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Eduarda Pupe Rosas 2022 Tutoria� - Nasciment�, Cresciment� � Desenvolviment� Problema 04 Referências bibliográficas: - “Obstetrícia Fundamental” - Rezende. - “Obstetrícia Básica” - Zugaib. - Site da Associação Brasileira de Pediatria. - “Tratado de Pediatria” - Sociedade Brasileira de Pediatria. - “Orientações para a Coleta e Análise de Dados Antropométricos em Serviços de Saúde” - Ministério da Saúde - “Suplementação na infância e a prevenção da carência de micronutrientes: Artigo de revisão” - Revista de Medicina e Saúde de Brasília. Objetivos: 1. Descrever os marcos e etapas do desenvolvimento de cada idade e como ocorre sua estimulação até os 6 anos (motor e cognitivo). 2. Entender a importância e o funcionamento da Caderneta da Criança. 3. Explicar a importância da introdução alimentar até o 2o ano de vida. 4. Analisar a importância da suplementação vitamínica adequada e indicada pelo Ministério da Saúde para cada idade. Fechamento: DESENVOLVIMENTO INFANTIL: Desenvolvimento: ● Aspectos interligados que caracterizam a evolução dinâmica do ser humano a partir de sua concepção. ● O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios de função interligados, quais sejam: sensorial, motor, da linguagem, social, adaptativo, emocional e cognitivo. Estágio de 0 a 2 meses: ● Desenvolvimento motor: - Ao nascimento, o padrão motor da criança é imaturo, e observa-se predominância do tônus flexor dos membros associados a uma hipotonia axial, uma preensão palmar reflexa e o reflexo de sucção. - A avaliação do desenvolvimento dos reflexos permite determinar a integridade do SNC de acordo com a expectativa relacionada à idade cronológica da criança. - Preensão palmar, preensão plantar, reflexo cutâneo-plantar, reflexo de Moro, reflexo tônico-cervical, reflexo da marcha reflexa e reflexo da procura ou voracidade. - No 1o mês, o pediatra deve avaliar a postura de flexão de MMSS e MMII e a lateralização da cabeça. ● Desenvolvimento cognitivo: - Começa a prestar atenção aos rostos, a seguir as coisas com os olhos e a reconhecer as pessoas à distância. Estágio de 2 a 4 meses: ● Desenvolvimento motor: - Após os 2 meses, observa-se grande avanço no aperfeiçoamento das habilidades motoras do bebê. - Os reflexos primitivos vão desaparecendo para dar lugar a um movimento mais intencional. - Capaz de manter a cabeça firme ao ser segurado pelo tronco. - Mantém as mãos abertas com mais frequência, e começa a estender a mão em direção ao que lhe interessa. - Não é capaz de agarrar objetos, o que fará somente aos 4 anos. - O desenvolvimento motor segue um padrão craniocaudal e outro proximal-distal. - Aos 4 meses, ao ser puxado pelos braços, a cabeça acompanha o movimento alinhada com o tronco, sem pender para trás. - De bruços, o bebê mantém a cabeça elevada por muito tempo, em um ângulo de 90o, com os cotovelos alinhados com as orelhas. ● Desenvolvimento cognitivo: - Bebê repete comportamentos que lhe pareçam agradáveis. Medicina - UniCEUB 1 Eduarda Pupe Rosas 2022 - Ainda está focado em descobertas do seu próprio corpo, como chupar o dedo, colocar objetos na boca, ouvir os próprios sons, apertar as próprias mãos. - Responde ao afeto. - Pega o brinquedo com uma mão. - Usa as mãos e os olhos juntos, como ver um brinquedo e estender a mão para pegá-lo. - Segue coisas em movimento com os olhos de um lado para o outro, - Observa rostos de perto. - Reconhece pessoas familiares e coisas a distância. Estágio de 4 a 6 meses: ● São mais serenos, pacíficos, sem cólicas, sorrindo com mais frequência, iniciando um interesse maior pelo rosto humano, com os MMSS, MMII e cabeça mais em linha média, fixando mais o olhar, melhor controle do tônus cervical, explorando os movimentos e objetos, ou seja, já vendo e percebendo um mundo à sua volta. ● Desenvolvimento motor: - Aos 4 meses, a criança já consegue segurar objetos e quando está em decúbito ventral levanta a cabeça de forma firme, apoiando-se nos antebraços. - Apresenta postura simétrica, mãos abertas, reflexo palmar já praticamente ausente e brinca com as 2 mãos. - Aos 6 meses, apresenta mudanças de posição de forma ativa e consegue levar objetos à boca sozinho. - Consegue sentar, apoiando-se para a frente com as mãos ou um apoio, sustenta o peso com MMII, agarra o cubo com as mãos, tenta pegar objetos pequenos e brinca com os pés. - Os reflexos da procura/voracidade e de preensão palmar a partir dos 4 meses desaparecem, e os movimentos vão se tornando voluntários. - O reflexo de Moro começa a desaparecer e persiste até no máximo os 6 meses de vida. ● Desenvolvimento cognitivo: - Demonstra estar feliz ou triste. - Responde ao afeto de forma mais adequada. - Usa as mãos e os olhos juntos, como ver um brinquedo e estender a mão para pegá-lo. - Observa rostos de perto e reconhece coisas a distância. Estágio de 6 a 9 meses: ● Desenvolvimento motor: - Consegue sentar-se sozinha, sem ajuda ou com o mínimo de suporte, e ficar um bom tempo sem cair para os lados ou para frente. - Percebe a forma e a textura das coisas. - Capaz de levar pedaços de alimentos à boca. - Tenta se locomover/mexer/balançar/rastejar. - É capaz de virar de prono para supino e vice-versa, usando o rolar, por volta de 8 meses. - Aprende a transferir-se deitado para sentado com apoio. - Alguns bebês, com 9 meses, conseguem engatinhar ou ficar de pé com apoio e se deslocam de um lado para o outro. - Nessa fase, a criança rola em todas as direções. ● Desenvolvimento cognitivo: - Aos 6 meses, olha as coisas por perto, demonstra curiosidade e tenta obter coisas e objetos que estão fora de alcance. - Começa a passar objetos de uma mão para outra. - Aos 9 meses, observa o caminho que algo cai, procura coisas que vê alguém esconder, entende a brincadeira de esconde-esconde, coloca os objetos com facilidade na boca e pega pequenas coisas entre o polegar e o indicador (pinça). Estágio de 9 a 12 meses: ● Desenvolvimento motor: - 9 meses —> habilidades de se arrastar e engatinhar na direção daquilo em que têm interesse. - 10 meses —> caminham com o apoio de um adulto, sustentando o corpo nas próprias pernas. - 11 meses —> conseguem ficar em pé por seus próprios meios. - 12 meses —> deambulam se conduzidos pela mão. ● Desenvolvimento cognitivo: - Explora as coisas de maneiras diferentes, como sacudir, bater e jogar. - Olha para imagem ou objeto certo quando é nomeado. - Imita gestos. - Começa a usar as coisas corretamente, como bebidas de um copo, escova de cabelo, coloca e tira coisas de uma caixa, …. - Deixa as coisas correrem sem ajuda. - Cutuca com o dedo indicador. - Segue instruções. Estágio dos 12 aos 18 meses: ● 12 meses ⇒ idade formativa e transicional. ● Desenvolvimento motor: - Marcha. - 12 meses —> assume a posição ereta e se sustenta sobre seus pés. - 15 meses —> prefere caminhar ereta, interagindo mais com o ambiente que a cerca. - Consegue segurar objetos pequenos com precisão e facilidade. Medicina - UniCEUB 2 Eduarda Pupe Rosas 2022 - Já conseguem soltar um bloco dentro de uma caneca, articulando a coordenação visomotora com a habilidade de preensão e soltura voluntária. - 18 meses —> consegue colocar até 10 blocos dentro de uma caneca, de forma ordenada, demonstrando um aprimoramento que é associado à maturidade. ● Desenvolvimento cognitivo: - Mostra interesse em uma boneca ou bicho de pelúcia, fingindo alimentá-los. - Aponta para uma parte do corpo. - Rabisca sozinha. - Pode seguir comandos verbais de 1 passo sem quaisquer gestos (ex., “sente-se”). Estágio dos 18 aos 24 meses: ● Possíveis atrasos na comunicação e desenvolvimento da linguagem, assim como atrasos leves no desenvolvimento motor, podem ser melhor observados. ● Desenvolvimento motor: - 18 meses —> conseguem andar com segurança e até dar pequenas corridas, além de subir e descer degraus baixos e se sentarem em cadeiras pequenas. - A partir dos 2 anos —> ficar na ponta do pé, chutar e lançar bolas, aprende a correr, subir escadas, escalar, pular e abrir maçanetas ecomeça a tirar sozinha algumas peças de roupa. - Conseguem copiar grosseiramente desenhos de círculos e linhas horizontais. - Manifesta preferência pelo uso de uma das mãos. - Segue ordens com 2 comandos diferentes. ● Desenvolvimento cognitivo: - Encontram coisas mesmos quando escondidas sob 2 ou 3 tampas. - Começam a classificar formas e cores. - Completam frases e rimas em livros já familiares. - Brincam de jogos simples de faz de conta. - Segue instruções de 2 etapas (ex., “pegue seus sapatos e coloque-os no armário”). - Nomeia itens num livro de imagens. Estágio de 2 a 3 anos: ● Desenvolvimento motor: - Corre e bate numa bola sem perder o equilíbrio. - Tenta se equilibrar num pé só. - Sobe escadas alternando movimentos de MMII, colocando um pé de cada vez no degrau. - Consegue se manter em pé sobre uma única perna. - Salta no mesmo local com ambos os pés. - Consegue andar de triciclo. ● Desenvolvimento cognitivo: - Consegue usar brinquedos com botões, alavancas e peças móveis. - Brinca de faz de conta com bonecos, animais e pessoas. - Monta quebra-cabeças com 3 ou 4 peças. - Entende o que “dois” significa. - Copia um círculo com lápis ou giz de cera. - Vira as páginas do livro uma de cada vez. - Constrói torres de mais de 6 blocos. - Parafusa e desparafusa as tampas do frasco. - Gira a maçaneta da porta. Estágio de 3 a 6 anos: ● A formação de novas sinapses reduz o ritmo nas áreas de broca (responsável pela linguagem), giro angular (expressão verbal), córtex visual e córtex auditivo, e torna-se mais intensa no córtex pré-frontal (responsável por funções cognitivas mais elevadas). ● Estágio do pensamento representativo. - A criança começa a gerar representações da realidade no próprio pensamento, possibilitando a aprendizagem da fala e as brincadeiras de “faz de conta”. ● Desenvolvimento motor: - 4 anos —> sobe e desce escadas alternando os pés; salta sobre um pé; consegue lançar uma bola, tendo maior controle dos movimentos; desenha uma figura humana simples; o controle vesical diurno e o anal estão consolidados e o vesical noturno em consolidação. - 5 anos —> pula e pega uma bola arremessada; salta alternadamente sobre cada pé; copia um triângulo; desenha uma pessoa em 6 partes; usa uma tesoura. - 6 anos —> anda em linha reta usando toda a superfície dos pés; lateralidade definida; apto a comer sozinho com uma colher. ● Desenvolvimento cognitivo: - Reconhece bem todas as cores, números. - Entende os conceitos de antes e depois, em cima e embaixo, e tempo. - Conhece as diferenças de sexo e começa a se interessar por saber de onde vêm os bebês. - Consegue assegurar sua higiene com autonomia. - Pode escrever algumas letras e números. - Copia um triângulo e outras formas geométricas. - Entende sobre coisas usadas no dia a dia (dinheiro e comida). CADERNETA DA CRIANÇA: ● Caderneta da Criança ⇒ instrumento usado para orientar o monitoramento nutricional de crianças menores de 10 anos. ● Documento importante e único no qual devem ficar registradas todas as informações sobre o atendimento à criança nos serviços de saúde, de Medicina - UniCEUB 3 Eduarda Pupe Rosas 2022 educação e de assistência social para o acompanhamento desde o momento de seu nascimento até os 9 anos de idade. ● Lançada em 2009. ● Cada criança deve possuir apenas uma Caderneta, onde são anotadas e atualizadas as informações mais importantes sobre sua história de saúde, como intercorrências, monitoramento do crescimento, mediante os gráficos de peso por idade e estatura por idade, e o controle das imunizações e suplementação medicamentosa de ferro, desde o nascimento. ● Esta Caderneta traz orientações sobre os cuidados com a criança e com o ambiente para que ela cresça e se desenvolva de forma saudável. ● Traz também informações sobre os direitos e deveres das crianças e dos pais, aleitamento materno, alimentação complementar saudável, vacinas, saúde bucal, marcos do desenvolvimento. ● Informa sobre o acesso aos equipamentos e programas sociais e educacionais. ● Nas primeiras páginas, há a identificação da criança e um espaço para colocar foto. Além de conceituar a função da caderneta. ● Triagens neonatais, consulta da 1ª semana, consulta do 1º mês, consulta do 2º mês, consulta do 4º mês, consulta do 6º mês, consulta do 9o mês, consulta do 12o mês, consulta do 18o mês, consulta do 24o mês, consulta do 36o mês, vigilância do desenvolvimento infantil, vigilância do crescimento infantil, consultas odontológicas, suplementações de vitaminas e outros micronutrientes, aplicação das vacinas. ● A partir de 2 anos, o acompanhamento é feito 1 vez ao ano. ● Importante que em todas as consultas o pediatra observe: - Crescimento —> peso, altura e perímetro cefálico (até os 2 anos). - Desenvolvimento neuropsicomotor —> conduta motora grosseira, conduta motora fina, conduta adaptativa, conduta de linguagem e conduta pessoal-social. Índices antropométricos ● Peso para idade (P/I): - Relação entre a massa corporal e a idade cronológica da criança. - Utilizado para a avaliação do estado nutricional. - Adequada para o acompanhamento do ganho de peso e reflete a situação global da criança. ● Peso para estatura (P/E): - Dispensa a informação da idade. - Expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e estatura. - Utilizado para identificar o emagrecimento da criança ou o excesso de peso. ● Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade: - Expressa a relação entre o peso da criança e o quadrado da estatura. - Utilizado para identificar o excesso de peso entre crianças. - Tem a vantagem de ser um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida. SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA: ● Devido ao rápido crescimento e desenvolvimento, as crianças representam um grupo de vulnerabilidade para deficiências de macro e micronutrientes. ● Fatores que influenciam nas indicações: - Dieta. - Local onde vive. - Atividades diárias. ● A carência de micronutrientes é um fator de risco para o adoecimento, influenciando o aumento da morbimortalidade infantil. ● A suplementação de vitaminas. Minerais apresenta-se como uma opção favorável para suprir os déficits nutricionais da alimentação com um baixo custo. ● A nutrição influencia diretamente o crescimento físico, desenvolvimento neuropsicomotor e o sistema imunológico, prevenindo doenças. ● Durante os primeiros 24 meses de vida, o crescimento e desenvolvimento apresentam-se acelerados e, dessa forma, as necessidades nutricionais dos lactentes são elevados. ● Grande contribuição do aleitamento materno no aporte de nutrientes necessários nessa faixa etária. Entretanto, há um déficit de minerais como ferro e zinco em sua composição. ● A alimentação complementar deve ser iniciada aos 6 meses de idade, respeitando a quantidade e qualidade adequadas a cada fase do desenvolvimento infantil, e esse período é determinante para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e crucial para a prevenção de deficiências de micronutrientes e doenças crônicas na vida adulta. ● Os benefícios da suplementação estão sustentados na capacidade de prover quantidades específicas de nutrientes, numa forma altamente absorvível, controlando de maneira rápida as deficiências nutricionais do indivíduo. Vitamina A: Medicina - UniCEUB 4 Eduarda Pupe Rosas 2022 ● Micronutriente lipossolúvel. ● Fontes: leite humano, fígado, gema de ovo, leite de vaca, vegetais verde escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjadas. ● Atua no funcionamento adequado do processo visual, na diferenciação celular, na integridade do tecido epitelial, na proteção contra o estresse oxidativo, na reprodução e no sistema imunológico. ● Demonstra significativa relevância durante os períodos de proliferação e de rápida diferenciação celular tais como a gestação, o período neonatal e a infância. ● Está relacionada com a manutenção da imunocompetência, principalmente em relação aos linfócitos, de respostas mediadas pelas cs T e de ativação de macrofagos. ● Carência: - Cegueira evitável na infância. - Alterações nocrescimento. - Maior predisposição a infecções. - Alterações cutâneas → xerose e hiperceratose folicular. - Alterações oculares → cegueira noturna, xerose conjuntival, manchas Bitot, xerose cornela, ulceração corneana e queratomalácia. ● A concentração de vitamina A no leite materno varia de acordo com a dieta materna. ● Em geral, o leite materno fornece a quantidade adequada dessa vitamina nos 6 primeiros meses de vida, quando é oferecido de forma exclusiva. ● Já as crianças que não recebem leite materno ou ingerem menor quantidade devem receber alimentos que forneçam quantidades adequadas dessa vitamina. ● A recomendação da OMS de ingestão diária de vitamina A é de: - 0-6 meses → 400 𝜇g ou 1.333 UI. - 6-12 meses → 500 𝜇g ou 1.667 UI. - 1-3 anos → 300 𝜇g ou 1.000 UI. - 4-8 anos → 400 𝜇g ou 1.333 UI. ● Suplementação: - 6-12 meses → 100.000 UI (dose única). - 12-72 meses → 200.000 UI (uma dose a cada 6 meses). Vitamina D: ● Fontes: - D2 → irradiação UV do ergosterol vegetal e em produtos comerciais. - D3 → resultado da transformação não-enzimática do precursor 7-DHC existente na pele dos mamíferos, pela ação dos raios UV. ● Calcitriol ⇒ hormônio esteroide integrante do sistema endocrinológico da vitamina D. ● Funções: - Regular a fisiologia osteomineral, em especial o metabolismo do cálcio. - Modulação da autoimunidade e síntese de interleucinas inflamatórias. - Controle da PA. - Regulação dos processos de multiplicação e diferenciação celular ● Essencial para o crescimento infantil e aquisição de massa óssea. ● Deficiência ⇒ hipocalcemia, hipofosfatemia, tetania, osteomalácia e raquitismo. ● Fatores de risco para deficiência de vitamina D na infância: - Amamentação ao seio sem suplementação/exposição solar adequada. - Exposição limitada ao sol e necessidade de rigorosa fotoproteção. - Pele negra. - Má absorção de gorduras. - Insuficiência renal e síndrome nefrótica. - Uso de rifampicina, isoniazida ou anticonvulsivantes. - Obesidade. ● Suplementação oral profilática: - 7 dias - 12 meses → 400 UI (bebê a termo). - > 12 meses → 600 UI. Vitamina K: ● Atua como cofator numa reação de coagulação. ● Pode regular a disposição do elemento cálcio na matriz óssea, como parte da osteocalcina. ● Importante no desenvolvimento precoce do esqueleto e na manutenção do osso maduro sadio. ● Fontes: - K1 → vegetais verdes folhosos, tomate, espinafre, couve-flor, repolho e batata. - K2 → sintetizada pelas bactérias intestinais. - K3 → forma sintética. ● A concentração de vitamina K no leite humano é baixa, independentemente da dieta materna. ● A SBP recomenda a suplementação ao nascimento com 1 mg, por via intramuscular, a fum de prevenir a doença hemorrágica do RN. Ferro: ● Micromineral vital para a homeostase celular. ● Essencial para o transporte de O2, metabolismo energético e síntese de DNA. ● Atua como um cofator para enzimas da cadeia respiratória mitocondrial e na fixação do nitrogênio. ● É utilizado na síntese de hemoglobina (Hb) no eritroblastos, da mioglobina nos músculos e dos citocromos no fígado. ● Fontes ⇒ dieta. - Forma heme → carnes vermelhas, vísceras. Medicina - UniCEUB 5 Eduarda Pupe Rosas 2022 - Forma não heme → verduras de folhas verde-escuras. ● Carência ⇒ anemia ferropriva: - Palidez cutânea, astenia, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo, retardo do crescimento pôndero-estatural e maior suscetibilidade a infecções. ● O leite materno apresenta baixa concentração de ferro, variável de acordo com as reservas maternas. ● A OMS preconiza a suplementação oral profilática de ferro medicamentoso para lactentes de forma universal, em regiões de alta prevalência de anemia ferropriva ⇒ dose diária de 12,5 mg a partir do 6o mês de vida. ● Além de ferro medicamentoso, são ofertados alimentos ricos ou fortificados com ferro. ● Orienta-se que os alimentos contendo ferro sejam oferecidos com agentes facilitadores contendo vitamina C, a fim de melhorar a absorção do ferro não heme, e deve-se evitar agentes inibidores de tal absorção. Zinco: ● Segundo micromineral mais abundante do corpo. ● Fontes ⇒ carne bovina e de frango, peixe, laticínios, camarão, ostras, fígado, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos. ● A ação do zinco está relacionada à regeneração óssea e muscular, ao desenvolvimento ponderal e à maturação sexual. ● Apresenta funções primordiais em diversos processos biológicos do organismo, como a síntese proteica, auxílio ao metabolismo de DNA, RNA, carboidratos, lipídeos e energético. ● Atuação enzimática, atuando como componente da estrutura da enzima ou através de ações regulatórias ou catalíticas no organismo. ● Deficiência: - Imunossupressão, com redução de linfócitos T, timulina e da ação citolíticas das cs T e NK, bem como menor síntese de IFN-gama, TNF-alfa e de IL-2. - Atraso no crescimento. ● Deficiência leve ⇒ alterações neurossensoriais, anorexia, atraso no crescimento e desenvolvimento, e redução dos níveis séricos de testosterona. ● Deficiência moderada ⇒ letargia, pele áspera e espessa, dificuldade de cicatrização, retardo na velocidade de crescimento e da maturação sexual. ● Deficiência grave ⇒ acrodermatite enteropática. ● O leite materno apresenta baixa concentração de zinco, porém boa disponibilidade. ● Recomendação diária (SBP) ⇒ 8 a 11 mg/dia. ● A suplementação de zinco pode prevenir e reduzir a gravidade de doenças como diarreia, pneumonia e malária. INTRODUÇÃO ALIMENTAR: ● A alimentação durante o 1o ano de vida é de grande importância em razão do crescimento e do desenvolvimento acelerados que aumentam as necessidades nutricionais nessa fase. ● Alimentação complementar - AC (OMS) ⇒ “processo que começa quando o leite materno por si só não é mais suficiente para atender às necessidades nutricionais dos bebês”, de modo que “outros alimentos e líquidos são necessários, junto com o leite materno”. ● O leite humano, da mãe sadia e bem nutrida, atende perfeitamente às necessidades dos lactentes, a termo e saudáveis, sendo muito mais do que um conjunto de nutrientes; é um alimento vivo e dinâmico, por conter substâncias com atividades protetoras e imunomoduladoras. ● A introdução da alimentação complementar (AC) aos 6 meses é o ideal, visto que esta é uma fase de transição de elevado risco para a criança, tanto pela administração de alimentos inadequados, quanto pela possibilidade de contaminação dos alimentos, favorecendo a ocorrência de doença diarreica, desnutrição ou mesmo obesidade. ● Alimentos alergênicos (ovos, peixe, amendoim, …) podem ser introduzidos após os 4 meses. ● O glúten pode ser introduzido entre 4 e 12 meses, embora se priorize o aleitamento materno até os 6 meses. ● Nenhum açúcar ou sal deve ser adicionado a AC, e sucos de frutas ou bebidas adoçadas com açúcar devem ser evitados. ● O mel não deve ser introduzido antes dos 12 meses de idade. ● Durante as primeiras semanas de introdução, recomenda-se não consumir grandes quantidades. ● Deve-se iniciar a AC com alimentos consumidos pela família, porém mais cozidos, para que possam ser amassados, ficando pedaços pequenos que não provoquem engasgo e que possam ser pinçados pela criança. Medicina - UniCEUB 6 Eduarda Pupe Rosas 2022 ● As frutas devem ser ofertadas após os 6 meses, amassadas ou raspadas, sempre às colheradas. ● Os sucos devem ser evitados, mesmo os naturais, por serem muito calóricos e favorecerem o aparecimento de obesidade. ● É importante oferecer água potável. ● Os métodos BLW (desmame liderado por bebês) e BLISS (introdução aos sólidos pelo bebê), sem auxílio de um adulto oferecendo os alimentos com a colher, podem levar a deficiências de micronutrientes e de energia e não oferecem uma alimentação variada. Introdução alimentar: ● É nesta fase que o bebê começa a desenvolver o paladar e inicia seus próprios hábitos alimentares. ● A introdução alimentar é composta pela introdução de alimentos consistentes. ● É fundamental que ocorra uma transição gradual entre a alimentação exclusivado leite materno para os diferentes alimentos. ● No início, é comum que as crianças estranhem e até mesmo se recusem a comer certos alimentos. ● Nos primeiros meses, o ideal é que a criança coma o quanto tiver vontade. ● A quantidade de alimento por dia deve ser pouca. ● O mais importante nessa fase é criar uma rotina alimentar. Medicina - UniCEUB 7
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