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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO
Outras Questões Relativas aos Benefícios
Livro Eletrônico
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
Sumário
Apresentação .................................................................................................................................................. 3
Outras Questões Relativas aos Benefícios ............................................................................................... 4
Reconhecimento do Tempo de Contribuição ......................................................................................... 4
Introdução ....................................................................................................................................................... 4
Indenização ..................................................................................................................................................... 4
Retroação da Data de Início das Contribuições ..................................................................................... 5
Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição .................................................................................. 6
Justificação Administrativa .......................................................................................................................12
Acumulação de Benefícios ........................................................................................................................15
Decadência e Prescrição ............................................................................................................................18
Recurso das Decisões Administrativas ...................................................................................................23
Conselho de Recursos da Previdência Social ........................................................................................24
Dos Recursos .................................................................................................................................................26
Programa Permanente de Revisão da Concessão e da Manutenção dos Benefícios 
Administrativos pelo INSS .........................................................................................................................28
Acidente do Trabalho ..................................................................................................................................30
Resumo ...........................................................................................................................................................36
Questões de Concurso ................................................................................................................................46
Gabarito .........................................................................................................................................................57
Gabarito Comentado ..................................................................................................................................58
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
ApreSentAção
Querido(a) aluno(a)! Na aula de hoje, estudam-se outras questões relativas aos benefícios, 
com os seguintes assuntos: reconhecimento do tempo de contribuição, contagem recíproca 
do tempo de contribuição, justificação administrativa, acumulação de benefícios, decadência 
e prescrição, recurso das decisões administrativas e, por fim, acidente do trabalho.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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OUTRAS QUESTÕES RELATIVAS AOS BENEFÍCIOS
reconhecimento do tempo de contribuição
introdução
Reconhecimento do tempo de contribuição é o direito de o segurado ter reconhecido, em qual-
quer época, o tempo de exercício de atividade anteriormente abrangida pela previdência social.
Uma vez deferido o pedido de reconhecimento do tempo de contribuição, somente será 
considerado, para fins de concessão de benefício, o período em que for comprovado o exercí-
cio da atividade remunerada quando houver o efetivo recolhimento das contribuições.
Tal período será contado para fins de tempo de contribuição, entretanto, como regra geral, 
não será contado para efeitos de carência.
O reconhecimento do tempo de contribuição se divide em indenização e retroação da data 
de início das contribuições (DIC).
indenizAção
A indenização é o reconhecimento do tempo de contribuição no período em que o exercício 
de atividade remunerada não exigia filiação obrigatória à previdência social. Entretanto, poste-
riormente, tal atividade passou a exigir a filiação obrigatória à previdência social.
EXEMPLO
Imagine uma pessoa que, entre o ano de 1967 até o dia 7 de abril de 1973, exercia atividade 
de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins 
lucrativos, auferindo remuneração. Durante esse período, essa pessoa exercia atividade remu-
nerada que não exigia filiação obrigatória à previdência social. Entretanto, a partir de 7 de abril 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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de 1973 (data da publicação do Decreto n. 71.885/73), tal atividade passou a exigir filiação 
obrigatória à previdência social, na qualidade de empregado doméstico. Caso essa pessoa 
queira ter esse período reconhecido, deverá indenizá-lo.
O valor a ser indenizado poderá ser objeto de parcelamento por solicitação do segurado à 
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia.
Cabe ressaltar que, para fins de contagem recíproca, o tempo de serviço prestado pelo 
trabalhador rural anteriormente à competência novembro de 1991 será reconhecido por meio 
da indenização.
retroAção dA dAtA de início dAS contribuiçõeS
A retroação da DIC é a possibilidade que o contribuinte individual tem do recolhimento de 
contribuições relativas a período anterior a sua inscrição, desde que comprovado o exercício 
de atividade remunerada no respectivo período.
EXEMPLO
Imagine um homem que passe a exercer a atividade de vendedor ambulante. Uma vez exercendo 
tal atividade, esse homem estará filiado ao RGPS na qualidade de contribuinte individual. Assim, 
exerce a atividade durante 20 anos e, só após esse período, faz a sua inscrição, passando a verter 
contribuições durante 20 anos. Nessa data, tal pessoa olha para o passado e indaga: “Caramba! 
Atualmente, estou com 65 anos de idade. Se eu tivesse contribuído desde o início do exercício da 
minha atividade, hoje, estaria com condições de me aposentar por meio de uma aposentadoria 
programada, tendo como renda mensal do meu benefício o valor de 100% do salário de benefício!”.
Poderá esse segurado ter reconhecido o tempo de contribuição referenteaos 20 anos de 
exercício de atividade remunerada? Uma vez recolhidos os valores em relação a esses 20 
anos de exercício de atividade remunerada, esse segurado já tem o tempo de contribuição 
necessário para fins de auferir como renda mensal da sua aposentadoria programada o 
valor de 100% do salário de benefício?
Sem dúvida! Basta que ele retroaja a DIC e recolha os valores em relação a esse período. Uma 
vez pago o período da retroação da DIC, tal período conta para fins de tempo de contribuição, mas 
não conta para efeitos de carência, uma vez que as contribuições não foram vertidas mensalmente.
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Assim, esse segurado já tem 40 anos de contribuição (20 + 20) e 240 contribuições men-
sais para efeitos de carência.
Portanto, o período da retroação da DIC conta para fins de tempo de contribuição, mas não 
conta para efeitos de carência.
contAgem recíprocA do tempo de contribuição
A contagem recíproca é o instituto que permite que o tempo de filiação em um regime seja 
considerado pelo outro.
Assim, o segurado pode levar o tempo de contribuição do RGPS para o RPPS, e vice-versa, 
fazendo com que os sistemas previdenciários se comuniquem.
Caso tal sistemática não fosse permitida, uma pessoa que alterasse de regime, fatalmente, 
não teria condição de se aposentar.
EXEMPLO
Imagine que uma pessoa esteja vinculada há 15 anos no RGPS e passa para o próximo concurso 
público para exercer um cargo efetivo na esfera federal. Caso não fosse aproveitado o tempo de 
contribuição do RGPS pelo RPPS da União, sua contagem de tempo voltaria a ser contada do zero.
Assim, para que essa pessoa pudesse se aposentar por meio de uma aposentadoria volun-
tária no RPPS, necessitaria de mais 25 anos de tempo de contribuição e 65 anos de idade, no 
caso de homem, ou 62 anos de idade, no caso de mulher, para fins de auferir a aposentadoria 
voluntária no RPPS. Seria um completo absurdo!
Para que isso não ocorra, cria-se o instituto da contagem recíproca.
Com o instituto da contagem recíproca, este servidor público, ao poder aproveitar o tem-
po de contribuição do RGPS no RPPS, basta possuir, após o exercício do cargo efetivo, mais 
10 anos, uma vez que já terá preenchido todas as condicionantes para fins de percepção da 
aposentadoria voluntária, pressupondo que este tem 65 anos de idade (25 anos de tempo de 
contribuição, 10 anos de serviço público, 5 anos no cargo e 65 anos de idade).
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Assim, para efeito de contagem recíproca, hipótese em que os diferentes sistemas de 
previdência social compensar-se-ão financeiramente, é assegurado:
• o cômputo do tempo de contribuição na administração pública, para fins de concessão 
de benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social, inclusive de aposenta-
doria em decorrência de tratado, convenção ou acordo internacional; e
• para fins de emissão de certidão de tempo de contribuição, pelo INSS, para utilização no 
serviço público, o cômputo do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana.
Para fins de contagem recíproca, é vedada:
• conversão do tempo de contribuição exercido em atividade sujeita a condições especiais;
• conversão do tempo cumprido pelo segurado com deficiência, em tempo de contribui-
ção comum; e
• a contagem de qualquer tempo de serviço fictício.
Para a comprovação do tempo de contribuição, é necessária a apresentação de um docu-
mento conhecido como a Certidão de Tempo de Contribuição (CTC). Tal certidão será emitida:
• pela unidade gestora do regime próprio de previdência social ou pelo setor competente da 
administração federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, suas autarquias e funda-
ções, desde que devidamente homologada pela unidade gestora do regime próprio, relativa-
mente ao tempo de contribuição para o respectivo regime próprio de previdência social; ou
• pelo setor competente do Instituto Nacional do Seguro Social, relativamente ao tempo 
de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social.
A CTC, para fins de averbação do tempo em outros regimes de previdência, somente será 
expedida pelo INSS após a comprovação da quitação de todos os valores devidos, inclusive de 
eventuais parcelamentos de débito.
Poderá ser emitida, por solicitação do segurado, certidão de tempo de contribuição para perío-
do fracionado. Nessa situação, a certidão conterá informação de todo o tempo de contribuição ao 
RGPS e a indicação dos períodos a serem aproveitados no regime próprio de previdência social.
Em relação a esse tema, é importante saber qual é o período que não pode ser utilizado 
para fins de contagem recíproca.
Portanto, para fins de contagem recíproca, o tempo de contribuição será contado de acor-
do com a legislação pertinente, observadas as seguintes normas:
• não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
• é vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público com o de contribui-
ção na atividade privada, quando concomitantes;
• não será contado por um regime o tempo de contribuição utilizado para concessão de 
aposentadoria por outro regime;
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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• o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência 
Social só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao pe-
ríodo respectivo, com acréscimo de juros moratórios de 0,5% ao mês, capitalizados 
anualmente, e multa de 10%;
• é vedada a emissão de CTC com o registro exclusivo de tempo de serviço, sem a com-
provação de contribuição efetiva, exceto para o segurado empregado, empregado do-
méstico, trabalhador avulso e, a partir de 1º de abril de 2003, para o contribuinte indi-
vidual que presta serviço a empresa obrigada a arrecadar a contribuição a seu cargo;
• a CTC somente poderá ser emitida por regime próprio de previdência social para ex-
-servidor;
• é vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição do RGPS por regime próprio de 
previdência social sem a emissão da CTC correspondente, ainda que o tempo de contri-
buição RGPS tenha sido prestado pelo servidor público ao próprio ente instituidor;
• é vedada a desaverbação de tempo em regime próprio de previdência social quando o 
tempo averbado tenha gerado a concessão de vantagens remuneratórias ao servidor 
público em atividade; e
• para fins de elegibilidade às aposentadorias especiais referidas no § 4º do art. 40 e no § 1º 
do art. 201 da Constituição Federal, os períodos reconhecidos pelo regime previdenciário 
de origem como tempo especial, sem conversão em tempo comum, deverão estar incluí-
dos nos períodos de contribuição compreendidos na CTC, e discriminados, de data a data.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Passa-se a estudar algumas situações comentadas.
A primeira situação é a impossibilidade de se admitir a contagem em dobro ou em condi-
ções especiais.
EXEMPLO
Imagine um servidor público que tem o direito à licença prêmio, mas não usufrui desse direito. Uma 
vez não gozada a licença (3 meses), esse período é contado em dobro (6 meses), para fins de apo-
sentadoria no RPPS. Já para fins de contagem recíproca, essa contagem em dobro não é permitida.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Imagine uma segurada que trabalhe em minas de subsolo em frente de produção durante 10 
anos. Tal atividade permite a concessão da aposentadoria especial após 15 anos de exposi-
ção permanente. Uma vez demitida, caso esse período seja convertido para tempo comum, 
ele será equivalente a 20 anos, pois aplica-se aos 10 anos o multiplicador 2. Entretanto, para 
fins de contagem recíproca, esse tempo em condições especiais não será admitido, podendo 
a segurada averbar apenas os 10 anos, não os 20 anos.
Cumpre apenas recordar que, com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/19), 
o Poder Constituinte Derivado Reformador inseriu o § 14 ao art. 201, assim determinando:
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefí-
cios previdenciários e de contagem recíproca.
Dessa forma, não é mais permitida a contagem de tempo de contribuição fictício para efei-
to de concessão de benefícios previdenciários e de contagem recíproca.
Portanto, o tempo sob condições especiais pode ser convertido em tempo comum apenas 
para períodos trabalhados até a EC n. 103/19, não sendo devida para períodos trabalhados 
após esta data.
Para fins de contagem recíproca, o período convertido não pode ser utilizado para fins de 
contagem recíproca, seja em período pretérito ou posterior a recente reforma da previdência 
social (EC n. 103/19).
A segunda situação é a vedação da contagem de tempo de contribuição no serviço públi-
co com o de contribuição na atividade privada, quando concomitantes.
EXEMPLO
Imagine um servidor público amparado por RPPS e que exerça uma atividade remunerada que 
determine a sua filiação obrigatória ao RGPS. Caso fosse possível a contagem recíproca, após 
18 anos de exercício de atividades concomitante, tal servidor utilizaria os 18 anos de tempo de 
contribuição no RGPS e averbaria no RPPS. Assim, caso já tivesse 65 anos de idade, este ser-
vidor teria 36 anos de tempo de contribuição e faria jus a aposentadoria voluntária do servidor, 
tendo como renda mensal do seu benefício o valor de 92% da média das suas contribuições. 
Mole, não acha? Entretanto, isso não é possível!
A terceira situação é a impossibilidade de contagem do tempo de contribuição utilizado 
para concessão de aposentadoria por outro regime.
Assim, caso um segurado já seja aposentado pelo RGPS e passe em um concurso público, 
não poderá utilizar esse tempo de contribuição já utilizado na sua aposentadoria para fins de 
contagem recíproca.
Nessa situação, o que a pessoa pode fazer?
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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De forma administrativa nada, pois, conforme determina o art. 181-B do RPS, as aposen-
tadorias por idade, tempo de contribuição e especial concedidas pela previdência social são 
irreversíveis e irrenunciáveis.
Entretanto, algumas pessoas buscavam a tutela jurisdicional no intuito de desaposentar.
O instituto da desaposentação, também conhecido como desaposentadoria, é a possibilidade 
que o segurado aposentado tem de renunciar ao benefício para requerer nova aposentadoria em 
condição mais vantajosa, seja no mesmo regime previdenciário ou em regime previdenciário diverso.
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o qual foi julgado em sede 
de recurso repetitivo, o aposentado teria o direito à desaposentação, não precisando devol-
ver o dinheiro recebido pela previdência social enquanto aposentado, uma vez que os valores 
percebidos à título de aposentadoria possuem natureza alimentar. Uma vez desaposentada, a 
pessoa poderia utilizar tal tempo de contribuição para fins de contagem recíproca.
Entretanto, tal entendimento da colenda corte não mais prevalece, tendo em vista que o plená-
rio do STF considerou inviável o recálculo do valor da aposentadoria por meio da desaposentação. 
Por maioria de votos, os ministros entenderam que apenas por meio de lei é possível fixar critérios 
para que os benefícios sejam recalculados com base em novas contribuições decorrentes da per-
manência ou volta do trabalhador ao mercado de trabalho após concessão da aposentadoria.
Prevaleceu o entendimento do ministro Dias Toffoli, o qual afirmou que, embora não exista 
vedação constitucional expressa à desaposentação, também não há previsão desse direito. 
O ministro Toffoli salientou que a Constituição Federal dispõe de forma clara e específica que 
compete à legislação ordinária estabelecer as hipóteses em que as contribuições previdenciá-
rias repercutem diretamente no valor dos benefícios, como é o caso da desaposentação, que 
possibilitaria a obtenção de benefício de maior valor a partir de contribuições recolhidas após 
a concessão da aposentadoria.
Portanto, não é possível a contagem do tempo de contribuição utilizado para concessão 
de aposentadoria por outro regime.
Cabe, ainda, explicar o art. 96, VIII da Lei n. 8.213/91.
O citado dispositivo prevê a vedação da desaverbação de tempo em RPPS quando o tem-
po averbado tenha gerado a concessão de vantagens remuneratórias ao servidor público em 
atividade. Explica-se melhor!
EXEMPLO
Imagine um segurado do RGPS que, após 20 anos de contribuições vertidas para o citado 
regime, passa a exercer um cargo público efetivo federal, passando a estar vinculado ao RPPS 
da União. Ato contínuo, esse segurado busca uma Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) 
no INSS e averba esses 20 anos no seu RPPS. Após um período, ele, preenchendo as condicio-
nantes para fins de se aposentar por meio de uma aposentadoria voluntária no RPPS, protocola 
um pedido de abono de permanência em serviço, o qual é deferido. O abono de permanência 
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no RPPS é a devolução da contribuição vertida para o RPPS. Ou seja, o segurado é descontado 
da contribuição vertida para o RPPS, mas, ato contínuo, este valor é devolvido ao servidor, a 
título de abono depermanência em serviço. Perceba que esse benefício gera um ganho remu-
neratório para o servidor. Portanto, pelo disposto no art. 96, VIII da Lei n. 8.213/91, esses 20 
anos averbados do RGPS no RPPS não poderão mais ser desaverbados.
Por fim, é importante frisar que as aposentadorias e demais benefícios resultantes da 
contagem recíproca serão concedidos e pagos pelo regime a que o interessado pertencer ao 
requerê-los, e o seu valor será calculado na forma da legislação pertinente.
JuStificAção AdminiStrAtivA
A justificação administrativa (JA) constitui meio para suprir a falta ou a insuficiência de do-
cumento ou para produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários perante 
a previdência social.
A JA é parte do processo de atualização de dados do CNIS ou de reconhecimento de direi-
tos, vedada a sua tramitação na condição de processo autônomo.
Quando a concessão do benefício depender de documento ou de prova de ato ao qual o 
segurado não tenha acesso, exceto quanto a registro público ou início de prova material, a jus-
tificação administrativa será oportunizada.
Somente será admitido o processamento de JA quando necessário para corroborar o início 
de prova material apto a demonstrar a plausibilidade do que se pretende comprovar.
A prova material somente terá validade para a pessoa referida no documento, vedada a 
sua utilização por outras pessoas.
EXEMPLO
Assim, imagine que um segurado entre com um processo pleiteando a sua aposentadoria pro-
gramada. Entretanto, necessita comprovar o tempo de contribuição relativo ao período que 
não consta nos sistemas corporativos do INSS. Para comprovar o tempo de contribuição, entra 
com uma JA, a qual estará vinculada ao processo de aposentadoria programada do segurado.
É importante ressaltar que não será admitida a JA quando o fato a comprovar exigir regis-
tro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei 
prescreva forma especial.
A justificação administrativa ou judicial, para fins de comprovação de tempo de contribui-
ção, dependência econômica, identidade e relação de parentesco, somente produzirá efeito 
quando for baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, e não serão admi-
tidas as provas exclusivamente testemunhais.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Entretanto, será dispensado o início de prova material quando houver ocorrência de moti-
vo de força maior ou de caso fortuito.
Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória, tais 
como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o segu-
rado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial 
feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verifica-
da a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado.
Se a empresa não estiver mais em atividade, deverá o interessado juntar prova oficial de 
sua existência no período que pretende comprovar.
Para o processamento de JA, o interessado deverá apresentar requerimento no qual expo-
nha, clara e minuciosamente, os pontos que pretende justificar, além de indicar testemunhas 
idôneas, em número não inferior a 2 nem superior a 6, cujos depoimentos possam levar à con-
vicção da veracidade do que se pretende comprovar, não podendo ser testemunhas:
• os menores de 16 anos; e
• o cônjuge, o companheiro ou a companheira, os ascendentes, os descendentes e os 
colaterais, até o 3º grau, por consanguinidade ou afinidade.
As testemunhas, no dia e no horário marcados, serão inquiridas a respeito dos pontos que 
forem objeto da justificação.
É importante ressaltar que a pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de con-
dições com as demais pessoas e lhe serão assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.
A homologação da justificação judicial processada com base em prova exclusivamente 
testemunhal dispensa a justificação administrativa, desde que complementada com início de 
prova material contemporânea dos fatos.
A inclusão, a exclusão, a ratificação e a retificação de vínculos, remunerações e contribui-
ções, ainda que reconhecidos em ação trabalhista transitada em julgado, dependerão da exis-
tência de início de prova material contemporânea dos fatos.
A JA será avaliada globalmente quanto à forma e ao mérito, valendo perante o INSS Social 
para os fins especificamente visados, caso considerada eficaz.
Não caberá recurso da decisão da autoridade competente do INSS que considerar eficaz 
ou ineficaz a JA.
A JA será processada sem ônus para o interessado e nos termos das instruções do INSS.
Aos autores de declarações falsas, prestadas em justificações processadas perante a pre-
vidência social, serão aplicadas as penas previstas no art. 299 do Código Penal (crime de fal-
sidade ideológica).
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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001. (FCC/TCE-PI/PROCURADOR DO TCE–PI/2005) Em relação à Justificação Administrati-
va é INCORRETO afirmar:
a) O processamento da justificação administrativa independe de requerimento do interessado, 
sendo determinado ex oficio pela autoridade administrativa quando demonstrada que a prova 
que se pretende produzir estiver baseada em início de prova material.
b) O fato que depender da comprovação por registro público de casamento, de idade ou de óbi-
to, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial impede a justificação 
administrativa.
c) A prova exclusivamente testemunhal produzida pela justificação administrativa, mesmo 
quando não baseada em início de prova material, será admitida para fins previdenciários em 
caso de motivo de força maior ou caso fortuito notórios.
d) A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou a insuficiência 
de documentos quando estes forem exigidos como meio de provas para fins previdenciários.
e) O processamento de justificação administrativa somente será admitido se ficar evidenciada 
a impossibilidade de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado e se for basea-
da em início de prova material.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
A (JA) constitui meio para suprir a falta ou a insuficiência de documento ou para produzir prova de 
fato ou circunstância de interesse dos beneficiários perante a previdência social. Ou seja, depende 
do requerimento do beneficiário, não sendo apresentada “ex ofício” pela autoridade administrativa.
Letra a.
AcumulAção de benefícioS
Esse tema já foi estudado ao longo do nosso curso.
Pergunta: eu vi ou não vi o caso da viúva negra, ou seja, a impossibilidade de acumula-
ção de pensão por morte deixada por cônjuge, companheiro ou companheira? O caso da 
impossibilidadede acumulação de aposentadoria com auxílio-acidente, tendo em vista 
que o auxílio-acidente entra no cálculo do salário de benefício da aposentadoria “como se 
fosse” salário de contribuição? A impossibilidade de acumulação de salário-maternidade 
com auxílio por incapacidade temporária, tendo em vista que o salário-maternidade não 
se acumula com benefício por incapacidade?
O RPS determina as situações de impossibilidade de recebimento em conjunto de certos 
benefícios. Assim, caso se saiba o que não pode ser acumulado, o restante é permitido.
Portanto, estude esse tema da seguinte forma: saiba o que não pode ser acumulado, pois 
o que não é vedado, permite-se.
Assim, salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos se-
guintes benefícios da previdência social, inclusive quando decorrentes de acidente do trabalho:
• aposentadoria com auxílio por incapacidade temporária;
• mais de uma aposentadoria;
• aposentadoria com abono de permanência em serviço;
• salário-maternidade com auxílio por incapacidade temporária;
• mais de um auxílio-acidente;
• mais de uma pensão deixada por cônjuge;
• mais de uma pensão deixada por companheiro ou companheira;
• mais de uma pensão deixada por cônjuge e companheiro ou companheira; e
• auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
No caso de impossibilidade de acumulação de pensão por morte deixada por cônjuge, 
companheiro ou companheira é facultado ao dependente optar pela pensão mais vantajosa.
É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer benefício de pres-
tação continuada da previdência social, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-a-
cidente, auxílio-suplementar ou abono de permanência em serviço.
Cabe ressaltar que o segurado recluso em regime fechado, durante a percepção, pelos 
dependentes, do benefício de auxílio-reclusão, não terá o direito aos benefícios de salário-
-maternidade e de aposentadoria reconhecido, exceto se manifestada a opção pelo benefício 
mais vantajoso também pelos dependentes.
Por fim, cabe ressaltar que o assunto “acumulação de benefícios” foi substancialmente tra-
tado na recente reforma da previdência social (EC n. 103/19), especificamente no seu art. 24.
O citado dispositivo menciona a impossibilidade de acumulação de mais de uma pensão 
por morte concedida deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime de 
previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do exercício de 
cargos acumuláveis na forma do art. 37 da CF/88.
Tal regra já está prevista na Lei n. 8.213/91, conforme estudado!
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Entretanto, o art. 24, § 1º, da EC n. 103/19 passa a mencionar o que é passível de acumu-
lação, permitindo a acumulação de:
• pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social 
com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões 
decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal;
• pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência 
social com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social 
ou de regime próprio de previdência social ou com proventos de inatividade decorren-
tes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal; ou
• pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Cons-
tituição Federal com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdên-
cia Social ou de regime próprio de previdência social.
Entretanto, nas hipóteses das acumulações mencionadas, a recente reforma da previdência so-
cial (EC n. 103/19) assegura a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte 
de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas:
• 60% do valor que exceder 1 salário-mínimo, até o limite de 2 salários-mínimos;
• 40% do valor que exceder 2 salários-mínimos, até o limite de 3 salários-mínimos;
• 20% do valor que exceder 3 salários-mínimos, até o limite de 4 salários-mínimos; e
• 10% do valor que exceder 4 salários-mínimos.
EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado cuja esposa faleceu, deixando pensão por morte no valor de 
R$ 5.500,00. O citado segurado preenche os requisitos para se aposentar por meio de uma 
aposentadoria programada, cujo valor é de R$ 6.000,00.
Nessa situação, a aposentadoria terá seu valor integral preservado e a pensão por morte será 
paga da seguinte forma:
- 100% do primeiro salário-mínimo, ou seja, R$ 1.212,00;
- 60% do segundo salário-mínimo, ou seja, R$ 727,20;
- 40% do terceiro salário-mínimo, ou seja, R$ 484,80;
- 20% do quarto salário-mínimo, ou seja, R$ 242,40; e
- 10% do valor restante correspondente aos R$ 5.500,00 subtraindo R$ 4.848,00 (4 salários-mí-
nimos utilizados nas faixas anteriores). Portanto, 10% de R$ 652,00, ou seja, R$ 65,20;
Dessa forma, o valor a ser pago em relação a pensão por morte seria o somatório de cada uma 
das faixas acima mencionadas, correspondendo a R$ 2.731,60.
A aplicação da regra anterior poderá ser revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, 
em razão de alteração de algum dos benefícios.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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As restrições mencionadas não serão aplicadas se o direito aos benefícios houver sido 
adquirido antes da data de entrada em vigor da EC n. 103/19.
002. (CEBRASPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2021) No RGPS, considerando-se a 
inexistência de direito adquirido, é permitido acumular
a) auxílio-doença com salário-maternidade.
b) auxílio-doença com aposentadoria por tempo de contribuição.
c) auxílio-acidente com seguro-desemprego.
d) duas pensões por morte, desde que sejam diversos os cônjuges ou companheiros falecidos.
e) auxílio-doença com auxílio-reclusão.
É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação con-
tinuada da previdência social, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-su-
plementar ou abono de permanência em serviço. Ou seja, é permitido acumular seguro-desemprego 
com auxílio-acidente. As demais afirmativas elencam benefícios que não podem ser acumulados.
Letra c.
decAdênciA e preScrição
A decadência, assim como a prescrição, tem a natureza jurídica de fato jurídico extintivo, 
também determinada pela inércia do titular de um direito, tendo como fato determinante o tempo.
A partir de agora, estuda-se o tema “decadência e prescrição” em matéria de benefício.
Inicialmente, cabe ressaltar que o direito ao benefício, quando o segurado preenche todos os 
requisitos para ter acesso ao mesmo, é imprescritível. Assim, o fator tempo nãopode atingir o di-
reito concreto, individualizado, já integrado ao patrimônio jurídico do segurado da previdência so-
cial, sob pena de desrespeito ao princípio do direito adquirido previsto no art. 5º, XXXVI da CF/88.
Antes de ser estudado o art. 103 da Lei n. 8.213/91, no que tange ao tema decadência em 
matéria de benefício, cabe um breve histórico acerca da sua redação.
O art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91, assim determinava:
É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário 
para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do 
recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da 
decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
Ao se analisar o início da contagem do prazo decadencial para a revisão do ato de conces-
são do benefício, percebiam-se duas situações.
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A primeira situação é aquela em que o INSS concedia o benefício ao beneficiário, mas, por 
qualquer motivo, a renda mensal inicial calculada era aquém da que deveria ser.
Assim, o beneficiário tinha 10 anos para buscar a tutela jurisdicional, no intuito de revisar o 
ato de concessão do benefício, a contar do 1º do mês seguinte ao 1º recebimento.
A segunda situação era aquela em que o INSS indeferia a concessão do benefício para o 
beneficiário, ou seja, o INSS entendia que o beneficiário não fazia jus ao benefício.
Nessa situação, o beneficiário tinha 10 anos para buscar a tutela jurisdicional, no intuito de 
revisar o ato de concessão do benefício, a contar do dia em que tomasse ciência da decisão 
indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
O prazo previsto se referia à limitação do direito de revisão do benefício quanto ao paga-
mento das eventuais diferenças, em razão da lesão praticada pela Administração Pública con-
tra o beneficiário, seja negando o benefício ou o concedendo em valor inferior.
O grande problema residia na redação do art. 103 da Lei n. 8.213/91, o qual mencionava 
apenas a revisão do ato de concessão. Ora! Se a redação se referia apenas ao ato de conces-
são, no caso de indeferimento ou cessação de benefício, não há o que se falar em prazo deca-
dencial, pois não há nenhum ato de concessão nesses casos.
Dessa forma, o entendimento jurisprudencial passou a ser no sentido de que o prazo de-
cadencial de 10 anos não era aplicado nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, 
bem como em relação às questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão. 
Conforme entendimento jurisprudencial, o prazo decadencial de 10 anos se aplicava apenas 
aos processos de revisão de benefícios concedidos, ou seja, naqueles em que se discutia 
aumento ou redução do valor do benefício.
Tal entendimento está previsto na Súmula 81 da TNU, que assim dispõe (redação alterada 
em 09/12/20):
JURISPRUDÊNCIA
A impugnação de ato de indeferimento, cessação ou cancelamento de benefício previ-
denciário não se submete a qualquer prazo extintivo, seja em relação à revisão desses 
atos, seja em relação ao fundo de direito.
Ora! Se, no caso de indeferimento e cessação de benefícios, o ato poderia ser revisto a 
qualquer tempo, caso isso ocorresse, o beneficiário faria jus aos últimos 5 anos (prazo prescri-
cional, que logo será estudado).
Tendo em vista o citado entendimento jurisprudencial, a MP n. 871/19, convertida na Lei n. 
13.846/19, deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91, in verbis:
O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de con-
cessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subse-
quente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga 
com o valor revisto; ou II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, 
cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimen-
to de revisão de benefício, no âmbito administrativo.
Com essa nova redação dada ao art. 103 da Lei n. 8.213/91, passaram a subsistir duas 
situações.
A primeira situação é aquela em que o INSS concede o benefício ao beneficiário, mas, por 
qualquer motivo, a renda mensal inicial calculada é aquém da que deveria ser.
Assim, o beneficiário tem 10 anos para buscar a tutela jurisdicional, no intuito de revisar o 
ato de concessão do benefício, a contar do 1º do mês seguinte ao 1º recebimento.
A segunda situação é aquela em que o INSS indefere/cancela/cessa a concessão do be-
nefício para o beneficiário ou o benefício em si, ou seja, o INSS entende que o beneficiário não 
faz jus ao benefício.
Nessa situação, o beneficiário tem 10 anos para buscar a tutela jurisdicional, no intuito de revisar 
o ato de indeferimento/cancelamento/cessação do pedido de concessão do benefício ou do bene-
fício em si, a contar do dia em que tomar ciência da decisão indeferitória no âmbito administrativo.
A nova redação passou a não deixar mais dúvida, pois esta não fala mais apenas em ato de 
concessão, mas em ato de análise por parte do INSS. Caso seja deferido, o beneficiário terá 10 
anos para revisar o ato de concessão, a contar do 1º dia do mês seguinte ao 1º recebimento. 
No caso de indeferimento/cancelamento/cessação de pedido de benefício ou do benefício em 
si, o beneficiário terá 10 anos para revisar o ato de indeferimento/cancelamento/cessação, a 
contar do dia em que tomar ciência da decisão indeferitória no âmbito administrativo.
Entretanto, a recente redação do art. 103 da Lei n. 8.213/91, dada pela Lei n. 13.846/19, foi 
declarada inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI n. 6096.
Um dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade é o efeito repristinatório da norma 
revogada. Ou seja, com a declaração de inconstitucionalidade, volta a ter vigência, validade e 
eficácia a antiga redação do art. 103 da Lei n. 8.213/91, in verbis:
É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário 
para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do 
recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da 
decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
Com isso, volta a valer o entendimento jurisprudencial no sentido de que o prazo decadencial de 
10 anos não é aplicado nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação 
às questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão. Conforme entendimento juris-
prudencial, o prazo decadencial de 10 anos se aplica apenas aos processos de revisão de benefícios 
concedidos, ou seja, naqueles em que se discute aumento ou redução do valor do benefício.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Prescreve em 5 anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer 
ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela pre-
vidência social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.
Assim, o beneficiário tem 10 anos para buscar a tutela jurisdicional, no intuito de revisar o ato 
de concessão do benefício, mas tem apenas 5 anos para reaver valores pagos indevidamente.
EXEMPLO
Imagine, portanto, um beneficiário que após 8 anos do 1º dia do recebimento da 1ª prestação 
perceba que o seu benefício é inferior ao devido, e entra com uma ação judicial para revisão 
do ato de concessão de benefício. Nessa situação, caso o pedido seja dado como procedente, 
será revisado o ato de concessão, mas o beneficiário só terá direito aos últimos 5 anos.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Não é considerado pedido de revisão de decisão indeferitória, mas de novo pedido de be-
nefício, o que vier acompanhado de outros documentos além dos já existentes no processo.
Assim, uma vez que foram apresentados novos documentos que levaram a convicção do 
erro do INSS, não se considera revisão do ato de indeferimento/cancelamento/cessação, mas 
novo pedido. Como se está diante de um novo pedido, não há o que se falar em reaver os valo-
res pagos indevidamente em relação aos últimos 5 anos.
As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 anos, conta-
dos da data:
• do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada 
esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou
• em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agra-
vamento das sequelas do acidente.
No caso de ações prestações de natureza acidentária, o prazo de 5 anos é justificado, tendo 
em vista a necessidade de exame médico-pericial a cargo da previdência social para analisar o 
caso, no sentido de evidenciar a incapacidade e, principalmente, o nexo causal com a atividade 
laborativa. Tal verificação seria praticamente impossível após um longo lapso temporal.
Por fim, cabe ressaltar que o direito da previdência social de anular os atos administrati-
vos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em 10 anos, conta-
dos da data em que foram praticados, salvo em caso de comprovada má-fé.
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção 
do 1º pagamento.
003. (FCC/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2012) José pleiteou aposentadoria por tem-
po de contribuição perante o INSS, que foi deferida pela autarquia e pretende a revisão do ato 
de concessão do benefício para alterar o valor da renda mensal inicial. O prazo decadencial 
para o pedido de José é de
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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a) dez anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira 
prestação.
b) cinco anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira 
prestação.
c) três anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira 
prestação.
d) cinco anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício.
e) dez anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício.
O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do 
ato de concessão de benefício é de 10 anos, contado: i) do dia 1º do mês subsequente ao do 
recebimento da primeira prestação; ou ii) do dia em que o segurado tomar conhecimento da 
decisão indeferitória no âmbito administrativo.
Letra a.
recurSo dAS deciSõeS AdminiStrAtivAS
O recurso, de maneira geral, é uma forma de impugnação de uma decisão, seja ela uma 
decisão judicial ou administrativa. É aquele mecanismo por meio do qual o recorrente, cujo in-
teresse não foi atendido, seja este pessoal ou de maior abrangência social, poderá, por meio de 
representantes ou do seu titular direto, demonstrar o seu inconformismo diante dessa decisão.
Assim sendo, das decisões proferidas pelo INSS nos processos de interesse dos beneficiários 
caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, entre outras situações.
Dessa forma, compete ao CRPS processar e julgar:
• os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos processos de interesse de seus 
beneficiários;
• as contestações e os recursos relativos à atribuição, pelo Ministério da Economia, do 
FAP aos estabelecimentos das empresas;
• os recursos das decisões proferidas pelo INSS relacionados à comprovação de ativida-
de rural de segurado especial de que trata o art. 19-D do RPS ou às demais informações 
relacionadas ao CNIS de que trata o art. 19 do RPS;
• os recursos das decisões relacionadas à compensação financeira de que trata a Lei 
n. 9.796, de 1999; e
• os recursos relacionados aos processos sobre irregularidades verificadas em proce-
dimento de supervisão e de fiscalização nos regimes próprios de previdência social e 
aos processos sobre apuração de responsabilidade por infração às disposições da Lei 
n. 9.717, de 1998.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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conSelho de recurSoS dA previdênciA SociAl
O Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS é órgão colegiado de julgamento, 
integrante da estrutura do Ministério da Economia.
O Conselho de Recursos da Previdência Social compreende os seguintes órgãos:
A quantidade de Juntas de Recursos e de Câmaras de Julgamento do CRPS será estabele-
cida no decreto que aprovar a estrutura regimental do Ministério da Economia.
O Conselho de Recursos da Previdência Social é presidido por representante do Governo 
com notório conhecimento da legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro da Economia, 
cabendo-lhe dirigir os serviços administrativos do órgão.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
As Juntas de Recursos e as Câmaras de Julgamento, presididas por representante do Go-
verno federal, são integradas por 4 conselheiros em cada turma, nomeados pelo Ministro de 
Estado da Economia, com aseguinte composição:
O mandato dos conselheiros do CRPS é de três anos, permitida a recondução, cumpridos 
os seguintes requisitos:
• os representantes do Governo federal serão escolhidos entre servidores federais, pre-
ferencialmente do Ministério da Economia ou do INSS, ou de outro órgão da adminis-
tração pública federal, estadual, municipal ou distrital, com graduação em Direito, os 
quais prestarão serviços exclusivos ao CRPS, sem prejuízo dos direitos e das vantagens 
percebidos no cargo de origem;
• os representantes das empresas e dos trabalhadores serão escolhidos entre os indica-
dos em lista tríplice pelas entidades de classe ou sindicais das respectivas jurisdições, 
com graduação em Direito, e serão enquadrados como segurados obrigatórios do RGPS 
na condição de contribuintes individuais;
• os representantes dos entes federativos e dos servidores públicos serão escolhidos 
entre os indicados em lista tríplice pelo Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Pre-
vidência Social, observadas as respectivas representações, com graduação em Direito, e 
manterão a qualidade de segurados do regime próprio a que estejam vinculados; e
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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• os representantes não poderão incidir em situações que caracterizem conflito de inte-
resses, nos termos do disposto no art. 10 da Lei n. 12.813, de 16 de maio de 2013.
A gratificação dos membros de Câmara de Julgamento e Junta de Recursos será definida 
em ato do Ministro de Estado da Economia.
Os servidores do INSS, mediante ato do Ministro de Estado da Economia, poderão ser ce-
didos para terem exercício no Conselho de Recursos da Previdência Social, sem prejuízo dos 
direitos e das vantagens do respectivo cargo de origem, inclusive os previstos no art. 61 da Lei 
n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
O conselheiro afastado por qualquer das razões elencadas no Regimento Interno do Con-
selho de Recursos da Previdência Social, exceto quando decorrente de renúncia voluntária, 
não poderá ser novamente designado para o exercício desta função antes do transcurso de 5 
anos, contados do efetivo afastamento.
O limite máximo de composições por Câmara de Julgamento ou Junta de Recursos, do 
Conselho de Recursos da Previdência Social, será definido em ato do Ministro de Estado da 
Economia, por proposta fundamentada do presidente do referido Conselho, em função da 
quantidade de processos em tramitação em cada órgão julgador.
Por fim, compete ao Ministro de Estado da Economia aprovar o Regimento Interno do CRPS.
doS recurSoS
Das decisões proferidas pelo INSS nos processos de interesse dos beneficiários caberá 
recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, entre outras situações.
O prazo para interposição de contestações e recursos ou para oferecimento de contrarra-
zões será de 30 dias, contado:
• no caso das contestações, da publicação no Diário Oficial da União das informações 
sobre a forma de consulta ao FAP;
• no caso dos recursos, da ciência da decisão; e
• no caso das contrarrazões, da interposição do recurso.
O INSS, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e, 
quando for o caso, na hipótese de compensação financeira, os entes federativos poderão re-
formar suas decisões e deixar de encaminhar, no caso de reforma favorável ao interessado, a 
contestação ou o recurso à instância competente ou de rever o ato para o não prosseguimen-
to da contestação ou do recurso.
Se o reconhecimento do direito do interessado ocorrer na fase de instrução do recurso por 
ele interposto contra decisão de Junta de Recursos, ainda que de alçada, ou de Câmara de 
Julgamento, o processo, acompanhado das razões do novo entendimento, será encaminhado:
• à Junta de Recursos, no caso de decisão dela emanada, para fins de reexame da questão; ou
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• à Câmara de Julgamento, se por ela proferida a decisão, para revisão do acórdão, na 
forma que dispuser o seu Regimento Interno.
A propositura pelo interessado de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre 
o qual verse o processo administrativo importará renúncia ao direito de contestar e recorrer na 
esfera administrativa, com a consequente desistência da contestação ou do recurso interposto.
Tal regra se baseia no princípio da economia processual, uma vez que a decisão judicial 
sempre prevalecerá diante da decisão administrativa. Portanto, não há lógica de se continuar 
a análise de um processo administrativo, quando o beneficiário já tenha um processo judicial 
que trata do mesmo objeto.
Os recursos interpostos tempestivamente contra decisões proferidas pelas Juntas de Recur-
sos e pelas Câmaras de Julgamento do CRPS têm efeito suspensivo e devolutivo (duplo efeito, 
ou seja, suspende a decisão anterior e devolve a matéria para apreciação por parte do colegiado).
Não se considera recurso o pedido de revisão de acórdão endereçado às Juntas de Recur-
sos e Câmaras de Julgamento.
É vedado ao INSS escusar-se de cumprir as diligências solicitadas pelo CRPS, bem como 
deixar de dar cumprimento às decisões definitivas daquele colegiado, reduzir ou ampliar o seu 
alcance ou executá-las de modo que contrarie ou prejudique seu evidente sentido.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
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Na hipótese de haver controvérsia em matéria previdenciária, na aplicação de lei ou de 
ato normativo, entre órgãos do Ministério da Economia, entidades a ele vinculadas e, na hipó-
tese prevista relativa à compensação financeira, entes federativos, ou ocorrência de questão 
previdenciária de relevante interesse público ou social, o órgão ministerial ou a entidade inte-
ressada poderá, por intermédio de seu dirigente, solicitar ao Ministro de Estado da Economia 
solução para a controvérsia ou questão.
A controvérsia na aplicação de lei ou ato normativo será relatada in abstracto e encaminhada 
com manifestações fundamentadas dos órgãos interessados, podendo ser instruída com cópias dos 
documentos que demonstrem sua ocorrência. Portanto, não será encaminhado ao Ministro de Es-
tado da Economia a análise de controvérsia na aplicação de lei ou ato normativo de caso concreto.
A Procuradoria Geral Federal Especializada/INSS deverá pronunciar-se em todos os casos.
004. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Mateus requereu ao órgão regional 
do INSS a conversão de auxílio por incapacidade temporária em aposentadoria por incapacidade 
permanente. O INSS indeferiu o pedido de Mateus por considerar que a doença que o acometera 
era curável, e que, por isso, ele era suscetível de reabilitação.
Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos processos administrativos de competên-
cia do INSS, julgue o item que se segue.
Contra a decisão do INSS pelo indeferimento,Mateus poderá interpor recurso administrativo, 
que será julgado, em primeira instância, pela Câmara de Julgamento da Previdência Social.
Contra a decisão do INSS pelo indeferimento, Mateus poderá interpor recurso administrativo, 
que será julgado, em primeira instância, pela Junta de Recursos.
Errado.
progrAmA permAnente de reviSão dA conceSSão e dA mAnutenção doS 
benefícioS AdminiStrAtivoS pelo inSS
Em que pese o presente assunto estar previsto na Lei n. 8.212/91 (Plano de Custeio da Segu-
ridade Social), especificamente no seu art. 69, a matéria é afeta ao tema “benefícios do RGPS”.
Com base no citado dispositivo, o INSS manterá programa permanente de revisão da con-
cessão e da manutenção dos benefícios por ele administrados, a fim de apurar irregularida-
des ou erros materiais.
Na hipótese de haver indícios de irregularidade ou erros materiais na concessão, na ma-
nutenção ou na revisão do benefício, o INSS notificará o beneficiário, o seu representante legal 
ou o seu procurador para apresentar defesa, provas ou documentos dos quais dispuser, no 
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
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prazo de: i) 30 dias, no caso de trabalhador urbano; ii) 60 dias, no caso de trabalhador rural 
individual e avulso, agricultor familiar ou segurado especial.
A notificação será feita: i) preferencialmente por rede bancária ou por meio eletrônico, con-
forme previsto em regulamento; ii) por via postal, por carta simples, considerado o endereço 
constante do cadastro do benefício, hipótese em que o aviso de recebimento será considerado 
prova suficiente da notificação; iii) pessoalmente, quando entregue ao interessado em mãos; 
ou iv) por edital, nos casos de retorno com a não localização do segurado.
A defesa poderá ser apresentada pelo canal de atendimento eletrônico do INSS ou na Agên-
cia da Previdência Social do domicílio do beneficiário, na forma do regulamento.
O benefício será suspenso nas seguintes hipóteses: i) não apresentação da defesa no pra-
zo estabelecido; ii) defesa considerada insuficiente ou improcedente pelo INSS.
O INSS deverá notificar o beneficiário quanto à suspensão do benefício e conceder-lhe 
prazo de 30 dias para interposição de recurso, o qual não terá efeito suspensivo.
Decorrido o prazo de 30 dias após a suspensão, sem que o beneficiário, o seu representan-
te legal ou o seu procurador apresente recurso administrativo aos canais de atendimento do 
INSS ou a outros canais autorizados, o benefício será cessado.
O INSS poderá realizar recenseamento para atualização do cadastro dos beneficiários, 
abrangidos os benefícios administrados pelo INSS.
Aqueles que receberem benefícios realizarão anualmente a comprovação de vida nas institui-
ções financeiras, por meio de atendimento eletrônico com uso de biometria ou por qualquer meio 
definido pelo INSS que assegure a identificação do beneficiário, observadas as seguintes disposi-
ções: i) a prova de vida e a renovação de senha serão efetuadas por aquele que receber o benefício, 
mediante identificação por funcionário da instituição, quando realizada nas instituições financeiras; 
ii) o representante legal ou o procurador do beneficiário, legalmente cadastrado no INSS, poderá re-
alizar a prova de vida no INSS ou na instituição financeira responsável pelo pagamento; iii) a prova 
de vida de segurados com idade igual ou superior a 60 anos será disciplinada em ato do Presidente 
do INSS; iv) o INSS disporá de meios, incluída a realização de pesquisa externa, que garantam a 
identificação e o processo de prova de vida para pessoas com dificuldades de locomoção e idosos 
acima de 80 anos que recebam benefícios; e v) o INSS poderá bloquear o pagamento do benefício 
encaminhado às instituições financeiras até que o beneficiário atenda à convocação, permitida a 
liberação do pagamento automaticamente pela instituição financeira.
Para isso, preservados a integridade dos dados e o sigilo eventualmente existente, o INSS: 
i) terá acesso a todos os dados biométricos mantidos e administrados pelos órgãos públicos 
federais; e ii) poderá ter, por meio de convênio, acesso aos dados biométricos: a) da Justiça 
Eleitoral; e b) de outros entes federativos.
Apurada irregularidade recorrente ou fragilidade nos procedimentos, reconhecida pelo 
INSS ou pelos órgãos de controle, os procedimentos de análise e concessão de benefícios 
serão revistos, de modo a reduzir o risco de fraude e concessão irregular.
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Acidente do trAbAlho
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou de 
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando 
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanen-
te ou temporária, da capacidade para o trabalho.
É importante ressaltar que cabe a empresa a responsabilidade pela adoção e uso das me-
didas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, constituindo 
contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança 
e higiene do trabalho.
Considera-se acidente de trabalho a doença profissional e a doença do trabalho.
A doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério 
do Trabalho e da Previdência Social.
EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado que começa a exercer uma atividade remunerada e é acome-
tido de uma lesão por esforço repetitivo (LER). A LER é considerada uma doença profissional. 
Nesse caso, a carência para a concessão do auxílio por incapacidade temporária ou aposenta-
doria por incapacidade permanente é zero.
Outros exemplos de doença profissional: perda auditiva por exposição a altos níveis de ruído; 
bissinose, que ocorre com trabalhadores que trabalham com algodão; leptospirose, para traba-
lhadores que trabalham desentupindo esgotos etc.
Já a doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições 
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado que começa a exercer uma atividade remunerada e é acome-
tido de alergias respiratórias provenientes de locais com ar-condicionado sem manutenção 
satisfatória, principalmente limpeza de filtros e dutos de circulação de ar. Nesse caso, a carên-
cia para a concessão do auxílio por incapacidade temporária ou aposentadoria por incapaci-
dade permanente é zero.
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Outro clássico exemplo de doença do trabalho é o estresse.
Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data 
do início da incapacidade laborativa para o exercícioda atividade habitual, ou o dia da segre-
gação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o 
que ocorrer primeiro.
Equiparam-se também ao acidente do trabalho:
• o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído 
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o 
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
• o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
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−	 ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro 
de trabalho;
−	 ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada 
ao trabalho;
−	 ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companhei-
ro de trabalho;
−	 ato de pessoa privada do uso da razão;
−	 desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de 
força maior;
• a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua 
atividade;
• o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
−	 na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
−	 na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo 
ou proporcionar proveito;
−	 em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta 
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente 
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
−	 no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer 
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras 
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado 
no exercício do trabalho.
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resul-
tante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre-
vidência Social até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à 
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do 
salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências.
Da comunicação do acidente do trabalho receberão cópia fiel o acidentado ou seus depen-
dentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
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Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, 
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer auto-
ridade pública, não prevalecendo os prazos mencionados.
Percebe-se, portanto, que a empresa ou o empregador doméstico estão obrigados a emitir 
a CAT, o que fará com que eventual benefício previdenciário a ser concedido pelo INSS tenha a 
natureza acidentária.
E se não houver comunicação? Ainda que flagrante o acidente do trabalho, conforme ve-
rificado mediante exame-médico pericial a cargo da Previdência Social, o perito médico 
não pode caracterizar a natureza acidentária da prestação?
Pode sim, por meio da aplicação do nexo técnico epidemiológico.
Ou seja, a perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da 
incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico (NTEP) entre o 
trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado 
doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Inter-
nacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.
EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado que exerça a atividade de limpeza de esgotos, vindo a ser aco-
metido de leptospirose. Percebe-se, flagrantemente, que se está diante de uma doença profis-
sional, ou seja, caso de acidente do trabalho. Tal fato deverá ser comunicado pela empresa ao 
INSS por meio da emissão da CAT. Uma vez emitida a CAT, caso o segurado tenha uma incapa-
cidade temporária para o seu trabalho por mais de 15 dias consecutivos, fará jus ao auxílio por 
incapacidade temporária acidentário.
Entretanto, imagine que a empresa não comunique o acidente do trabalho. Em que isso 
implicará?
Para o segurado, nada, uma vez que o perito médico do INSS, com base no nexo técnico 
epidemiológico, vai caracterizar a natureza acidentária da prestação, concedendo, portanto, 
o auxílio por incapacidade temporária acidentário. O NEPT será decorrente da relação entre a 
atividade da empresa (limpeza de esgotos) e a entidade mórbida motivadora da incapacidade 
elencada na CID (leptospirose).
A empresa ou o empregador doméstico poderá requerer a não aplicação do nexo técnico 
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do em-
pregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social.
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Outras Questões Relativas aos Benefícios
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Uma dúvida deve estar surgindo na sua mente, durante o seu estudo: por que a empresa 
terá interesse em não comunicar o acidente do trabalho?
Simples! Porque, uma vez concedido o benefício de natureza acidentária, o segurado em-
pregado possui estabilidade, nos termos do art. 118 da Lei n. 8.213/91, que assim dispõe:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze 
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio por inca-
pacidade temporária acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Uma vez em gozo da estabilidade, o segurado só poderá ser demitido pela empresa se 
incorrer em uma das situações que ensejam o justo motivo, nos termos do art. 482 da CLT 
(desídia, embriaguez habitual etc.).
Ademais, uma vez que o benefício concedido é de natureza acidentária, cabe o recolhimen-
to do FGTS a cargo da empresa, nos termos do art. 15, § 5º da Lei n. 8.036/90, in verbis:
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para pres-
tação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.
Cabe ressaltar que a Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis 
nos casos de:
• negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas 
para a proteção individual e coletiva;
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