Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Dr. Fernando Yoiti Kitamura Kawamoto CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS UNILAVRAS CELIOTOMIA EXPLORATÓRIA A celiotomia é uma incisão cirúrgica na cavidade abdominal; o termo laparotomia também é utilizado como sinônimo, embora tecnicamente se refira a uma incisão no flanco. Celiotomia/laparotomia exploratória PROCEDIMENTO REALIZADO POR RAZÕES DIAGNÓSTICAS OU TERAPÊUTICAS. Indicações: ❖Diagnóstico: • “Exame complementar” ❖Terapia: • Abdome agudo (síndrome dilatação-vólvulo gástrico, hemorragia, perfuração intestinal, etc); • Peritonite. Revisão anatômica Pré-operatório • Determinado pela enfermidade abdominal subjacente “Em muitas situações é melhor realizar o procedimento com resultado negativo do que esperar os sinais claros da afecção”. Acesso cirúrgico Pré-retro-umbilical Celiotomia Ventral Mediana em Gatos e Cães Com o paciente em decúbito dorsal, fazer uma incisão ventral mediana na pele, iniciando próximo do processo xifoide e estendendo caudalmente até o púbis. Divulsão romba do tecido subcutâneo até que a fáscia externa do músculo reto do abdome esteja exposta. Ligar ou cauterizar pequenos sangramentos subcutâneos e identificar a linha alba. Elevar a parede abdominal e fazer uma incisão na linha alba com uma lâmina de bisturi. Inspecionar a superfície interior da linha em busca de adesões. Utilizar tesoura para estender a incisão cranialmente ou caudalmente (ou ambas) até aproximar da extensão da incisão da pele. Com os dedos, romper as junções do ligamento falciforme à parede abdominal ou cortá-lo e removê-lo inteiramente se estiver interferindo na visualização das estruturas abdominais craniais. Realizar o clampeamento da porção cranial final do ligamento falciforme e ligar ou cauterizar os sangramentos antes de removê-lo. . Consultar: FOSSUM, T. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier Brasil, 2015. Exploração abdominal - sistemática QUADRANTE CRANIAL: 1- Diafragma e fígado inteiro (inclusive com palpação); 2- Vesícula biliar (faça compressão leve para determinar sua desobstrução); 3- Estômago, piloro, duodeno proximal e baço; 4- Pâncreas, veia porta, artérias hepáticas e veia cava caudal; Exploração abdominal - sistemática QUADRANTE CAUDAL: 5- Cólon descendente, bexiga, uretra, próstata ou os cornos uterinos; 6- Anéis inguinais; TRATO INTESTINAL: 7- Todo o trato intestinal, desde o duodeno até o cólon descendente (vascularização mesentérica e os linfonodos); FOSSAS: 8- Rins, glândulas adrenais, ureteres e ovários. Exploração abdominal • Evitar ressecamento das estruturas = compressas cirúrgicas umedecidas; • Infecção generalizada presente ou contaminação difusa intraoperatória = lavar o abdome com quantidade abundante de solução salina aquecida e estéril; • antissépticos (p. ex., iodopovidona e clorexidina) e/ou antibióticos + fluidos de lavagem (????) Sutura Diferentes planos • Musculatura; • Subcutâneo; • Pele. Contar sempre as compressas cirúrgicas = assegurar de que nenhuma foi deixada inadvertidamente dentro da cavidade abdominal. Complicações • Deiscência = Hérnias incisionais ou evisceração • Hemorragias; • Reação ao fio de sutura. ✓ Rupturas da sutura; ✓ Deslizamento ou desatamento do nó; ✓ Suturas que cortam o tecido; ✓ Ferida infeccionada; ✓ Desequilíbrio de fluidos ou eletrólitos; ✓ Anemia; ✓ Hipoproteinemia; ✓ Doenças metabólicas; ✓ Imunossupressão; ✓ Tratamento com corticosteroides, agentes quimioterápicos ou radiação. Remoção cirúrgica dos testículos Indicações Controle da população; Controle de comportamentos errantes e agressivos; Controle da micção em locais indesejados Evitar doenças relacionadas aos andrógenos: • Prostatopatias; • Adenomas perianais; • Hérnias perineais. 15 Indicações • Criptorquidismo; • Excisão durante herniorrafia inguino-escrotal; • Excisão de neoplasias testiculares, escrotais ou abscessos. • Excisão durante uretrostomia; • Controle de anormalidades endócrinas;. Técnicas Acesso cirúrgico recomendado: •Pré-escrotal (cães) • Escrotal (gatos) Túnica: •Aberta • Fechada PRÉ-ESCROTAL ABERTA Coloque o paciente em decúbito dorsal. Aplique uma pressão no escroto para avançar um dos testículos o máximo possível para dentro da área pré-escrotal. Faça uma incisão na pele e no tecido subcutâneo ao longo da rafe medial por cima do testículo deslocado. Continue a incisão através da fáscia espermática para exteriorizar o testículo. Faça uma incisão na túnica parietal vaginal sobre o testículo. Não faça uma incisão na túnica albugínea, pois isso poderá expor o parênquima testicular. Coloque uma pinça hemostática na túnica vaginal no local onde esta se liga ao epidídimo. Digitalmente, separe o ligamento da cauda do epidídimo da túnica enquanto aplica uma tração com a hemostática na túnica. Exteriorize o testículo aplicando uma tração caudal e para fora. Realize a técnica das 3 pinças. Excisão entre a pinça média e distal. Realizar a ligadura do ducto deferente e o plexo pampiniforme juntos. Observe se há hemorragia no cordão, e coloque o cordão para dentro da túnica. Avance o segundo testículo na incisão, faça uma incisão na fáscia que o cobre e remova o testículo conforme foi descrito. Sutura dos planos teciduais. Consultar: FOSSUM, T. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier Brasil, 2015. PRÉ-ESCROTAL FECHADA Orquiectomia em FELINOS Posicione o gato em decúbito dorsal ou lateral com os membros pélvicos estendidos cranialmente. Mova um testículo do escroto aplicando pressão com os dedos na base do escroto. Faça uma incisão de 1 cm acima de cada testículo no final do escroto no sentido craniocaudal. Faça uma incisão na túnica vaginal parietal acima do testículo, exteriorizando-o. Digitalmente separe a fixação do ligamento da cauda do epidídimo à túnica vaginal. Faça uma ligadura dupla no cordão espermático com fio absorvível, ou remova o ducto deferente do testículo e amarre-o juntamente com os vasos (discutido posteriormente). Alternativamente, utilize o nó em forma de oito. Faça a transecção do cordão, verifique se há hemorragia e recoloque-o na túnica. Retire o segundo testículo da mesma forma. Retire qualquer fragmento de tecido que esteja saindo do escroto. Deixe que a incisão escrotal feche por segunda intenção. Consultar: FOSSUM, T. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier Brasil, 2015. ALTERNATIVA 1: Realizar dois ou três nós quadrados com o ducto deferente e os vasos espermáticos. ALTERNATIVA 2: Realizar um nó utilizando o cordão espermático Técnicas cirúrgicas Sistema Reprodutor de PEQUENOS ANIMAIS Remoção cirúrgica dos ovários, tuba uterina e útero Indicações • Esterilização eletiva (evitar estros e filhotes indesejados); • Prevenção de neoplasias mamárias; • Prevenção de anormalidades congênitas; • Prevenção ou tratamento de piometra; • Prevenção de neoplasias (ovarianas, uterinas ou vaginais); • Prevenção de cistos, torção uterina, prolapso uterino, prolapso vaginal e hiperplasia vaginal; • Controle de dermatoses (demodicose generalizada); • Controle de anormalidades endócrinas (diabetes, etc). Contra-indicações ❖Cio: • Vasodilatação com maior risco de hemorragia; • Estrógeno. ❖Prenhez: • Vasodilatação importante; • Distensão uterina; • Presença de fetos . Efeitos da castração precoce (PODEM ocorrer) • Cadelas: maior risco de desenvolver incontinência urinária (OSH antes dos 3 meses de idade); • Atraso em 8-9 semanas no fechamento da placa de crescimento = aumento da extensão dos ossos longos; • Risco elevado para ângulo do platô tibial excessivo em cães de raças grandes; • Pênis, prepúcio e a vulva podem apresentar-se pequenos e infantis (castração com 6 a 8 semanas de idade); Revisão anatômica Procedimento - Acesso cirúrgico a cavidade abdominal; -Identificação do corno uterino e ovário (palpação digital); -Identificação do ligamento suspensório do ovário; -Ruptura do ligamento suspensório do ovário (opcional); -Realizar um orifíciono ligamento largo para isolamento do pedículo ovariano; -Aplicação das 3 pinças abaixo do ovário (técnica da 3 pinças) ou Aplicação das 3 pinças, sendo duas abaixo do ovário e uma entre o útero e ovário (ligamento próprio do ovário) (técnica da 3 pinças modificadas) Procedimento - Secção entre a pinça média e distal. Ligadura do pedículo ovariano; -Ruptura do ligamento largo e redondo. Isolamento do corno uterino; -Realizar o mesmo procedimento no corno uterino contralateral; -Exposição do corpo do útero; -Aplicação de 3 pinças no corpo do útero e secção do útero; -Ligadura do coto uterino (simples, isoladas ou transfixação). -Sutura dos planos teciduais. CONFERIR SE NÃO HÁ HEMORRAGIA! Consultar: FOSSUM, T. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier Brasil, 2015. A, Para a ovário-histerectomia, elevar a parede abdominal com uma pinça e deslizar o gancho de ovariectomia contra a parede abdominal, 2 a 3 cm caudalmente ao rim. B, Exteriorizar o corno uterino com o gancho e identificar o ligamento suspensório e a ponta cranial do pedículo ovariano. C, Esticar ou romper o ligamento suspensório para permitir a exteriorização do ovário usando o dedo indicador para fazer uma tração caudolateral no ligamento suspensório, enquanto mantém uma tração caudomedial no corno uterino. D, Posicionar duas pinças de Carmalt no pedículo proximal ao ovário e uma no ligamento próprio (ou colocar três pinças próximas ao ovário). Remover a mais proximal e fazer uma sutura em forma de oito no lugar. Consultar: FOSSUM, T. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier Brasil, 2015. E, Conduzir a ponta não afiada da agulha através do meio do pedículo (1 a 2), dar uma volta por um lado do pedículo (3 a 4), então reconduzir a agulha pelo orifício original na mesma direção (5 a 6), e dar uma volta na outra metade do pedículo (7 a 8). Apertar firmemente a sutura (1 e 8). F, Fazer uma sutura circunferencial próxima à primeira sutura e então colocar uma hemostática no ligamento suspensório próximo ao ovário. Fazer a transecção do pedículo ovariano distal ao grampeamento do pedículo. G, Separar o ligamento largo do corno uterino. Clampear e suturar o ligamento largo (linha pontilhada) se ele aparentar vascular. H, Para ligar o útero, fazer uma sutura em forma de oito no corpo uterino próximo à cérvix. Fazer uma segunda sutura circunferencial mais perto da cérvix, colocar uma pinça de Carmalt distal às suturas e cortar entre a pinça e as suturas. Verificar se não há hemorragia no coto uterino (usar uma pinça hemostática mosquito fixada na parede uterina para prevenir a retração do útero para dentro do abdome). Consultar: FOSSUM, T. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier Brasil, 2015. Complicações • Hemorragia de pedículo ovariano ou coto uterino; • Ligadura ou ruptura de ureteres; • Piometra de coto; • Granuloma de coto ou pedículo; • Ovário remanescente.
Compartilhar