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ICC - Insuficiência Cardíaca Congestiva ● A insuficiência cardíaca congestiva é uma síndrome clínica caracterizada pelo aumento nas pressões venosa e capilar, em razão do comprometimento da função cardíaca, resultando em órgãos com vasos congestos, podendo haver extravasamento de líquidos para tecidos e cavidades (edemas e efusões). - Dessa maneira, considerando a fisiopatologia, pode-se ter insuficiência cardíaca por disfunção sistólica, quando o coração não é capaz de ejetar volume suficiente de sangue, apesar do retorno venoso (pré-carga) adequado, ou insuficiência cardíaca por disfunção diastólica, quando o enchimento ventricular não é adequado. ● Endocardiose: doença degenerativa crônica das valvas. Microscopicamente, a endocardiose é vista como um processo degenerativo do tecido valvar e infiltração de tecido conjuntivo fibroso. - Ocorre o desenvolvimento de sinais clínicos específicos, derivados da ativação dos mecanismos compensatórios da insuficiência cardíaca congestiva (ICC), em especial o sistema renina angiotensina aldosterona. - A diminuição crônica do débito cardíaco devido a ICC leva à diminuição da pressão arterial, ativando mecanismos compensatórios como o SRAA e o sistema nervoso simpático que tentam restabelecê-la. - Com o avanço da idade e progressão da lesão, nódulos (mixomas) vão deixando os folhetos valvares mais espessos e dificultando adequado fechamento das margens das valvas, o que permite o fluxo sanguíneo voltar dos ventrículos para os átrios durante a sístole ventricular ● O início da falha cardíaca congestiva está associado com a congestão passiva crônica dos pulmões (Insuficiência cardíaca congestiva esquerda – ICCE), pois aumenta a pressão venosa pulmonar, aumenta pressão hidrostática dos capilares pulmonares, causando saída de líquido para o espaço extravascular - parênquima pulmonar. Ou, está associado a congestão dos vasos sistêmicos ou vísceras abdominais (Insuficiência cardíaca congestiva direita – ICCD), pois há aumento da pressão hidrostática dos capilares sistêmicos e há extravasamento de líquido pro espaço extravascular. ● Manifestações Clínicas: as manifestações mais frequentes de insuficiência cardíaca congestiva direita em cães são ascite, derrame pleural e edema de membros; este último geralmente surge após o quadro de ascite, sendo, muitas vezes, encontrado em membros pélvicos, bilateralmente. Essas manifestações surgem apenas quando há elevada pressão venosa na circulação sistêmica, resultando em aumento da pressão hidrostática dos capilares sistêmicos e extravasamento de líquido para o espaço extravascular. ● Por sua vez, a insuficiência cardíaca congestiva esquerda tem como resultado o edema pulmonar. Esse quadro é resultado do aumento da pressão venosa pulmonar e consequente elevação da pressão hidrostática dos capilares pulmonares, favorecendo a saída de líquido para o espaço extravascular (parênquima pulmonar). Clinicamente, esses pacientes apresentam dispneia, ortopneia e tosse úmida, por vezes, com eliminação de secreção serossanguínea. ● Tipos de sopro I. Muito leve, dificilmente audível II. Leve, imediatamente audível III. Moderadamente alto IV. Alto V. Muito alto, audível com esteto levemente encostado no paciente VI. Muito alto, audível ao desencostar o esteto do paciente. ● Mecanismos Compensatórios - SNS: Devido ao comprometimento do coração, ocorre diminuição do volume ejetado pelo ventrículo, o que acarreta em diminuição da pressão arterial sistêmica. Para compensar isso, ocorre o aumento da frequência cardíaca, com a finalidade de manutenção do débito cardíaco e da pressão arterial sistêmica, por ativação do SNS. Essa ativação é mediada pelo estímulo de baroceptores situados na parede arterial. Estes são ativados quando há redução no estiramento da parede arterial, em razão do menor volume ejetado, enviando estímulo, por via aferente, até o centro vasomotor, encontrado no bulbo encefálico. Como resposta, há aumento do tônus simpático e liberação de norepinefrina, que se liga aos receptores α1, promovendo contração da musculatura lisa arteriolar e aumentando a resistência vascular periférica. O estímulo simpático também aumenta o funcionamento das células marca-passo do nó sinusal, aumentando a frequência cardíaca. - SRAA: ● Exames Complementares: - Ecodopplercardiograma: Observa o fluxo sanguíneo nos vasos do coração. - Ecocardiograma: Identifica alterações anatômicas, funcionais e hemodinâmicas. Importante: identifica aumento do átrio, muito recorrente em ICC - Radiografia de tórax: investigar se há congestão de vasos pulmonares, edema pulmonar e derrame pleural, aumento de câmaras cardíacas, além de ser importante no diagnóstico diferencial com afecções respiratórias. - Eletrocardiograma: investigação do ritmo cardíaco e de anormalidades na condução elétrica do pulso. - Hemograma e bioquímicos - Pressão arterial ● Protocolo Terapêutico - Furosemida - Diurético de Alça; inibidor da reabsorção de Sódio e Potássio: induzir a diminuição da volemia, também pode aumentar a capacitância venosa e rapidamente reduzir a pré-carga e a congestão pulmonar. - Pimobendan - Inodilatador pelo efeito Inotrópico Positivo; atua na interação do cálcio com a troponina C, o que resulta em aumento do inotropismo sem consumo de oxigênio. Isto faz com que o pimobendan melhore a função sistólica, aumentando a eficácia contrátil sem influenciar focos de arritmia, o que o torna um medicamento seguro. - Enalapril - Inibidor de ECA (vasodilatador); - *Os fármacos do grupo dos IECA utilizados em medicina veterinária são o enalapril, o benazepril, o ramipril e o lisinopril. - Inotrópicos: Digoxina - digoxina inibe a ação da enzima de membrana ATPase sódio-potássio e, por consequência, diminui a atividade da bomba de sódio-potássio, fazendo com que a concentração de sódio intracelular aumente. A elevação da concentração do sódio intracelular estimula a troca do sódio intracelular pelo cálcio extracelular, possibilitando a elevação da concentração intracelular de cálcio nos miócitos
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