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Prof. Dr. Flávio Buratti UNIDADE I Estudos Disciplinares: Aspectos Sociais e Biológicos da Vacinação Portaria n. 1.602, de 17 de julho de 2006 Institui em todo o território nacional os calendários de Vacinação da Criança, do Adolescente, do Adulto e do Idoso. Art. 4° – O cumprimento das vacinações será comprovado por meio de atestado de vacinação emitido pelos serviços públicos de saúde ou por médicos em exercício de atividades privadas, devidamente credenciados para tal fim pela autoridade de saúde competente, conforme o disposto no artigo 5° da Lei n. 6.529/75. Legislação § 1º O comprovante de vacinação deverá ser fornecido pelos médicos e/ou enfermeiros responsáveis pelas unidades de saúde. § 2º As vacinas que compõem os calendários de vacinação da criança, do adolescente, do adulto e do idoso serão fornecidas gratuitamente pelas unidades de saúde integrantes do SUS. Art. 5º Determinar que a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) adote as medidas necessárias à implantação e ao cumprimento do disposto desta Portaria. José Agenor Álvares da Silva Ministro de Estado da Saúde Interino Legislação Imunização É a capacidade do organismo reconhecer o agente causador da doença e produzir anticorpos a partir da doença adquirida ou por meio da vacinação, ficando protegido temporária e permanentemente. Imunização ativa Proteção produzida pelo sistema imune da própria pessoa, geralmente é permanente. O próprio organismo reage e produz o anticorpo, isso significa que o organismo está funcionando perfeitamente. A imunização ativa é produzida por um componente exógeno. Produz uma imunidade e memória imunológica semelhante à infecção natural, mas sem os riscos da doença. Imunização – conceitos Imunização passiva Proteção transferida de uma pessoa (ou animal) para outras, ou seja, de um organismo para outro. A proteção é temporária por um tempo indeterminado. Exemplo: Mãe – filho (8° mês de gestação, quando a mãe toma vacina Dupla adulto). A vacina DT passa para o bebê e evita que ele tenha o tétano umbilical e, na mãe, o tétano puerperal ou neonatal. Imunização – conceitos Antígeno Qualquer substância estranha que, ao penetrar no organismo, é capaz de estimular uma resposta imune. Epítopo – fragmento ou parte de um antígeno (polissacarídeo, proteína, glicoproteína derivada de bactérias ou vírus) com a capacidade de gerar uma resposta imune (IMUNOGENICIDADE – Imunógeno) Hapteno – fragmento ou parte de um antígeno (derivado de bactérias ou vírus) não possui a capacidade de gerar uma resposta imune. (Não apresenta IMUNOGENICIDADE) Antígeno Adjuvantes imunoestimulantes Composto utilizado a fim de potencializar uma resposta imunológica, criando uma reação inflamatória local e aumentando as chances de uma resposta mais efetiva Adjuvante incompleto de Freund (emulsão de água e óleo) Antígeno Fonte: file:///C:/Users/Lenovo/Downloads/100-283-1-PB%20(2).pdf Antígeno sem adjuvante Inflamação local Antígeno com adjuvante Inflamação local Célula infamatória Célula de memória Proteínas – denominadas de imunoglobulinas e produzidas pelos linfócitos B para ajudar a eliminar um antígeno. Linfócito B – é produtor de Anticorpos. Anticorpos Fonte: https://static.escolaki ds.uol.com.br/conteu do_legenda/abc08b8 177ea26a84d78f9ca 46eb1167.jpg Vacina Preparação contendo micro-organismos vivos ou mortos ou frações destes, possuidora de propriedades antigênicas. As vacinas são empregadas para produzir em um indivíduo atividade específica contra um micro-organismo. Soro Preparação de fração do plasma que contém anticorpos de animais. Confere imunização passiva, com efeito imediato, mas duração transitória. Soro homólogo Preparação de fração de plasma que contém anticorpos humanos. Confere imunização passiva, com efeito imediato, mas duração transitória. Vacinação e soroterapia Poder imunizante Capacidade de agente biológico de estimular a resposta imune do hospedeiro, conforme as características desse agente, a imunidade obtida pode ser de curta ou longa duração e de grau elevado ou baixo. Dose imunizante Quantidade de antígeno que se administra para produzir resistência, manter ou reavivá-la. Que nome damos a um preparado como o da solução de Freund, à base de água e óleo, a fim de potencializar uma resposta imunológica, garantindo, assim, efetividade na vacinação? a) Epítopo. b) Hapteno. c) Imunógeno. d) Antígeno. e) Adjuvante. Interatividade Que nome damos a um preparado como o da solução de Freund, à base de água e óleo, a fim de potencializar uma resposta imunológica, garantindo, assim, efetividade na vacinação? a) Epítopo. b) Hapteno. c) Imunógeno. d) Antígeno. e) Adjuvante. Resposta Prazo de validade Conservação (Temperatura) Transporte Armazenamento Dose Coloração da vacina Diluição Tempo de validade após diluição Cuidados com os imunobiológicos VACINAS COMPOSIÇÃO VALIDADE DAS VACINAS EM USO OBSERVAÇÃO SABIN Vírus vivo atenuado 7 dias após abertura do frasco D.P.T. Toxoide diftérico Bordetella pertussis inativado e Toxoide tetânico Até o final do prazo de validade B.C.G. Microbactéria atenuada (Mycobacterium bovis) 6 horas após diluição IMUNOBIOLÓGICOS INFORMES TÉCNICOS IMPORTANTES Fonte: Autoria própria Cuidados com os imunobiológicos Fonte: Autoria própria Em uso sequencial, respeitar o intervalo mínimo de 2 semanas. Cuidados com os imunobiológicos Fonte: Autoria própria Em uso sequencial, respeitar o intervalo mínimo de 2 semanas. Cuidados com os imunobiológicos Fonte: Autoria própria Cuidados com os imunobiológicos Fonte: Autoria própria Doenças febris brandas. História de doenças anteriores. Desnutrição. Uso de antimicrobiano. Doença neurológica estável. Imunossupressores (dose baixa). Alergias não relacionadas com as vacinas. Prematuridade ou baixo peso (exceto BCG). Internação hospitalar. Falsas contraindicações BCG – cicatriz queloide, úlcera maior que 1 cm de diâmetro, abscesso subcutâneo. DPT – rubor, edema e dor local, abscesso, febre alta, sonolência, irritabilidade, vômito, choro persistente, convulsão. Tríplice viral – ardência, enduração, eritema local, febre discreta, cefaleia, irritabilidade, conjuntivite, dor, edema, mal-estar. Sarampo – dor, rubor, calor, abscesso, febre, exantema, cefaleia, urticária, edema labial. Reações pós-vacinais Conceito Sistema de conservação (armazenamento, transporte e manipulação) dos imunobiológicos desde a produção até administração. Conservação Nível nacional, central e estadual: câmaras frias a – 20º C. Nível regional e municipal: freezer a – 20º C. Organização externa Refrigerador distante de fontes de calor e afastado da parede (20 cm). Tomada exclusiva. Exclusivo para imunobiológicos. Evitar duplex (refrigeração diferente). Nível local: geladeiras entre +2º C a +8º C. Rede de frio – Conservação dos imunobiológicos Organização interna Não guardar na porta, nem na parte de baixo (oscilações de temperatura). Retirar gaveta plástica e colocar garrafas com água e corante (evitar ingestão) para estabilizar a temperatura interna do refrigerador. Manter gelo. Termômetro na prateleira central, em pé. Verificar temperatura duas vezes ao dia, registrar no mapa afixado na porta da geladeira. Manter prateleiras organizadas com prazo de validade mais próximo do vencimento para serem usadas primeiro. Colocar diluentes no refrigerador, no mínimo 6 horas antes do uso (anteriormente ficam à temperatura ambiente). Evitar abrir o refrigerador desnecessariamente. Fazer previsão da quantidade a ser usada. Rede de frio – Conservação dos imunobiológicos Imunobiológicos que podem ser congelados: Poliomielite Sarampo Febre amarela Imunobiológicos que NÃO podem ser congelados: DPT dt DT Toxoide tetânica BCG Raiva Hepatite B Febre tifoide Soros Qual agente viral encontra-se no preparado da vacina tríplice viral e pode ser congelado? a) Sarampo. b) Hepatite B. c) Rotavírus. d) Haemophilus influenzae. e) Bordetella pertussis. Interatividade Qual agente viral encontra-se no preparado da vacina tríplice viral e pode ser congelado? a) Sarampo. b) Hepatite B. c) Rotavírus. d) Haemophilus influenzae. e) Bordetella pertussis. Resposta Abertura da embalagem Preparo de vacinas injetáveis Fonte: ghttps://slideplayer.com.br/sl ide/7573771/24/images/13/A BERTURA+DA+EMBALAG EM+DA+SERINGA.jp Lubrificação da rolha de borracha do êmbolo Preparo de vacinas injetáveis Fonte: ghttps://slideplayer.com.br/ slide/7573771/24/images/1 3/ABERTURA+DA+EMBAL AGEM+DA+SERINGA.jp Apoio da seringa Preparo de vacinas injetáveis Fonte: ghttps://slideplayer.com.br/slide/757 3771/24/images/13/ABERTURA+DA +EMBALAGEM+DA+SERINGA.jp Desinfecção com álcool 70% Preparo de vacinas injetáveis Fonte: ghttps://slideplayer.com.br/s lide/7573771/24/images/13/ ABERTURA+DA+EMBALA GEM+DA+SERINGA.jp Aspiração da vacina Preparo de vacinas injetáveis Fonte: ghttps://slideplayer.com.br/slide/7573 771/24/images/13/ABERTURA+DA+ EMBALAGEM+DA+SERINGA.jp Microrganismos mortos (vacinas inativadas) Microrganismo atenuado Subunidades de microrganismos Produtos do metabolismo do microrganismo Classificação das vacinas Microrganismos atenuados – ocorre a replicação deste no organismo, podendo levar a sintomas leves da doença, porém, é capaz de estimular de forma mais intensa o sistema imunológico do paciente. Microrganismos mortos ou frações – não ocorre replicação, com menos efeitos colaterais e menor estimulação imunológica, necessitando, às vezes, de diversas doses. A efetividade da vacina está diretamente relacionada à sua conservação, sendo extremamente lábil à variação de temperatura, luminosidade e tempo de validade, devendo seguir as recomendações do fabricante. Classificação das vacinas Baseado em morbidade, letalidade e custos sociais x benefícios e custos da vacinação. Calendário de vacinação Fonte: https://institutopensi.org.br/wp- content/uploads/2019/05/calendari o-vacinacao-676x500.jpg Que nome podemos dar à vacina que utiliza microrganismos mortos? a) Ativada. b) Inativada. c) Atenuada. d) Vacina de produtos metabólitos. e) Vacina de subunidades. Interatividade Que nome podemos dar à vacina que utiliza microrganismos mortos? a) Ativada. b) Inativada. c) Atenuada. d) Vacina de produtos metabólitos. e) Vacina de subunidades. Resposta Bacilo atenuado de Mycobacterium bovis. Recomendado: RN até os 3 meses de idade, intradérmica, com dose de reforço aos 6 anos. Profissionais com contato grande com TB. Reforço para contactantes de hanseníase. Protege contra as formas graves da doença: meningite, miliar e disseminada. Evolui com pápula após duas semanas da aplicação, seguida de vesícula, pústula, úlcera, crosta e cicatriz em até 10 semanas. Características das principais vacinas – BCG Efeitos adversos: úlcera maior de 1 cm, não cicatriza em 6 meses, adenite supurada, abscesso. Contraindicada para: imunodeprimidos congênitos ou adquiridos (aidéticos e uso de imunossupressores), pacientes com peso menor que 2.000g, gestantes, lesão dermatológica extensa. Características das principais vacinas – BCG Composta por proteína do AgHBs adsorvida em hidróxido de alumínio. Recomendada: para todos os recém-nascidos, indivíduos pertencentes aos grupos de risco, crianças e adolescentes. Deve ser dada em três doses com intervalo de 0, 1, 6 meses, intramuscular. Raros efeitos adversos. Características das principais vacinas – Hepatite B A imunização passiva com imunoglobulina específica contra hepatite B deve ser dada nas primeiras 24 horas após exposição. Filhos de mães portadoras do vírus da Hep B devem ser vacinados nas primeiras 12 horas de vida e receber a imunoglobulina simultânea em outro sítio se possível. RN com menos de 2.000g – quando atingir peso ou aos 2 meses de idade. Está indicada também para imunodeprimidos, dialíticos e diabéticos. Características das principais vacinas – Hepatite B Composição – toxoide tetânico e diftérico inativado e bacilos mortos da coqueluche. Devem ser aplicadas 3 doses, aos 2, 4, 6 meses e reforço com 15 meses. Os toxoides são de excelente imunogenicidade, porém necessitam de reforço a cada 10 anos. Já o componente pertússis é de menor eficácia, mas diminuiu a morbimortalidade associada à coqueluche. Efeitos adversos: reações leves – 50% dos vacinados apresentarão febre, sinais flogísticos locais ou irritabilidade; choque hipotônico hiporresponsivo; encefalopatia pós-vacinal. Características das principais vacinas – Vacina tetra (DPT) Contraindicada: maiores de 7 anos; pacientes com antecedentes de choque anafilático, convulsão, choque hipotônico- hiporresponssivo ou encefalopatia nas doses anteriores. Nesses casos deve-se utilizar a vacina acelular, se disponível, caso contrário, aplica-se DT em menores de 7 anos e dT nos adultos. Após grandes ferimentos em pacientes não imunizados recomenda-se completar o esquema e aplicar o soro ou a imunoglobulina antitetânica. Características das principais vacinas – Vacina tetra (DPT) Protege contra as formas graves da infecção como epiglotite, meningite e pneumonia. Aplicação aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 15 meses. Para os pacientes entre 12 e 24 meses indica-se aplicação em dose única. Características das principais vacinas – Haemophilus influenzae tipo B Sabin – composta pelos 3 tipos de vírus atenuados da poliomielite, acrescida de neomicina, eritromicina e estreptiomicina. Imunodeprimidos e contatos domiciliares. Administração oral aos 2, 4, 6 meses de vida e reforço com 15 meses. Alta eficácia, raros efeitos adversos. Contraindicada para imunodeprimidos congênitos ou adquiridos e contactantes, lembrando que a vacina é excretada por 4 a 6 semanas após a vacinação. SALK – composta por vírus inativados, de aplicação intramuscular, alto custo, com menor risco de levar à paralisia pós-vacinal, sendo recomendada para imunodeprimidos e contactantes. Características das principais vacinas – Poliomielite Formada por vírus vivos atenuados de sarampo, caxumba e rubéola. Aplicada com 1 ano de vida, dose única, via subcutânea. Altamente eficaz, com imunidade duradoura. Pode levar a febre, exantema, artralgia após 7 dias da aplicação. Vacina contra o sarampo – adultos jovens na possibilidade de surtos. A vacina contra rubéola – as crianças e mulheres em idade fértil. Contraindicada para imunodeprimidos graves, pacientes com antecedente de anafilaxia a ovo, neomicina e gelatina, gestantes, uso recente de sangue ou derivados nos últimos 3 meses. Características das principais vacinas – Tríplice viral Indicada para todos que residem ou viajam para áreas de maior risco. Deve ser aplicada nos maiores de 9 meses de vida e reforçada a cada 10 anos, por via subcutânea. É composta por vírus vivo atenuado, cultivado em ovo. Alta eficácia, pode levar a efeitos adversos locais ou febre. Contraindicada para pacientes com história de reação anafilática à proteína do ovo. Características das principais vacinas – Febre amarela Não está no esquema básico pelo seu alto custo. Recomendada para maiores de 1 ano se a família puder pagar ou, nos Centros de Referência, para contactantes susceptíveis de pacientes imunodeprimidos, pacientes susceptíveis que farão operação de tumor sólido e pacientes com LLA em remissão, para contactantes internados e profissionais da saúde de enfermarias até 72 horas após o contato. VZIG para pacientes contactantescom alto risco de complicações, como imunodeficientes. Características das principais vacinas – Varicela Composta por vírus inativado, alta eficácia, raros efeitos adversos e poderá ser utilizada para evitar novas epidemias nos países em desenvolvimento, creches, militares. Características das principais vacinas – Hepatite A Indicada para controle de surtos epidêmicos e para imunodeficientes e esplenectomizados, composta por polissacárides dos grupos A, C, A/C, B/C. Indicada para maiores de 2 anos em dose única nas combinadas ou sorogrupo C. Sorogrupo A: pode ser dada após 3 meses em 2 doses com intervalo de 3 meses. Características das principais vacinas – Doença menigocócica Indicada para maiores de 2 anos que serão submetidos a esplenectomia, falciformes, síndrome nefrótica ou imunodepressão e crianças com infecções respiratórias frequentes. Características das principais vacinas – vacina contra Pneumococo Indicada para maiores de 65 anos e institucionalizados com mais de 6 meses (creches, asilos). Contraindicada para pacientes com alergia a ovo. Características das principais vacinas – Influenza (Gripe) Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/wp- content/uploads/2016/05/vacina-influenza-H1N1-alergia-ovo-800x445.jpg Indicada a vacinação combinada com o soro para acidentados com morcegos, cães e gatos que não podem ser observados por 10 dias, e qualquer animal, se atacar de maneira incomum. Outros animais de médio risco devem ser seguidos de vacinação apenas. Vacina contra rotavírus: não está mais disponível por ter levado ao aumento de intussuscepção após aplicação. Características das principais vacinas – Raiva Entre as vacinas a seguir, qual é contraindicada para indivíduos alérgicos a ovo? a) Sarampo. b) Tétano. c) Influenza. d) Difteria. e) Coqueluche. Interatividade Entre as vacinas a seguir, qual é contraindicada para indivíduos alérgicos a ovo? a) Sarampo. b) Tétano. c) Influenza. d) Difteria. e) Coqueluche. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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