Buscar

Aula 4 - Manifestações Clínicas da Diarreia Aguda e Parasitoses Intestinais


Prévia do material em texto

Carla Bertelli – 4° Período 
 
 
 
 – Aumento da frequência e do volume, mais 
de 4 evacuações ao dia, peso de 200g. Passagem de 
uma quantidade maior do que o normal de fezes 
amolecidas, além do aumento do número de evacuações, 
que duram menos de 14 dias (aguda). 
Diminuição da consistência das fezes, no mínimo com 3 
evacuações diárias – aumento no volume e número de 
evacuações 
 – até 7 dias 
 – 7 a 13 dias 
A maioria dos quadros de diarreia são autolimitados, 
habitualmente dura de 3 a 5 dias. 
 – 2 a 4 semanas 
ô – >4 semanas 
 
Aumento na quantidade de água e eletrólitos nas fezes 
– fezes de aspecto amolecido (fezes não formadas) 
Perda de eletrólitos – pode desenvolver distúrbios hidro 
eletrolíticos. Pode causar hiponatremia (diminuição de 
sódio) que pode se agravar e causar edema cerebral. 
 
Maioria dos casos de diarreia são infecciosas 
(principalmente de causas virais) 
Consumo de água e alimentos contaminados 
Crianças, idosos e imunossuprimidos tendem a ter mais 
chance de desidratação e consequências/complicações 
graves derivadas da diarreia (desidratação, hipovolemia, 
hiponatremia) 
 
Principal vírus relacionado – Norovírus 
Causas não infecciosas – Medicações ou uso de outras 
substâncias osmóticas, substâncias contendo magnésio, 
síndrome da má absorção, medicações que causam 
diarreia. 
Metformina – causa bastantes efeitos gastrointestinais 
 
As diarreias associadas a toxinas ocorrem por aumento 
da secreção da mucosa intestinal, estimulada pelos 
produtos bacterianos 
É importante saber diferenciar as causas das diarreias 
 
A instalação abrupta do quadro diarreico, de minutos até 
horas, após ingesta suspeita, sugere toxinas pré-formadas 
como causa mais provável sendo S. aureus e Bacillus 
cereus, Cllostridium – instalação extremamente rápida, 
abrupta e agressiva, indicação de toxinas 
Se for mais depois, podem ser outras bactérias (menos 
graves) 
 
Entre as causas virais, após a instituição das vacinas, os 
norovírus passaram a ser a principal causa de diarreia, de 
instalação mais tardia, podendo causar quadro hiperagudo 
de vômitos, diarreia aparecendo horas depois, o que 
ajuda a diferenciar das diarreias mediadas por toxinas – 
quadros mais lentos, se inicia com náuseas, vômitos e só 
depois apresenta diarreias. 
 
Uma evolução com sintomas sistêmicos incluindo rigidez 
da nuca é sugestiva de Listeriose (causada por listeria), 
lembrando que gestantes que fizeram consumo de leite 
não pasteurizado apresentam possibilidade 20x maior de 
desenvolver infecção por Listeria – apresentam febre 
Sempre fazer Sinal Meníngeo em crianças no PS – 
principalmente quando apresentam febre 
 
Febre (38,5), prostração, hiporexia (queda do estado), 
dor abdominal intensa e tenesmo. (sensação constante 
de ter que ir no banheiro). Fezes em grande quantidade 
Carla Bertelli – 4° Período 
 
de leucócitos e sangue. As causas mais frequentes são 
bactérias enteroinvasivas. Avaliar presença de muco nas 
fezes (características), sangue, febre – bastante 
associada a colites 
Febre Alta – quadros bacterianos 
Febre Baixa – quadros virais 
 
Fezes em grande volume, aquosas, usualmente se 
produtos patógenos, pode ter febre baixa, pode ser 
causada por infecções virais. 
 
Alta 
Proveniente do Intestino Delgado, os episódios diarreicos 
são mais volumosos. Causa síndrome disabsortiva, 
associada com esteatorreia. Cursa com diarreia não 
inflamatória (principalmente virais) 
Baixa 
Tenesmo e urgência fecal, evacuações em pouca 
quantidade, frequentes. Associada principalmente a 
colites, quase sempre infecciosas (principalmente virais) 
 
Agentes Etiológicos 
Norovírus – Apresentação aguda e lenta, primeiro com 
quadro de vômitos que se agrava, evoluindo para diarreia. 
São comuns no inverno, transmissão alimentar e por 
contato, com período de incubação de 1-2 dias. Sem 
testes específicos para diagnóstico, melhora em torno de 
3 a 5 dias, autolimitado. 
Toxinas por S. aureus – Apresentação inicial com 
vômitos e dor abdominal em cólica, diarreia, instalação 
abrupta de 1 a 6 horas. 
Campylobacter – Incidência grande, 2/3 dias inicio de 
diarreia sanguinolenta, evolução de Guillain-Barré 
(resposta inflamatória sistêmica que o paciente perde 
força). 
Shigella – Quadro semelhante ao campylobacter 
E. Coli – Período de incubação rápido, diarreia 
sanguinolenta, quadro grave, diarreia secretória devido a 
toxinas, aquosa, em grande volume, plaquetopenia. 
(vários subtipos) 
Clostridium – Pode ocorrer após 6 meses o uso de 
antibióticos, quando se descontinua o antibiótico, essa 
bactéria causa uma diarreia, essa diarreia é bacteriana por 
Clostridium difficile. 
Giardia Lamblia – Quadro crônico ou agudo, ingestão de 
água ou alimentos contaminados, diarreia, perda de peso, 
dor abdominal, alterações no TGI, febre é incomum. 
Tratamento com metronidazol. Fezes explosivas 
 
 Diarreia aquosa profusa com sinais de hipovolemia 
 
 Presença de produtos patógenos e mais de 6 
episódios de fezes 
 
 Temperatura >38° 
 
 Dor abdominal intensa 
 
 Uso recente de antibióticos ou hospitalização 
 
 Idosos e imunocomprometidos 
 
 Sinais sistêmicos. 
 
 – Palidez, desidratado (olhos fundos, mucosas, 
sinal da prega, pulsos, nível de consciência). No abdome 
podemos encontrar distensão abdominal, abdome 
escavado pela perda de conteúdo gastrointestinal 
– Ruídos Hidroaéreos aumentados 
 – Hiper timpanismo 
 – Dor na região epigástrica em casos de 
vômitos, dor no cólon pode remeter colite. 
 
Investigação de presença de massa, ou sensibilidade 
abdominal, avaliação da mucosa retal e do esfíncter anal, 
que poderá suscitar no diagnóstico diferencial de 
incontinência fecal 
Carla Bertelli – 4° Período 
 
Observar fissuras, tônus do esfíncter anal, trauma do 
canal anal. 
 
Hemograma – aumento de linfopenia ou aumento dos 
linfócitos (em infecções virais), neutrofilia (em bactérias), 
eosinofilia (em parasitoses) 
Eletrólitos – Diminuição dos íons, alterações em sódio, 
potássio 
Função Renal – Desidratação 
Proteína C reativa – Casos graves 
Hemoculturas em criança com menos de 3 meses de 
idade 
Considerar exames de espécimes das fezes 
 
 
 
 
 
Carla Bertelli – 4° Período 
 
 
 
 Ascaris lumbricoides – Alteração na absorção de 
nutrientes, quadros que evoluem para anemia, 
desnutrição por perda proteica, casos graves 
obstrução intestinal 
 
 Strongyloides stercolaris 
 
 Ancylostoma duodenale/necator americanos 
 
 Schistosoma mansoni 
 
 Enterobius vermicularis 
 
 Trichuris trickiura 
 
 Tenia solium e saginata 
 
 Giardia lamblia 
 
 Alterações no número das hemácias – perda 
sanguínea 
 
 Diminuição da hb 
 
 Leucocitose – bacterianas 
 
 Eosinofilia – parasitoses 
 
 Linfocitose/linfopenia – viral 
 
Eosinofilia pode ser primária (proliferação clonal de 
eosinófilos associada a doenças hematológicas como 
leucemias e doenças mieloproliflorativas) secundária 
(causada ou associada a doenças não hematológicas) ou 
idiopática.