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Amniocentese e biópsia de vilo corial Amniocentese é um exame invasivo que consiste na colheita de líquido amniótico através da introdução de uma agulha no saco amniótico e extração por via transabdominal; e indicada a partir da 16ª e 20ª semana( inicio do 2 trimestre) após o primeiro dia do último período menstrual, visto que quando realizado antes deste prazo há um risco acentuado pela retirada do líquido amniótico. O líquido amniótico contém células de origem fetal que podem ser cultivadas para testes diagnósticos. Antes da amniocentese, o escaneamento por ultrassonografia é utilizado rotineiramente para avaliar a viabilidade fetal, a idade gestacional (pela determinação de parâmetros biométricos variados, como circunferência da cabeça, circunferência abdominal e comprimento do fêmur), o número de fetos, o volume do líquido amniótico, a normalidade das estruturas anatômicas do feto, e a posição do feto e da placenta para possibilitar a melhor posição para inserir a agulha. No período anterior ao procedimento , a gestante deve apresentar tipagem sanguínea, VDRL e teste de HIV. No período então que procede a amniocentese, em até 3 dias, a paciente deve evitar esforços físicos violentos (repouso relativo); e não ter atividade sexual (3 - 7 dias). A punção é feita em condições de assepsia, sob controle ecográfico e são extraídos cerca de 17 a 20 ml de líquido amniótico. Como é usada uma agulha muito fina, normalmente não é usada anestesia. Complicações : Com o procedimento há um risco basal de perda fetal que varia de 0,5% a 1%. A principal complicação associada à amniocentese de meio trimestre entre a 16ª e a 20ª semanas de gestação é o risco de um em 300 a um em 500 de indução de aborto, além do risco basal de perda da gravidez de aproximadamente 1% a 2% para qualquer gravidez neste estágio de gestação. Outras complicações são raras, incluindo perda de líquido amniótico, infecção e lesão no feto causada pela agulha da punção. A amniocentese precoce realizada entre a 10ª e 14ª semana não é mais recomendada pelo alto risco de perda de líquido amniótico, um risco três vezes maior de aborto espontâneo e um risco de seis a sete vezes maior de talipes equhiovarus (pé torto) acima do risco populacional de 0,1 a 0,3%. A amniocentese precoce foi agora substituída pela amostragem de vilosidades coriônicas. Indicação :• A indicação mais comum para a amniocentese é o diagnóstico citogenético (cariótipo fetal entre outros) de anomalias dos cromossomas fetais. Outra indicação importante é quando existem malformações fetais que se diagnosticam através de achados ecográficos e que podem estar ligadas a anomalias genéticas. O estudo do atingimento fetal em certas doenças hereditárias (anomalias de genes isolados com mutações conhecidas) é realizado também através da amniocentese ( entretanto no 2 trimestre, e com obtenção menor de material do que a biópsia) Desta forma a indicação para realização do procedimento depende da triagem neonatal O morfológico do primeiro trimestre combina: Idade materna e translucência nucal com outros marcadores como: Ducto venoso, o osso nasal; nele pode-se identificar alguns fatores que podem culminar em problema •Aumento da impedância (resistência) ao fluxo no ducto venoso fetal; visto que o ducto venoso e um vaso que leva sangue oxigenado da veia umbilical para o cérebro fetal. o aumento desta impedância pode decorrer de Aneuploidias fetais, defeitos cardíacos e outros resultados adversos da gravidez. Visto que a impedância pode ser vista através de exames de imagem •Translucencia nucal alterada •Crescimento intra-uterino restrito •Osso nasal ausente •Onfalocele (Não-retorno do intestino para a cavidade abdominal que geralmente ocorre na 10ª semana de desenvolvimento embrionário) •A amniocentese é cada vez mais usada para o diagnóstico de certas infecções fetais em casos em que é provável ter ocorrido uma infecção materna, de que são exemplos a toxoplasmose, e citomegalovírus (CMV) e a varicela. A infecção viral pode ser demonstrada através do líquido amniótico, o qual evidencia o parasito pela PCR •Outras indicações, mas muito menos frequentes são: a avaliação da maturidade dos pulmões do feto, evacuação de líquido amniótico quando o excesso de líquido amniótico põe em causa a gravidez ou a injeção de soro (quando não existe líquido amniótico) para observar melhor toda a anatomia do feto. •Além da análise dos cromossomos e do genoma fetal, a concentração de alfafetoproteína pode ser testada no líquido amniótico para detectar defeitos do tubo neural (DTNs). A alfa fetoproteína é uma glicoproteína fetal produzida principalmente no fígado, secretada na circulação fetal e excretada através dos rins no líquido amniótico. A alfafetoproteína entra na corrente sanguínea materna através da placenta, das membranas amnióticas e da circulação materno-fetal. Portanto, pode ser avaliada tanto no líquido amniótico como no soro materno. Ambos os ensaios são extremamente úteis para avaliação de risco de defeitos do tubo neural aberto, mas também por outras razões. A concentração de alfafetoproteína é medida por imunoensaio, um método relativamente simples e de baixo custo que pode ser aplicado a todas as amostras de líquido amniótico, seja qual for a indicação específica para a amniocentese. Para interpretar um resultado de alfafetoproteína do líquido amniótico, compara-se seu nível com a faixa normal para cada período gestacional. Se a taxa de alfafetoproteína do líquido amniótico é elevada (relativa à faixa normal para o período gestacional em questão), deve-se procurar por DTN aberto, assim como para outras causas além desse tipo de defeito. Fatores que podem potencialmente provocar aumento anormal das concentrações de AFP no líquido amniótico são mostrados no Quadro 1. Quando a avaliação da AFP do líquido amniótico é utilizada juntamente com imagem ultrassonográfica no período entre a 18ª e a 19ª semanas de gestação; visto que o fechamento do tubo neural ocorre entre a 15 e 28 semana após a concepção, aproximadamente 99% dos fetos com espinha bífida aberta e praticamente todos os fetos com anencefalia podem ser identificados. Se a amniocentese é realizada por qualquer razão, tanto as concentrações de alfafetoproteína no líquido amniótico quanto a análise cromossômica das células do líquido amniótico são determinadas para triar defeitos de tubo neural aberto e anomalias cromossômicas e genômicas, respectivamente. Outros testes são realizados apenas para indicações específicas.As malformações relacionadas a defeito no fechamento do tubo neural incluem: anencefalia, encefaloceles, mielomeningocele, espinha bífida AMOSTRAGEM DE VILOSIDADES CORIÔNICAS (biópsia de vilo corial) A amostragem é realizada entre 10 e 13 semanas de gestação. As vilosidades coriônicas são derivadas do trofoblasto, a parcela extraembrionária do blastocisto, e são fontes de tecido fetal para biópsia. Como na amniocentese, a imagem ultrassonográfica é utilizada antes da CVS para determinar a melhor estratégia para a amostragem. As vilosidades possuem mesmo padrão genético do feto, o embrião fica em contato direto com a região de vilosidades, em crescimento podendo ser analisadas para identificação de anomalias genéticas e cromossômicas A biópsia do tecido, em que se pega um pedaço do tecido pode ser feito por via transcervical ou transabdominal A principal vantagem da amostragem de vilosidades coriônicas comparada à amniocentese de meio trimestre é que esta permite que os resultados estejam disponíveis em uma fase mais inicial da gravidez, reduzindo, desse modo, o período de incertezas e permitindo que a interrupção da gestação, se for o caso, seja realizada no primeiro trimestre. No entanto, diferentemente do período pós-amniocentese,a alfafetoproteína do líquido amniótico não pode ser testada neste estágio. A avaliação para um possível defeito de tubo neural aberto deve ser realizada por outros métodos, incluindo triagem de alfafetoproteína no soro materno, amniocentese para alfafetoproteína no soro materno e ultrassonografia. 4 O sucesso da análise cromossômica por cariótipo ou análise cromossômica por microarranjos é o mesmo que o da amniocentese (mais de 99%). No entanto, aproximadamente 1% das amostragens de amostragem de vilosidades coriônicas gera resultados ambíguos devido ao mosaicismo cromossômico (incluindo mosaicismo verdadeiro e pseudomosaicismo. Nessas situações, é recomendado um acompanhamento com amniocentese para se estabelecer se o feto possui uma anormalidade cromossômica. Complicações: são inerentes à coleta. Em centros de diagnósticos pré-natais com experiência em realizar amostragem de vilosidades coriônicas, a taxa de perda fetal está discretamente acima do risco de base de 2% a 5% para qualquer gravidez de 7 a 12 semanas e se aproxima de um em 300 a um em 500 do risco visto com a amniocentese. Embora tenham havido relatos iniciais de um aumento na frequência de defeitos congênitos, particularmente relacionados com a redução de membros após amostragem de vilosidades coriônicas, este aumento não foi confirmado em grandes séries de procedimentos de amostragem de vilosidades coriônicas realizados após 10 semanas de gestação por médicos experientes. Indicações : 1)Filho anterior com aneuploidia cromossômica ou outros desequilíbrios genômicos 2) Presença de anomalias cromossômicas estruturais ou genômicas em um dos pais: como por exemplo a translocação balanceada, ou robertsoniana cromossomo 21; o qual não apresenta problema aos pais, porém a criança possui risco de 100% 3) História familiar de um distúrbio genético que pode ser diagnosticado ou descartado por análise bioquímica ou de DNA 4) História familiar de um distúrbio ligado ao X para a qual não há teste diagnóstico pré-natal específico. Para distúrbios ligados ao X, como a distrofia muscular de Duchenne e as hemofilias A e B, 5)Risco para um defeito do tubo neural (DTN). Parentes de primeiro grau (e parentes de segundo grau, conforme considerado em algumas clínicas) de pacientes com DTN aberto são elegíveis para amniocentese pelo grande risco de gerar uma criança com DTN; muitos DTNs abertos, contudo, podem agora ser detectados por outros testes não invasivos. 6)Risco aumentado estabelecido pela triagem do soro materno, exame ultrassonográfico e testes pré-natais não invasivos de DNA em células livres. 7) Risco aumentado estabelecido pela triagem do soro materno, exame ultrassonográfico e testes pré-natais não invasivos de DNA em células livres. 8)Quando a mulher grávida, ou o casal, deseja realizar testes invasivos Problemas na análise cromossômica: 1)Podem ocorrer falhas na cultura: ou pela coleta do material ou pelo laboratório, o índice de falhas na cultura é baixo. Quando uma cultura de vilosidades coriônicas falha em crescer, ainda há tempo de repetir a análise cromossômica com amniocentese. Se uma cultura de células do líquido amniótico falhar tanto a repetição da amniocentese quanto da cordocentese pode ser oferecida, dependendo da idade fetal. 2) Achados Adversos Inesperados: nestes casos deve ser solicitada recoleta 3) Mosaicismo: O mosaicismo refere-se à presença de duas ou mais linhagens celulares em um indivíduo ou amostra de tecido.Pelo fato das técnicas pré-natais invasivas, particularmente a amostragem de vilosidades coriônicas, recolherem amostras de tecidos extra embrionários da placenta e não do próprio feto, o mosaicismo encontrado em células fetais em cultura pode ter diferentes interpretações. Há três níveis de mosaicismo na cultura de células do líquido amniótico ou de amostragem de vilosidades coriônicas: PseudoMosaicismo- Quando há duas ou mais linhagens celulares em um indivíduo ou amostra de tecido; sendo a contaminação por células maternas uma possível explicação. (comum na amostragem de vilosidades coriónicas). Para minimizar o risco de contaminação com células maternas, qualquer decídua materna presente em uma amostra de vilosidade coriônica deve ser cuidadosamente dissecada e removida, embora até mesmo a mais minuciosa dissecação de vilosidade coriônica não elimine todas as células de origem materna. A amniocentese é recomendada para permitir segunda análise cromossômica. Mosaicismo verdadeiro- E detectado em múltiplas colônias de várias culturas primárias verdadeiras, pode ser causa dos atrasos no desenvolvimento em criança com mosaicismo por exemplo para síndrome de down, em que apenas 7 células das 30 testadas apresentaram a trissomia Imprinting genômico: Alguns genes sofrem o imprinting em que um dos genes e inativado por metilação Resgate trissômico: Desta forma quando é detectada triploidia pelo corpo,
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