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Delírio x Delirium

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Delírio X Delirium 
Problema 6; 5º período; “Internação agitada”; 1. Compreender a diferença entre delírio e delirium; 2. Estudar os principais transtornos mentais orgânicos; 3. Entender 
o manejo clínico do paciente internado com transtornos mentais orgânicos agudos.
Delírios são ideias fixas, falsas, que não são 
compartilhadas por outras pessoas e podem ser 
divididos em bizarros e não bizarros (delírios não 
bizarros referem-se ao conteúdo de pensamento que 
não é verdadeiro, mas não está fora da esfera da 
possibilidade). Delírios comuns podem ser 
grandiosos, erotomaníaco, de ciúmes, somáticos e 
persecutórios. Muitas vezes, é útil sugerir 
conteúdo delirante a pacientes que podem ter 
aprendido a não discuti-los espontaneamente. 
Delírios estão entre os sintomas 
psiquiátricos mais interessantes devido à grande 
variedade de crenças falsas que podem ser 
mantidas por tantas pessoas e porque são difíceis 
de tratar. O diagnóstico de transtorno delirante é 
feito quando uma pessoa exibe delírios não 
bizarros de pelo menos um mês de duração que 
não podem ser atribuídos a outros transtornos 
psiquiátricos. Não bizarro significa que o delírio 
deve ser sobre situações que podem ocorrer na 
vida real, tal como ser seguido, infectado, amado 
a distância, e assim por diante; ou seja, eles 
geralmente têm a ver com fenômenos que, 
mesmo não sendo reais, são possíveis. Vários tipos 
de delírios podem estar presentes, e o tipo 
predominante é especificado quando o 
diagnóstico é feito. 
Uma ampla gama de condições médicas 
não psiquiátricas e de substâncias, incluindo 
fatores biológicos bem definidos, podem causar 
delírios, mas nem todas as pessoas que têm um 
tumor cerebral, por exemplo, manifestam delírios. 
Fatores singulares e ainda não compreendidos no 
cérebro e na personalidade de um indivíduo 
provavelmente sejam relevantes para a 
fisiopatologia específica do transtorno delirante. 
As condições neurológicas mais comumente 
associadas com delírios afetam o sistema límbico 
e os gânglios da base. Pacientes cujos delírios são 
causados por doenças neurológicas e que não 
demonstram comprometimento intelectual 
tendem a apresentar delírios complexos, 
semelhantes aos dos afetados por transtorno 
delirante. De modo inverso, pacientes com 
transtorno neurológico e comprometimento 
intelectual muitas vezes têm delírios simples, ao 
contrário dos delírios de pacientes com 
transtorno delirante. Portanto, esse transtorno 
pode envolver o sistema límbico ou os gânglios 
da base de pessoas com funcionamento cerebral 
cortical intacto. 
Os médicos têm uma forte impressão 
clínica de que muitos pacientes com transtorno 
delirante são socialmente isolados e atingiram 
níveis de realização mais baixos do que o 
esperado. As teorias psicodinâmicas específicas 
sobre a causa e a evolução dos sintomas 
delirantes envolvem suposições a respeito de 
pessoas hipersensíveis e de mecanismos de 
defesa do ego, tais como formação reativa, 
projeção e negação. 
Os delírios foram relacionados a uma 
variedade de fatores adicionais, como isolamento 
social e sensorial, privação socioeconômica e 
transtornos da personalidade. Os surdos, os 
deficientes visuais e possivelmente os imigrantes 
com pouca habilidade em uma nova língua podem 
ser mais vulneráveis à formação de delírios do 
que o resto da população. A vulnerabilidade 
aumenta com o avanço da idade, e o transtorno 
delirante e outras características paranoides são 
comuns em idosos. Em resumo, múltiplos fatores 
estão associados com a formação de delírios, e a 
fonte e a patogênese dos transtornos delirantes 
ainda precisam ser elucidadas 
 
 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
O delirium é uma síndrome clínica 
caracterizada como um distúrbio agudo da 
atenção e da função cognitiva, é a complicação 
mais frequente em idosos hospitalizados - e um 
problema potencialmente devastador. 
A definição e os critérios de diagnóstico 
para o delirium estão evoluindo. A quarta edição 
do Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (texto revisado) tem sido 
amplamente utilizada, mas os critérios 
constantes neste manual foram baseados no 
consenso de especialistas, e sua sensibilidade e 
especificidade diagnóstica não foram 
determinadas. O Confusion Assessment Method 
(CAM) fornece um simples algoritmo de 
diagnóstico operacionalizado. Em estudos de mais 
de 1.000 indivíduos, houve uma sensibilidade de 
94%, uma especificidade de 89% e uma 
fiabilidade interobservadores elevada
 
Fonte: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman Cecil Medicina. 24. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
Critérios de diagnóstico para delirium. O diagnóstico de delirium requer a presença das características 1 e 2 e 3 ou 4. 
CAM = Método de Avaliação de Confusão (Confusion Assessment Method - CAM), de Inouye SK, van Dyck CH, Alessi 
CA, et al: Clarifying confusion: The Confusion Assessment Method. A new method for detection of delirium. Ann Intern 
Med. 1990; 113:941-948. Training manual available at http://elderlife.med.yale.edu/pdf/ The Confusion Assessment 
Method.pdf; DSM-IV = American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th 
ed., text revision. Washington, DC: American Psychiatric Association; 2000. 
Assim como outras síndromes geriátricas 
comuns, o delirium geralmente apresenta causas 
multifatoriais. A pesquisa dos inúmeros fatores 
potencialmente desencadeantes exige astúcia 
clínica e avaliação médica completa, 
especialmente porque muitos desses fatores são 
tratáveis, mas se não o forem, podem resultar em 
aumento de morbidade e mortalidade 
significativas. Esta avaliação torna-se ainda mais 
desafiadora pelas características 
frequentemente inespecíficas, atípicas ou 
subclínicas de doenças subjacentes nesses 
idosos. O delirium comumente é o único sinal 
inicial de doença subjacente de risco de vida na 
população idosa, como pneumonia, sepse urinária 
ou infarto do miocárdio. 
O desenvolvimento do delirium usualmente 
envolve a inter-relação complexa entre um 
paciente vulnerável com fatores predisponentes 
pertinentes e exposição a efeitos nocivos ou 
fatores precipitadores. Ele pode-se apresentar 
em pacientes vulneráveis, como aqueles com 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
comprometimento cognitivo ou gravemente 
enfermos mesmo depois de um efeito 
relativamente benigno, como uma única dose de 
medicação para dormir. Por outro lado, em 
pacientes não vulneráveis, o delirium só se 
desenvolve após exposição a múltiplos efeitos 
nocivos. Estudos anteriores mostraram que os 
efeitos desses fatores de risco podem ser 
cumulativos. O reconhecimento desta causalidade 
multifatorial é importante para o clínico porque 
a remoção ou o tratamento de um fator de 
isolamento geralmente não é suficiente para 
resolver o delirium. O espectro completo de 
vulnerabilidade e os fatores precipitadores 
devem ser considerados. 
Os fatores predisponentes ou de 
vulnerabilidade incluem: 
 Comprometimento cognitivo ou demência 
preexistente; 
 Enfermidade subjacente grave; 
 Altos graus de comorbidade; 
 Prejuízo funcional; 
 Idade avançada; 
 Insuficiência renal crônica; 
 Desidratação; 
 Desnutrição; 
 Deficiência da visão ou audição. 
Demência é um fator de risco importante e 
consistente para delirium; pacientes com 
demência têm um risco duas a cinco vezes maior 
para o delirium. Dos pacientes com delirium, de 
30 a 50% possuem demência subjacente. 
Pacientes com delirium habitualmente têm 
evidência de doença subjacente cerebral crônica, 
particularmente condições associadas à 
deficiência cognitiva, como doença de Alzheimer, 
mal de Parkinson ou doença vascular cerebral. 
As medicações, que são a causa tratável 
mais comum de delirium, encontram-se 
presentes em 40% dos casos. Insuficiência ou 
falha em qualquer grande sistema de órgãos, 
particularmente insuficiência renal ou hepática, 
pode precipitar delirium. Hipoxemia e hipercarbia 
também estãoassociadas ao delirium. Os clínicos 
devem estar atentos à insuficiência respiratória 
subclínica, que no idoso muitas vezes não 
apresenta os sinais e sintomas usuais de dispneia 
e taquipneia e pode não ser identificada 
isoladamente pela medição da saturação de 
oxigênio. Infarto agudo do miocárdio ou 
insuficiência cardíaca podem manifestar-se como 
delirium em idosos sem os sintomas usuais de 
dor torácica ou dispneia. Infecções subclínicas 
são uma causa particularmente importante de 
delirium. Pacientes mais velhos frequentemente 
não apresentam uma resposta febril ou de 
leucocitose à infecção, e cabe aos clínicos a 
avaliação cuidadosa quanto a sinais de 
pneumonia, infecção do trato urinário, 
endocardite, abscesso abdominal ou pioartrites. 
Uma variedade de transtornos metabólicos 
contribuem para o delirium, incluindo 
hipernatremia (alta concentração de sódio no sangue) 
ou hiponatremia, hipercalcemia, distúrbios 
acidobásicos, hipoglicemia e hiperglicemia, e 
transtornos da tireoide ou suprarrenais. 
Imobilização e dispositivos de imobilização (p. ex., 
cateteres urinários vesicais de demora, restrições físicas, 
alarmes na cama) são fatores importantes na 
precipitação do delirium. Desidratação, depleção 
de volume e desnutrição durante a hospitalização 
(p. ex., diminuição de peso, queda na concentração de 
albumina sérica) são fatores contributivos bem 
documentados para o delirium. Abstinência de 
drogas e álcool são causas importantes e 
frequentemente insuspeitas do delirium no idoso. 
Fatores ambientais podem agravar o delirium no 
hospital, como: 
 Ambiente não familiar 
 Privação de sono; 
 Horários irregulares; 
 Trocas frequentes de aposento; 
 Sobrecarga sensorial; 
 Privação sensorial. 
Fatores psicossociais, como depressão, 
estresse psicológico, dor e falta de suporte social 
também podem desencadear delirium. 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
A patogênese básica do delirium não está 
clara. A maioria dos investigadores acredita que 
o delirium parece ser mais uma lesão funcional 
do que estrutural. Estudos eletroencefalográficos 
mostraram desarranjos funcionais globais nos 
pacientes com delirium, caracterizados por 
diminuição generalizada da atividade cortical 
(está diretamente relacionada com estados alterados de 
consciência) de base delta (está relacionada ao sono 
profundo. Entrando, está associada a patologias e é 
encontrada normalmente no córtex temporal) e teta 
(observadas principalmente no momento de emoções 
intensas e meditação profunda, normalmente associadas 
às atividades do hipocampo). Estudos de 
neuroimagem associados a testes de função 
cognitiva observaram interrupção generalizada na 
função cortical superior, com disfunção no córtex 
pré-frontal, córtex frontal e temporoparietal, 
córtex fusiforme, giros linguais, estruturas 
subcorticais, tálamo e gânglios basais. As 
principais hipóteses da patogênese do delirium 
se focalizam nos papéis da neurotransmissão e 
da inflamação. O mecanismo mais amplamente 
postulado para o delirium é a falha da 
transmissão colinérgica (ocorre necessariamente por 
liberação do neurotransmissor acetilcolina nas junções 
neuromusculares). A evidência que suporta esta 
hipótese inclui a frequente associação de drogas 
anticolinérgicas com delirium, a reversão com uso 
de drogas procolinérgicas como fisostigmina, as 
concentrações elevadas de atividade 
anticolinérgica sérica em alguns pacientes 
delirantes e o benefício de inibidores da 
colinesterase para alguns casos de delirium. 
Outros sistemas neurotransmissores, como os da 
dopamina, serotonina, triptofano, norepinefrina e 
ácido γ-aminobutírico podem também 
desempenhar um papel no delirium, mas há 
menor densidade de evidências. Em 
circunstâncias especiais, como infecções ou 
câncer, o delirium pode ser mediado pelas 
citocinas, como interleucina-2 e fator de necrose 
tumoral. Embora considere-se o delirium há muito 
tempo como uma síndrome transitória, vários 
desses mecanismos básicos podem não ser 
completamente reversíveis, especialmente os 
mecanismos que resultam em dano hipóxico. 
Stress agudo com níveis elevados de cortisol 
pode também contribuir para delirium. A dose e 
a duração dos efeitos nocivos, juntamente com o 
grau de vulnerabilidade do paciente, também 
podem exercer grande influência na 
reversibilidade básica do delirium. 
As características principais do delirium 
incluem o início agudo e a desatenção. Para 
estabelecer a acuidade do início, é necessário o 
conhecimento preciso da função cognitiva basal 
do paciente. Os pacientes com delirium são 
desatentos, ou seja, apresentam dificuldades na 
focalização, manutenção e mudança de atenção. 
Eles parecem ser facilmente distraídos e têm 
dificuldade na manutenção de conversação e em 
obedecer a comandos. Objetivamente, os 
pacientes podem ter dificuldades com tarefas 
simples e repetitivas, sequências numéricas e 
citação dos meses na ordem inversa. Outras 
características-chave incluem a desorganização 
do processo do pensamento, que comumente é 
uma manifestação de distúrbios perceptivos ou 
cognitivos latentes; grau alterado de consciência, 
que geralmente é uma letargia com redução na 
nitidez de percepção ambiental; e flutuações dos 
sintomas cognitivos. Embora não sejam 
elementos principais, outras características que 
muitas vezes ocorrem durante o delirium são: 
desorientação, déficits cognitivos, retardo ou 
agitação psicomotora, distúrbios perceptivos 
como alucinações e ilusões, ilusão paranoide e 
inversão do ciclo sono-vigília. 
Diagnóstico 
A pedra angular da avaliação de delirium é 
um histórico completo e exame físico. O primeiro 
passo na avaliação é estabelecer o diagnóstico de 
delirium mediante uma avaliação cognitiva e 
determinar se a condição que se apresenta é 
uma alteração aguda da função cognitiva basal 
do paciente. Como o comprometimento cognitivo 
pode não ser aparente durante a conversa, breves 
testes de rastreio cognitivo, como o Teste Mini-
Cog e o Confusion Assessment Method, devem 
ser usados. A atenção deve ser adicionalmente 
avaliada com testes simples, como sequência 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
crescente de dígitos (sendo a desatenção indicada 
pela incapacidade de repetir cinco dígitos crescentes) 
ou a citação dos meses na ordem inversa. Foi 
desenvolvida uma avaliação de delirium em 
pacientes não verbais (p. ex., intubados) chamada 
CAM-ICU (Confusion Assessment Method-Intensive 
Unit Care). O histórico obtido de um informante 
confiável deverá ter como objetivo o 
estabelecimento da função cognitiva basal do 
paciente, a progressão de tempo de qualquer 
alteração do estado mental e a coleta de indícios 
sobre potenciais fatores precipitantes, como 
mudanças recentes nas medicações, infecções 
concomitantes ou doenças clínicas. O exame 
físico deve incluir uma avaliação neurológica 
detalhada quanto aos déficits focais e uma 
pesquisa cuidadosa quanto aos sinais de infecção 
subclínica ou de um processo abdominal agudo. 
A revisão do conjunto de medicações, 
incluindo aquelas adquiridas livremente, é crucial, 
e o uso de medicações com efeitos psicoativos 
deve ser descontinuado ou minimizado sempre 
que possível. No idoso, essas medicações podem 
causar efeitos psicoativos mesmo em doses e 
concentrações dentro da “faixa terapêutica”. 
Deve-se considerar a possibilidade de que 
abstinência de álcool ou de outras medicações 
contribua para o delirium. 
 
Fonte: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman Cecil Medicina. 24. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
Avaliação de delirium em pacientes idosos. 
A avaliação laboratorial deve ser direcionada 
para cada situação em particular. Nos pacientes 
com doenças respiratórias ou cardíacas 
preexistentes ou com sintomas relacionados, um 
eletrocardiograma ou uma gasometria arterial 
podem ser indicados. Imagens do cérebro devem 
ser reservadas para pacientes com novos sinais 
neurológicos focais, aqueles com um histórico ou 
sinais de trauma na cabeça, e aquelessem outra 
causa identificável do delirium. O 
eletroencefalograma tem uma função limitada, já 
que apresenta um índice falso-negativo de 17% e 
um índice falso-positivo de 22% para a distinção 
de pacientes com delirium dos pacientes sem 
delirium sendo de maior utilidade para a 
detecção de um distúrbio convulsivo subclínico e 
na diferenciação de delirium de transtornos 
psiquiátricos. 
Tratamento 
Em geral, as abordagens não 
farmacológicas devem ser utilizadas em todos os 
pacientes delirantes, e estas são geralmente 
bem-sucedidas no manejo de sintomas. As 
abordagens farmacológicas devem ser reservadas 
para os pacientes nos quais os sintomas de 
delirium possam resultar na interrupção das 
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
terapias médicas necessárias (p. ex., intubação, 
acessos endovenosos) ou ameaçar a segurança do 
paciente ou de outras pessoas. Nenhum 
medicamento é ideal para o tratamento do 
delirium; qualquer escolha pode mascarar ainda 
mais o estado mental do paciente e obscurecer 
os esforços para monitorar o progresso da 
alteração do estado mental. O medicamento deve 
ser administrado na dose mais baixa e pelo 
menor tempo possível. 
 
Fonte: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman Cecil Medicina. 24. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
Delirium fatores de risco e potenciais intervenções.
Técnicas de manejo não farmacológicas 
recomendadas para cada paciente delirante 
incluem incentivar a presença de familiares, 
usando “assistentes” como influências de 
orientação, e transferir um paciente perturbador 
para um quarto particular ou mais perto do posto 
de enfermagem para uma supervisão acrescida. 
O contato interpessoal e a comunicação, inclusive 
estratégias de reorientação verbal, explicações e 
instruções simples e o contato visual frequente 
são vitais. Os pacientes devem ser incluídos em 
seus próprios cuidados e deve-se permitir que 
participem das tomadas de decisão na medida do 
possível. Óculos e auxiliares de audição podem 
reduzir o déficit sensorial. Devem ser 
incentivados a mobilidade, os cuidados pessoais 
e a independência, e as restrições físicas devem 
ser evitadas, se possível, pois tendem a aumentar 
a agitação, têm eficácia questionável e potencial 
para causar danos. A atenção deve ser focalizada 
em minimizar as influências estranhas advindas 
do ambiente hospitalar. Devem ser fornecidos 
relógios e calendários para auxiliar a orientação. 
As mudanças de quarto e de pessoal devem ser 
mínimas. Um ambiente quieto, com pouca 
luminosidade, é ideal para o paciente com 
delirium. Talvez a intervenção mais importante 
seja agendar a verificação dos sinais vitais, 
administração de medicamentos e a realização 
de procedimentos para permitir o sono 
ininterrupto do paciente durante a noite. As 
abordagens não farmacológicas de relaxamento, 
incluindo música, gravações específicas para 
relaxamento e massagem podem ser altamente 
eficazes na administração da agitação. 
 
 
 
 
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
REFERÊNCIAS 
SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; 
RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria Ciência 
do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2017. 
GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman 
Cecil Medicina. 24. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2015. 
 
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