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- -1 Práticas e estruturas organizacionais contemporâneas Luana Poltronieri de Souza Introdução Neste tema, vamos compreender como as estruturas organizacionais evoluíram desde a época em que a administração de uma forma geral tornou-se científica e os teóricos como Taylor e Fayol preocuparam-se não só com as tarefas em si, mas também com a forma como esses cargos estavam dispostos na organização. Vamos entender a configuração dos níveis organizacionais nos tipos de estruturas mais comuns e o impacto que uma boa configuração dos níveis hierárquicos se apresenta na gestão de cargos e salários e no planejamento de carreiras. Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a evolução das estruturas organizacionais e os níveis organizacionais, identificando a forma como a estrutura da organização se relaciona com as carreiras dos colaboradores. Estruturas Organizacionais As inquietações e estudos de Frederick Taylor, no início do século XX, que culminaram com o surgimento da Administração Científica, exercem até os dias atuais grande influência na forma como as empresas se organizam. Embora tenham surgido, ao longo desses 100 anos, outras formas de organização e estruturação de empresas, tudo começou quando Taylor estudou o conflito entre patrões e empregados e organizou o trabalho de forma racional, desenvolvendo a descrição de cargo e da hierarquia dos cargos. (CHIAVENATO, 2003) Com a Revolução Industrial, que trouxe a proliferação das fábricas e contratação de muitos funcionários, a teoria de Taylor passou a ser aplicada, padronizando as tarefas, uma vez que as empresas foram obrigadas a se estruturar, o que não era necessário quando a produção de bens era de cunho familiar e de pequena monta. (CHIAVENATO, 2003) A partir da década de 1950, com a Segunda Guerra Mundial, houve grande expansão em vários setores industriais, como os meios de transporte, a indústria automobilística, ferroviária, aeroviária e as comunicações. Surge, então, um autor que “moderniza”, considerando a época, os estudos de Taylor: Henry Fayol. (CHIAVENATO, 2003) De acordo com Chiavenato (2003, p.80), Fayol defende que a empresa precisa executar seis funções: 1. Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa. 2. Funções comerciais, relacionadas com compra, venda e permutação. 3. Funções financeiras, relacionadas com procura e gerência de capitais. 4. Funções de segurança, relacionadas com proteção e preservação dos bens e das pessoas. 5. Funções contábeis, relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas. 6. Funções administrativas, relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. • - -2 6. Funções administrativas, relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. Assim, Fayol, com as seis funções, introduz a ideia de que a empresa é um conjunto de partes que se inter- relacionam (os órgãos). As estruturas que surgem no século XX, com Chiavenato (2003), são as que encontramos atualmente na maioria das empresas: Estrutura linear, estrutura funcional e estrutura linha- .staff Estrutura linear A estrutura linear é definida cientificamente a partir dos estudos de Taylor e Fayol, mas sua ideia já era utilizada desde os primórdios da civilização, na organização militar. A linha de responsabilidade entre superior e subordinado é clara e direta. É baseada na unidade de comando, em que cada subordinado só recebe ordens de um superior. Figura 1 - Estrutura Linear Fonte: Elaborada pela autora, 2019. As principais características dessa estrutura são: • a autoridade é única, um só diretor, por exemplo; • a comunicação é formal, ou seja, o subordinado só fala com o seu superior imediato e não tem acesso a níveis mais altos; • decisões centralizadas, ou seja, quem toma as decisões é sempre o superior de nível mais alto, não cabendo aos superiores opinar, mas sim obedecer; • desenho em forma de pirâmide - o poder é centralizado, a maior concentração de pessoas se dá na base, reduzindo-se gradativamente até chegar ao topo com a autoridade única. Estrutura funcional Com a evolução das fábricas, surgem outras especializações no trabalho e também a necessidade de ter empresas de serviços. A estrutura funcional se faz necessária, pois os funcionários se reportam a superiores especializados para auxiliá-los nas questões técnicas. O funcionário pode se reportar a vários superiores, porém a cada um com determinado assunto específico. • • • • - -3 Figura 2 - Estrutura Funcional Fonte: Elaborada pela autora, 2019. As principais características da estrutura funcional são: • a autoridade é de conhecimento e não de comando; • a comunicação é direta - o funcionário procura o superior especialista para ajudá-lo com as suas dificuldades; • as decisões não são centralizadas em um único personagem, mas sim compartilhada pelos especialistas dos níveis superiores. A Estrutura linha-Staff Combinação da estrutura linear e funcional visando usufruir das vantagens de ambos os tipos. Predomina, entretanto, a estrutura linear, considerando como os personagens de apoio à tomada de decisõesstaff estratégicas da empresa. As atividades-fim da empresa encontram-se na forma linear da estrutura. • • • FIQUE ATENTO Embora as estruturas à primeira vista parecem rígidas e absolutas, não existe regra específica para que a empresa adote somente uma delas. - -4 Figura 3 - Estrutura Linha-staff Fonte: Elaborada pela autora, 2019. Níveis organizacionais e as mudanças ocorridas A organização é formada por várias posições administrativas que estão organizadas de forma hierarquizadas para atingir um objetivo. Na divisão do trabalho, surge também a especialização. Assim, cabe à empresa organizar-se de forma a acomodar esse trabalho, dividindo-o em três níveis organizacionais administrativos. Acompanhe. • Nível institucional É composto pelos diretores, conselho, presidente e demais dirigentes da organização. É o nível que possui menos integrantes, pois a organização formal tem a forma de pirâmide, sendo este nível, então, o topo da pirâmide. O nível institucional fornece as diretrizes estratégicas da organização. • Nível intermediário É composto pelos gerentes, que são os responsáveis pela gestão das áreas em si. O nível intermediário determina quais as diretrizes operacionais da organização. Trata-se do meio da pirâmide. • Nível operacional É composto pelos supervisores que irão administrar se as tarefas estão sendo executadas de forma correta pelos FIQUE ATENTO Embora as estruturas à primeira vista pareçam rígidas e absolutas, não existe regra específica para que a empresa adote somente uma delas. • • • - -5 É composto pelos supervisores que irão administrar se as tarefas estão sendo executadas de forma correta pelos colaboradores. É importante ressaltar que os níveis organizacionais são os administrativos, ou seja, é um nível de chefia dos executores das tarefas, que são tratados em outro plano de cargos e salários: o plano operacional. Planejamento de carreiras Através dos níveis hierárquicos, a organização pode desenvolver um planejamento de carreiras para que o seu colaborador se capacite e se empenhe em galgá-la. Pontes (2011) descreve algumas formas da empresa disponibilizar uma carreira para os colaboradores, faremos menção das duas mais comuns: 1) hierarquia dos cargos e 2) carreira em Y. Figura 4 - Planejamento de carreira Fonte: Phovoir, Shutterstock, 2019. EXEMPLO Dentro de uma mesma área da empresa, podemos ter os três níveis hierárquicos administrativos e ainda os colaboradores responsáveis pela execução das tarefas: Diretor Administrativo – Gerente Contábil – Supervisor Contábil – Assistente Contábil. - -6 Através da estrutura de cargos Nesse modelo, um mesmo cargo pode ter vários níveis hierárquicos a serem alcançados mediante modificações na experiência, escolaridade e responsabilidades. Aqui, um colaborador que ingressa na empresa com o cargo de Auxiliar de Contabilidade, por exemplo, pode ter nívelI, II e III, e se continuar se especializando, poderá chegar ao cargo de Analista de Contabilidade Júnior, Pleno e Sênior, chegando ao cargo de Gerente de Contabilidade, saindo, então, do grupo administrativo e ingressando no grupo gerencial. Carreira em Y A carreira em Y possui uma configuração bem diversa da anterior. Aqui, o que importa é a especialização. Por exemplo, uma empresa pode promover um excelente analista (especialista técnico) porque precisa reter o colaborador. Então, o promove a gerente para garantir que ele fique na empresa, oferecendo mais salário e benefícios. Porém, ao fazer isso, a empresa corre o risco de perder um excelente técnico e ganhar um péssimo gerente, que acabará sendo demitindo em um futuro próximo. Assim, na carreira em Y, o colaborador também pode começar como Auxiliar de Contabilidade, crescendo nos níveis I e II, chegando ao nível de Analista de Contabilidade (júnior, pleno e sênior), porém, se desejar subir ainda mais de nível, em vez de ingressar na carreira gerencial, ele pode ser promovido a Consultor Contábil, que possui salário e benefícios semelhantes aos do Gerente Contábil, porém, não irá gerir pessoas, continuará exercendo as suas funções especializadas. Fechamento Neste tema, compreendemos que as organizações são constituídas de forma e estruturas definidas, Vimos, também, que as carreiras possíveis dentro da organização devem ser corretamente planejadas e elaboradas. SAIBA MAIS É comum que as empresas, querendo manter um colaborador, ofereça cargo de gerente para aumentar o salário e benefícios, porém acaba ganhando um péssimo gerente de pessoas e perdendo um ótimo técnico. A carreira em Y surgiu para resolver este grande problema. Saiba mais sobre carreira em Y consultando a obra Introdução à teoria geral da administração: uma , de Chiavenato (2003).visão abrangente da moderna administração das organizações - -7 Referências BOHLANDER, G. W. . São Paulo: Cengage Learning, 2003.Administração de Recursos Humanos CHIAVENATO, I. : uma visão abrangente da modernaIntrodução à teoria geral da administração administração das organizações. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. PONTES, B. R. carreiras e remuneração. – 15. ed. - São Paulo: LTR, 2011.Administração de cargos e salários: Introdução Estruturas Organizacionais Estrutura linear Estrutura Linear Estrutura funcional Estrutura Funcional A Estrutura linha-Staff Estrutura Linha-staff Níveis organizacionais e as mudanças ocorridas Planejamento de carreiras Planejamento de carreira Através da estrutura de cargos Carreira em Y Fechamento Referências