTE AVANÇADO DE VIDA NA PCR (SAVP): Avaliação de ritmo, estabelecimento de acesso vascular, desfibrilação (se indicada), tratamento medicamentoso, manejo de via aérea avançada. 20 Elisa Pinheiro Weber 21 Elisa Pinheiro Weber 22 Elisa Pinheiro Weber 23 Elisa Pinheiro Weber INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA: Na criança é pior → diferenças anatômicas, imaturidade do sistema respiratório, características fisiológicas e imunológicas, língua grande ocupando espaço maior (facilita obstrução da VA). INÍCIO DO ATENDIMENTO: ● Avaliação rápida e específica da função respiratória para identificar tipo e gravidade (e não etiologia) → identificar a causa do problema após estabilizada oxigenação e ventilação. ● A primeira prioridade no tratamento da criança grave que não esteja em PCR é a avaliação das vias aéreas e respiração. ● Avaliar/identificar/intervir (ABC - VA, respiração e circulação) para monitorar a progressão dos sintomas ou a resposta ao tratamento. A alteração na ventilação é detectada nas seguintes circunstâncias: - PaCO2 acima de 50 mmHg ou 20 mmHg acima do basal. - Respiração superficial - Sinais clínicos de narcose: vasodilatação, diminuição das pupilas, confusão e letargia TIPOS DE PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: ● Obstrução de VA superior (OVAS) ● Obstrução de VA inferior ● Doença do parênquima pulmonar ● Alteração do controle da respiração 1. OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA SUPERIOR (OVAS): Comprometimento do nariz, faringe ou laringe → sinais observados especialmente durante a inspiração. ● Causas: crupe, angioedema, traqueíte bacteriana, abscesso retrofaríngeo, corpo estranho e epiglotite. ● Semiologia: - Alterações na voz ou no choro (rouquidão) - Tosse ladrante - Estridor - Baixa expansibilidade pulmonar 24 Elisa Pinheiro Weber - Entrada de ar diminuída na ausculta 2. OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA INFERIOR: Comprometimento VA intratorácicas → acomete parte inferior da traquéia, brônquios e bronquíolos. ● Sinais característicos: sibilos, expiração prolongada, tosse, aumento do trabalho respiratório na expiração. ● Causas: bronquiolite e asma 3. DOENÇA DO PARÊNQUIMA PULMONAR: ● Sinais característicos: gemido expiratório (produz fechamento precoce da epiglote na tentativa de manter a pressão positiva no final da expiração e prevenir colapso), hipoxemia, diminuição dos sons pulmonares, estertores. ● Causas: pneumonia (qualquer etiologia), edema pulmonar (associado à insuficiência cardíaca congestiva ou por aumento da permeabilidade vascular, como acontece na sepse), contusão pulmonar (trauma), síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). 4. ALTERAÇÃO DO CONTROLE DA RESPIRAÇÃO: Padrão respiratório anormal associado a condições que alteram a função neurológica → compromete nível de consciência. ● Sinais característicos: frequência respiratória irregular, esforço respiratório variável, respiração superficial, apneia central (sem nenhum esforço respiratório). ● Causas: convulsões, infecções do sistema nervoso central, tumores cerebrais, hidrocefalia, doenças neuromusculares e intoxicações. 25 Elisa Pinheiro Weber TRATAMENTO: ● Avaliar a VA quanto à permeabilidade → retificar VA para abrir. ● Dar suporte à respiração ● Aplicação de medicações específicas: antibiótico, corticosteróide, adrenalina inalatória, broncodilatador, inalação com NaCl 3%, gás heliox (menor densidade) entre outras. ● Avaliar circulação: - Monitorar FC e ritmo - Estabelecer acesso vascular OXIGÊNIO: ● Cateter nasal (fluxo de 0,1 a 3 L/min FiO2 até 60%: 24 a 40%) ● Máscara facial (FiO2 até 60% com fluxo > 8L/min) ● Máscara de Venturi (FiO2: 23 a 50% com válvulas e fluxos variáveis) ● Oxitenda (FiO2 - capuz FiO2 até 100% ● Máscara não reinalante (FiO2 até 100% com fluxo de 10 a 15 L/min) VENTILAÇÃO: Fornecer suporte ventilatório para reverter retenção de gás carbônico. 26 Elisa Pinheiro Weber ● Bolsa auto-insuflável: conectar reservatório de O2 à válvula de entrada → manter fluxo de 10 a 15 L/min. 27
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