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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - IDOMED CURSO DE ODONTOLOGIA BRUXISMO E SUA RELAÇÃO COM A ANSIEDADE MARCELA SIMÕES ROBERTI Rio de Janeiro 2022 INTRODUÇÃO O bruxismo é considerado uma atividade parafuncional diurna ou noturna da musculatura mastigatória, caracterizado pela intensidade e repetição periódica de apertar e/ou ranger os dentes, incluindo os hábitos inconscientes (Okeson, 1996). É dividido em dois grupos: bruxismo do sono e bruxismo em vigília, o qual ocorre com o indivíduo consciente e tem sido relacionado à condição emocional em que o estresse e a ansiedade parecem ter papel relevante nessa classificação (Siqueira, 2016). Em ambos a causa pode ser desconhecida (primário ou idiopático) ou atribuída a doenças neuropsiquiátricas ou ao uso de medicamentos (secundário). Vários estudiosos acreditam que a parafunção possui origem multifatorial, incluindo fatores associados à oclusão dentária, estresse emocional, ansiedade, depressão, substâncias psicopatias como a nicotina, café, álcool, cocaína, etc, doenças das vias respiratórias, genética, uso de medicações como as anfetaminas, disfunção do sistemas dopaminérgico ou do sistema nervoso central (SNC), distúrbios do sono, entre outros. Por isso se torna um assunto complexo e de difícil identificação, sinais e sintomas devem ser levados em consideração como a observação do desgaste anormal dos dentes, rigidez ou fadiga nos músculos das mastigação à palpação durante a noite ou ao despertar, dores de cabeça na região temporal, hipertrofia muscular do masseter, hipersensibilidade ou sons audíveis na ATM, hipersensibilidade dental, assim como o relato por parte do pacientes ou de familiares a respeito dos ruídos provocados pelo ranger dos dentes. Sendo o diagnóstico “definitivo” do bruxismo do sono obtido por meio de exames eletrofisiológicos, a polissonografia (PSG), os registros incluem atividade cerebral, fluxo aéreo oronasal e saturação de oxigênio. DISCUSSÃO Estudos demonstram que os fatores etiológicos emocionais como a ansiedade e características comportamentais dos indivíduos predispõem ao desenvolvimento dessa parafunção. Sendo a ansiedade uma das principais desordens psiquiátricas que afeta o homem com crescente prevalência, definida como um estado emocional desagradável, onde o indivíduo apresenta inquietação, tensão ou apreensão, tendo hábitos parafuncionais uma das suas principais consequências (Campos et al.,2017). Ao final do estudo conclui-se que, em geral, há influência do bruxismo do sono pela ansiedade diária, mas não se pode concluir que ela seja a causa do bruxismo do sono. Por outro lado, a ansiedade tem assumindo um papel bastante relevante como fator causal do bruxismo de vigília (Dal’Fabbro et al.,2009). Pesquisas sobre as catecolaminas evidenciaram uma ligação importante entre a quantidade de neurotransmissores e o bruxismo, confirmando a hipótese do estresse emocional estar envolvido na etiologia da referida parafunção. Alguns estudos relatam que certas medicações podem aumentar os eventos de bruxismo, embora a evidência ainda seja fraca, outros sugerem que pode haver uma predisposição genética. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos concluir que a etiologia do bruxismo ainda é obscura e vários são os fatores que podem estar relacionados com o seu desencadeamento. Pesquisas sobre a parafunção com o exame PSG e os neurotransmissores centrais são necessárias, para que a eficácia no manejo dos pacientes possa ser melhorada. É de grande importância identificar o fator etiológico para o correto diagnóstico de cada caso, levando em consideração fatores psicológicos, em especial a presença de ansiedade, a fim de estabelecer um protocolo de tratamento adequado, além disso, é fundamental a remoção do fator e conscientização do portador quanto ao hábito devem ser esclarecidas ao paciente, tendo em vista que a gravidade do dano pode variar em cada indivíduo, variando assim seu prognóstico. Portanto, de acordo com a literatura consultada, apesar de haver associação positiva a relação direta entre as duas doenças não é muito fácil de ser determinada. Sugere-se que a abordagem e o tratamento do paciente com bruxismo e ansiedade devem ser multiprofissionais e dependem da determinação dos fatores etiológicos das duas patologias, e da avaliação individual dos riscos e benefícios para cada paciente a ser tratado.
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