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Produção de Dados e Informação em Saúde - Parte III

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Milla Silva 
PRODUÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÃO EM SAÚDE (PARTE III) 
INDICADORES DE MORTALIDADE: são Indicadores 
que numerador sempre vai ter óbitos e no 
denominador, a depender do indicador, vai ter 
óbito ou população. 
Medidas de Mortalidade vai ser o conjunto dos 
indivíduos que morreram em um intervalo de 
tempo em um determinado lugar. Então toda vez 
que é utilizado o termo "mortalidade", vai está 
dizendo a forma de morrer de uma coletividade e 
não de uma pessoa. 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE 
MORTALIDADE - SIM 
É um dos sistemas mais antigos, implantado em 
1975. 
Tem como objetivo a obtenção regular de dados 
sobre mortalidade no país, de forma abrangente e 
confiável. Sua fonte de dados é a declaração de 
óbito (DO), onde apenas o médico pode 
preencher. 
Tem diversas opções quando for pesquisar dados 
de mortalidade: 
◊ MORTALIDADE GERAL: todas as pessoas que 
morreram por todas as causas, todas as 
idades, independentemente de qualquer 
variável sociodemografica. 
◊ ÓBITOS POR CAUSAS EVITÁVEIS-0 A 4 ANOS E 
5 A 74 ANOS: é uma denominação para 
aquelas causas onde em uma situação, uma 
assistência à saúde disponível no momento e 
as pessoas não deveriam morrer por aquelas 
causas. É dividido por faixa etária, de 0 a 4 
anos e de 5 a 74 anos. 
◊ ÓBITOS INFANTIS: que são os Óbitos voltados 
para a população de menos de 1 ano de idade, 
então esse termo infantil é voltado para a 
população de menos de 1 ano. 
◊ ÓBITOS DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL E 
ÓBITOS MATERNOS: mulheres em idade fértil 
significa que estão na faixa etária de 10 a 49 
anos, e os Óbitos maternos são Óbitos de 
mulheres que morreram decorrentes da 
gravidez, parto. 
◊ ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS: São óbitos 
por causas não naturais, ou seja, não são 
doenças, foi por algum afogamento, 
agressão, suicídio, etc. 
◊ ÓBITOS FETAIS: que são óbitos de crianças 
que não nasceram vivas, chamado de 
natimorto. 
◊ ÓBITOS POR CAUSA MÚLTIPLA: todas as 
causas (básicas + associadas) para análise de 
determinantes patológicos. 
◊ ÓBITOS POR CAUSAS MAL DEFINIDAS OU 
INESPECÍFICAS E ÓBITOS POR CAUSAS POUCO 
ÚTEIS: sem registro de causa básica 
(indeterminadas, sinais e sintomas e achados 
anormais...), pouco úteis para tomada de 
decisão. 
DADOS ----> INFORMAÇÃO 
Os indicadores de saúde de mortalidade têm uma 
divisão que a OMS faz: 
◊ INDICADORES GLOBAIS: que seriam 
indicadores que refletem a saúde da 
população de modo geral, aí entra nesses 
indicadores globais o coeficiente de 
mortalidade geral (CMG) e a esperança de 
vida. 
◊ INDICADORES ESPECÍFICOS: são Indicadores 
de Mortalidade que particulariza alguma 
informação, então pode ser a causa do óbito, 
pode ser o grupo etário, o sexo, a região que 
ela mora, qualquer especificação de alguma 
característica já é um indicador especifico. E 
tem vários tipos de indicadores. 
PREMISSA BÁSICA: ENTENDIMENTO DAS 
DIFERENÇAS ENTRE TIPOS DE INDICADORES 
Tem dois grandes grupos de indicadores de 
mortalidade, o indicador que são coeficientes ou 
taxa de mortalidade, e tem os tipos de indicadores 
que são índices ou mortalidade proporcional. 
Então cada grupo de indicadores vai revê.ar coisas 
Milla Silva 
diferentes, vai expressar coisas diferentes e vai ser 
calculado de formas diferentes. 
◊ COEFICIENTES/TAXA DE MORTALIDADE: vai 
mostrar a relação entre o número de eventos 
reais e os eventos que poderiam ocorrer, 
então significa a probabilidade de uma 
ocorrência de algum evento. O numerador é 
óbito e o denominador é população. Então o 
cálculo sempre vai ser o óbito dividido pela 
população que está sob o risco de morrer. Ele 
expressa o risco coletivo de morte. 
 
EXEMPLO 1: construir um indicador que 
represente um risco de morte por causas externas. 
Vai dividir o número de óbitos por causas 
externas pelo número da população multiplicado 
por 1000. 
EXEMPLO 2: construir um indicador que represente 
o risco de morte por câncer do ovário. Vai dividir 
o número de óbitos por câncer no ovário dividido 
pela população feminina multiplicado por 1000. 
EXEMPLO 3: construir um indicador que represente 
o risco de adolescente de morrerem por causas 
externas. Vai dividir o número de óbitos de 
adolescentes por causas externas dividido pela 
população de adolescentes multiplicado por 1000. 
◊ ÍNDICES/MORTALIDADE PROPORCIONAL: vai 
ser sempre um percentual, uma relação entre 
frequências atribuídas da mesma unidade, ou 
seja, vai sempre dividir óbito por óbito. O 
numerador o óbito mais restrito a alguma 
coisa que quer expressar e o denominador vai 
ser óbito mais abrangente. Ela expressa a 
contribuição de determinada coisa em um 
todo, a colaboração, a representatividade de 
determinada característica num todo. 
 
EXEMPLO 1: construir indicadores que expressam 
a participação dos óbitos de mulheres na 
mortalidade geral. Vai dividir os óbitos de 
mulheres pelos óbitos totais multiplicado por 100. 
EXEMPLO 2: construir indicadores que expressam 
a participação dos óbitos por acidente de trânsito 
na mortalidade geral. Vai dividir o número de 
acidentes de trânsito pelos óbitos totais 
multiplicado por 100. 
EXEMPLO 3: construir indicadores que expressam 
a participação dos óbitos por acidente de trânsito 
nos óbitos por causas externas. Vai dividir o 
número de óbitos de acidentes de trânsito pelo 
número de óbitos por causas externas 
multiplicado por 100. 
Vai representar isso da seguinte forma: 
 Uma fatia vai representar a 
porcentagem de óbitos dentro dos 
óbitos totais. 
 
COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL 
Avalia o estado sanitário, serve para comparar 
lugares ou um único lugar em vários períodos de 
tempo. Mede o risco da população de morrer, o 
risco geral de morte. Vai dividir os Óbitos totais 
dividido pela população residente multiplicado 
por 1000. 
O ministério da saúde traz uma faixa de resultados 
esperados, então o resultado esperado dentro de 
um padrão normal de mortalidade varia de 6 a 8 
óbitos por 1000 habitantes. 
Tem o coeficiente de mortalidade geral bruto e 
padronizado. O bruto são os resultados que 
vieram do cálculo óbitos divididos por população 
multiplicado por 1000, o resultado é o coeficiente 
de mortalidade geral bruto. O padronizado vai 
fazer uma correção nesse resultado para corrigir 
de acordo com a idade 
 
Milla Silva 
COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL 
É um dos indicadores de saúde mais utilizados 
para avaliar o estado sanitário, condições sociais 
dos locais, porque se espera que tenha controle 
nos óbitos de crianças muito pequenas, com 
menos de 1 ano. Mede o risco de uma criança 
nascida viva morrer no seu primeiro ano de vida. 
Para calcular vai ser óbitos infantis dividido pelos 
nascidos vivos multiplicado por 1000. Esse 
indicador não precisa padronizar porque está 
falando apenas de uma faixa etária. 
O CMI pode ser dividido em alguns componentes 
de acordo com a faixa etária dentro da faixa etária 
de até 1 ano: 
◊ ÓBITO NEONATAL: óbitos que ocorre em 
crianças de até 28 dias de nascido. Vai 
calcular: n⁰ de óbitos menores de 28 dias 
dividido por total de nascidos vivos 
multiplicado por 1000. E ele ainda pode ser 
dividido em neonatal precoce (que é até o 7⁰ 
dia) e neonatal tardio (do 7⁰ dia até o 27⁰ dia). 
 
◊ ÓBITO PÓS-NEONATAL: são os Óbitos que 
ocorrem em crianças de 28 dias até 364 dias, 
antes da criança completar 1 ano de vida. Vai 
ser calculado: n⁰ de óbitos de 28 dias até 364 
dias dividido pelos nascidos vivos 
multiplicado por 1000. 
 
Ocorre essa divisão porque as causas que estão 
relacionadas com a morte nessas faixas etárias de 
dias são diferentes, são casos diferentes que 
necessitam de implantação de medidas 
completamente diferentes. As causas neonatais 
são causas de mais difícil controle porque estão 
relacionadas a qualidade dos serviços, tecnologia. 
E as causas pós-neonatais as crianças já estão em 
casa coma família recebendo influência do meio 
ambiente, então são causas ligadas ao ambiente 
social como infecções e problemas nutricionais, 
assistência médica, etc. 
Tem também, valores esperados para o CMI. O 
ministério da saúde classifica em: 
◊ TAXAS ALTAS: acima de 50 óbitos por 1000 
nascidos vivos; 
◊ TAXAS MÉDIAS: 20 a 49 óbitos por 1000; 
◊ TAXAS BAIXAS: menos de 20 óbitos por 1000. 
PRINCIPAIS COEFICIENTES ESPECÍFICOS DE 
MORTALIDADE 
Tem vários que são específicos e normalmente se 
multiplica por 1000: 
◊ Por idade 
◊ Por sexo 
◊ Por causas específicas (CA mama, Raiva 
humana, AIDS, Causas externas...) 
◊ Por grupos populacionais (mortalidade 
materna, infantil) 
MORTALIDADE PROPORCIONAL – OUTRA 
NATUREZA DE INDICADOR 
Relações entre frequências da mesma unidade. No 
numerador são registradas as frequências 
absolutas de eventos que constituem subconjuntos 
daquelas registradas no denominador de caráter 
mais abrangente. 
 
MORTALIDADE PROPORCIONAL DE MENORES 
DE 1 ANO, OU MORTALIDADE INFANTIL 
PROPORCIONAL (MIP) 
Quanto que os menores de 1 ano representam em 
toda a mortalidade. Vai se esperar sempre um 
valor mais reduzido o possível, que as crianças 
menores de 1 anos representem uma menor 
participação possíveis em mortes. 
 
Milla Silva 
MORTALIDADE PROPORCIONAL ENTRE 50 
ANOS E MAIS – RAZÃO DE MORTALIDADE 
PROPORCIONAL (RMP) 
Chamado de Índice de Swaroop e Uemura. Vai 
ser a mortalidade em mais de 50 anos de idade, ou 
seja, de pessoas mais velhas. Para esse indicador 
se espera que o resultado seja o maior possível, 
porque se espera que as pessoas mais velhas 
representem a maior parte das mortes. 
 
OUTRAS MEDIDAS... 
Uma outra medida são os APVP - Anos Potenciais 
de Vida Perdidos. Vai revelar o quanto de anos 
perdidos que a sociedade tem por conta de uma 
pessoa que morreu precocemente antes da 
expectativa de vida que aquela população tem. 
O indicador APVP quantifica o número de anos 
de vida não vividos quando a morte ocorre em 
determinada idade abaixo da qual se considera a 
morte prematura. 
EXEMPLO: Expectativa de vida (Brasil) – 75,2 
anos (2014 – IBGE, 2015), uma pessoa que 
morreu com 30 anos, perdeu 45,2 Anos Potenciais 
de Vida.

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