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CIRROSE E SUAS COMPLICAÇÕES HEPATOLOGIA 3 Eduardo Siqueira Complicações da Cirrose Ascite Abordagem Paracentese Se tem ascite eu quero fazer a paracentese (tera- pêutica ou diagnóstica). Prefere-se o lado esquerdo porque do lado direito temos o ceco, onde que pacientes frequentemente tomar Lactulona (age no ceco). Além de presença mais frequente de cicatrizes desse lado (apendicite). Contra-Indicação CIVD Hiperfibrinólise Diagnóstico 1) Gradiente Albumina Soro - Albumina Ascite (GASA) GASA ≥ 1,1 → Hipertensão porta Não te diz se é cirrose ou pós-hepático. Não te dá a origem dessa hipertensão portal. O que você pode fazer na tentativa de achar o que esta causando é dosando proteina. - Se PTN < 2,5 g/dl → Cirrose - Se PTN ≥ 2,5 g/dl → Pós-Hepática (ICC, Budd- Chiari). GASA < 1,1 → Não é hipertensão porta, mas pode ser peritoneal. Neoplasia BK Pâncreas Nefrótica - Se PTN < 2,5 g/dl → Síndrome Nefrótica - Se PTN ≥ 2,5 g/dl → Neoplasia, BK, Pâncreas *Dosar ADA para avaliar se a ascite é devido à tu- berculose (BK). 2) Pedir também na análise no líquido ascítico Aspecto Macroscópico - Seroso → Cirrose - Hemorrágico → Acidente de Punção; Neoplasia - Turvo → Infecção; Ascite Quilosa Citometria/Citologia - Não é de linfócitos totais - Mas sim, uma fração desses totais, os polimor- fonucleados. - PMN ≥ 250 → Peritonite Bacteriana (PBE/PBS) - Citologia: pesquisa de células neoplásicas. Bioquímica - Usa proteina, glicose e LDH (diferenciação da espontânea da secundária). - Contagem de TG (se alta → ascite quilosa; vai desenvolver decorrido de um linfoma, BK, pancrea- tite, trauma e neoplasias). Gram e Cultura - Saber qual é o germe que está nessa ascite. Tratamento 1) Restrição de Sódio Fazer 2G de Na (4-6g de SAL/dia). Não é tirar todo sal, mas sim controlar esse sódio 1 Localidade CIRROSE E SUAS COMPLICAÇÕES HEPATOLOGIA 3 Eduardo Siqueira 2) Restrição Hídrica Se sódio muito baixo, temos que diminuir esse vo- lume. Fazer 1 a 1,5 L/dia se Na < 125 3) Diuréticos (VO) Espironolactona : Furosemida (100:40) Normalmente você faz os 2 associados. - Espironolactona: Iniciar com 100mg; Máximo de 400mg/dia - Furosemida: Iniciar com 40 mg; Máximo de 160 mg/dia. - Aumentar doses a casa 3 a 5 dias Objetivos - ↓ o,5 kg/dia OU - ↓ 1 kg/dia com edema 4) Paracentese de Alívio Ascite sintomática/tensa Tratamento da Ascite Refratária Representa 10% dos casos Urina de 24 horas → Dosar Na para avaliar Refratária - Recorrência precoce - Falência - Azotemia (contraindica uso de espirono) - Na < 120 - K > 6 - Paciente com contraindicação aos diuréticos. Tratamento Inicial Se o paciente com ascite tem hipertensão porta ele está em uso de ß-block, nesses casos teremos que suspender a medicação se: - PA < 90x60 e/ou - PAM < 82 Midodrina VO - Usado para hipertensão postural - Notou-se melhora do quadro desses pacientes associado à ascite. Em casa de falha Paracentese terapêutica seriadas Se retirar de 5 a 6 litros é chamada de Paracente- se de grande volume. Como você retirou bastante líquido, temos que re- por albumina. Vai repor 6-8/10 g de albumina por litro retirado. - 5 litros retirados → 30-50g de albumina TIPS, Transplante Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) Etiologia Infecção do líquido ascítico. Acontece de forma então, espontaneamente. Quando é espontânea normalmente é uma mono- bacterieana: E.coli; Klebsiella; Estreptococos. Clínica Pode ser completamente assintomática OU Infecção da barriga de um hepatopata - Febre - Dor abdominal - Encefalopatia Diagnóstico Ascite com presença de polimorfonucleares > 250. *Não é leucócitos!!! Tratamento Excluir peritonite bacteriana secundária + Retirar ß-Block + Cefalosporina + - Cefotaxima 2g 8/8 horas por 5 dias. Obs: Quando não tratada de forma adequada tem mortalidade de 80%. Profilaxia da Síndrome Hepatorrenal Albumina - 1,5 g/kg agora E - 1 g/kg no 3º dia 2 CIRROSE E SUAS COMPLICAÇÕES HEPATOLOGIA 3 Eduardo Siqueira Profilaxia Profilaxia Primária a) Aguda: no sangramento varicoso Ceftriaxone OU Norfloxacino por 7 dias b) Crônica: se PTN ascítica < 1,0 a 1,5 g Norfloxacino 400 mg/dia Profilaxia Secundária a) Faz até acabar ascite Norfloxacino 400 mg/dia Secundária (PBS) Etiologia É uma barriga “podre” É um abdômen cirúrgico É polibacteriana Diagnóstico Ascite com Polimorfonuclear > 250 + Dois ou mais dos seguintes (barriga podre): - Proteína > 1 g/dl - Glicose < 50 mg/dl - LDH elevado CEA > 5 FA > 240 Tratamento A mortalidade é de 100% Agora se você faz uma laparotomia, mas se enga- nou no diagnóstico (PBE) a mortalidade é de 80%. Secundária é igual 2 ATB - Cefotaxima + Metronidazol A partir dai: - TC + - Cirurgia ou Drenagem Outras Infecções Ascite Neutrófilica ou Neutrocítica Tem muito neutrófilo ≥ 250 mm³ com cultura nega- tivo (sem infecção). Provavelmente é uma PBE que inicial pois ainda não deu pra identificar o agente causador. Tratamento então é igual ao da PBE. Bacterascite É o inverso da última. Tem pouco neutrófilo < 250 mm³ mas a cultura é positiva. Tratar quando tiver sintoma. Encefalopatia Hepática Fisiopatologia Como temos um fígado que está com hipertensão porta que vai gerar uma cirrose, o sangue provenien- te do organismo cheio de toxinas que deveriam ser degradas no fígado, não consegue acessar esse, pe- gando a circulação colateral. Com isso, o sangue cheio de toxicas chega ai cé- rebro gerando uma doença. Principalmente temos ↑ Amônia e outras Etiologia *Hemorragia digestiva *Infecção (PBE/PBS) Constipação *Os primeiros são os mais importantes. Clínica Alteração do sono Flapping Desorientação Coma Tratamento Lactulona É um laxativo, que faz com as fezes tenha um pH mais ácido. 3 CIRROSE E SUAS COMPLICAÇÕES HEPATOLOGIA 3 Eduardo Siqueira Essa acidez é capaz de transformar amônia em amônio. ATB Rifaximina é o melhor!!!! Neomicina Metronidazol Obs: Paciente com encefalopatia e quadro de agi- tação não usar BZD, fazer Haloperidol. Síndrome Hepatorrenal Fisiopatologia É um paciente hepatopata que está evoluindo com uma IRA. Quando se tem uma má perfusão no fígado tem uma mínima vasoconstrição renal para tentar melho- rar essa perfusão. No hepatopata terá uma vasodilatação periférica + vasoconstrição (alta) renal. Clínica e Diagnóstico Hepatopata grave + IRA ou Creatinina > 1,5: - Sem hipovolemia - Sem infecção - Sem droga nefrotóxico e USG tem rim normal, mas ele está com vasocons- trição. Tratamento Albumina (manter o sangue no vaso) + Noradrenalina ou Terlipressina (vasoconstrição periférica). +/- hemodiálise. Terapia de Emergência ou não deu certo à anterior - Transplante (definito) hepático Síndrome Hepatopulmonar Fisiopatologia Também tem vasodilatação periférica + Vasodilatação pulmonar (acompanha a periférica). Clínica e Diagnóstico Hepatopata grave com hipertensão portal Platipneia - Dispneia em ortostase Ortodeóxia - ↓ SatO2 com ortostase Com a vasodilatação algumas hemácias não vão receber oxigênio devido a distância maior com o al- véolo dentro dos vasos. Tratamento Transplante hepático! 4 Paracentese Tratamento Inicial Em casa de falha Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento Profilaxia Etiologia Diagnóstico Tratamento Ascite Neutrófilica ou Neutrocítica Bacterascite
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