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CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AMBIENTAL CAMPUS DE POMBAL DISCIPLINA: Análise de Alimentos PROFESSORA: Maíra Felinto Lopes ALUNOS: Antonio Angelo Fernandes Ferreira DETERMINAÇÃO DE UMIDADE EM AÇÚCAR DEMERARA Pombal/PB Outubro de 2022. 1. INTRODUÇÃO É notório em ambientes de pesquisa, o custo quase sempre elevado de reagentes, equipamentos e a complexidade na realização de certas análises. Muitas dessas análises demandam tempo e especialização. A busca da simplificação desses processos sem perda de precisão e confiabilidade, é altamente desejável em situação de escassez de recursos (CORRÊA; ABREU, 2016). A umidade ou teor de água de um alimento constitui-se de um importante índice na análise de alimentos. A água pode influenciar na palatabilidade, digestibilidade e no rendimento do produto, além de sua conservação e aptidão tecnológica. A secagem em alimentos é um processo físico o qual a água é removida. Esse conceito também se aplica à operação de evaporação, que é a concentração de soluções líquidas (CELESTINO, 2010). Segundo Papi et al. (2010), a análise de umidade corresponde à perda de peso do produto ao ser aquecido em condições nas quais a água é removida. Mas na realidade, não é somente a água a ser removida, mas outras substâncias que se volatilizam nessas condições. O resíduo obtido no aquecimento direto é chamado resíduo seco. O aquecimento direto da amostra em torno de 105°C é o processo mais usual em amostras de alimentos. Amostras de alimentos que se decompõem, ou iniciam transformações a essa temperatura, devem ser aquecidas em estufas. Além disso, Papi et al. (2010) afirma que quando essas substâncias voláteis estiverem presentes nos alimentos, a determinação de teor de umidade real deve ser feita por processo de destilação com líquidos imiscíveis. Na metodologia convencional, a amostra é seca por meio do ar quente e determina-se o conteúdo de umidade pela diferença das massas. Nesse sentido, o produto utilizado na análise foi o açúcar demerara, pois segundo Elias (2017) ele se caracteriza por apresentar cristais envoltos por uma película aderente de mel, possuindo assim uma menor polarização (96,5°S a 98,5°S). Seus grãos são marrom-claros devido à camada de melado que envolve seus cristais e seu sabor é mais forte que outros açúcares em decorrência do melaço de cana. Esse açúcar tem valores nutricionais relativamente altos, semelhantes aos do mascavo, podendo apresentar vitaminas e minerais, além de possuir menos calorias que o cristal, sem alterar o sabor dos alimentos, sendo este um fator de fundamental importância na escolha do mesmo (ELIAS, 2017). Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi determinar o teor de umidade presente em três amostras de açúcar a partir da secagem em estufa a 105ºC. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 MATERIAIS ● Três cadinhos de porcelana; ● Espátula; ● Pinça metálica; ● Balança analítica; ● Dessecador; ● Estufa; ● Amostra de açúcar. 2.2 MÉTODO Inicialmente, utilizaram-se três cadinhos de porcelana que já tinham sido inseridos na estufa a 105 °C. Os mesmos se encontravam no dessecador para manter a temperatura ambiente. Posteriormente, os cadinhos foram levados a balança analítica, devidamente pesados e identificados. Foram pesados cerca de 2,00 gramas da amostra de açúcar em cada cadinho de porcelana. Os cadinhos contendo as amostras foram inseridos na estufa com aquecimento de 105 °C por algumas horas e, posteriormente, colocados no dessecador, onde permaneceram até esfriar. Finalizado este tempo, os cadinhos foram novamente pesados e os dados foram devidamente registrados na tabela 01. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base nos procedimentos descritos acima, registrou-se os seguintes resultados expresso na Tabela 01: TABELA 01 - Resultados da análise. CADINHO PESO DO CADINHO VAZIO (g) PESO DA AMOSTRA DE AÇÚCAR (g) PESO APÓS SECAGEM 1 24,3976 2,1152 26,8185 2 41,5384 2,0002 43,5332 3 23,3164 2,0126 25,3197 Fonte: Dados do autor Assim, com os valores de massa após a secagem, pode-se calcular as porcentagens de umidade. UMIDADE % = N x 100 P Onde: N = n° de g de umidade (Pi – Pf); P = n° de g da amostra. Umidade(%) do cadinho 1 = 26,5128 - 26,8185 / 2,1152 x 100 Umidade(%) do cadinho 1 = 14% Umidade(%) do cadinho 2 = 43,5386 - 43,5332 / 2,0002 x 100 Umidade(%) do cadinho 2 = 0,26% Umidade(%) do cadinho 3 = 25,329 - 25,3197 / 2,0126 x 100 Umidade(%) do cadinho 3 = 0,46% Os dados obtidos na análise de umidade demonstram uma desconformidade com a legislação, isso pode ter se dado devido a uma falha de execução do processo da secagem ou pela forma em que a amostra foi pesada. A legislação vigente específica teor máximo de umidade de 1,20 para açúcar demerara. O alto teor de umidade em alguns gêneros alimentícios significa que ele pode trazer riscos para a saúde do consumidor, por criar ambiente propício para a proliferação de microrganismos (MAPA, 2017). Comparando esses resultados com outros autores, verificamos que Bettani et al. (2014) obteve um valor de 0,08% na sua análise de umidade do açúcar demerara. A legislação vigente específica teor máximo de umidade somente para açúcares refinados (0,4%), sendo que para o açúcar refinado especial a legislação prevê umidade máxima de 0,3%. Mas se formos compararmos com outros tipos de açúcares, observaremos que açúcar mascavo, segundo Generoso et al. (2022), apresenta os teores de umidade entre 2,13 a 6,02%. Apesar da legislação vigente não especificar o mínimo e o máximo, outro autor sugeriu valores inferiores a 2,4%, em função da estabilidade do produto. Desta forma, apenas uma amostra adequa-se com 2,13%. 4. CONCLUSÃO Concluímos que, a partir dos cálculos realizados, houve alguma falha no processo de análise do cadinho 1, pois o valor obtido estava mais alto que o ideal, que seria de 1,20%. Nossas amostras tiveram respectivamente: 14%, 0,26% e 0,46% de teor de umidade. Assim, chegamos a resultados satisfatórios, visto que a maioria das nossas análises expressou valores dentro do padrão do MAPA. Depois de comparar nossos resultados com o de outros estudos, podemos concluir que, nossos cadinhos 2 e 3, com valores respectivos de 0.26% e 0,46%, encontram-se alinhados com a pesquisa realizada por Bettani et al. (2014), pois encontram-se dentro das exigências da legislação vigente, onde o mesmo analisou três amostras de açúcar demerara e obteve os seguintes valores: 0,08%, 0,13% e 0,01% de umidade. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BETTANI, Silvia Raquel et al. Avaliação físico-química e sensorial de açúcares orgânicos e convencionais. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 16, n. 2, p. 155-162, 2014. CORRÊA, Patrícia; ABREU, Luiz. Determinação do extrato seco de leite fermentado, leite Uht e creme de leite: avaliação de uma metodologia simplificada. Extensio UFSC, [S. l.], p. 1-11, 23 dez. 2016. DOI http://dx.doi.org/10.5007/1807-0221.2016v13n24p83. Disponível em:file:///C:/Users/tony_/Downloads/44648-Texto%20do%20Artigo-161887-1-10-20161223.p df. Acesso em: 09 outubro 2022. CELESTINO, S.M.C. Princípios de Secagem de Alimentos. Embrapa Cerrados. Planaltina, DF, 2010. 29 p. GENEROSO, Wesley Cardoso et al. Avaliação microbiológica e físico-química de açúcares mascavo comerciais. Embrapa Pecuária Sudeste-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2009. Instrução normativa nº 47, de 30 de agosto de 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/39939558/do1-20 18-09-06-instrucao-normativa-n-47-de-30-de-agosto-de-2018-39939440. Acesso em: 12 out. 2022. MAP - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abatecimento- Regulameto técnico do Açúcar– Instrução IN 42, 2017. PAPI, Maurício Alberto Poletti; SCHEIDT, Wanessa Fernanda; ALEXIUS, Sílvia Letícia. Confrontação dos métodos convencional e instrumental para determinação do teor de umidade total dos cortes peito, coxa e sobrecoxada carne de frango. Seminário Científico de Nutrição, v. 1, n. 2, 2010.
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