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Disciplina: MISCO VI Curso: Medicina Faculdade responsável: Faculdade de Medicina Docentes: Pedro Afonso Barreto, Danilo Araújo e Hellen Daameche Conteúdo programático: Histórico da Saúde do Trabalhador. Rede de atenção à saúde do trabalhador. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) ROTEIRO – GRUPO 1 DISCORRA SOBRE O CONTEXTO HISTÓRICO RELACIONADO À SAÚDE DO TRABALHADOR. No Brasil, antes da criação do SUS, o cuidado à saúde dos trabalhadores era predominantemente assistencial. No início do século XX, cerca de metade das fábricas registradas no Estado de São Paulo dispunha de serviços médicos voltados para atividades curativas, custeados parcialmente pelos trabalhadores. De acordo com relatos da época, grande parte dos problemas de saúde dos trabalhadores eram as chamadas “doenças da pobreza”, consideradas como fator de comprometimento da produtividade. O crescimento do processo de industrialização e a necessidade de garantia de produtividade de parte dos empresários, juntamente com a grande mobilização dos trabalhadores, organizados em sindicatos, levaram a que esses serviços se expandissem dando origem às Caixas de Aposentadorias, precursoras dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s). Estes, além de prover atenção médica, também concediam benefícios relativos à compensação securitária. A ideia de prevenção era mínima, focalizada na realização de exames médicos admissionais para a garantia da seleção dos mais saudáveis. Em 1943, foi assinada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que estabeleceu dispositivos sobre a garantia da Segurança e Medicina do Trabalho, tornando-os obrigatórios nas empresas de grande porte, contribuindo para a expansão desses últimos serviços. Mais tarde, nos anos 70, a atenção à saúde do trabalhador continuava polarizada pela provisão de assistência médica e a concessão de benefícios sociais, que à época, estavam sob a responsabilidade do recém criado Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), órgão instituído a partir da junção dos diversos IAP’s existentes na década de 607. Logo depois, criou-se o Instituto Nacional de Assistência e Previdência Social (Inamps), responsável pela assistência médica dos trabalhadores segurados e financiador da maioria da assistência médica do País (90%), seja por meio de serviços próprios, contratados ou conveniados. Oferecia ainda, ações de proteção social, através de um sistema de compensação salarial para incapacidade para o trabalho, ocupacionais ou de outras causas. Nos anos 70 foi aprovado o Plano de Pronta Ação do INPS que transferia para as empresas a realização de perícias médicas, a concessão de licenças, e benefícios. Mesmo as ações envolvidas no exercício da Medicina do Trabalho, pautada na assistência, não tinham um desempenho satisfatório. Exemplo disso é a constatação de que diagnósticos de doenças vinculadas às condições de trabalho, i.e., com o nexo causal ocupacional, ocorriam apenas em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Apesar de todas essas ações, permanecia uma grande insatisfação, tanto por parte dos trabalhadores quanto dos empregadores, e da própria Previdência Social, culminando em uma crise não apenas de modelo de oferta de cuidado, mas também financeira, devido ao excessivo aumento dos custos e complexidade da gestão do sistema. Ao mesmo tempo, estava em curso no Brasil um forte movimento pela Reforma Sanitária, que se opunha ao modelo fragmentado, assistencialista e excludente da Previdência Social, propondo a saúde como um direito e dever do Estado, e no qual participavam sindicatos que contribuíram com a inclusão nas discussões, dos problemas e necessidades da saúde do trabalhador. A incorporação da lógica da Saúde Pública, de prevenção de riscos e de promoção da saúde com a participação dos trabalhadores, em uma perspectiva coletiva, constituindo o que se denomina como Saúde do Trabalhador, efetivou-se no país a partir da criação do SUS, em 1988. Em síntese, antes da criação do SUS, o cuidado dos problemas de saúde do trabalhador era desenvolvido, disciplinarmente, pela Medicina do Trabalho, pela Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacional, realizada pelos respectivos especialistas, em serviços próprios de empresas e em alguns sindicatos. Também alguns estados e municípios já desenvolviam algumas ações em Saúde do Trabalhador na perspectiva da saúde pública e da saúde coletiva. Do ponto de vista institucional, o Ministério da Previdência Social ocupava-se de atividades de perícia médica e de concessão de benefícios e o Ministério do Trabalho das ações de inspeções e fiscalizações dos ambientes e locais de trabalho. A prevenção dos problemas de saúde dos trabalhadores era tímida e fragmentada, conduzida na perspectiva da Engenharia de Segurança, com pequena participação dos trabalhadores. A Reforma Sanitária incorporou a Saúde do Trabalhador nas suas propostas, dando lugar e voz a um movimento de reivindicações que ecoava tendências já em desenvolvimento em países industrializados, liderados pela Organização Internacional do Trabalho e a Organização Mundial de Saúde. ANTES DA CRIAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE COMO ERAM REALIZADOS OS CUIDADOS A SAÚDE DOS TRABALHADORES/TRABALHADORAS? No Brasil, antes da criação do SUS, o cuidado à saúde dos trabalhadores era predominantemente assistencial. No início do século XX, cerca de metade das fábricas registradas no Estado de São Paulo dispunha de serviços médicos voltados para atividades curativas, custeados parcialmente pelos trabalhadores. De acordo com relatos da época, grande parte dos problemas de saúde dos trabalhadores eram as chamadas “doenças da pobreza”, consideradas como fator de comprometimento da produtividade. O crescimento do processo de industrialização e a necessidade de garantia de produtividade de parte dos empresários, juntamente com a grande mobilização dos trabalhadores, organizados em sindicatos, levaram a que esses serviços se expandissem dando origem às Caixas de Aposentadorias, precursoras dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s)7. Estes, além de prover atenção médica, também concediam benefícios relativos à compensação securitária. A idéia de prevenção era mínima, focalizada na realização de exames médicos admissionais para a garantia da seleção dos mais saudáveis. Em síntese, antes da criação do SUS, o cuidado dos problemas de saúde do trabalhador era desenvolvido, disciplinarmente, pela Medicina do Trabalho, pela Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacional, realizada pelos respectivos especialistas, em serviços próprios de empresas e em alguns sindicatos. Também alguns estados e municípios já desenvolviam algumas ações em Saúde do Trabalhador na perspectiva da saúde pública e da saúde coletiva. Do ponto de vista institucional, o Ministério da Previdência Social ocupava-se de atividades de perícia médica e de concessão de benefícios e o Ministério do Trabalho das ações de inspeções e fiscalizações dos ambientes e locais de trabalho. A prevenção dos problemas de saúde dos trabalhadores era tímida e fragmentada, conduzida na perspectiva da Engenharia de Segurança, com pequena participação dos trabalhadores. A Reforma Sanitária incorporou a Saúde do Trabalhador nas suas propostas, dando lugar e voz a um movimento de reivindicações que ecoava tendências já em desenvolvimento em países industrializados, liderados pela Organização Internacional do Trabalho e a Organização Mundial de Saúde.Já no início nos anos 80, surgiram alguns serviços de atenção à saúde do trabalhador, como os Programas de Saúde do Trabalhador, PST, e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, CRST, em vários municípios e estados do país, em universidades e sindicatos. Estes serviços realizavam ações de assistência, de vigilância e de formação/capacitação de pessoal. Em dezembro de 1986, realizou-se a 1ª Conferência Nacional em Saúde do Trabalhador, da qual participaram representações de 20 estados, e que redundou em ampla adesão ao projeto de construção do SUS por parte dos sindicatos. Apoiaram-se o princípio da saúde como direito e, a partir de um diagnóstico da situação de saúde, a elaboração de uma Política Nacional de Saúde do Trabalhador que apresentasse alternativas ao modo de atenção existente. SLIDe No Brasil, antes da criação do SUS, o cuidado à saúde dos trabalhadores era: ● Predominantemente assistencial; ● Focalizada na realização de exames médicos admissionais, para a garantia da seleção dos mais saudáveis. ● Não era focada na ideia de PREVENÇÃO, e sim em cuidados CURATIVOS. ● Desenvolvida pela Medicina do Trabalho, pela Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacional, realizada pelos respectivos especialistas, em serviços próprios de empresas e em alguns sindicatos. ● Alguns estados/municípios desenvolviam ações da perspectiva da saúde pública e da saúde coletiva. O Ministério da Previdência Social: ● Ocupava-se de atividades de perícia médica e de concessão de benefícios O Ministério do Trabalho cuidava: ● Das ações de inspeções e fiscalizações dos ambientes e locais de trabalho. Quanto a prevenção dos problemas de saúde: ● Era tímida e fragmentada ● Era conduzida na perspectiva da Engenharia de Segurança, com pequena participação dos trabalhadores. A Reforma Sanitária incorporou a Saúde do Trabalhador nas suas propostas, dando lugar e voz a um movimento de reivindicações que ecoava tendências já em desenvolvimento em países industrializados, liderados pela Organização Internacional do Trabalho e a OMS. Nos anos 80 surgiram alguns serviços de atenção à saúde do trabalhador como: ● Programas de Saúde do Trabalhador (PST) ● Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CRST) Estes serviços surgiram em vários municípios e estados do país, em universidades e sindicatos. Também realizavam ações: ● De assistência ● De vigilância ● De formação/capacitação de pessoal. QUAIS OS SERVIÇOS OFERTADOS AOS TRABALHADORES PELOS CAIXAS DE APOSENTADORIAS E POSTERIORMENTE PELOS INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES? Os funcionários das ferrovias do país não possuíam nenhuma garantia para seus dias de velhice e para arrimo de sua família em caso de morte. Existiam, apenas, algumas companhias e sociedades beneficentes com ação limitada a socorros médicos e medicamentos, mas isso não era o suficiente. O crescimento do processo de industrialização e a necessidade de garantia de produtividade de parte dos empresários, juntamente com a grande mobilização dos trabalhadores, organizados em sindicatos, levaram a que esses serviços se expandissem. Foi, então, criada a Lei Eloy Chaves, publicada em 24 de janeiro de 1923, que consolidou a base do sistema previdenciário brasileiro, dando origem às Caixas de Aposentadorias, precursoras dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s). Estes, além de prover atenção médica, também concediam benefícios relativos à compensação securitária. A ideia de prevenção era mínima, focalizada na realização de exames médicos admissionais para a garantia da seleção dos mais saudáveis. O departamento era incumbido de recolher a contribuição do patrão e dos funcionários e pagar o benefício aos aposentados e pensionistas. Fonte: Agência Senado QUAIS FORAM AS MUDANÇAS QUE OCORRERAM NA ÁREA DE SAÚDE DO TRABALHADOR COM A ASSINATURA DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS (CLT)? Em 1943, foi estabelecido dispositivo sobre a garantia da Segurança e Medicina do Trabalho. Tornando-o obrigatório nas empresas de grande porte, contribuindo para a expansão desses últimos serviços. A incorporação destes serviços foi lenta, como demonstrado em um estudo de 1954, segundo o qual dentre 3.001 fábricas apenas 4,1% contavam com médico na empresa. Esse estudo mostrou que grande parte desses serviços de medicina do trabalho estava subordinada aos setores de pessoal, com instalações precárias, oferecendo ações ainda “essencialmente curativas e clínico-assistencialistas”. QUAIS FORAM AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INPS) E POSTERIORMENTE PELO INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA SOCIAL (INAMPS)? Instituto Nacional de Assistência e Previdência Social (Inamps) ◦ Assistência médica dos trabalhadores segurados ◦ financiador da maioria da assistência médica do País (90%), seja por meio de serviços próprios, contratados ou conveniados. ◦ Ações de proteção social ◦ Sistema de compensação salarial para incapacidade para o trabalho, ocupacionais ou de outras causas. ◦ Essa ampla participação na provisão de serviços assistenciais, não redundava em bons indicadores de saúde dos trabalhadores. O Brasil apresentava um grande número de vítimas de acidentes e doenças do trabalho, levando o INPS a exigir maior atuação do Ministério do Trabalho na fiscalização das empresas, focalizando, especialmente, medidas de prevenção. ◦ As respostas a essa demanda se concentraram na formação de pessoal com a criação de programas de especialização para médicos do trabalho e engenheiros de segurança. Ainda nessa época, foram criados os Centros de Reabilitação do INPS que ofereciam serviços especializados para trabalhadores com incapacidade ◦ em 1982, compreendiam 14 centros e 16 núcleos de reabilitação, distribuídos em todo o pais Década de 70: aprovação do Plano de Pronta Ação do INPS ◦ transferia para as empresas a realização de perícias médicas, a concessão de licenças, e benefícios. Referência para leitura e pesquisa: SANTANA, VSS; SILVA, JM DA. Os 20 anos da saúde do trabalhador no Sistema Único de Saúde do Brasil: limites, avanços e desafios. Disponível em: https://www3.fmb.unesp.br/sete/pluginfile.php/2037 8/mod_page/content/3/Saude-Brasil.pdf ROTEIRO – GRUPO 2 QUAL A FINALIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA? PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 - Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Art. 2º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos. Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado são sujeitos desta Política. Parágrafo único. A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-doença. Art.4º Além do disposto nesta Portaria, a PolíticaNacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora reger-se-á, de forma complementar, pelos elementos informativos constantes do Anexo I a esta Portaria. A QUEM A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA ESTÁ DIRECIONADA E QUEM DEVE SER PRIORIZADO? Art. 7º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora deverá contemplar todos os trabalhadores priorizando, entretanto, pessoas e grupos em situação de maior vulnerabilidade, como aqueles inseridos em atividades ou em relações informais e precárias de trabalho, em atividades de maior risco para a saúde, submetidos a formas nocivas de discriminação, ou ao trabalho infantil, na perspectiva de superar desigualdades sociais e de saúde e de buscar a equidade na atenção. NO CONTEXTO DA SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA, O QUE DEVE SER CONHECIDO E https://www3.fmb.unesp.br/sete/pluginfile.php/20378/mod_page/content/3/Saude-Brasil.pdf https://www3.fmb.unesp.br/sete/pluginfile.php/20378/mod_page/content/3/Saude-Brasil.pdf IDENTIFICADO PELOS PROFISSIONAIS DAS EAB/ESF NO DESENVOLVIMENTO DE SUAS ATIVIDADES DIÁRIAS? As eAB/eSF devem conhecer e saber identificar como se expressam as relações trabalho-saúde-doença e ambiente no seu território de atuação para que possam compreender e intervir sobre as condições de vida e trabalho, sobre o perfil de adoecimento e morte e de vulnerabilidade social da população sob sua responsabilidade. Entre as tecnologias e/ou estratégias e procedimentos utilizados, de rotina no processo de trabalho das eAB/eSF, podemos citar: diagnóstico situacional, cartografia ou mapeamento do território; cadastramento das famílias; acolhimento, consultas (médica, odontológica e de enfermagem), elaboração do genograma e ecomapa; visitas domiciliares e grupos educativos. Nesta seção, serão discutidas algumas delas, à luz do cuidado ou atenção à saúde dos(as) usuários(as) trabalhadores(as). QUAL É A IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DESENVOLVIDAS NO TERRITÓRIO? O mapeamento das atividades produtivas desenvolvidas no território é essencial para que se conheçam os riscos e os perigos potenciais para a saúde dos(as) trabalhadores(as) e da população residente, assim como para a identificação das situações de vulnerabilidade socioambiental decorrentes dessas atividades, com vistas ao planejamento e execução das ações de saúde no território. Assim, o levantamento de informações sobre as atividades produtivas desenvolvidas localmente, com vínculos formais ou no trabalho informal, pode ser incluídas no processo de cadastramento e identificação de estruturas e registrados nos mapas elaborados por agentes comunitários de saúde (ACS) e analisados e considerados pelas respectivas equipes no planejamento de seu trabalho. O mapeamento permite a identificação dos riscos potenciais e a estimativa dos impactos para a saúde incorporando essas informações no planejamento das intervenções, possibilitando que as eAB/eSF cumpram seu papel na promoção da saúde da população adscrita. O QUE É A VISAT? QUAL CONDUTA DEVE SER TOMADA PELA EAB/ESF FRENTE A SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE UM AGRAVO À SAÚDE RELACIONADO AO TRABALHO? A Visat é um dos componentes da Vigilância em Saúde e organiza-se em torno de dois pilares principais e complementares: a vigilância epidemiológica dos agravos relacionados ao trabalho e a vigilância de ambientes e processos de trabalho. Diante da suspeita ou diagnóstico de um agravo à saúde relacionado ao trabalho, o “caso” deve ser notificado ao Sinan e discutido pela equipe. Se necessário, o setor de vigilância em saúde do município deve ser acionado para desencadear as ações pertinentes de promoção, de proteção e de educação em saúde. A atuação das eAB/eSF na vigilância de ambientes e processos de trabalho tem como foco as atividades produtivas desenvolvidas no território, especialmente o trabalho domiciliar e as atividades realizadas nas ruas. Para o planejamento e o desenvolvimento das ações de Visat, as eAB/eSF podem contar com o apoio de profissionais do NASF-AB, do Cerest e das referências técnicas em ST, quando este estiver em seu território. NA ORGANIZAÇÃO DAS LINHAS DE CUIDADO EM SAÚDE DO(A) TRABALHADOR(A), QUAIS SÃO AS ATRIBUIÇÕES E O PAPEL DOS CERESTS? O apoio matricial sempre envolve dois polos: a eAB/eSF, que é considerada equipe de referência e as equipes especializadas, que são equipes de apoio. Os profissionais das equipes dos Cerests e as referências técnicas em ST dos municípios e estados são os principais responsáveis pelo apoio técnico, pedagógico e institucional às eAB/eSF no tema da ST. Além desses, as equipes e profissionais do Nasf, das redes de atenção especializada, O apoio matricial sempre envolve dois polos: a eAB/eSF, que é considerada equipe de referência e as equipes especializadas, que são equipes de apoio. Os profissionais das equipes dos Cerests e as referências técnicas em ST dos municípios e estados são os principais responsáveis pelo apoio técnico, pedagógico e institucional às eAB/eSF no tema da ST. Além desses, as equipes e profissionais do Nasf, das redes de atenção especializada, portadores de LER/Dort; grupos para pessoas com dor crônica; de forma compartilhada ou específica. • Estabelecer, de forma conjunta, Planos de Cuidado ou Projeto Terapêutico Singular (PTS). • Acionar, quando necessário, as redes institucionais e sociais; por exemplo, acompanhamento de casos e denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT), relatórios para perícia INSS etc. • Desenvolver projetos conjuntos de vigilância, dirigidos a populações específicas, conforme características e/ou necessidades de cada território. • Centro de Referência de Assistência Social (Cras) • Atuação no âmbito da Proteção Social Básica – voltada à prevenção de situações de risco pessoal e social, fortalecendo as famílias e indivíduos; por exemplo, em casos de desemprego prolongado ou subemprego. • Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) • Atuação no âmbito da Proteção Social Especial – voltada à proteção de famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, organizada por níveis de complexidade, em situações e problemáticas de maior complexidade e gravidade, com o papel primordial na oferta de orientação e apoio a indivíduos com seus direitos violados. Entre suas ações está o acompanhamento de famílias inseridas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que apresentam dificuldades no cumprimento das condicionalidades. • Associações e Organizações Não Governamentais (ONG) de atuação no âmbito da defesa de direitos, inclusão e reabilitação psicossocial, cuidados e ações direcionadas a categorias e grupos específicos, assim como em esferas e contextos relacionados ao meio ambiente e organização social como um todo. Nessa rede de apoio social e intersetorial estão incluídos: Conselhos Tutelares; OAB; Juizado da Infância e da Juventude; Delegacia da Mulher; Defensoria Pública; Polícia Federal; Instituto Médico Legal (IML); Promotoria de Justiça – Direitos Humanos; Superintendência Regional do Trabalho; INSS, entre outras. Referências para leitura e pesquisa: BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Brasília: DF, 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012 /prt1823_23_08_2012.html BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde do trabalhador e da trabalhadora [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,Cadernos de Atenção Básica, n. 41 – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicac oes/cadernoab_saude_do_trabalhador.pdf
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