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___________________________________________________________________ CURSO DE DIREITO 1º Unidade - 2022.2 Sem: 6º/7º Turma: Vespertino/Noturno Data: 05/10/2022 Disciplina: Direito Civil Família Valor: Docente: Valter Almeida Nota: Discente: Dercivânia Soares de França Instruções: 01 Data da entrega: 13/10/2022. 02 Trabalho MANUSCRITO. Utilize a CANETA para responder às questões. 03 Justifique TODAS alternativas. Certas e erradas. 04 A impressão das perguntas é facultativa. 2° ATIVIDADE QUESTÃO 1 - Felipe e Paulo vivem em união estável desde 2010 e não firmaram pacto de convivência. Em 2012, Paulo adquiriu um veículo para facilitar sua locomoção ao trabalho. No ano de 2018, Felipe recebeu R$ 200.000,00 de sua genitora a título de doação. Considerando que os dois são civilmente capazes e têm menos de 70 anos, na situação hipotética de dissolução da união estável e partilha de bens, Alternativas A) Paulo terá direito à meação do valor recebido a título de doação sem a necessidade de prova de esforço comum. Em contrapartida, Felipe não fará jus à partilha do veículo, o qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo ao trabalho e, portanto, excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. R: Falsa. Na união estável prevalece a comunhão parcial de bens que segundo o art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; B) Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de bem excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. Por sua vez, Felipe também não fará jus à partilha do veículo, o qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo ao trabalho e, portanto, excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. R: Falsa. Na união estável prevalece a comunhão parcial de bens que segundo o art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar, já o veículo poderá ser partilhado pois os bens adquiridos na constância conjugal, excluídos os bens provenientes de sucessão, doação, subrrogados e os instrumentos de trabalho. C) Em ambos os casos, será necessário prova de esforço comum para a partilha de bens, por se tratar de sociedade de fato. R: Falsa. Não será necessário fazer prova de esforço comum para a partilha do bem, que cabe partilha nesse caso que é o carro, pois a presunção absoluta do esforço comum não requer a produção probatória de que os bens amealhados advieram de uma situação concreta em que um consorte ajudou o outro, a própria contribuição vem do entendimento pretoriano e predeterminado sobre as relações maritais e de união estável. D) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova de esforço comum. E Paulo fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de numerário sujeito à comunhão no regime de bens aplicável à relação. E) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova de esforço comum. Por outro lado, Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de bem excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. R: Certa. A união estável é, em regra, regida pelo regime da comunhão parcial de bens (art. 1.725, CC). Segundo tal regime, há três massas patrimoniais distintas: Cônjuge 01 (Paulo): Formado pelo patrimônio anterior à união + patrimônio advindo de sucessão + doação + sub rogados + instrumentos de trabalho. Cônjuge 02 (Felipe): Formado pelo patrimônio anterior à união + patrimônio advindo de sucessão + doação + sub rogados + instrumentos de trabalho. 3. Comum: Bens adquiridos na constância conjugal, excluídos os bens provenientes de sucessão, doação, sub rogados e os instrumentos de trabalho. Logo, percebe-se que a doação recebida por Felipe integra apenas seu patrimônio, não sendo abarcada pelo patrimônio comum. (Art. 1.659, inciso I, CC). Já em relação ao veículo, embora esse facilite o transporte para o trabalho, não funciona como meio para o efetivo exercício da profissão. Portanto, não se encaixa no conceito de “instrumentos de trabalho.” QUESTÃO 2 - José Machado e Ana Maria conheceram-se na faculdade em 2004, como alunos do curso de Administração, e casaram-se em 2006. Na época, nenhum dos dois era titular de um patrimônio expressivo e pretendiam empreender juntos, constituindo uma sociedade empresária. Por esse motivo, entenderam mais adequado celebrar o casamento sob o regime da comunhão parcial de bens, compartilhando os sucessos e fracassos da nova atividade. Contudo, os planos alteraram-se. Em 2009, José Machado iniciou o curso de Direito e em 2021 recebeu a notícia da aprovação no concurso para Auditor Fiscal. Já Ana Maria tornou-se uma empresária de sucesso e prepara-se para iniciar um negócio de altíssimo risco na área de inovação. Diante das vidas profissionais muito distintas, com diferentes expectativas de ganhos financeiros, o José pretende modificar o regime de bens do casamento para a separação convencional. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. Alternativas A) A alteração de regime de bens durante o casamento é permitida, bastando-se fazer um novo pacto antenupcial, sendo desnecessária a autorização judicial. R: Falsa. Os requisitos para a alteração do regime de bens são cumulativos. 1) Autorização judicial; 2) Pedido motivado de ambos os cônjuges; 3) Apuração judicial das razões da alteração do regime de bens; 4)Ausência de prejuízo a terceiros. Conforme o art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 2° É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. B) A alteração de regime de bens é permitida, desde que haja autorização judicial postulada pelo casal, sendo despicienda a motivação, desde que não cause prejuízo a terceiros R: Falsa. É imprescindível motivação. Vejamos requisitos cumulativos para alteração de regime de bens: 1) Autorização judicial; 2) Pedido motivado de ambos os cônjuges; 3) Apuração judicial das razões da alteração do regime de bens; 4)Ausência de prejuízo a terceiros. Conforme o art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver, § 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. C) O regime de bens do casamento poderá ser alterado, desde que haja autorização judicial postulada por qualquer um dos cônjuges, sendo necessário motivar o pedido e demonstrar que a mudança não causa prejuízo a terceiros. R: Falsa. A alteração do regime de bens deve ser postulada por ambos os cônjuges. D) A alteração de regimes é permitida, desde que haja autorização judicial a ser concedida diante de um pedido motivado, o qual deve ser feito por ambos os cônjuges, bem como o resguardo de direitos de terceiros. R: Certa. Trata-se de novidade prevista pelo Código Civil de 2002. É possível a alteração de regime de bens do casamento, desde que observados os seguintes requisitos cumulativos: 1) Autorização judicial; 2) Pedido motivado de ambos os cônjuges; 3) Apuração judicial das razões da alteração do regime de bens; 4)Ausênciade prejuízo a terceiros.O art. 1.639, diz: É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver, § 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. E) A alteração de regime não é permitida, visto que a função do patrimônio comum é a garantia de credores e a mudança configura fraude contra credores. R: Falsa. Se não houver prejuízo a terceiros e sim possível a alteração de regime de bens, uma vez observados os demais requisitos. QUESTÃO 3 – Amália se casou com Bruno, em 2016, sob o regime de comunhão parcial de bens. Antes do casamento civil, Bruno já possuía uma casa. Na constância do casamento, Amália recebeu a doação de um carro e celebrou contrato de previdência complementar aberta na modalidade VGBL, enquanto Bruno herdou uma fazenda e teve valores depositados a título de FGTS. Diante disso, é correto afirmar que: Alternativas A) se Bruno desejar vender a casa, não precisará da vênia conjugal de Amália, por ser bem particular; R: Falsa. é preciso vênia conjugal no caso de bens imóveis. Isso porque o art. 1647 só traz como exceção para vênia o regime de bens de separação legal. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; B) os valores do FGTS depositados em favor de Bruno não são objeto de partilha; R: Falsa. O FGTS integra patrimônio comum, devendo ser partilhado. Entendimento recente do STJ de 2020. C) a fazenda herdada por Bruno é considerada objeto de partilha; R: Falsa. A herança derivada de sucessão é patrimônio particular, conforme traz o art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; Art. 1.660. Entram na comunhão: III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; D) se Amália desejar vender o carro, precisará da vênia conjugal de Bruno, por ser bem comum; R: Falsa. Não é preciso vênia para alienar bens móveis. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. E) o valor aplicado por Amália no contrato de previdência aberta na modalidade VGBL é objeto de partilha. R: Certa. O valor existente em plano de previdência complementar privada aberta na modalidade PGBL, antes de sua conversão em renda e pensionamento ao titular, possui natureza de aplicação e investimento, devendo ser objeto de partilha por ocasião da dissolução do vínculo conjugal ou da sucessão por não estar abrangido pela regra do art. 1.659, VII, do CC/2002. O STJ decide que planos de previdência privada aberta (PGBL e VGBL) devem ser partilhados em divórcio. QUESTÃO 4 – Hamilton, 35 anos, e Vivian, 26 anos, celebraram pacto antenupcial por instrumento particular, adotando o regime de separação de bens. Após casados civilmente, Hamilton passou a trabalhar fora e Vivian cuidava do lar. Depois de sete anos, eles se divorciaram e passaram a disputar os seguintes bens adquiridos na constância do casamento: o automóvel que Hamilton comprara e o apartamento que ele herdara de sua mãe. Nesse caso: Alternativas A) os dois bens cabem a Hamilton, em razão do pacto antenupcial de separação de bens ser válido; R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão aplicados ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). B) os dois bens cabem a Hamilton, em razão de Vivian não ter trabalhado para sua aquisição; R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão aplicadas ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). É importante destacar, por fim, que o Código Civil, em seu art. 1.660, I, estabelece uma presunção de ingresso nos aquestos, não havendo necessidade de prova de esforço comum C) cada um tem direito à metade do automóvel e à metade do apartamento, pois o pacto antenupcial é nulo; R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão aplicadas ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). D) Vivian somente terá direito à metade do automóvel, enquanto o apartamento cabe a Hamilton, pois o pacto antenupcial é nulo; R: Certa. Das disposições relativas ao pacto antenupcial, extrai-se que se cuida de um contrato solene, haja vista a exigência, sob pena de nulidade, de escritura pública (art. 1.653, primeira parte, CC), e condicional, pois somente terá eficácia se o casamento for realizado (art. 1.653, segunda parte, CC). Portanto, a primeira conclusão que podemos firmar a partir das informações constantes do enunciado, é que o pacto antenupcial celebrado por Hamilton e Vivian é NULO, porque celebrado por instrumento particular, o que não é admitido pela lei civil, o art. 1.640, caput, manda aplicar aos cônjuges/companheiros o regime da comunhão parcial de bens, também chamado de regime legal ou supletivo/supletório (arts. 1.658 a 1.666, CC). Portanto, identificado o regime de bens aplicado ao casal, é possível concluir que o automóvel que fora comprado por Hamilton na constância do casamento será objeto de meação com Vivian, nos termos dos arts. 1.658 e 1.660. E) Vivian somente terá direito à metade do automóvel, enquanto o apartamento cabe a Hamilton, em razão do pacto antenupcial de separação de bens ser válido. R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão aplicadas ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). Além disso, caso fosse válido o pacto firmado, ou seja, reconhecida a aplicabilidade do regramento do regime da separação convencional/absoluta (arts. 1.687 e 1.688, CC), o casamento não repercutiria na esfera patrimonial dos cônjuges, pois a incomunicabilidade envolveria todos os bens presentes e futuros, frutos e rendimentos, conferindo autonomia a cada um na gestão do próprio patrimônio. Nesse contexto, cada consorte conservaria a posse e a propriedade dos bens que houvesse trazido para o casamento, bem como os que fossem a eles sub-rogados, e dos que cadaum adquirisse a qualquer título na constância do matrimônio, atendidas as condições do pacto antenupcial QUESTÃO 5 – Maria casou-se em regime de comunhão parcial de bens com João, com quem teve 3 filhos e adquiriu um imóvel. João abandonou a família quando os filhos contavam com 10, 8 e 6 anos de idade e Maria permaneceu residindo no imóvel adquirido na constância da união. Após a separação de fato, João não contribuiu com o sustento dos filhos, tampouco deu notícias após a saída do lar. Após quinze anos, João ajuizou ação de divórcio em face de Maria pleiteando a dissolução do vínculo conjugal e a partilha do bem imóvel adquirido pelo esforço comum. Maria comparece à Defensoria Pública buscando orientações e assistência jurídica gratuita para a realização de sua defesa. Diante desse contexto, analise as assertivas abaixo: I. Considerando que houve separação de fato, Maria terá direito à aquisição da propriedade por usucapião do bem, desde que não seja proprietária de outro imóvel urbano ou rural, tenha utilizado o imóvel para fins residenciais e que o imóvel urbano conte com até 250 m2. CORRETA: Essa assertiva apresenta corretamente os requisitos da usucapião familiar ou por abandono do lar por Maria: ● posse direta e exclusiva, por 2 anos, ininterruptamente e sem oposição do proprietário; ● em imóvel urbano de até 250m²; ● cuja propriedade dividia com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar; ● utilizando-o para sua moradia ou de sua família; ● tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família; ● desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. O fundamento legal está no art. 1.240-A do CC, “Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.” II. O Superior Tribunal de Justiça admite, a depender das circunstâncias de fato, a reparação de danos morais pelo abandono afetivo praticado pelo pai em relação aos filhos. CORRETA: O STJ entende, ainda que excepcionalmente, pelo cabimento dos danos morais por abandono afetivo (inexistência de estabelecimento de relação de afeto do pai em relação ao filho - cuidado afetivo) quando comprovada a ilicitude do ato do genitor que ultrapassa o mero dissabor, conforme assentado no Juris em Teses - Edição 125 - Responsabilidade Civil - Dano Moral: "7) O abandono afetivo de filho, em regra, não gera dano moral indenizável, podendo, em hipóteses excepcionais, se comprovada a ocorrência de ilícito civil que ultrapasse o mero dissabor, ser reconhecida a existência do dever de indenizar." III. As dívidas contraídas por João, após a separação de fato, obrigam o patrimônio em comum do casal e devem ser objeto de meação. INCORRETA: A separação de fato rompe o vínculo entre os cônjuges, razão pela qual a dívida contraída após o rompimento não obriga o patrimônio comum do casal. Este responde, apenas, pelas obrigações contraídas, durante o casamento, para atendimento dos encargos da família, das despesas de administração e das decorrentes de imposição legal, conforme prevê o art. 1.664 do C.C. IV. São devidos alimentos naturais por João a Maria, independentemente de prova da necessidade, pelo princípio da solidariedade familiar. INCORRETA: Os alimentos são prestados observado o binômio necessidade/possibilidade, ou seja, dependem de prova de necessidade do alimentando, conforme se extrai do art. 1.694 do CC, “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. Está correto o que se afirma APENAS em Alternativas A) III e IV. B) I e III. C) I e II. D) II e IV. E) I, II e III. QUESTÃO 6 – Analise o seguinte caso hipotético: Celso e Marta, ambos maiores e capazes, se casaram pelo regime da comunhão parcial de bens no ano de 2010. Marta, à época do casamento, não possuía patrimônio em seu nome. Em 2012, Celso recebera como herança, em razão do falecimento de seus pais, um veículo automotor terrestre, que vendeu no ano seguinte e adquiriu uma motocicleta com o produto da venda. Posteriormente à compra da motocicleta, no mesmo ano, Celso recebeu o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) advindos de sorteio lotérico e que manteve depositado em conta corrente. De acordo com as informações apresentadas, assinale a alternativa correta. Alternativas A) Em caso de divórcio, ao realizar a partilha, Marta terá direito a incluir na divisão a motocicleta. R: Falsa. Como se trata de bem sub-rogado no lugar do automóvel recebido por herança, não há se falar em meação, visto que excluído da comunhão de bens, conforme art. 1.659, I, “Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; B) Em caso de divórcio, não haverá partilha de bens, visto que Celso terá direito à motocicleta, por se tratar de sub-rogação de bem advindo de herança, bem como em razão de os valores de origem do sorteio lotérico terem sido adquiridos a título oneroso, em razão da despesa anterior. R: Falsa. Os valores decorrentes do sorteio lotérico integram a meação, pois advieram de fato eventual, sendo irrelevante a existência de despesa anterior. Nesse sentido, é a previsão do art. 1.660, II, CC” Entram na comunhão: II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; C) Em caso de divórcio, haverá impedimento legal para a realização deste por escritura pública em razão do regime de bens escolhido. R: Falsa. Sendo ambos maiores e capazes, e não havendo notícias de nascituro ou descendente(s), não há se falar, preenchidos os demais requisitos legais, em impedimento para a realização de divórcio extrajudicial em razão do regime de bens escolhido, como se depreende dos arts. 33 e 34 da Resolução CNJ n° 35/2007 e em sentido análogo, temos os arts. 731 e 733 do CPC. D) Em caso de divórcio, sendo consensual a partilha, será obrigatória a realização deste por meio de escritura pública. R: Falsa. Cuida-se de uma faculdade, uma vez que as partes podem optar por submeter a questão ao juízo, consoante se denota do art. 733, caput, do CPC “O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. § 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. E) Em caso de divórcio, ao realizar a partilha, caberá à Marta perceber metade do prêmio de loteria a título de meação. R: Certa. Conforme art. 1.660, II, CC “Entram na comunhão: II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
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