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1 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8 Desenvolvimento do bebê até 1 ano Objetivo 3: Elucidar o desenvolvimento do bebê até 1 ano e suas escalas de acompanhamento, além do seu plano nutricional. Primeiro ano – introdução: • Ocorre o crescimento físico, maturação, aquisição de competências e reorganização psicológica. • Essas mudanças alteram a qualidade do comportamento e relacionamento social da criança, devido a aquisição de novas competências em seu desenvolvimento. • Importante verificar o desenvolvimento da criança, em cada domínio, e se o seu funcionamento está sendo afetado. • Parâmetros: → Crescimento físico → Faixas normais de peso → Comprimento → Perímetro cefálico Idade 0-2 meses: • Período de crescimento mais rápido após o nascimento. • Rotinas eficientes de alimentação. • Ciclo previsível de sono-vigília. • Período em que os pais, ficam no dilema sobre o sucesso ou fracasso na criação. Desenvolvimento físico: • Durando a primeira semana, o peso do RN diminui em até 10%, devido a eliminação de liquido extravascular e da ingestão limitada. • Ingestão aumenta, à medida que o colostro seja substituído por leite maduro, por ser mais rico em gordura. Além disso, ao ato de sucção do RN sejam mais efetivos e a mãe acostume. • Os RN recuperam o peso com 2 semanas, ganhando 30g por dia durante o primeiro mês. • Movimentos involuntários – movimento dos membros, abrir e fechar as mãos, sorriso. • Movimentos voluntários – fixação do olhar, giro da cabeça na direção da voz da mãe 2 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8 (evidencia de memória de reconhecimento) e sucção, estão sob melhor controle, podendo ser usado para avaliar a cognição e percepção do RN. • Inicialmente o sono e a vigília são distribuídos pelas 24h. Onde a maturação neurológica se dá pela consolidação de períodos de sono em blocos de 5-6 horas à noite, acordando para amamentar. • Além disso, pais mais interativos e estimulados durante o dia aprendem a concentrar o sono do bebe durante a noite. Desenvolvimento cognitivo: • Ocorre pelos estímulos visuais, auditivos, táteis e olfativos. • Habituam a estímulos familiares. • Ficam retraídos e dobram a atenção quando o estimulo muda. • Diferenciam padrões (temporais, linguagem nativa), cores, consoantes, intensidade. • Reconhecem expressões faciais (sorrisos). • Buscam ativamente por estímulos, como uma forma de compreender o mundo. Sendo uma integração de estímulos sensoriais do SNC. Desenvolvimento emocional: • Confiança gera um vínculo de segurança. • Estágios psicossociais de Erikson – depende do vínculo e ligação reciproca com a mãe. • Choros expressam estímulos de desconforto, tensão, como fralda suja, fome. • Crianças que são atendidas a todo sinal de desconforto, choram menos quando completam 1 ano e um comportamento menos agressivo aos 2 anos. • Desenvolver esquema fixo de alimentação, favorece a regulação da fome e satisfação nos períodos certos. Idade 2-6 meses: • Sorriso voluntario • Crescimento do contato pelo olhar, geram uma mudança no relacionamento pais-filho (aumenta o sentimento de serem amados). • Ocorre aumento da capacidade de controle motor, social e cognitivo. Desenvolvimento físico: • 3-4 meses, diminui a velocidade de ganho de peso (20g/dia). • Com 4 meses o peso de nascimento é duplicado • Desenvolvimentos dos reflexos primitivos • Desaparecimento do reflexo tônico cervical – analisar os objetos em linha media e manipular com as mãos. • Desperta vontade de alcance dos objetos. • Movimentos irrequietos são menores e circulares, sua ausência ou presença de contrações anormais podem significar riscos de anormalidade neurológica. • Controle de flexão do tronco possibilitando rolar o corpo. • Quando a criança começa a manter sua cabeça ereta quando está sentado, passa a olhar firmemente as coisas, ou sejam ocorre o amadurecimento visual. • Ciclos de sonos regulares, sendo 14-16h/dia, sendo 9-10 concentradas a noite. Desenvolvimento cognitivo: • Com 4 meses demonstram interesse pelo mundo, como “saindo da casca do ovo”. • Ficam distraídos na amamentação. • Começam a explorar o próprio corpo, representando o estágio inicial de aprendizado – mãos, vocalizando, gargarejando e tocando suas orelhas, bochechas e genitais. • Começam a perceber movimentos musculares voluntários, associando com sensações táteis e visuais previsíveis. • 1ª estágio de desenvolvimento de personalidade – sensação proprioceptiva de levantar as mãos e mexer os dedos, com a visão acompanhando. Desenvolvimento emocional e comunicação: • Maior interação e satisfação. • Sensações primarias em momentos apropriados, como: irritação, alegria, interesse, medo, desgosto e surpresa acompanhado de expressões faciais. 3 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8 • 1ª etapa de desenvolvimento da comunicação – Início dos jogos aumentam o desenvolvimento social, como: imitação facial, cantar, brincadeiras com as mãos. • Quando os pais estão deprimidos, dedicando menos tempo ou indisponíveis, os bebes começam a fazer menos movimentos coordenados, manifesta tristeza e perda de energia ao invés de raiva. Idade 6-12 meses: • Aquisição da capacidade sentar, aumenta da mobilidade. • Manifestam vontades e intenções. Desenvolvimento físico: • Diminui a velocidade de crescimento • Com 1 ano o peso de nascimento terá triplicado, o comprimento aumentado e o perímetro cefálico em 10cm. • 6-7 meses – capacidade de sentar sem apoio • 8-9 meses – pinça grosseira (preensão entre os dedos e polegar), engatinhar e andar em seguida • 9-10 meses – girar sentado • 12 meses - pinça digital fina (polegar e indicador) • Erupção dos dentes (primeiro os incisivos centrais inferiores), sendo que o desenvolvimento dos dentes, reflete na maturação esquelética e idade óssea. Desenvolvimento cognitivo: • Com 6 meses leva tudo a boca. • 9 meses – Percepção sobre a permanência do objetivo • 4-7 começa a olhar para baixo a procura de objetivo. Desenvolvimento emocional: • Começa a olhar de um lado para o outro, quando algum estranho se aproxima, começando a chorar ou se agarrar. • Dormir só, as a criança pode estranhar pelos pais estarem no outro quarto (autonomia) • Ganho insuficiente de peso nessa idade, é devido a independência entre o lactante e o controle dos pais sobre a alimentação. • Uso do método de alimentação – 1 colher para a criança e 1 para o pai/mãe, comer com as mãos no cadeirão com mesinha. • Crises de birra, choro para ter controle dos pais. Comunicação: • 7 meses – começam a se comunicar por sons vocais e expressões faciais. • 9 meses – percebem que as emoções podem ser compartilhadas, mostram brinquedos em forma de compartilhar alegria com os pais. • 8-10 meses – balbuciar (primeiras falas inconscientes), usando silabas “ba, da, ma” • Primeira palavra verdadeira –som repetido para referir a um objeto ou pessoa especifica. Instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil: Sabemos que, com o avanço das UTIN, tem permitido maior sobrevida prematuros. Sendo que são gerados preocupações em curto e longo prazo relação ao desenvolvimento dessas crianças. E, esse acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor, tem atuado na prevenção por meio da detecção precoce de alguma anormalidade e encaminhamento para tratamento especifico. Essa intervenção precoce, passou a ser um instrumento para estimular a criança a desenvolver suas capacidades, limitando assim os sinais de sequelas e invalidez. Nessa avaliação, passou a ser utilizado escalas/instrumentos padronizados, de comprovada sensibilidade e especificidade, que vao auxiliar na identificação dessas crianças de risco, na triagem e diagnostico em relação ao planejamento e progressãodo tratamento (caso tenha sido detectado alguma anormalidade). Os instrumentos são: • Teste de gesell • Escala de desenvolvimento infantil de bayley • Teste de denver • Teste de triagem de Milani-comparetti • Gráfico de zdanska-bricken • NBAS – escala de avaliação do comportamento do neonato • MAI – avaliação dos movimentos da criança • Avaliação neurológica de bebes prematuros e a termo • Escala de PDMS • TIMP 4 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8 • AIMS TESTE DE GESELL: Também conhecido por escala de desenvolvimento de gesell e amatruda, tem a finalidade de avaliar o comportamento da criança durante o desenvolvimento (envolvendo uma avaliação direta e observação da qualidade e integridade de comportamentos), para depois fazer o exame de diagnóstico dos seus desvios. Feito em crianças de 4 semanas até 36 meses de idade (3 anos), mas em idades chaves – 4, 16, 28 e 40 semanas, 12, 18, 24 e 36 meses. Sendo que vai analisar as áreas do: • Comportamento adaptativo – organização e adaptação sensório-motora e cognição • Comportamento motor grosseiro e delicado – sustentação da cabeça, sentar, engatinhar, andar, manipulação de objetos com as mãos • Comportamento de linguagem – expressiva ou receptiva • Comportamento pessoal-social – relação com o meio ambiente. Após os dados obtidos, serão comparados a uma escala de avaliação elaborada a partir dos comportamentos padrões por crianças em determinadas faixas etárias. Possui algumas limitações, relacionadas a – não consideração da movimentação espontânea do RN, sua qualidade de movimentos. Escala de desenvolvimento infantil de Bayley (BSID): • São analisados o comportamento infantil • Avalia-se de forma particular o desenvolvimento da criança Subdivide-se em: Escala cognitiva – Determina como a criança pensa, reage e aprende sobre o mundo ao seu redor Escala da linguagem: • Comunicação Receptiva → Parte que determina como a criança reorganiza sons e como a criança entende, fala e direcionam palavras • Comunicação Expressiva → Parte que determina como a criança se comunica usando sons, gestos e palavras Escala motora: • Escala Motora Grossa – Determina como a criança movimenta seu corpo em relação à gravidade, composta de 72 itens • Escala Motora Fina – Determina como a criança usa suas mãos e dedos para fazer algo, composta de 66 itens TESTE DE DENVER: 5 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8 • Foi desenvolvida para direcionar o cuidado dos adultos com crianças que possuem riscos • Diferente das outras escalas, não analisa o desenvolvimento • Pode ser aplicado em crianças de 0 a 6 anos • Na análise, são feitas algumas perguntas a mãe, se o filho realiza ou não determinada tarefa • Vale ressaltar que este não é um teste de QI, não mede inteligência, nao sendo desenvolvido para diagnosticar distúrbios de aprendizagem e emocional Divide-se em: 1. Pessoal-social – Envolve aspectos da socialização da criança dentro e fora do ambiente familiar 2. Motricidade fina – Coordenação olho-mão, manipulação de pequenos objetos; 3. Linguagem – Produção de som, capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem; 4. Motricidade ampla – Sentar, caminhar, pular e os demais movimentos realizados pela musculatura ampla Desvantagens – não possibilidade de diagnosticar atrasos, visto que ele apenas orienta os cuidados à criança com atraso • Ele serve de alerta para um risco no desenvolvimento, que pode ser confirmado ou não por uma avaliação mais específica. Avaliação dos movimentos da criança (MAI): • Utilizado para avaliar o desenvolvimento motor em crianças de até 1 ano, que demonstraram alto risco para distúrbios motores • Estabelecem as bases para intervenção precoce • O exame consiste na avaliação do tônus, reflexos primitivos, reações automáticas de endireitamento, equilíbrio e proteção, além de movimentos voluntários, obtidos por estímulos visuais e auditivos ou por meio da manifestação de marcos motores • Estes somados oferecem, ao final, um critério de risco total; quanto maior a pontuação evidenciada pela criança, maior o risco para o desenvolvimento. Alberta Infant Motor Scale (AIMS): • Uma medida observacional do desempenho motor infantil • Aborda conceitos do desenvolvimento motor como: neuromaturação, perspectiva da dinâmica motora e avaliação da sequência do desenvolvimento motor • Os padrões motores e as posturas são analisados usando-se três critérios: 6 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8 alinhamento postural, movimentos antigravitacionais e superfície de contato. • Útil, prático e de baixo custo na avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor de lactentes prematuros nos programas de seguimento na rede pública brasileira Desnutrição energético proteica • Um déficit energético decorrente de uma deficiência de todos os macronutrientes • A gravidade varia de deficiências subclínicas até fraqueza absoluta (com edema, perda de cabelo e atrofia cutânea) • A desnutrição grave em fases precoces da vida leva a sequelas no desenvolvimento, especialmente o cognitivo • O monitoramento dos parâmetros antropométricos (peso e estatura) é procedimento essencial para o diagnóstico nutricional e para o planejamento e monitoramento da terapia nutricional • A reabilitação é feita com terapia nutricional • Não há evidência de benefícios da suplementação de glutamina na reidratação oral de crianças gravemente desnutridas • Existem estudos evidenciando comprometimento nos níveis circulantes dos ácidos DHA e ARA em crianças desnutridas, que sugerem baixa atividade de dessaturação da enzima delta. Ainda não há evidência consistente para respaldar sua utilização com definição de doses, tempo de suplementação e avaliando possíveis eventos adversos 7 MARCOS SANTIAGO – MÓDULO 8
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