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Técnico em Enfermagem Módulo I Nutrição e Dietética 3 Nutrição e Dietética Por que um Técnico em Enfermagem estuda Nutrição e Dietética? Para quê??? Nutrição e Dietética • Reconhecer o estado nutricional adequado ( eutrofia, carência e distúrbio) • Diferenciar grupos alimentares ( cereais, hortaliças, açúcares, leguminosas...) • Compreender como os nutrientes são utilizados pelo corpo humano (alimentação, digestão, Absorção, metabolismo) • Entender a importância de uma dieta para cada ciclo de vida (lactente, infância, adolescência, adulta, gestantes) • Identificar tipos de dieta assim como suas vias de administração e patologias correlacionadas (pastosa, liquida, sem resíduos, dieta zero, dieta geral, hipossodica...) e orientar paciente a respeito. • Aplicar cuidados de enfermagem na administração de nutrição enteral e parenteral (cuidados com dispositivos, registros infusionais, complicações) Mas o que a Nutrição e Dietética estuda? Nutrição é a ciência dos alimentos, dos nutrientes , sua interação, atuação e balanço em relacão à saúde e a doença. Ela estuda a composição e os mecanismos de ingestão, digestão, absorção, transporte e excreção das substâncias alimentares. Dietética atua no planejamento e na preparação das refeições adequadas; quando cuida da alimentação de pessoas enfermas recebe o nome de Dietoterapia E o que é o Alimento? Alimento: toda substâncias sólida ou líquida que promove crescimento / construção, regulação e energia para as diversas funções do organismo. Podem ser de origem animal, vegetal e mineral SEGURA ESSA INFORMAÇÃO… COMPONENTES QUÍMICOS DA CÉLULA / molécula orgânica C arbono encontramos em qq elem. orgânico(carboidratos, gorduras, proteina, Vit, DNA H água O oxigênio N itrogênio encontro em aminoácidos (formadores das proteínas) / bases nitrogenadas DNA/RNA P fósforo na formada de fosfato na membrana plasmatica – fosfolipideos e no ATP S enxofre funcionamento de várias proteínas e enzimas Componentes químicos das células Inorgânicos : água e sais minerais ( forma iônica NA, K, Ca, Iodo,Fe, Mg, CL) Orgânicos: Glicídios ou carboidratos Lipidios: óleos , gorduras, ceras (formação de hormônios) Proteinas: agentes funcionais da célula ( estrutura, transporte, defesa) Vitaminas: agentes reguladores ( cofatores enzimaticos ou antioxidantes) Ácidos nucleicos: DNA e RNA 75-80% da célula é água / proteínas 10-15% / lipídios 3% / glicídios 1% ISSO VEM DAONDE? DOS ALIMENTOS/ DA ALIMENTAÇÃO Por isso, a demanda por alimentos que contenham quantidades desses elementos. Dessa forma, é possível dividir os alimentos de acordo com o tipo de nutrientes presentes ou de acordo com a função específica que esses nutrientes possuem. PARA UMA ADEQUADA ALIMENTAÇÃO... Leis que regem a alimentação Qualidade : cardápio colorido, completo Quantidade : suficiente para cobrir exigências calóricas Harmonia: proporção e equilíbrio entre os tipos de alimentos – carboidratos 50-60%, proteínas 10-15%, lipidios 25-30% Adequação cada fase da vida (gestação, lactação), hábitos, sociecon. e quadro clínico , pós operatório, comorbidades Nutrição e Dietética Sou eu como técnico que defino? Não! Nutrição e dietética Mas sou eu como técnico que observo, questiono, oriento, controlo, auxilio e faço acontecer!!! Evito desnutrição hospitalar Registros para análise da equipe multidisciplinar Aceitação alimentar: parcial, total, preferências, dificuldades , adequações por patologia – HAS/DM, falhas na prescrição Estado nutricional e a relação com os riscos assistenciais (LP, êmese,diarréia, cicatrização, infecção, distensão) ** Auxílio na nutrição do paciente de forma correta e de acordo com o quadro clínico (sonolento, rebaixado, risco de broncoaspiração, dependência para AVDiária) Orientação de hábitos alimentares adequados e saudáveis ; trabalhos educativos, rodas de conversa para que a sociedade se desenvolva e faça boas escolhas para seu cuidado de saúde geral **Juntamente com o enfermeiro Nutrição e Dietética Anabolismo Catabolismo Reações de síntese Reações de degradação Consome energia Produz energia Produção de moléculas complexas como as proteínas a partir dos aminoácidos Produção de moleculas simples como os aminoácidos a partir das proteinas / glicose a partir dos carboidratos Exemplo: síntese de proteína e fotossíntese Exemplos digestão e respiração celular Através da alimentação que vou garantir o meu metabolismo energético ( o conjunto de reações químicas que produzem a energia necessária para a realização das funções vitais dos seres vivos). Pode ser dividido em: Anabolismo: Reações químicas que permitem a formação de moléculas mais complexas. São reações de síntese. Catabolismo: Reações químicas para a degradação de moléculas. São reações de degradação. Nutrição e dietética Energia é necessário para realização de qualquer trabalho, inclusive aquele relacionado as funções dos orgãos e manutenção da vida. Conseguimos através da alimentação Utilizamos de forma cinética no trabalho muscular,elétrica na atividade cerebral e nervosa e, química pela síntese de tecidos Os alimentos, como carboidratos, lipídios e proteínas, possuem energia. Essa energia pode ser medida em caloria (cal). O número de calorias em um alimento é uma medida da energia potencial que ele possui e é expressa em kcal/g O número de calorias necessárias a cada pessoa varia conforme idade, peso, sexo, atividade física etc E a taxa de metabolismo basal é a quantidade mínima de energia que o corpo precisa em repouso e em jejum para se manter funcionando. Os macronutrientes fornecem energia ao organismo que precisa deles em grande quantidade (água, carboidratos, gorduras e proteínas) Os micronutrientes ajudam no metabolismo e regulam a funçao celular. Precisamos de uma concetração menor 9vitaminas e sais minerais Nutrição e Dietética Classificação dos Alimentos Carboidrato Principal fonte de energia da dieta e para funcionamento do organismo. A ingestão insuficiente causa prejuizos ao SNC. São classificados: Monossacarideos: mais simples - glicose, frutose e galactose Dissacarideos: sacarose ( glicose+ frutose) maltose (glicose + glicose) Lactose (Glicose + galactose) Polissacarideos: são carboidratos complexos Amido (reserva energética dos vegetais estão nos legumes, raízes, vegetais, principal fonte de carboidratos) Glicogênio encontrado no fígado e nos músculos como forma de carboidrato armazenado Celulose: está nas estruturas dos begetais, por não ser digerida trona-se uma fonte de fibras importante. Carboidratos Função Regula o metabolismo protéico poupando proteínas Impede o uso de gorduras como energia evitando acidose metabólica Estrutura membranas plasmáticas Mantém o SNC funcionante Regula trânsito intestinal Digestão dos carboidratos Fracionamento na boca pela mastigação +Degradação do amido em maltose pela enzima amilase salivar ou ptialina Bloqueio das amilases pela acidez do estômago e mistura do alimento com o HCL (aqui já 30% como maltose) Término do amido em maltose no duodeno plea amilase pancreatica Intestino delgado intensa digestão dos carboidratos, secreção de maltase, frutase e lactase degradando dissacarideos em glicose, frutose e galactose para serem absorvidos e levados para a corr. Sanguínea e, armazenas como glicog6enio e grodura. Proteínas Importante componente celular Envolvido na formacão e estrutura tecidual Estrutura fundamental das células Formadas por uma cadeia de aminácidos ( essenciais, não essenciais e condicionalmente essenciais) Classificação: Constitução -Simples/ conjugadas/ derivadas Qualidade de alto/ baixo valor biológico e as de referência Função: Estrutural, regulação do metabolismo, composição dealgumas substancias essenciais ao funcionamento do organismo, transporte, equilibrio osmolar, compõe fluidos Proteínas Digestão: Estômago desnaturação pelo suco gástrico e, após, quebra em moléculas menores pela pepsina (age somente em meio ácido) *Intestino: quebra pelas proteínas pancreáticas resultando em peptídeos e aminoácidos que são transportados ao fígado e metabolizados Lipídios Também chamado de gorduras Animal ou vegetal Insolúveis Fonte de energia e veículo de nutrientes Classificação: simples, compostos e derivados Tipos: ácidos graxos; saturados, monoinsaturados, polinsaturados, omega 6 e 3, trans, colesterol, fosfolipideos, lipoproteinas Lipidios Função Estrutura celular fonte de energia isolante térmico e físico síntese de hormônios e ácidos biliares veículos de vitaminas palatibiliade alimentar. Digestão Estômago preparação e, em alguns casos ação da lipase gástrica Intenstino emulsificação pela bile, decomposição pela lipase entérica e pancreática Absorçao e transporte para o fígado para produçao subst. especificas ou levadas ao tecido adiposo para armazenamento para fins energéticos. Água Principal componente do organismo Elemento mais importante à manutenção da vida 70% peso corporal – 50 % LIC e 20 % LEC Variação conforme idade Função: solvente, homeostasia, transporte, lubrificação, manutenção da temperatura corporal, auxãlio eliminaçao das fezes, hidratação Eliminação: Urina, vapor exalado, fezes, trasnpiração Eletrólitos Eletrólitos são minerais que carregam uma carga elétrica quando estão dissolvidos em um líquido como o sangue. Os eletrólitos do sangue – sódio, potássio, cloreto e bicarbonato – ajudam a regular as funções dos nervos e músculos e manter um equilíbrio ácido-base e hídrico. Vitaminas As vitaminas são moléculas orgânicas fundamentais para nossa saúde e encontradas em nossos alimentos Essenciais para garantir o funcionamento adequado do nosso organismo. Catalizadoras, antioxidantes, lipossoluveis e hidrossoluveis ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES Maior parte dos nutrientes intestino delgado (3 a 4metros) dividido em duodeno, jejuno e ileo Água no intestino grosso Digestão e absorção acontece ao longo do trato gastrointestinal Participam os órgãos anexos Nutrição e hidratação Interferem diretamente no desenvolvimento e crescimento do indivíduo e na capacidade de trabalho fisico e intelectual Quando inadequada: cabelo seco, quebradiço e sem brilho; Pele seca, edema, lábios rachados, dentes enfraquecidos, obesidade ou emagrecimento, atraso no desenvolvimento Boas Práticas Higiene Alimentar Para mantermos uma vida saudável e livre de danos ao corpo aprendemos que: a alimentação é uma fonte importante de fornecimento de energia, nutrientes, vitaminas e sais minerais que a associação de uma dieta equilibrada com a hidratação adequada e a prática de atividades físicas previne doenças e mantém o equilibrio do organismo. Boas Práticas de Higiene Alimentar Mas para que tudo isso tenha de fato um efeito benéfico ao organismo precisamos nos atentar a: Higiene do manipulador Higiene do ambiente de preparo e conserva dos alimentos Higiene Alimentar Conservação adequada dos alimentos Higiene do Manipulador de Alimentos Preparador, fornecedor, cuidador (auxílio alimentar) Higiene de mãos Unhas aparadas e limpas Cabelo preso Roupa limpa e asseada Higiene do Ambiente de Preparo e Conserva dos Alimentos Retirar o lixo frequentemente Atentar e realizar a limpeza do ambiente de acordo com os intervalos e períodos pré estabelecidos Utilizar os produtos de limpeza adequados para cada limpeza. Evitar tossir e espirrar próximo aos alimentos a serem preparados, embalados e fornecidos Higiene Alimentar Existem 3 tipo de intoxicacões passíveis de contaminação alimentar: Química Física Biológica Higiene Alimentar FÍSICA Fragmentos de palha de aço Cabelo, fios de barba Pedaços de unha Pedra no feijão Caco de Vidro. QUÍMICA Produtos de limpeza Inseticida. BIOLÓGICA Fungos Bactérias Protozoários Vírus Vermes Higiene Alimentar Lavar bem os alimentos Cozinhar adequadamente carnes/ legumes Embalar / refrigerar/ descartar Conservação dos alimentos O objetivo principal dos processos de conservação é : Evitar as alterações dos produtos naturais Apodrecimento dos alimentos Não afetar a saúde dos consumidores pelas toxinas de alimentos alterados Manter as propriedades organolépticas (aparência, sabor e conteúdo nutricional) Conservação dos alimentos Conservação pelo calor: pasteurização, esterilização, branqueamento Desidratação e secagem: carne seca e bacalhau, café (liofilização – resseca os grãos) Refrigeração e congelamento Fermentação Entre outros Alimentação nas diversas faixas etárias Em cada fase da vida há uma demanda energética e nutricional diferente, de acordo com a necessidade orgânica; Em estados de doença, a necessidade nutricional muda e requer um cuidado alimentar diferenciado. Nutrição na Infância e Adolescência Faixa etária que vai dos 2 a 6 anos; Necessidades nutricionais aumentadas (bastante suscetíveis a doenças infecciosas); Período de formação dos hábitos alimentares e autonomia alimentar; É comum inapetência, que pode ser orgânica (falta de algum nutriente) ou comportamental (chamar a atenção dos pais;. A quantidade de alimento oferecida deve ser pouca. A criança deve pedir para repetir; Não forçar a comer para não criar resistência; Os alimentos oferecidos devem ser bem variados (prato colorido). Nutrição na Infância e Adolescência Faixa etária dos 6 aos 10 anos; Fase de intenso crescimento; As crianças já começam a ser independentes e, se bem orientadas, podem selecionar seus alimentos; Crianças desnutridas: indispostas, desatentas, agressivas, baixa aprendizagem (repetência escolar); O sistema digestivo do escolar já atingiu a capacidade digestiva comparável ao do adulto, podendo seguir as leis da alimentação (QUANTIDADE, QUALIDADE, HARMONIA E ADEQUAÇÃO). Nutrição na adolescência Período dos 10 aos 19 anos; Muitas alterações físicas e psicológicas; Fase em que se adquire autonomia alimentar, havendo confirmação ou contestação dos hábitos adquiridos na infância; A influência dos pais aparece em terceiro plano, após a dos colegas e da mídia; Grupo de risco nutricional: fase de crescimento e formação; Excesso de atividades; Fácil acesso, influência da propaganda e “modismos”; Excesso de gordura, sal e colesterol. Nutrição do adulto Fase de estabilidade orgânica; Fase em que se determina a longevidade e qualidade de vida; Células adiposas; Não há aumento no número de células, mas elas aumentam seus estoques de gordura, causando ganho de peso em regiões específicas (abdome, quadril); Há diversas alterações psicológicas decorrentes de mudanças, casamento, filhos, estudos, que levam à carga de estresse elevada, afetando a alimentação do indivíduo. Nutrição do adulto Papel do Enfermeiro: Incentivar práticas alimentares saudáveis para prevenir problemas futuros; Não deixar que o indivíduo quebre o vínculo com o sistema de saúde. Nutrição do idoso Existem diversos fatores que aumentam a longevidade: Progresso científico (melhora nas condições de saúde); Surgimento de leis de proteção ao idoso; Higiene e Progresso no conhecimento sobre nutrição. Nutrição do idoso Também existem diversos fatores que influenciam na qualidade de vida dos idosos: Perda dos entes queridos; Perda da saúde; Perda do lar (asilos); Perda do papel social (imagem); Isolamento, solidão, depressão, ansiedade. Nutrição do idoso Estado nutricional dos idosos: O idoso apresenta características fisiológicas importantes que devem ser consideradas: catabolismo > anabolismo - Perdaprogressiva da massa magra, ↓ força muscular e ↑ depósitos de gordura. Alterações na função metabólica - diminuição da tolerância a glicose: ↓ produção de insulina e/ou ↑ resistência periférica. Alterações na função cardiovascular - acúmulo de gordura nos vasos, dislipidemias e hipertensão arterial - ↑ resistência vascular e perda de elasticidade dos vasos. Nutrição do idoso Estado nutricional dos idosos: Alterações na função renal - ↓ filtração e excreção renal Hábitos alimentares - Padrão dietético já estabelecido (resistência a mudança). Situação social e econômica - Geralmente vive sozinho, sem meios para armazenar e preparar os alimentos, e não tem recursos financeiros adequados. Consumo elevado de medicamentos. Nutrição do idoso Alimentação do idoso: A alimentação do idoso deve ser saborosa, de fácil digestão, com refeições pouco volumosas e consistência, de acordo com a sua dentição. Não deve conter quantidade excessiva de líquidos durante as refeições, para não diluir as enzimas digestivas já deficientes. Nutrição do idoso Papel do Enfermeiro: Incentivar a atenção social ao idoso. Dar a alimentação do idoso a mesma prioridade atribuída a terapia medicamentosa.