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TESTES NEONATAIS Logo após o nascimento o bebê precisa realizar uma série de exames com o objetivo de identificar a presença de alterações que indiquem a presença de doenças genéticas ou metabólicas. Além disso, esses exames podem ajudar a identificar problemas de visão e de audição e a presença de língua presa, por exemplo. Os testes obrigatórios para o recém-nascido são o teste do pezinho, a tipagem sanguínea, o teste da orelhinha, do olhinho, do coraçãozinho e da linguinha e são indicados logo na primeira semana de vida, de preferência ainda na maternidade, pois caso seja identificada qualquer alteração, o tratamento pode ser iniciado logo em seguida, promovendo o desenvolvimento normal e a qualidade de vida do bebê. Teste do pezinho O teste do pezinho é um exame obrigatório, indicado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. O exame é feito feita a partir de gotas de sangue tiradas do calcanhar do bebê e serve para identificar doenças genéticas e metabólicas, como a fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística e deficiência de biotinidase. Existe também o teste do pezinho ampliado, que é indicado quando a mãe teve alguma alteração ou infecção durante a gravidez, sendo importante que o bebê seja testado para outras doenças. Este exame não faz parte dos exames gratuitos obrigatórios e deve ser realizados em clínicas particulares. ANOMALIAS CONGÊNITAS As doenças congênitas são alterações que surgem durante a formação do feto, na gestação, que podem acabar afetando qualquer tecido do corpo humano, como ossos, músculos ou órgãos, resultando em alterações físicas, desenvolvimento incompleto ou funcionamento incorreto de vários órgãos. Essas alterações podem estar presentes antes ou após o nascimento, podendo ser identificadas pelo obstetra já nos 3 primeiros meses de gravidez, durante o pré-natal, ou pelo pediatra durante o 1º ano de vida. No entanto, também existem alguns casos em que a alteração genética afeta capacidades mais tardias, como falar ou caminhar, ou que precisa de exames muito específicos para ser identificada, acabando por ser diagnosticada mais tarde. O tratamento das doenças congênitas deve ser feito com orientação do pediatra, de acordo com o tipo de alteração congênita, podendo ser indicado uso de remédios para prevenir complicações ou, em alguns casos, cirurgia. As doenças congênitas podem ser causadas por alterações genéticas ou por fatores ambientais, ou ainda pela combinação destes dois fatores. 1. Fatores genéticos No momento da concepção, ocorre uma combinação dos cromossomos da mulher e do homem, que carregam o material genético responsável pelas características do bebê, sendo que nas primeiras 4 semanas da gestação, são estabelecidos a expressão dos genes e o desenvolvimento de todas as partes do feto. Nesta fase da gestação, geralmente, quando ocorrem alterações nos cromossomos em relação ao número, estrutura do cromossomo ou mutações genéticas, os defeitos congênitos podem causar doenças genéticas, como trissomia do 21, popularmente conhecida como síndrome de Down ou síndrome do X frágil, por exemplo. Além disso, as alterações nos cromossomos podem afetar qualquer parte do corpo do bebê levando a malformações no coração, olhos, rosto, braços ou pernas, por exemplo, e geralmente são mais graves. Já quando as alterações genéticas ocorrem entre 4 a 8 semanas da gestação, podem ocorrer alterações no desenvolvimento de órgãos, geralmente afetando uma única parte do corpo, sendo menos graves, como fenda palatina ou desenvolvimento de um dedo extra, por exemplo. Em alguns casos, mesmo com o número correto de cromossomos, a mulher ou o homem podem passar para o bebê um gene alterado, e a criança desenvolver uma doença congênita herdada de um dos pais, como no caso da fibrose cística, hemofilia por exemplo. 2. Fatores ambientais Durante qualquer estágio da gravidez, especialmente durante o estágio de desenvolvimento dos principais sistemas ou órgãos do bebê, que ocorre no primeiro trimestre, alguns fatores ambientais podem levar ao desenvolvimento de doenças congênitas, como: •Uso de remédios durante a gestação; •Deficiência de ácido fólico; •Ingestão excessiva de vitamina A; •Infecções maternas, como toxoplasmose, sífilis, clamídia, rubéola, catapora, citomegalovírus, Zika ou infecção pelo HIV; •Diabetes gestacional; •Exposição à radiação; •Tabagismo; •Ingestão excessivo de cafeína, •Consumo de bebidas alcoólicas ou drogas; •Contato com metais pesados como chumbo, cádmio ou mercúrio, por exemplo. Esses fatores ambientais podem atravessar a placenta e chegar até o bebê, afetando o seu desenvolvimento, e aumentando o risco de doenças congênitas. Síndrome de Down é uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual. Síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, é uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica durante a divisão embrionária. As pessoas com a síndrome, em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três. Não se sabe por que isso acontece. Pessoas com síndrome de Down têm um cromossomo 21 a mais. Fibrose Cística (FC), também conhecida como Doença do Beijo Salgado ou Mucoviscidose, é uma doença genética crônica que afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. Atinge cerca de 70 mil pessoas em todo mundo, e é a doença genética grave mais comum da infância. Um gene defeituoso e a proteína produzida por ele fazem com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o usual. O muco espesso leva ao acúmulo de bactéria e germes nas vias respiratórias, podendo causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, trazendo danos aos pulmões. Esse muco também pode bloquear o trato digestório e o pâncreas, o que impede que enzimas digestivas cheguem ao intestino. O corpo precisa dessas enzimas para digerir e aproveitar os nutrientes dos alimentos, essencial para o desenvolvimento e saúde do ser humano. Pessoas com fibrose cística frequentemente precisam repor essas enzimas através de medicamentos tomados junto às refeições, como forma de auxílio na digestão e nutrição apropriadas. A fibrose cística é uma doença genética causada por mutação (alteração) no gene da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR). O CFTR controla o fluxo de sal e fluidos para dentro e para fora das células e o defeito neste gene causa um acúmulo de muco espesso e pegajoso nos dutos do corpo. A FC é vista apenas quando ambas as cópias do gene (uma herdada do pai e outra da mãe) são defeituosas. Complicações Complicações no sistema respiratório: •Vias aéreas danificadas (bronquiectasia) •Infecções crônicas: O muco estimula o crescimento de micróbios •Crescimentos no nariz (pólipos nasais) •Tosse com sangue (hemoptise). Com o tempo, a fibrose cística pode causar afinamento das paredes das vias aéreas •Pneumotórax: Pode causar dor no peito e falta de ar. •Parada respiratória •Exacerbações agudas Complicações do sistema digestivo: •Deficiências nutricionais •Ducto biliar bloqueado •Diabetes •Obstrução intestinal •Síndrome de obstrução intestinal distal Sintomas: A FC afeta as células que produzem muco, suor e fluidos digestivos. Esses fluidos são espessos em pacientes com FC e causam o bloqueio dos dutos por todo o corpo levando a uma série de sintomas. Os pulmões e o sistema digestivo são as principais áreas afetadas. Os sintomas podem aparecer logo após o nascimento ou na primeira infância. Em casos raros, eles não se manifestam até a idade adulta. •Tosse persistente com catarro •Gotejamento pós-nasal •Pele salgada •Respiração ofegante •Falta de ar •Sinusite •Incapacidade de se exercitar •Infertilidade masculina •Infecções pulmonares repetidas •Fezes gordurosas, volumosase fétidas •Baixo crescimento e baixo peso corporal, apesar de um bom apetite •Bloqueio no intestino, especialmente em recém-nascidos •Diarreia / prisão de ventre Tratamento: Todo o tratamento deverá ter acompanhamento médico e especializado e varia de acordo com a gravidade da doença e com a forma como ela se manifesta. Porém, a maioria dos tratamentos é projetada para tratar problemas digestivos e para limpeza dos pulmões. É composto por: – ingestão de enzimas digestivas para a alimentação; – suporte nutricional; – medicamentos broncodilatadores, antibióticos, anti- inflamatórios; – fisioterapia respiratória; – atividade física; – acompanhamento multidisciplinar frequente. Hemofilia é uma doença genética e hereditária caracterizada por sangramentos prolongados devido à deficiência ou diminuição da atividade dos fatores VIII e IX no sangue, que são essenciais para a coagulação. Assim, quando existem alterações relacionadas com essas enzimas, é possível que existam sangramentos, que podem ser internos, com hemorragias na gengiva, no nariz, na urina ou nas fezes, ou hematomas pelo corpo, por exemplo. Apesar de não ter cura, a hemofilia tem tratamento, que é feito com com injeções periódicas com o fator de coagulação que falta no organismo, para prevenir sangramentos ou sempre que houver uma hemorragia, que precisa ser resolvida rapidamente. Os principais sintomas de hemofilia são: •Aparecimento de manchas roxas na pele; •Inchaço e dor nas articulações; •Sangramentos espontâneos, sem razão aparente, como na gengiva ou nariz, por exemplo; •Sangramento durante o nascimento dos primeiros dentes; •Hemorragias difíceis de parar após um simples corte ou cirurgia; •Ferimentos que demoram muito tempo para cicatrizar; •Menstruação excessiva e prolongada. Quanto mais grave for o tipo de hemofilia, maior a quantidade de sintomas e mais cedo eles surgem, portanto, a hemofilia grave costuma ser descoberta já no bebê, durante os primeiros meses de vida, enquanto que a hemofilia moderada costuma ser suspeitada por volta dos 5 anos de idade, ou quando a criança começa a andar e brincar. Já a hemofilia leve pode ser descoberta somente na vida adulta, quando a pessoa sofre uma pancada forte ou após procedimentos como extração dentária, em que se nota um sangramento acima do normal. A hemofilia pode acontecer de 2 formas, que, apesar de apresentarem sintomas semelhantes, são provocadas por falta de diferentes componentes do sangue: •Hemofilia A: é o tipo mais comum de hemofilia, sendo caracterizada pela deficiência no fator VIII da coagulação; •Hemofilia B: provoca alterações na produção do fator IX da coagulação, sendo também conhecida como doença de Christmas. Os fatores de coagulação são proteínas presentes no sangue, que são ativados sempre que ocorre o rompimento do vaso sanguíneo, para que o sangramento seja contido. Por isso, as pessoas com hemofilia sofrem de sangramentos que demoram muito mais tempo para serem controlados. Como confirmar o diagnóstico O diagnóstico da hemofilia é feito após avaliação do médico hematologista, que solicita exames que avaliam a capacidade de coagulação do sangue, como o tempo de coagulação, que checa o tempo que o sangue leva para formar um coágulo, e a dosagem da presença dos fatores de coagulação e seus níveis no sangue. O fatores de coagulação são proteínas essenciais do sangue, que entram em ação quando há algum sangramento, para permitir que ele pare. A ausência de algum desses fatores causa doenças, como acontece na hemofilia tipo A, que é provocada pela ausência ou diminuição do fator VIII, ou hemofilia tipo B, em que o fator IX está deficiente. Os ossos que compõem o crânio do bebê são flexíveis e não estão completamente soldados uns aos outros, quando a criança nasce. Essa separação e maleabilidade são fundamentais para facilitar a passagem pelo canal do parto e garantem o espaço necessário para o desenvolvimento rápido do cérebro, durante a gestação e nos dois primeiros anos de vida. Microcefalia é uma condição neurológica rara que se caracteriza por anormalidades no crescimento do cérebro dentro da caixa craniana. Em geral, ela ocorre quando os ossos do crânio se fundem prematuramente e não deixam espaço para que o cérebro cresça sem que haja compressão das suas estruturas. A alteração pode ser congênita ou manifestar-se após o nascimento associada a outros fatores de risco (doença secundária). Algumas crianças portadoras de microcefalia têm inteligência e desenvolvimento normais apesar de a circunferência do crânio ser menor do que as estabelecidas nas tabelas de referência para sua idade e sexo. Entretanto, na maioria dos casos, a microcefalia está ligada ao atraso no desenvolvimento neurológico, mental, psíquico e motor. A gravidade da condição pode variar de uma criança para outra e é mais frequente no sexo masculino. Causas A microcefalia pode ter como causa fatores genéticos e ambientais. Conhecida como microcefalia verdadeira, vera ou primária, a má- formação tem causa genética hereditária, de caráter autossômico recessivo e é identificável logo ao nascer. Para manifestar o transtorno, a criança precisa herdar uma cópia do gene defeituoso do pai e outra da mãe, que não manifestam a doença. A microcefalia primária pode estar correlacionada com várias síndromes genéticas e anomalias cromossômicas. Já a microcefalia por craniossinostese pode estar associada a causas secundárias, que determinam o fechamento prematuro das moleiras (fontanelas) e das suturas entre as placas ósseas do crânio, o que impede o crescimento normal do cérebro. Elas podem afetar o feto dentro do útero, especialmente nos três primeiros meses de gestação, ou depois do parto, nos dois primeiros anos de vida da criança, quando o cérebro ainda está em acelerado processo de formação. São consideradas causas secundárias da microcefalia por craniossinostese: consumo de cigarro, álcool e outras drogas ou de alguns medicamentos, doenças infecciosas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, varicela, herpes zóster, entre outras), fenilcetonúria materna não controlada, intoxicação por metilmercúrio, exposição à radiação, desnutrição materna, má-formação da placenta, traumatismo cranioencefálico e hipóxia grave (falta de oxigenação nos tecido e no sangue) na hora do parto. http://drauziovarella.uol.com.br/crianca-2/23770/ http://drauziovarella.uol.com.br/mulher-2/toxoplasmose-2/ http://drauziovarella.uol.com.br/sexualidade/citomegalovirus/ http://drauziovarella.uol.com.br/crianca-2/catapora-varicela/ http://drauziovarella.uol.com.br/letras/h/herpes-zoster/ http://drauziovarella.uol.com.br/letras/h/herpes-zoster/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/fenilcetonuria-pku/ O aumento do número de nascimentos de crianças portadoras de microcefalia em estados do Nordeste (especialmente em Pernambuco, mas também em Sergipe, Paraíba, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, por exemplo), Centro-Oeste e Sudeste chamou a atenção dos órgãos ligados à saúde pública. Num primeiro momento, foi levantada a hipótese de que a má- formação podia ser resultado da infecção pelo Zika virus, um germe transmitido pelo Aedes aegypti, o mosquito que também transmite a dengue, a febre chikungunya e a febre amarela. A suspeita decorria do fato de que parte das mulheres que tiveram bebês com microcefalia apresentou manchas na pele, febre e muita coceira no corpo durante a gravidez. Embora esses sintomas sejam comuns na infecção por Zika virus, não eram suficientes para estabelecer a relação de causa e efeito com os novos casos da microcefalia. http://drauziovarella.uol.com.br/letras/z/zika-o-virus-da-doenca-misteriosa/ http://drauziovarella.uol.com.br/letras/z/zika-o-virus-da-doenca-misteriosa/ http://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/dengue-quadro-clinico-diagnostico-e-tratamento/ http://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/chicungunha/ http://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/chicungunha/ http://drauziovarella.uol.com.br/letras/f/febre-amarela/No entanto, depois que o Instituto Evandro Chagas, importante centro de pesquisas de Belém do Pará, na última semana de novembro/2015, identificou a presença do Zika virus numa garota do Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas e morreu com a suspeita de dengue, o Ministério da Saúde confirmou oficialmente a relação entre a má-formação do cérebro, a infecção por esse vírus e o surto de microcefalia que ocorre em vários estados brasileiros. É sempre importante identificar a causa da má-formação para nortear a conduta terapêutica, estabelecer medidas de prevenção e avaliar o risco de que se repita em futuras gestações. O sinal mais evidente da microcefalia é o tamanho da cabeça, significativamente menor do que a cabeça de outras crianças do mesmo sexo e idade. Os portadores do transtorno apresentam perímetro craniano menor do que 33 cm ao nascer ou, então, menor do que 42 cm ao completarem um ano e três meses e inferior a 45 cm depois dos dez anos de idade. Esses valores mudam no caso de prematuros, de acordo com o tempo de gestação em que ocorre o parto. Outro sinal importante é que o cérebro das crianças portadoras de microcefalia geralmente apresenta partes lisas, em vez de saliências e reentrâncias que lhe conferem a aparência de uma noz. Dependendo da gravidade da má-formação, podem surgir complicações como déficit cognitivo grave, comprometimento visual, auditivo e da fala, hiperatividade, baixo peso e estatura (nanismo) e convulsões (epilepsia). Portadores de microcefalia podem apresentar, também, uma deformidade craniofacial característica do transtorno, resultado do descompasso que ocorre entre o crescimento do crânio e o do rosto, que se desenvolve normalmente. Como consequência, eles apresentam cabeça pequena, com o couro cabeludo solto e meio enrugado, testa curta e projetada para trás, face e orelhas desproporcionalmente grandes. Osteogênese Imperfeita Osteogênese imperfeita (ossos de vidro, doença de Lobstein ou doença de Ekman Lobstein) é uma condição rara que tem como principal característica a fragilidade dos ossos que quebram com enorme facilidade. A principal característica de ossos de vidro é a fragilidade dos ossos que quebram com enorme facilidade. A osteogênese imperfeita (OI) pode ser congênita e afetar o feto que sofre fraturas ainda no útero materno e apresenta deformidades graves ao nascer. Ou, então, as fraturas patológicas e recorrentes, muitas vezes espontâneas, ocorrem depois do nascimento, o que é característico da osteogênese imperfeita tardia. As manifestações clínicas da OI variam muito de grau e intensidade de acordo com o tipo da desordem instalada. •Tipo I – forma leve e não deformante que se manifesta mais tarde aos 20, 30 anos, com perda leve da resistência óssea; •Tipo II – é a forma mais grave de todas; em geral, os portadores morrem ainda dentro do útero ou logo depois do nascimento; •Tipo III – surgem deformidades graves como consequência das fraturas espontâneas e do encurvamento dos ossos; dificilmente, o paciente consegue andar; •Tipo IV – deformidades moderadas na coluna, curvatura nos ossos longos, especialmente nos das pernas, baixa estatura. Causas A causa da doença é uma deficiência na produção de colágeno do tipo 1, o principal constituinte dos ossos, ou de proteínas que participam do seu processamento. O resultado é o surgimento de quadros de osteoporose bastante graves. A falta de colágeno afeta não só os ossos, mas também a pele e os vasos sanguíneos. Análises de DNA mostram que alguns pacientes não apresentam mutações nos genes responsáveis pela produção de colágeno, embora sejam portadores da doença. Sintomas Portadores de osteogênese imperfeita podem apresentar diferentes graus de fragilidade óssea que vão desde os mais leves até os muito graves. Além das fraturas sem causa aparente e dos ossos curvados, dois outros sintomas são típicos da doença: branco dos olhos (esclera) azulados e rosto em forma de triângulo. Além desses, os pacientes podem apresentar os seguintes sinais da enfermidade: dentes escuros e frágeis (dentinogênese imperfeita), perda progressiva da audição, baixa estatura, dificuldade de locomoção e deformidades na coluna e na caixa torácica que podem acarretar complicações pulmonares e cardíacas. https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/esclera/ Diagnóstico O diagnóstico de ossos de vidro considera o exame clínico, a recorrência das fraturas e o resultado dos seguintes exames: raios X, ultrassonografia e densitometria do esqueleto. Podem ser necessários, ainda, exames complementares, como os marcadores do metabolismo ósseo e do colágeno e a análise do DNA. Muitas vezes, o diagnóstico demora a ser feito, porque a doença não é muito conhecida mesmo entre os médicos. Tratamento Ainda não existe a cura para ossos de vidro. O tratamento visa à melhor qualidade de vida e envolve equipe multidisciplinar, uma vez que o portador do distúrbio requer atendimento clínico, cirúrgico e de reabilitação fisioterápica. O pamidronato dissódico e o ácido zoledrônico (biofosfanatos) são medicamentos que têm mostrado bons resultados para inibir a reabsorção óssea, reduzir o número de fraturas e aliviar a dor. GASTROQUISE A gastrosquise é uma mal formação congênita caracterizada pelo não fechamento completo da parede abdominal, perto do umbigo, fazendo com que o intestino fique exposto e em contato com o líquido amniótico, o que pode resultar em inflamação e infecção, trazendo complicações para o bebê. É mais comum de acontecer em mães jovens e que fizeram uso, por exemplo, de aspirina ou bebidas alcoólicas durante a gravidez. Essa condição pode ser identificada ainda durante a gravidez, por meio da ultrassonografia realizada durante o pré-natal, e o tratamento é iniciado logo após o nascimento do bebê com o objetivo de prevenir complicações e favorecer a entrada do intestino e posterior fechamento da abertura abdominal. É um defeito congênito, podendo ser diagnosticado durante a gravidez, por meio de exames de rotina, ou após o nascimento. É importante que as mulheres cujos filhos tiveram diagnóstico de gastrosquise sejam acompanhadas durante a gravidez para que sejam preparadas em relação à condição do bebê, tratamento após o nascimento e possíveis complicações. O tratamento para gastrosquise é feito logo após o nascimento, sendo normalmente indicado pelo médico o uso de antibiótico como forma de prevenir infecções ou combater infecções já presentes. Além disso, o bebê pode ser colocado em uma bolsa estéril para prevenir infecção por microrganismos resistentes, que são comuns em ambiente hospitalar. Caso o abdômen do bebê seja grande o suficiente, o médico pode realizar uma cirurgia para colocar o intestino para dentro da cavidade abdominal e fechar a abertura. No entanto, quando o abdômen não é grande o suficiente, o intestino pode ser mantido protegido contra infecções enquanto que o médico acompanha o retorno do intestino para a cavidade abdominal naturalmente ou até que o abdômen possua capacidade de comportar o intestino, realizando a cirurgia em seguida. Onfalocese A onfalocele corresponde a uma má-formação da parede abdominal no bebê, que normalmente é identificada ainda durante a gravidez e que se caracteriza pela presença de órgãos, como intestino, fígado ou baço, fora da cavidade abdominal e recobertos por uma fina membrana. Esta doença congênita geralmente é identificada entre a 8ª e 12ª semana de gestação por meio de exames de imagem realizados pelo obstetra durante o pré-natal, mas também pode ser observada apenas após o nascimento. O diagnóstico precoce deste problema é muito importante para preparar a equipe médica para o parto, pois é provável que o bebê precise ser submetido a cirurgia logo após o nascimento para colocar o órgão no lugar correto, evitando complicações graves. As causas da onfalocele ainda não estão muito bem estabelecidas, no entanto épossível que aconteça devido a uma alteração genética. Fatores relacionados com o ambiente da grávida, onde se pode incluir o contato com substâncias tóxicas, o consumo de bebidas alcoólicas, o uso de cigarro ou a ingestão de medicamentos sem orientação do médico, também parecem aumentar o risco de o bebê nascer com onfalocele. A onfalocele pode ser diagnosticada ainda durante a gestação, principalmente entre a 8ª e 12ª de gravidez, por meio do exame de ultrassonografia. Após o nascimento, a onfalocele pode ser percebida por meio do exame físico realizado pelo médico, em que é observada a presença de órgãos fora da cavidade abdominal. Após avaliação da extensão da onfalocele, o médico determina qual o melhor tratamento, sendo realizada, na maior parte dos casos, uma cirurgia logo após o nascimento. Quando a onfalocele é muito extensa, o médico pode aconselhar realizar a cirurgia por etapas. Além disso, o médico pode realizar outros exames, como ecocardiograma, raio-X e exames de sangue, por exemplo, para verificar a ocorrência de outras doenças, como alterações genéticas, hérnia diafragmática e defeitos cardíacos, por exemplo, que tendem a ser mais comuns em bebês com outras mal formações. O tratamento é feito por meio de cirurgia, que pode ser feita logo após o nascimento ou depois de algumas semanas ou meses de acordo com a extensão da onfalocele, outras condições de saúde que o bebê pode ter e o prognóstico do médico. É importante que o tratamento seja feito o mais breve possível para evitar possíveis complicações, como por exemplo a morte do tecido intestinal e infecção. Assim, quando se trata de uma onfalocele menor, ou seja, quando apenas uma porção do intestino se encontra fora da cavidade abdominal, a cirurgia é feita logo após o nascimento e tem como objetivo colocar o órgão no local correto e depois fechar a cavidade abdominal. No caso de onfalocele maior, ou seja, quando além do intestino, outros órgãos, como o fígado ou o baço, estão para fora da cavidade abdominal, a cirurgia pode ser feita em etapas para não prejudicar o desenvolvimento do bebê. Além da remoção cirúrgica, o médico pode recomendar que seja passada uma pomada com antibiótico, com cuidado, na bolsa que reveste os órgãos expostos, com o objetivo de diminuir o risco de infecções, especialmente quando a cirurgia não é feita logo após o nascimento ou quando é feita por etapas. LÁBIO LEPORINO FENDA PALATINA A fissura labial e a fenda palatina, conhecidas popularmente como lábio leporino e goela de lobo, são malformações congênitas, de apresentação variável, que ocorrem durante o desenvolvimento do embrião. A incidência é maior na etnia amarela e menor na negra. É falsa a impressão de que os casos de lábio leporino e fenda palatina estão aumentando. Fissura labial, ou lábio leporino, é uma abertura que começa sempre na lateral do lábio superior, dividindo-o em dois segmentos. Essa falha no fechamento das estruturas pode restringir-se ao lábio ou estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz. Na fenda palatina, a abertura pode atingir todo o céu da boca e a base do nariz, estabelecendo comunicação direta entre um e outro. Pode, ainda, ser responsável pela ocorrência de úvula bífida (a úvula, ou campainha da garganta, aparece dividida). No entanto, às vezes, essa variação de tamanho é pequena, o que gera algum atraso no diagnóstico. Ainda não se conhecem as causas dessas anomalias, que podem afetar um ou os dois lados da região orofacial, ocorrer isoladamente ou em conjunto, ou ser um dos componentes de uma síndrome genética. Sabe-se, entretanto, que os seguintes fatores de risco podem estar envolvidos na sua manifestação: deficiências nutricionais e algumas doenças maternas durante a gestação, radiação, certos medicamentos, álcool, fumo, e hereditariedade. Diagnóstico A ultrassonografia tornou possível fazer o diagnóstico das fendas labiopalatais a partir da 14ª semana de gestação. Nessa fase, o importante é tranquilizar os pais, fornecendo informações sobre as possibilidades de tratamento, e esperar a criança nascer. Grande parte dos diagnósticos, porém, continua sendo realizada depois do parto. Tratamento As fissuras labiopalatinas não são alterações de caráter estético, apenas. São a causa de problemas de saúde que incluem má nutrição, distúrbios respiratórios, de fala e audição, infecções crônicas, alterações na dentição. Da mesma forma, elas provocam problemas emocionais, de sociabilidade e de autoestima. Por isso, o tratamento requer abordagem multidisciplinar, isto é, a participação de especialistas na área de cirurgia plástica, otorrinolaringologia, odontologia, fonoaudiologia, por exemplo. Nos casos de fenda palatina, o fechamento completo é realizado em etapas, a fim de assegurar a integridade do arcabouço ósseo e a funcionalidade da musculatura de oclusão, assim como para evitar a deficiência de respiração e a voz anasalada. Em geral, primeiro se fecha o palato ósseo anterior para alongá-lo, para depois dar continuidade ao tratamento. A conduta preconizada é realizar a cirurgia nem cedo demais para não afetar o crescimento do osso, nem tarde demais para não prejudicar a fala. Enquanto esperam pelo final da reconstituição, as crianças usam um aparelho ortodôntico, que cobre a fenda palatina e permite que se alimentem. O tratamento de lábio leporino e fenda de palatina é o longo e só termina com a consolidação total dos ossos da face, aos dezessete, dezoito anos. Durante todo esse tempo, os portadores de fissuras oronasais devem ser acompanhados por especialistas em diferentes áreas, especialmente por cirurgiões plásticos, fonoaudiólogos e ortodontistas. 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