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Julia Paris Malaco – UCT22 SP2 – laboratório das paratireoides As paratireoides fazem parte do metabolismo do cálcio. A principal deposição de cálcio é nos ossos Células: Osteogênicas Osteoblastos Osteocitos Osteoclastos Osteoblastos: sintetizam e secretam a matriz orgânica e regulam sua mineralização. Os osteoblastos produzem enzimas e osteoide, uma mistura de colágeno e outras proteínas na qual a hidroxiapatita se liga Osteoclastos: faz a reabsorção óssea A combinação de ácido e de enzimas dissolve a matriz calcificada de hidroxiapatita e seu suporte de colágeno. O cálcio torna-se parte do pool de Cálcio da circulação – se esse mecanismo torna- se descontrolado, o paciente passa a ter osteoporose e/ou osteopenia. O cálcio sérico circula sob duas formas principais: Cálcio ionizado (que exerce a ação biológica) Cálcio ligado a proteínas e complexado (cálcio total) O cálcio total quando dosado, esta dosando junto o cálcio ligado (esse cálcio ligado é “ligado” a proteínas, como a albumina, por isso quando ele é dosado é necessário dosar também a albumina sozinha, porque se tiver algum problema que esteja alterando a albumina, vai alterar também o cálcio. Cálcio total: VR: 8,5 e 10,5 mg/dL Hipercalcemia da malignidade: > 13 mg/Dl Albumina: Hipoalbuminemia. Ca total corrigido = Ca total mg/dL + 0,8 x (4 - albumina g/dL). Cálcio iônico: É a fração biologicamente ativa do Ca (é a fração livre, pode ser pedido diretamente sem necessidade da albumina) Paratormônio (PTH): Produzido nas paratireoides e sua função é manter a calcemia dentro da normalidade Formas de atuação Rim: o Aumenta reabsorção de Ca no túbulo contorcido distal o Diminui reabsorção de P no túbulo contorcido proximal o Transforma 25 OH-vitamina D em 1,25 vitamina D pelo estímulo da 1- alfa-hidroxilase renal Julia Paris Malaco – UCT22 O PTH mobiliza cálcio dos ossos: Aumenta reabsorção óssea: o Ativa bomba de cálcio o Ativação indireta dos osteoclastos Aumenta reabsorção de cálcio nos rins: o Reabsorção urinária de cálcio e aumenta excreção de fósforo (“trocador”) - Cálcio aumenta Fósforo diminuí - feedback normal: Cálcio aumenta inibição do PTH - Diminuição de cálcio aumento de fosforo aumenta PTH - Aumento de cálcio diminuição de fosforo diminui PTH Atua indiretamente aumentando a absorção de Cálcio no intestino - formação de vitamina D Metabolismo normal da vitamina D: Lembrando Não adianta comer um monte de cálcio - se não tiver vitamina D e PTH não absorve!!!! Em qual tipo de paciente eu preciso tomar cuidado com os níveis de vitamina D paciente com insuficiência renal crônica A vitamina D se torna sua forma ativa no rim, por isso paciente com insuficiência renal tem falta de vitamina D, consequentemente de PTH. PTH portando quer aumentar o cálcio, e ele faz isso de 3 formas: aumentando a reabsorção de cálcio no osso, nos rins e ajuda indiretamente a reabsorção de cálcio no intestino através da conversai da vitamina D Controle endócrino do equilíbrio de cálcio: O PTH trabalha junto com o calcitriol para promover a reabsorção óssea, a absorção intestinal do Ca2+ e a reabsorção do Ca2+ no néfron distal, todas as quais tendem a elevar as concentrações plasmáticas de Ca2+. Se eu preciso de cálcio, o corpo consequentemente aumenta PTH para corrigir o cálcio, depois de corrigido o PTH diminui novamente feedback normal: Cálcio aumenta inibição do PTH Diminuição de cálcio aumento de fosforo aumenta PTH Aumento de cálcio diminuição de fosforo diminui PTH Quando ocorrem alterações nesse mecanismo fisiolgioco normal, tem-se o hipo ou hiperparatireoidismo: Primário: problema na própria glândula onde o PTH é produzido – paratireoides Secundário: por alguma outra causa que não seja a glândula Julia Paris Malaco – UCT22 hiperparatireoidismo primário Produção excessiva de PTH fisiologicamente o PTH aumenta para regular o cálcio, quando o cálcio volta aos seus valores normais ocorre um feedback para que o PTH diminua novamente e se mantenha nos valores adequados no HPP esse feedback não ocorre, fazendo com que o PTH fique alto o tempo todo (e consequentemente o cálcio também). No hiperparatireoidismo primário encontramos: níveis aumentados de cálcio associado a níveis aumentados ou inapropriadamente normais do hormônio paratireóideo (pth). Manifestações clínicas: Hipercalcemia Hipercalciúria urolitíase Redução dos níveis de fósforo. 70% dos pacientes são assintomáticos Laboratorial: Níveis elevados de PTH intacto Aumento dos níveis plasmáticos de cálcio (hipercalcemia) Excreção urinária aumentada de cálcio (hipercalciúria) Formação aumentada de cálculos renais (urolitíase) Causas: Hiperplasia Adenoma ou carcinoma das glândulas paratireoides (basicamente é um tumor benigno produtor se PTH) Consequências: Aumento da reabsorção óssea e aumentos adicionais nas concentração do cálcio extracelular. Não tem alça de feedback! Porque o adenoma produz o PTH. No hiperparatireoidismo primário, temos: Hipercalcemia com PTH elevado ou inapropriadamente normal o Causa mais frequente: Adenoma (uniglandular) ou hiperplasia de paratireoides o Formação do adenoma: Uma célula da paratireoide muda seu setpoint estimulando o aumento do PTH Proliferação dessa célula e formação do adenoma Ca ↑, PTH > 20-28 pg/mL o Em praticamente todas as outras patologias de hipercalcemia o nível do PTH será francamente suprimido; Avaliação BIOQUÍMICA DO HPP: Hipercalcemia; PTH elevado; Hipercalciúria (40% dos casos); Fósforo sérico normal ou baixo Fosfatúria normal ou aumentada 25-OH-vitamina D baixa e 1,25-vitamina D normal ou elevada Excreção biliar de 25-OH vitamina D, Redução de síntese cutânea de vitamina D o A vitamina D nesse caso (HPP) não faz diferença, porque não é ela que esta causando tudo isso. Alterações que ocorrem no HPP: Osso Desmineralização óssea. Rins Urina aumenta Cálcio Lítíase urinária Sangue Cálcio alto, fósforo baixo Quadro clínico ósseo: Osteopenia Osteoporose Fraturas Dor Tumor marrom - Casos avançados: tumor benigno de osteoclastos (osteoclastoma) Crise hipercalcêmica aguda (Ca > 12mg/dL ou se aumento rápido) - RARO o Poliúria, polidipsia, constipação intestinal, anorexia, náuseas, vômitos, desidratação, epigastralgia, arritmias, alteração do estado mental é uma doença mais comum em mulheres pós-menopausa. o A apresentação clínica mais comum é a forma assintomática (70%) Julia Paris Malaco – UCT22 Quadro clínico renal: Nefrolitíase (cálculos) Ureterolitíase Nefrocalcinose Perda de função renal Diagnóstico clínico – laboratorial: Quadro clínico característico ou quadro laboratorial característico Exames de imagem são auxiliares na avaliação pós-diagnóstica dos órgão alvo: o USG de rins e vias urinárias (pesquisa de cálculos) o Densitometria óssea (pesquisa de osteoporose, osteopenia) Cintilografia: Radionuclídeos: Tecnécio 99 + MIBI Coração, fígado, paratireoides, tireoides e gl salivares Auxilio cirúrgico para localizar o problema Indicaçõesde cirurgia: Cálcio muito elevado Clcr < 60ml/min Nefrolitíase ou nefrocalcinose Excreção urinária com cálcio > 400 mg/24h, associado a um dos seguintes - hiperuricosúria, hiperfosfatúria, hipocitratúria Seguimento dos pacientes não submetidos à paratireoidectomia: Ca, PTH, Ca urinário, Densitometria óssea (DEXA), imagens renal e esquelética anuais; Questão: No hiperparatireoidismo primário encontramos???? a. Níveis aumentados de hormônio paratireóideo (PTH) e níveis baixos de cálcio sérico. b. Níveis baixos de hormônio paratireóideo (PTH) associado a níveis baixos de cálcio. c. Níveis aumentados de cálcio associado a níveis aumentados ou inapropriadamente normais (no limite para ficar alto) do hormônio paratireóideo (PTH). d. Níveis baixos de hormônio paratireóideo (PTH) associado a níveis elevados de cálcio sérico. Hiperparatireoidismo normocalcêmico Subtipo do hiperparatireoidismo primário: Aumento de PTH e Ca normal Geralmente é bem no início do HPP, quando o feedback ainda está tentando fazer sua função Excluir todas as causas de hiperparatireoidismo secundário antes de se fechar o diagnóstico: Hipovitaminose D, baixa ingesta de cálcio, IRC, lítio, bisfosfonatos, denosumabe; Manifestações clínicas: As mesmas do HPP com hipercalcemia, porém mais leves; Ao longo do tempo, pode evoluir para HPP clássico; Hiperparatireoidismo secundário O aumento de PTH é por alguma causa “fora” Aumento do PTH com cálcio normal ou no limite inferior, secundário à: Deficiência de Vitamina D (lembrar de paciente com insuficiência renal crônica) diminuí absorção de Cálcio aumenta PTH (para tentar aumentar novamente o cálcio, apesar de não conseguir) Deficiência de absorção de cálcio Insuficiência renal crônica redução de vitamina D e cálcio ionizado pouco diminuído também maior síntese de PTH (diminuição de receptores, retroalimentação negativa começa a falhar) Hiperfosfatemia (nível superior a 5 mg/dL em adultos Osteíte fibrosa cística: O hiperparatireoidismo secundário na DRC é desencadeado pela deficiência de vitamina D ativa, cuja conversão se dá quase que Julia Paris Malaco – UCT22 exclusivamente no rim – isso leva a uma doença chamada de osteíte fibrosa cística. Cálcio baixo e PTH elevado Manifesta-se com reabsorção das falanges das mãos, crânio em sal e pimenta e coluna em camisa listrada. Tratamento: Ingesta adequada de cálcio (1000mg/dia) - nos casos de má absorção, deve-se suplementar com citrato de cálcio (melhor absorvido) Corrigir vitamina D e esperar 6 meses para normalizar PTH - a deficiência de Vitamina D de longa data pode levar a hiperplasia de paratireoides, que demora a regredir em alguns casos, podendo normalizar entre 6 meses a 1ano - Caso não regrida, se instala a hipercalcemia PTH dependente (Hiperparatireoidismo terciário) Hiperparatireoidismo terciário PTH é secretado independentemente dos níveis de cálcio no sangue Geralmente ocorre em pessoas com hiperparatireoidismo secundário de longa duração e naquelas que tiveram doença renal crônica, que já não respondem a nenhum eixo de feedback. Hipoparatireoidismo Níveis baixos de PTH e cálcio baixo Etiologias: Remoção cirúrgica das glândulas paratireoides, lesão cirúrgica ou outros distúrbios endócrinos e neoplasias, congênito, hipomagnesemia neonatal - pode ser transitório Manifestações clínicas: Tetania, convulsão, parestesias, broncoespasmo, alteração eletro Sinal de Chvostek e Trousseau. Diagnóstico diferencial: Defeito na AÇÃO do PTH Síndrome de Mc Cune Albright – resistência à secreção de PTH o PTH alto e cálcio baixo o Geralmente ocorre em crianças, onde não crescem as extremidades dos dedos o apresenta algumas manchas na pele PTH alto, cálcio baixo Avaliação laboratorial da hipocalcemia: Cálcio iônico diminuído Fósforo aumentado PTH intacto diminuído - O PTH é o principal exame para determinação da etiologia da hipocalcemia, e seus níveis guiam o diagnóstico. Fosfatase alcalina diminuída - marcador de reabsorção óssea (não tem PTH, não tem formação) Ureia e creatinina – para ver função renal Urina 24hrs – cálcio (aumentado ou normal) e fósforo *Magnésio: A hipomagnesemia é uma causa importante de hipocalcemia, frequente em pacientes hospitalizados, causando hipoparatiroidismo funcional e resistência ao PTH nos tecidos* Questão: Homem de 74 anos, vem ao ambulatório de geriatria encaminhado pelo clínico após exame que apontou hiperparatireoidismo. Paciente é oligossintomático. Resultados laboratoriais: Deficiência de vitamina D, Hipofosfatemia PTH intacto elevado. Cálcio 8,5 (VN: 8,5 – 10,5) Com base nesses dados, qual é a causa mais provável do hiperparatireoidismo? Primário ou secundário? Secundário – a deficiência de vitamina D Julia Paris Malaco – UCT22 Por que o cálcio está normal? Na deficiência de vitamina D, as alteralies laboratoriais seriam hipocalcemia e hipofosfatemia. A hipocalcemia por sua vez estimula a secreção de PTH, que portanto encontra-se em níveis elevados, muitas vezes retornando o cálcio sérico para níveis normais.
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