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Roteiro - MISCO Saúde do trabalhador

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Disciplina: MISCO VI Curso: Medicina 
Faculdade responsável: Faculdade de Medicina Docentes: Pedro Afonso Barreto, Danilo Araújo 
 e Hellen Daameche 
 
Conteúdo programático: Histórico da Saúde do Trabalhador. Rede de atenção à saúde do trabalhador. Centro de 
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) 
 
 
 
ROTEIRO – GRUPO 1 
 
DISCORRA SOBRE O CONTEXTO HISTÓRICO 
RELACIONADO À SAÚDE DO 
TRABALHADOR. 
No Brasil, antes da criação do SUS, o cuidado à saúde 
dos trabalhadores era predominantemente 
assistencial. No início do século XX, cerca de metade 
das fábricas registradas no Estado de São Paulo 
dispunha de serviços médicos voltados para 
atividades curativas, custeados parcialmente pelos 
trabalhadores. De acordo com relatos da época, 
grande parte dos problemas de saúde dos 
trabalhadores eram as chamadas “doenças da 
pobreza”, consideradas como fator de 
comprometimento da produtividade. O crescimento 
do processo de industrialização e a necessidade de 
garantia de produtividade de parte dos empresários, 
juntamente com a grande mobilização dos 
trabalhadores, organizados em sindicatos, levaram a 
que esses serviços se expandissem dando origem às 
Caixas de Aposentadorias, precursoras dos Institutos 
de Aposentadorias e Pensões (IAP’s). Estes, além de 
prover atenção médica, também concediam 
benefícios relativos à compensação securitária. A 
ideia de prevenção era mínima, focalizada na 
realização de exames médicos admissionais para a 
garantia da seleção dos mais saudáveis. 
Em 1943, foi assinada a Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), que estabeleceu dispositivos 
sobre a garantia da Segurança e Medicina do 
Trabalho, tornando-os obrigatórios nas empresas de 
grande porte, contribuindo para a expansão desses 
últimos serviços. 
Mais tarde, nos anos 70, a atenção à saúde do 
trabalhador continuava polarizada pela provisão de 
assistência médica e a concessão de benefícios 
sociais, que à época, estavam sob a responsabilidade 
do recém criado Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS), órgão instituído a partir da junção dos 
diversos IAP’s existentes na década de 607. Logo 
depois, criou-se o Instituto Nacional de Assistência e 
Previdência Social (Inamps), responsável pela 
assistência médica dos trabalhadores segurados e 
financiador da maioria da assistência médica do País 
(90%), seja por meio de serviços próprios, 
contratados ou conveniados. Oferecia ainda, ações 
de proteção social, através de um sistema de 
compensação salarial para incapacidade para o 
trabalho, ocupacionais ou de outras causas. 
Nos anos 70 foi aprovado o Plano de Pronta Ação do 
INPS que transferia para as empresas a realização de 
perícias médicas, a concessão de licenças, e 
benefícios. 
Mesmo as ações envolvidas no exercício da Medicina 
do Trabalho, pautada na assistência, não tinham um 
desempenho satisfatório. Exemplo disso é a 
constatação de que diagnósticos de doenças 
vinculadas às condições de trabalho, i.e., com o nexo 
causal ocupacional, ocorriam apenas em São Paulo, 
Minas Gerais e Santa Catarina. 
Apesar de todas essas ações, permanecia uma 
grande insatisfação, tanto por parte dos 
trabalhadores quanto dos empregadores, e da 
própria Previdência Social, culminando em uma crise 
não apenas de modelo de oferta de cuidado, mas 
também financeira, devido ao excessivo aumento dos 
custos e complexidade da gestão do sistema. 
Ao mesmo tempo, estava em curso no Brasil um forte 
movimento pela Reforma Sanitária, que se opunha ao 
modelo fragmentado, assistencialista e excludente da 
Previdência Social, propondo a saúde como um 
direito e dever do Estado, e no qual participavam 
sindicatos que contribuíram com a inclusão nas 
discussões, dos problemas e necessidades da saúde 
do trabalhador. 
A incorporação da lógica da Saúde Pública, de 
prevenção de riscos e de promoção da saúde com a 
participação dos trabalhadores, em uma perspectiva 
coletiva, constituindo o que se denomina como Saúde 
do Trabalhador, efetivou-se no país a partir da criação 
do SUS, em 1988. 
Em síntese, antes da criação do SUS, o cuidado dos 
problemas de saúde do trabalhador era 
desenvolvido, disciplinarmente, pela Medicina do 
 
Trabalho, pela Engenharia de Segurança e Higiene 
Ocupacional, realizada pelos respectivos 
especialistas, em serviços próprios de empresas e em 
alguns sindicatos. Também alguns estados e 
municípios já desenvolviam algumas ações em Saúde 
do Trabalhador na perspectiva da saúde pública e da 
saúde coletiva. Do ponto de vista institucional, o 
Ministério da Previdência Social ocupava-se de 
atividades de perícia médica e de concessão de 
benefícios e o Ministério do Trabalho das ações de 
inspeções e fiscalizações dos ambientes e locais de 
trabalho. A prevenção dos problemas de saúde dos 
trabalhadores era tímida e fragmentada, conduzida 
na perspectiva da Engenharia de Segurança, com 
pequena participação dos trabalhadores. 
A Reforma Sanitária incorporou a Saúde do 
Trabalhador nas suas propostas, dando lugar e voz a 
um movimento de reivindicações que ecoava 
tendências já em desenvolvimento em países 
industrializados, liderados pela Organização 
Internacional do Trabalho e a Organização Mundial 
de Saúde. 
 
ANTES DA CRIAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE 
SAÚDE COMO ERAM REALIZADOS OS 
CUIDADOS A SAÚDE DOS 
TRABALHADORES/TRABALHADORAS? 
No Brasil, antes da criação do SUS, o cuidado à saúde 
dos trabalhadores era predominantemente 
assistencial. No início do século XX, cerca de metade 
das fábricas registradas 
no Estado de São Paulo dispunha de serviços médicos 
voltados para atividades curativas, custeados 
parcialmente pelos trabalhadores. De acordo com 
relatos da época, 
grande parte dos problemas de saúde dos 
trabalhadores eram as chamadas “doenças da 
pobreza”, consideradas como fator de 
comprometimento da produtividade. O crescimento 
do processo de industrialização e a necessidade de 
garantia de produtividade de parte 
dos empresários, juntamente com a grande 
mobilização dos trabalhadores, organizados 
em sindicatos, levaram a que esses serviços se 
expandissem dando origem às Caixas de 
Aposentadorias, precursoras dos Institutos de 
Aposentadorias e Pensões (IAP’s)7. Estes, 
além de prover atenção médica, também concediam 
benefícios relativos à compensação 
securitária. A idéia de prevenção era mínima, 
focalizada na realização de exames médicos 
admissionais para a garantia da seleção dos mais 
saudáveis. 
Em síntese, antes da criação do SUS, o cuidado dos 
problemas de saúde do trabalhador 
era desenvolvido, disciplinarmente, pela Medicina do 
Trabalho, pela Engenharia de 
Segurança e Higiene Ocupacional, realizada pelos 
respectivos especialistas, em serviços 
próprios de empresas e em alguns sindicatos. 
Também alguns estados e municípios já 
desenvolviam algumas ações em Saúde do 
Trabalhador na perspectiva da saúde pública 
e da saúde coletiva. Do ponto de vista institucional, o 
Ministério da Previdência Social 
ocupava-se de atividades de perícia médica e de 
concessão de benefícios e o Ministério 
do Trabalho das ações de inspeções e fiscalizações 
dos ambientes e locais de trabalho. A 
prevenção dos problemas de saúde dos 
trabalhadores era tímida e fragmentada, conduzida 
na perspectiva da Engenharia de Segurança, com 
pequena participação dos trabalhadores. 
A Reforma Sanitária incorporou a Saúde do 
Trabalhador nas suas propostas, dando lugar 
e voz a um movimento de reivindicações que ecoava 
tendências já em desenvolvimento 
em países industrializados, liderados pela 
Organização Internacional do Trabalho e a 
Organização Mundial de Saúde.Já no início nos anos 80, surgiram alguns serviços de 
atenção à saúde do trabalhador, 
como os Programas de Saúde do Trabalhador, PST, e 
Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador, CRST, em vários municípios e estados 
do país, em universidades e sindicatos. 
Estes serviços realizavam ações de assistência, de 
vigilância e de formação/capacitação 
de pessoal. Em dezembro de 1986, realizou-se a 1ª 
Conferência Nacional em Saúde do 
Trabalhador, da qual participaram representações de 
20 estados, e que redundou em 
ampla adesão ao projeto de construção do SUS por 
parte dos sindicatos. Apoiaram-se 
o princípio da saúde como direito e, a partir de um 
diagnóstico da situação de saúde, a 
elaboração de uma Política Nacional de Saúde do 
Trabalhador que apresentasse alternativas 
ao modo de atenção existente. 
 
SLIDe 
No Brasil, antes da criação do SUS, o cuidado à saúde 
dos trabalhadores era: 
● Predominantemente assistencial; 
● Focalizada na realização de exames médicos 
admissionais, para a garantia da seleção dos 
mais saudáveis. 
● Não era focada na ideia de PREVENÇÃO, e 
sim em cuidados CURATIVOS. 
 
● Desenvolvida pela Medicina do Trabalho, 
pela Engenharia de Segurança e Higiene 
Ocupacional, realizada pelos respectivos 
especialistas, em serviços próprios de 
empresas e em alguns sindicatos. 
● Alguns estados/municípios desenvolviam 
ações da perspectiva da saúde pública e da 
saúde coletiva. 
O Ministério da Previdência Social: 
● Ocupava-se de atividades de perícia médica 
e de concessão de benefícios 
O Ministério do Trabalho cuidava: 
● Das ações de inspeções e fiscalizações dos 
ambientes e locais de trabalho. 
Quanto a prevenção dos problemas de saúde: 
● Era tímida e fragmentada 
● Era conduzida na perspectiva da Engenharia 
de Segurança, com pequena participação dos 
trabalhadores. 
A Reforma Sanitária incorporou a Saúde do 
Trabalhador nas suas propostas, dando lugar 
e voz a um movimento de reivindicações que ecoava 
tendências já em desenvolvimento 
em países industrializados, liderados pela 
Organização Internacional do Trabalho e a 
OMS. 
 
Nos anos 80 surgiram alguns serviços de atenção à 
saúde do trabalhador como: 
● Programas de Saúde do Trabalhador (PST) 
● Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador (CRST) 
Estes serviços surgiram em vários municípios e 
estados do país, em universidades e sindicatos. 
Também realizavam ações: 
● De assistência 
● De vigilância 
● De formação/capacitação de pessoal. 
 
 
QUAIS OS SERVIÇOS OFERTADOS AOS 
TRABALHADORES PELOS CAIXAS DE 
APOSENTADORIAS E POSTERIORMENTE 
PELOS INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E 
PENSÕES? 
Os funcionários das ferrovias do país não possuíam 
nenhuma garantia para seus dias de velhice e para 
arrimo de sua família em caso de morte. Existiam, 
apenas, algumas companhias e sociedades 
beneficentes com ação limitada a socorros médicos e 
medicamentos, mas isso não era o suficiente. O 
crescimento do processo de industrialização e a 
necessidade de garantia de produtividade de parte 
dos empresários, juntamente com a grande 
mobilização dos trabalhadores, organizados em 
sindicatos, levaram a que esses serviços se 
expandissem. Foi, então, criada a Lei Eloy Chaves, 
publicada em 24 de janeiro de 1923, que consolidou 
a base do sistema previdenciário brasileiro, dando 
origem às Caixas de Aposentadorias, precursoras dos 
Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s). Estes, 
além de prover atenção médica, também concediam 
benefícios relativos à compensação securitária. A 
ideia de prevenção era mínima, focalizada na 
realização de exames médicos admissionais para a 
garantia da seleção dos mais saudáveis. O 
departamento era incumbido de recolher a 
contribuição do patrão e dos funcionários e pagar o 
benefício aos aposentados e pensionistas. 
Fonte: Agência Senado 
 
 
QUAIS FORAM AS MUDANÇAS QUE 
OCORRERAM NA ÁREA DE SAÚDE DO 
TRABALHADOR COM A ASSINATURA DA 
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS 
(CLT)? 
Em 1943, foi estabelecido dispositivo sobre a garantia 
da Segurança e Medicina do Trabalho. Tornando-o 
obrigatório nas empresas de grande porte, 
contribuindo para a expansão desses últimos 
serviços. 
A incorporação destes serviços foi lenta, como 
demonstrado em um estudo de 1954, segundo o qual 
dentre 3.001 fábricas apenas 4,1% contavam com 
médico na empresa. 
 Esse estudo mostrou que grande parte desses 
serviços de medicina do trabalho estava subordinada 
aos setores de pessoal, com instalações precárias, 
oferecendo ações ainda “essencialmente curativas e 
clínico-assistencialistas”. 
QUAIS FORAM AS AÇÕES DESENVOLVIDAS 
PELO INSTITUTO NACIONAL DE 
PREVIDÊNCIA SOCIAL (INPS) E 
POSTERIORMENTE PELO INSTITUTO 
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA 
SOCIAL (INAMPS)? 
Instituto Nacional de Assistência e Previdência Social 
(Inamps) 
 ◦ Assistência médica dos trabalhadores 
segurados 
 ◦ financiador da maioria da assistência 
médica do País (90%), seja por meio de serviços 
próprios, contratados ou conveniados. 
 
 
 ◦ Ações de proteção social 
 ◦ Sistema de compensação salarial para 
incapacidade para o trabalho, ocupacionais ou de 
outras causas. 
 ◦ Essa ampla participação na provisão 
de serviços assistenciais, não redundava em bons 
indicadores de saúde dos trabalhadores. 
O Brasil apresentava um grande número de vítimas de 
acidentes e doenças do trabalho, levando o INPS a 
exigir maior atuação do Ministério do Trabalho na 
fiscalização das empresas, focalizando, 
especialmente, medidas de prevenção. 
 ◦ As respostas a essa demanda se 
concentraram na formação de pessoal com a criação 
de programas de especialização para médicos do 
trabalho e engenheiros de segurança. 
 
Ainda nessa época, foram criados os Centros de 
Reabilitação do INPS que ofereciam serviços 
especializados para trabalhadores com incapacidade 
 ◦ em 1982, compreendiam 14 centros e 
16 núcleos de reabilitação, distribuídos em todo o 
pais 
Década de 70: aprovação do Plano de Pronta Ação do 
INPS 
 ◦ transferia para as empresas a 
realização de perícias médicas, a concessão de 
licenças, e benefícios. 
 
 
Referência para leitura e pesquisa: 
 
SANTANA, VSS; SILVA, JM DA. Os 20 anos da saúde 
do trabalhador no Sistema Único de Saúde do Brasil: 
limites, avanços e desafios. Disponível em: 
https://www3.fmb.unesp.br/sete/pluginfile.php/2037
8/mod_page/content/3/Saude-Brasil.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO – GRUPO 2 
 
QUAL A FINALIDADE DA POLÍTICA 
NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E 
DA TRABALHADORA? 
PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 - 
Institui a Política Nacional de Saúde do 
Trabalhador e da Trabalhadora. 
Art. 2º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e 
da Trabalhadora tem como finalidade definir os 
princípios, as diretrizes e as estratégias a serem 
observados pelas três esferas de gestão do Sistema 
Único de Saúde (SUS), para o desenvolvimento da 
atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase 
na vigilância, visando a promoção e a proteção da 
saúde dos trabalhadores e a redução da 
morbimortalidade decorrente dos modelos de 
desenvolvimento e dos processos produtivos. 
Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e mulheres, 
independentemente de sua localização, urbana ou 
rural, de sua forma de inserção no mercado de 
trabalho, formal ou informal, de seu vínculo 
empregatício, público ou privado, assalariado, 
autônomo, avulso, temporário, cooperativados, 
aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou 
desempregado são sujeitos desta Política. 
Parágrafo único. A Política Nacional de Saúde do 
Trabalhador e da Trabalhadora alinha-se com o 
conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, 
considerando a transversalidade das ações de saúde 
do trabalhador e o trabalho como um dos 
determinantes do processo saúde-doença. 
Art.4º Além do disposto nesta Portaria, a PolíticaNacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora 
reger-se-á, de forma complementar, pelos elementos 
informativos constantes do Anexo I a esta Portaria. 
A QUEM A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE 
DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA 
ESTÁ DIRECIONADA E QUEM DEVE SER 
PRIORIZADO? 
Art. 7º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e 
da Trabalhadora deverá contemplar todos os 
trabalhadores priorizando, entretanto, pessoas e 
grupos em situação de maior vulnerabilidade, como 
aqueles inseridos em atividades ou em relações 
informais e precárias de trabalho, em atividades de 
maior risco para a saúde, submetidos a formas 
nocivas de discriminação, ou ao trabalho infantil, na 
perspectiva de superar desigualdades sociais e de 
saúde e de buscar a equidade na atenção. 
 
NO CONTEXTO DA SAÚDE DO 
TRABALHADOR E DA TRABALHADORA, O 
QUE DEVE SER CONHECIDO E 
https://www3.fmb.unesp.br/sete/pluginfile.php/20378/mod_page/content/3/Saude-Brasil.pdf
https://www3.fmb.unesp.br/sete/pluginfile.php/20378/mod_page/content/3/Saude-Brasil.pdf
 
IDENTIFICADO PELOS PROFISSIONAIS DAS 
EAB/ESF NO DESENVOLVIMENTO DE SUAS 
ATIVIDADES DIÁRIAS? 
As eAB/eSF devem conhecer e saber identificar como 
se expressam as relações trabalho-saúde-doença e 
ambiente no seu território de atuação para que 
possam compreender e intervir sobre as condições 
de vida e trabalho, sobre o perfil de adoecimento e 
morte e de vulnerabilidade social da população sob 
sua responsabilidade. 
Entre as tecnologias e/ou estratégias e 
procedimentos utilizados, de rotina no processo de 
trabalho das eAB/eSF, podemos citar: diagnóstico 
situacional, cartografia ou mapeamento do território; 
cadastramento das famílias; acolhimento, consultas 
(médica, odontológica e de enfermagem), 
elaboração do genograma e ecomapa; visitas 
domiciliares e grupos educativos. Nesta seção, serão 
discutidas algumas delas, à luz do cuidado ou atenção 
à saúde dos(as) usuários(as) trabalhadores(as). 
 
QUAL É A IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO 
DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS 
DESENVOLVIDAS NO TERRITÓRIO? 
O mapeamento das atividades produtivas 
desenvolvidas no território é essencial para que se 
conheçam os riscos e os perigos potenciais para a 
saúde dos(as) trabalhadores(as) e da população 
residente, assim como para a identificação das 
situações de vulnerabilidade socioambiental 
decorrentes dessas atividades, com vistas ao 
planejamento e execução das ações de saúde no 
território. Assim, o levantamento de informações 
sobre as atividades produtivas desenvolvidas 
localmente, com vínculos formais ou no trabalho 
informal, pode ser incluídas no processo de 
cadastramento e identificação de estruturas e 
registrados nos mapas elaborados por agentes 
comunitários de saúde (ACS) e analisados e 
considerados pelas respectivas equipes no 
planejamento de seu trabalho. 
O mapeamento permite a identificação dos riscos 
potenciais e a estimativa dos impactos para a saúde 
incorporando essas informações no planejamento 
das intervenções, possibilitando que as eAB/eSF 
cumpram seu papel na promoção da saúde da 
população adscrita. 
 
O QUE É A VISAT? QUAL CONDUTA DEVE 
SER TOMADA PELA EAB/ESF FRENTE A 
SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE UM 
AGRAVO À SAÚDE RELACIONADO AO 
TRABALHO? 
A Visat é um dos componentes da Vigilância em 
Saúde e organiza-se em torno de dois pilares 
principais e complementares: a vigilância 
epidemiológica dos agravos relacionados ao trabalho 
e a vigilância de ambientes e processos de trabalho. 
Diante da suspeita ou diagnóstico de um agravo à 
saúde relacionado ao trabalho, o “caso” deve ser 
notificado ao Sinan e discutido pela equipe. Se 
necessário, o setor de vigilância em saúde do 
município deve ser acionado para desencadear as 
ações pertinentes de promoção, de proteção e de 
educação em saúde. 
A atuação das eAB/eSF na vigilância de ambientes e 
processos de trabalho tem como foco as atividades 
produtivas desenvolvidas no território, especialmente 
o trabalho domiciliar e as atividades realizadas nas 
ruas. Para o planejamento e o desenvolvimento das 
ações de Visat, as eAB/eSF podem contar com o 
apoio de profissionais do NASF-AB, do Cerest e das 
referências técnicas em ST, quando este estiver em 
seu território. 
 
NA ORGANIZAÇÃO DAS LINHAS DE 
CUIDADO EM SAÚDE DO(A) 
TRABALHADOR(A), QUAIS SÃO AS 
ATRIBUIÇÕES E O PAPEL DOS CERESTS? 
O apoio matricial sempre envolve dois polos: a 
eAB/eSF, que é considerada equipe de referência e 
as equipes especializadas, que são equipes de apoio. 
Os profissionais das equipes dos Cerests e as 
referências técnicas em ST dos municípios e estados 
são os principais responsáveis pelo apoio técnico, 
pedagógico e institucional às eAB/eSF no tema da ST. 
Além desses, as equipes e profissionais do Nasf, das 
redes de atenção especializada, O apoio matricial 
sempre envolve dois polos: a eAB/eSF, que é 
considerada equipe de referência e as equipes 
especializadas, que são equipes de apoio. Os 
profissionais das equipes dos Cerests e as referências 
técnicas em ST dos municípios e estados são os 
principais responsáveis pelo apoio técnico, 
pedagógico e institucional às eAB/eSF no tema da ST. 
Além desses, as equipes e profissionais do Nasf, das 
redes de atenção especializada, portadores de 
LER/Dort; grupos para pessoas com dor crônica; de 
forma compartilhada ou específica. 
• Estabelecer, de forma conjunta, Planos de Cuidado 
ou Projeto Terapêutico Singular (PTS). • Acionar, 
quando necessário, as redes institucionais e sociais; 
por exemplo, acompanhamento de casos e denúncias 
ao Ministério Público do Trabalho (MPT), relatórios 
para perícia INSS etc. 
 
• Desenvolver projetos conjuntos de vigilância, 
dirigidos a populações específicas, conforme 
características e/ou necessidades de cada território. 
• Centro de Referência de Assistência Social (Cras) 
 • Atuação no âmbito da Proteção Social Básica – 
voltada à prevenção de situações de risco pessoal e 
social, fortalecendo as famílias e indivíduos; por 
exemplo, em casos de desemprego prolongado ou 
subemprego. 
• Centro de Referência Especializado da Assistência 
Social (Creas) 
• Atuação no âmbito da Proteção Social Especial – 
voltada à proteção de famílias e indivíduos em 
situação de risco pessoal e social, organizada por 
níveis de complexidade, em situações e 
problemáticas de maior complexidade e gravidade, 
com o papel primordial na oferta de orientação e 
apoio a indivíduos com seus direitos violados. Entre 
suas ações está o acompanhamento de famílias 
inseridas no Programa de Erradicação do Trabalho 
Infantil (Peti), que apresentam dificuldades no 
cumprimento das condicionalidades. 
 • Associações e Organizações Não Governamentais 
(ONG) de atuação no âmbito da defesa de direitos, 
inclusão e reabilitação psicossocial, cuidados e ações 
direcionadas a categorias e grupos específicos, assim 
como em esferas e contextos relacionados ao meio 
ambiente e organização social como um todo. 
Nessa rede de apoio social e intersetorial estão 
incluídos: Conselhos Tutelares; OAB; Juizado da 
Infância e da Juventude; Delegacia da Mulher; 
Defensoria Pública; Polícia Federal; Instituto Médico 
Legal (IML); Promotoria de Justiça – Direitos 
Humanos; Superintendência Regional do Trabalho; 
INSS, entre outras. 
 
Referências para leitura e pesquisa: 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1.823, DE 
23 DE AGOSTO DE 2012. Institui a Política Nacional 
de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Brasília: 
DF, 2012. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012
/prt1823_23_08_2012.html 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Saúde do trabalhador e da trabalhadora [recurso 
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Atenção à Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,Cadernos de Atenção Básica, n. 41 – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: 
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicac
oes/cadernoab_saude_do_trabalhador.pdf

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