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PREMATURIDADE Nascimento antes de 37 semanas completas ou 259 dias; · Principal causa de morbidade e mortalidade neonatal; · 15 milhões por ano no mundo; · No Brasil, em torno de 12% dos nascimentos. Parto antes da 24ª semana de gestação: · Sobrevida de 10% (principalmente em hospitais de grande porte); · 65% dos que sobrevivem: Retardo mental severo. Parto após a 32ª semana de gestação: · Sobrevida superior a 95%; · Menos de 5% de retardo mental severo. Etiologia: Eletivos: · Risco materno: Patologias maternas graves (cardiopatia, nefropatia; COVID); · Risco fetal: Sofrimento fetal; insuficiência placentária; · Iatrogênico: Erro na determinação da idade gestacional; partos eletivos. Espontânea: · 70% dos casos; · Melhor meio de prevenção: avaliação pré-concepcional e assistência pré-natal. Fatores de risco: Obstétricos: · Parto prematuro anterior (principal); · Infecção amniótica; · RPMO; · Síndromes hipertensivas da gestação. OBS: Parto prematuro anterior: · 1 parto prematuro espontâneo anterior: Chance de 37% de outro; · 2 partos prematuros anteriores: 70% de chance de novo prematuro. Ginecológicos: · Infecções vaginais (gardinerella); · Amputação de colo uterino; · Miomas; · Malformações uterinas. Epidemiológicos: · Gestação indesejada; · Estresse; · Excesso de atividade física; · Baixo nível socioeconômico; higiene inadequada; · Assistência pré-natal inadequada; · Tabagismo; drogas ilícitas. Clínicos: · Doenças maternas; · Infecções (trato urinário; vias aéreas; odontológicas); · Procedimentos cirúrgicos na gravidez. OBS: Infecções: levam a liberação de cascata de eventos, com produção de ácido aracdônico, que causa a liberação de prostaglandinas e essas aumentam a contratilidade uterina. Prevenção Primária: · Deve-se identificar fatores de risco; · Remover todas as causas; · Equipe multidisciplinar; · Anamnese detalhada. Secundária: · Exames de rotina pré-natal; · Culturas de secreção vaginal e pesquisa de ISTs em pacientes com fator de risco (múltiplos parceiros); · Pesquisa de ITU (tratar bacteriúria assintomática em gestantes); · Pesquisa de Streptococcus grupo B; · Monitorização das contrações uterinas; · Deve-se acompanhar clinicamente as contrações e orientar corretamente a gestante; · Ultrassonografia TV para medida do colo (Padrão-ouro); · Gestantes com fator de risco entre 18 e 24 semanas; · Colos curtos: Entre 18 e 30mm; abaixo de 25mm principalmente. · Quanto menor o colo, maior o risco de parto prematuro; · Acompanhamento: USG a cada 2 semanas; · Tratamento: Progesterona 200mg Via vaginal, 1x noite, até a 36ª semana de gestação. Realizar repouso relativo e abstinência sexual, investigar infecções. OBS: Paciente com história de aborto espontâneo < 20 semanas: Realizar cerclagem entre a 12 e a 16ª semana (Incompetência istmocervical) Prevenção Terciária: Correr atras do prejuízo e melhorar as condições de nascimento. Trabalho de parto prematuro: Contrações rítmicas e regulares que modificam o colo uterino antes de 37 semanas. · Alteração uterina: 4 contrações em 20min 8 contrações em 60min; · Alteração cervical: Amolecimento, centralização, apagamento em 80% e dilatação > 3cm. Tocólise Objetivo de inibir as contrações uterinas, para postergar o parto em 48 a 72h, até em 7 dias. Permitindo o uso de corticoide para maturação pulmonar. Indicação: · Contrações rítmicas (TPP verdadeiro); · Menos que 3cm (fase de latência); · Esvaecimento não pronunciado (colo não pode estar muito fino); · Ig até 34 semanas; · Viabilidade. Contraindicações: · Corioamnionite; · Rotura de membranas ovulares; · Sangramento grave; · Condições clinicas maternas desfavoráveis; · Morte fetal/anomalias fetais incompatíveis com a vida; · Sofrimento fetal; · Contraindicações relacionadas às drogas. Uterolíticos: · Bloqueadores do canal de cálcio (Nifedipino) · Inibidores de prostaglandina (Passam facilmente pela barreira placentária – não se utiliza); · Beta-agonista (Terbutalina); · Sulfato de magnésio; · Antagonista de ocitocina (Atosibano); · Nitroglicerina; · Etanol. Inibidores de canal de cálcio: Nifedipino (1ª escolha pelo MS): · 10mg VO a cada 20 min até 4 doses OU 20mg VO em dose única. · Caso a a atividade uterina persistir, 20mg após 90 – 120 min; · Se após a 2ª dose mantiver atividade uterina, considerar falha terapêutica e utilizar outro agente. · Manutenção: 20mg VO a cada 4 a 8 horas por, no máximo, 72h; · Contraindicações: Hipotensão materna (PA < 90/50mmHg) e bloqueio atrioventricular. Beta-agonista Pode gerar dor torácica, dispneia, taquicardia, palpitação, tremores, cefaleia, hipocalemia, hiperglicemia, náuseas/vômitos, obstrução nasal e taquicardia fetal. Contraindicação: Gestantes com suspeita de infecção, cardiopatas, hipertensas e/ou diabéticas. Antagonistas de ocitocina (Atosibano): Inibe as contrações uterina; Efeitos colaterais mínimos; Não se mostrou superior em comparação com a nifedipino. Sulfato de magnésio Antagonista do cálcio na fibra muscular; Como precisa de dose maiores para esse efeito, tem grande risco de intoxicação. Neuroproteção fetal: Diminui a chance de paralisia cerebral. Recomendado em gestações com indicação de resolução abaixo de 32 semanas. · Ataque: 4g IV por 30min; · Manutenção: 1g/h até o parto (caso demore). Tocólise: Manutenção após a inibição do trabalho de parto: · Não manter por mais de 48h; · Apenas em casos selecionados (idade gestacional precoce, com bem-estar fetal assegurado e sem comprometimento infeccioso); · Após a tocólise: Iniciar progesterona por via vaginal (natural micronizada). Corticoterapia Realizar entre 24 e 34 semanas: · Redução 40 – 60% da membrana hialina; · Menor gravidade da síndrome do desconforto respiratório; · Melhor resposta ao surfactante pulmonar; · Menos hemorragia intracraniana; · Menos enterocolite necrozante. Os efeitos atingem seu benefício máximo se o parto ocorre entre 24h e 7 dias, após a última dose do medicamento; Se o parto ocorrer fora desse prazo, ainda existe benefícios; Contraindicações: Evidências clinicas de infecção e/ou parto iminente. Betametasona: 12mg IM de 24h em 24h; Dexametasona: 6mg IM de 12/12h (4 doses). OBS: O ideal é fazer apenas 1 ciclo (2 doses de beta ou 4 doses de dexa). Em alguns casos quando já fez 1 ciclo, passou mais de 1 semana e o bebê não nasceu, por fazer mais 1 ciclo). Efeitos colaterais: · Leucocitose (desvio à esquerda); · Hiperglicemia materna; · Alterações do bem estar-fetal: Diminuição ou aumento do BCF. Diminuição dos movimentos fetais. Profilaxia de Infecção pelo Streptococcus grupo B (Agalactiae): Bactéria comumente encontrada na vagina e no reto da mulher (10 – 30%); Causa: · · Sepse neonatal; · Meningite; · Pneumonia. Pesquisa em gestantes entre 35 e 37 semanas; Validade de 5 semanas; Swab anal e vaginal; Indicações: Cultura positiva: Sempre fazer. Cultura não realizada: · Prematuros; · RPMO > 18h; · Bacteriúria por Strep do grupo B (EGB); · História de RN prévio infectado por EGB; · Febre Intraparto. Esquemas (mínimo de 2 doses): Penicilina G cristalina: 5 milhões UI IV; seguida por 2,5 milhões UI IV de 4h em 4h, OU; Ampicilina 2,0g IV, seguida por 1,0g de 4h em 4h; Alérgica à penicilina: Clindamicina 900mg IV de 8h em 8h. OBS: Até clampeamento do cordão. Via de parto no TPP Vaginal: · Cefálicas fletidas independente da IG; · Pélvica com PFE < 750g; Cesárea: · Cefálica defletida; · Pélvica com PFE > 750g.
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