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TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCO-REGIONAL E ESPINHAL ANESTESIA LOCO-REGIONAL: técnicas utilizadas na rotina (a campo ou centro cirúrgico); com vantagens na manutenção dos parâmetros fisiológicos, menor custo, redução de efeitos indesejáveis, e retorno funcional normal e mais rápido; Seleção dos fármacos: potência, período de início da ação, toxicidade, tempo de efeito, custo e disponibilidade; Aplicações: • A anestesia local (AL) e regional (AR) podem ser usados para pequenos atos cirúrgicos como por exemplo no tratamento e exploração de feridas/lacerações; • AR como analgesia suplementar em animais anestesiados sujeitos a cirurgia, especialmente quando o animal se encontra consciente e em estação; • Cirurgias com anestesia geral superficial (anestésico fixo ou cesariana com feto vivo); • AR também pode ser utilizada para permitir um alívio temporário da dor crónica; • A anestesia regional é útil e valiosa como mero diagnóstico para localizar a origem da dor que provoca claudicação; • Permite reduzir o local a ser investigado por outros meios de diagnóstico complementar (p.e. anestesia intra-articular, ecografia, radiografia, cintigrafia, RM, TAC) a uma área específica do membro; • Permite-nos ser clinicamente mais eficazes no diagnóstico, assim como a nível económico (redução de custos com outros meios de diagnóstico); Complicações: são raras; eventualmente podem acontecer casos de agulhas partidas, infecção subcutânea/sinovial, fraturas (confirmar com radiografia), controle de medicação positivo (doping); ANESTESIA LOCAL: pode ser tópica ou superficial, e por infiltração (em leque a partir das margens); ANESTESIA LOCAL POR INFILTRAÇÃO: não deve ser utilizada nos casos de tecidos infectados (disseminação), inflamados (hipersensibilidade), ou fibrosos (aplicação e difusão); Anestesia subcutânea ou intradérmica : por linhas ou pontos; Anestesia de campo : piramidal, pedicular, em ‘L’, ou em anel; ANESTESIA REGIONAL: injeção perineural ou intraneural (troncular ou paravertebral), bloqueio espinhal ou raquidiano (epidural ou intradural); AGENTES ANESTÉSICOS: os dois anestésicos mais usados na AR são a lidocaína a 2% e a mepivacaína a 2%; a bupivacaína também pode ser utilizado e é o anestésico de eleição quando se executa a AR para alívio da dor; Lidocaína: é mais irritante para os tecidos e tem um tempo de duração mais curto relativamente a mepivacaína; tempo de ação de 30-45 minutos; útil quando é provável a necessidade de fazer vários bloqueio do mesmo membro; Mepivacaína: tempo de ação de 90-120 minutos; útil quando há claudicação de vários membros ou múltiplos locais num membro; Bupivacaína: dos três, possui maior tempo de duração (4-6 horas de alívio de dor) após a administração; tem uma potência 2-4 vezes maior que a lidocaína; grande margem de segurança; a ação da bupivacaína começa entre 3-20 minutos após a aplicação; é indicada como dose geral de referência 0,25 mg por kg de peso, equivalente a 0,05 mL por kg de peso; Mecanismo de ação: inibem a formação e/ou a propagação (condução) dos impulsos nervosos; canais de sódio na membrana celular; acoplam-se aos receptores na membrana lipídica e impedem o influxo de sódio; lenta despolarização da membrana celular, impedindo a formação do potencial de ação; Anestesia local e regional: tem como complicações a falha nas técnicas, efeitos tóxicos e a contenção; deve ser considerado que cada caso é um caso, por isso sempre levar em conta o vasoconstritor e calibre da agulha ser utilizado; Técnicas de Anestesia Local em Equinos: infiltrativas, perineurais (superficialidade das inervações; cabeça e membros); deve ser considerado a quietude cirúrgica e irascibilidade; Nervos da cabeça: supraorbitário, infraorbitário, mandibular, auriculopalpebral e mentoniano; Utiliza-se de agulha de calibre 22-25 G, de 1,5-2,5 cm, injeta-se o anestésico local sem adrenalina em cada um desses nervos; Pálpebra superior: forame supraorbitário (nervo frontal ou supraorbitário); testa, pálpebra superior e movimento da pálpebra; Insensibilização de quatro ramos distintos do nervo trigêmeo: supraorbitário ou frontal, lacrimal, zigomático e infraorbitário; O fechamento voluntário das pálpebras é impedido pela insensibilização do nervo auriculopalpebral; O anestésico local se aplicado de forma correta insensibiliza a testa, incluindo dois terços da pálpebra superior e o movimento da mesma; Pálpebra inferior: zigomático; 2/3 da pálpebra inferior, pele e tecido conectivo são insensibilizados; 3-5 mL de anestésico; Bloqueio do nervo infraorbitário: forame infraorbitário (nervo infraorbitário); extrações dentárias (incisivos superiores), palatites, suturas (lábios superiores), exéreses de tumores, manipulação de narinas e lábios; 2-5 mL; agulha de calibre 20 G, de 2,5 cm; Bloqueio do nervo mentoniano: forame mentoniano (nervo mentoniano); extrações dentárias, suturas gengivais, lábio e bochecha inferiores (5 mL; agulha 22 G, de 2,5 cm); incisivos inferiores e pré-molares (10 mL; agulha espinhal 20 G, de 7,5 cm; insensibilização local; antímero); Bloqueio dos músculos orbiculares do olho: insensibilização do nervo auriculopalpebral; exame do olho e alívio de espasmos palpebrais; remoção de corpos estranhos e cirurgias oculares; ponto dorsal do arco zigomático; posição temporal do arco zigomático; 5 mL (associar com tópica); ANESTESIA REGIONAL (TRONCULAR) Técnica: necessidade de conhecimento anatómico suficiente para realizar e interpretar um bloqueio anatômico; especialmente em bloqueios realizados menos frequentemente (como os proximais); • Inserir primeiro a agulha sem seringa; • Para bloquear os nervos distais geralmente usa-se menor volume de anestésico (são mais pequenos e mais superficiais); • Deve-se usar o menor volume anestésico que seja eficaz a anestesiar a estrutura pretendida para evitar a injeção inadvertida dos nervos adjacentes (falsos positivos); • Alívio da dor é conseguido geralmente em 5 minutos após injeção do anestésico perto do nervo; • Nos nervos proximais pode ser necessário esperar até 20 minutos para obter o alívio da dor; O bloqueio regional dos nervos proximais pode provocar alterações nos andamentos e até levar a que o animal possa tropeçar devido ao déficit proprioceptivo; Alguns clínicos recomendam que o cavalo ande a passo 5-10 minutos após injeção perineural; o passeio permite que o animal se habitue a dessensibilização, promove a dispersão e diminui a especificidade do bloqueio; • Para bloqueio dos membros anteriores o clínico pode colocar-se voltado em direção ao animal ou na mesma direção do animal; • Esta última pode ser mais perigosa devido ao movimento caudal dos membros anteriores; • Direcionar agulha subcutaneamente e distalmente; Avaliação dos bloqueios regionais: na avaliação dos andamentos, uma resposta positiva ao bloqueio indica que este foi executado com precisão; Uma resposta negativa sugere:local de origem da dor não é inervado pelo nervo bloqueado; nervo não foi anestesiado eficazmente (local errado, volume); mais do que uma fonte de dor; inervação aberrante; presença de tecido fibroso; Preparação: desinfectar com álcool (infecção subcutânea tem consequências mínimas); e antisséptico próximo da estrutura sinovial (infecção por penetração inavertida da sinovial pode ser desastrosa); Contenção: algumas partes dos membros podem ser anestesiados na maioria dos animais usando contenção mínima; o uso de aziar pode ser necessário como meio de contenção em cavalos menos tranquilos; Caso o aziar não seja suficiente é possível efectuar uma sedação muito ligeira sem interferência na avaliação dos andamentos; • Acepromazina (0,044 mg/kg EV); • Xilazina (0,4 mg/kg EV); • Não usar sedação (preferível); MEMBROS: desmotomias; a campo (neurectomias, tendonectomias, cauterizações); • Palmar à artéria e veia e dorsal ao TFDS, proximalmente a articulação da quartela, e ao TFDP distalmente à articulação da quartela; • Região a meio da quartela em qualquer ponto imediatamente proximal à articulação da quartela arte a zona proximal as cartilagens da 3ª falange; • Localização (sulco entre o ligamento de ergot (ou esporão) e o TFDP; • Resistência a injeção (agulha no TFDP), remove-se um pouco e redireciona-se a agulha; • Injectar proximalmente pode anestesiar ramos dorsais que inervam, a articulação da quartela; Anestesia dos nervos digitais palmares e plantares: intervenções do metacarpo/tarso para baixo (lesões por ferrageamento; tratamento de traumas no casco; neurectomias e tenectomias; suturas; diagnóstico diferencial de claudicação (baixa); Também chamado de bloqueio dos talões; as regiões dessensibilizadas são os talões, o terço caudal do casco e do bordo coronário; Material: agulha de 23-25 G (1,6 cm); 1,5 ml de anestésico local; Bloqueio quartela (semi-anel): ramo dorsal do nervo palmar digital; Alguns clínicos executam estes bloqueio após a resposta negativa ao palmar digital; anestesia dos ramos dorsais do nervo palmar digital; injeção no mesmo local mas dirigido dorsalmente e perpendicularmente ao eixo; injeção SC nas faces laterais e dorsal da quartela; testar sensibilidade no bordo coronário da região da pinça, talões e bulbos dos talões; Material: agulha de 20-22 G (3,8 cm); 2-3 ml de AL após palmar digital; Bloqueio abaxial: nervo palmar digital na base dos ossos sesamóides proximais; Testar sensibilidade no bordo coronário da região da pinça, região palmar do casco ou talões; bloqueio facil de executar; inespecificidade do bloqueio torna difícil localizar o problema quando há melhoria dos andamentos; Material : agulha de 23-25 G; igual ou inferior a 2 ml de AL; Bloqueio 4-Pontos (baixos): nervo palmar e metacarpiano palmar; ao nível das extremidades distais dos 2-4º metacarpo; Nervo digital palmar: localiza-se entre o ligamento suspensor e o TFDP; não anestesia completamente a articulação do boleto; Nervo metacarpo palmar: estruturas profundas do boleto; agulha inserida distalmente as extremidades do 2-4º metacarpo; • Possibilidade de injectar inadvertidamente os recessos palmares da articulação do boleto; alguns clínicos preferem anestesiar os proximalmente (abaixo do ramo comunicante que os liga); Regiões dessensibilizadas: localizadas distalmente ao local da anestesia, entre os quais o TFDS e TFDP abaixo desta região, e parte distal dos ramos do LSB; Material: agulha de 23-25 G; 1 a 2 ml de AL em cada local de injeção; Testar sensibilidade da pele sobre a face dorsal da 1ª falange e boleto; o cavalo pode permanecer com sensibilidade cutânea na face dorsal do boleto devido à inervação sensitiva de um ramo do nervo antebraquial cutâneo medial; Bloqueio 4-pontos (altos): nervo palmar e metacarpiano palmar; bloqueio dos nervos plantares medial e lateral e dos nervos metacarpianos palmares medial e lateral; ligeiramente distal a articulação carpo-metacárpica (proximalmente ao ramo comunicante do nervo palmar); Anestesia do nervo mediano: VIII par cervical – nervo mediano – nervo ulnar (nervo palmar lateral e medial); intervenções altas e diversas; em estação; lidocaína a 2% 5-10 mL; Anestesia do nervo tibial: série de intervenções; face medial dos membros pélvico; 5 a 10 mL de anestésico local; Anestesia para a desmotomia do ligamento medial: deslocamento dorsal da patela (luxação de patela); 5 a 10 mL de anestésico local no local da incisão; 5 mL por trás do ligamento; Anestesias intra-articulares: anestesias diagnósticas infiltrativas; conhecimento anatômico; antissepsia rigorosa; distal para proximal; volume variável; < 5 mL de anestésico local; Anestesia local intravenosa (anestesia de Bier): tranquilização/sedação; decúbito lateral; garroteamento → exsanguinação → anestesia local; 10 a 20 mL lidocaína a 1%; não retirar o garrote antes de 15 a 20 min; TRONCO: anestesia local infiltrativa no flanco (laparotomia); anestesia peridural (epidural); anestesia para orquiectomia; Anestesia infiltrativa: tranquilização; forma de retângulo; 15 a 20 mL lidocaína a 1% ou 2%; Anestesia local espinhal peridural (intercoccígea): prolapsos retais, fístulas retovaginais; cuidados na dose e volume realizados; tricotomia e rigorosa antissepsia da região sacrococcígea; levantamento e abaixamento da cauda (Co1-Co2); botão anestésico; introdução da agulha com mandril; perfuração do lig. interespinhoso (retirar mandril; sentir espaço epidural); 4 a 5 mL de lidocaína a 2% há a queda da cauda; e + 2-3 mL há insensibilidade completa; Anestesia para orquiectomia: MPA; derrubamento e decúbito lateral; contenção; higienização e antissepsia; cordão anestésico na linha de incisão; anestesia local perineural no cordão espermático (5-10 mL de lidocaína a 1%);
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