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II ATIVIDADE I UNIDADE

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___________________________________________________________________ 
CURSO DE DIREITO 1º Unidade - 2022.2 
Sem: 6º/7º Turma: Vespertino/Noturno Data: 05/10/2022 
Disciplina: Direito Civil Família Valor: 
Docente: Valter Almeida Nota: 
Discente: Dercivânia Soares de França 
 
 
Instruções: 
01 Data da entrega: 13/10/2022. 
02 Trabalho MANUSCRITO. Utilize a CANETA para responder às questões. 
03 Justifique TODAS alternativas. Certas e erradas. 
04 A impressão das perguntas é facultativa. 
2° ATIVIDADE 
QUESTÃO 1 - Felipe e Paulo vivem em união estável desde 2010 e não 
firmaram pacto de convivência. Em 2012, Paulo adquiriu um veículo para 
facilitar sua locomoção ao trabalho. No ano de 2018, Felipe recebeu R$ 
200.000,00 de sua genitora a título de doação. Considerando que os dois 
são civilmente capazes e têm menos de 70 anos, na situação hipotética 
de dissolução da união estável e partilha de bens, 
Alternativas 
A) Paulo terá direito à meação do valor recebido a título de doação sem a 
necessidade de prova de esforço comum. Em contrapartida, Felipe não fará jus à 
partilha do veículo, o qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo ao 
trabalho e, portanto, excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. 
R: Falsa. Na união estável prevalece a comunhão parcial de bens que segundo o 
art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que 
sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos 
seguintes. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge 
possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
 
B) Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar 
de bem excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. Por sua vez, 
Felipe também não fará jus à partilha do veículo, o qual foi adquirido para facilitar 
a locomoção de Paulo ao trabalho e, portanto, excluído da comunhão no regime 
de bens aplicável à relação. 
R: Falsa. Na união estável prevalece a comunhão parcial de bens que segundo o 
art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao 
casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar, já o veículo poderá ser partilhado pois 
os bens adquiridos na constância conjugal, excluídos os bens provenientes de 
sucessão, doação, subrrogados e os instrumentos de trabalho. 
 
C) Em ambos os casos, será necessário prova de esforço comum para a partilha 
de bens, por se tratar de sociedade de fato. 
R: Falsa. Não será necessário fazer prova de esforço comum para a partilha do 
bem, que cabe partilha nesse caso que é o carro, pois a presunção absoluta do 
esforço comum não requer a produção probatória de que os bens amealhados 
advieram de uma situação concreta em que um consorte ajudou o outro, a própria 
contribuição vem do entendimento pretoriano e predeterminado sobre as relações 
maritais e de união estável. 
 
 
D) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova 
de esforço comum. E Paulo fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, 
por se tratar de numerário sujeito à comunhão no regime de bens aplicável à 
relação. 
E) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de 
prova de esforço comum. Por outro lado, Paulo não fará jus à partilha do 
valor recebido a título de doação, por se tratar de bem excluído da 
comunhão no regime de bens aplicável à relação. 
R: Certa. A união estável é, em regra, regida pelo regime da comunhão parcial de 
bens (art. 1.725, CC). Segundo tal regime, há três massas patrimoniais distintas: 
Cônjuge 01 (Paulo): Formado pelo patrimônio anterior à união + patrimônio 
advindo de sucessão + doação + sub rogados + instrumentos de trabalho. Cônjuge 
02 (Felipe): Formado pelo patrimônio anterior à união + patrimônio advindo de 
sucessão + doação + sub rogados + instrumentos de trabalho. 3. Comum: Bens 
adquiridos na constância conjugal, excluídos os bens provenientes de sucessão, 
doação, sub rogados e os instrumentos de trabalho. Logo, percebe-se que a doação 
recebida por Felipe integra apenas seu patrimônio, não sendo abarcada pelo 
patrimônio comum. (Art. 1.659, inciso I, CC). Já em relação ao veículo, embora 
esse facilite o transporte para o trabalho, não funciona como meio para o efetivo 
exercício da profissão. Portanto, não se encaixa no conceito de “instrumentos de 
trabalho.” 
QUESTÃO 2 - José Machado e Ana Maria conheceram-se na faculdade em 
2004, como alunos do curso de Administração, e casaram-se em 2006. Na 
época, nenhum dos dois era titular de um patrimônio expressivo e 
pretendiam empreender juntos, constituindo uma sociedade empresária. 
Por esse motivo, entenderam mais adequado celebrar o casamento sob o 
regime da comunhão parcial de bens, compartilhando os sucessos e 
fracassos da nova atividade. Contudo, os planos alteraram-se. Em 2009, 
José Machado iniciou o curso de Direito e em 2021 recebeu a notícia da 
aprovação no concurso para Auditor Fiscal. Já Ana Maria tornou-se uma 
empresária de sucesso e prepara-se para iniciar um negócio de altíssimo 
risco na área de inovação. Diante das vidas profissionais muito distintas, 
com diferentes expectativas de ganhos financeiros, o José pretende 
modificar o regime de bens do casamento para a separação convencional. 
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) A alteração de regime de bens durante o casamento é permitida, bastando-se 
fazer um novo pacto antenupcial, sendo desnecessária a autorização judicial. 
R: Falsa. Os requisitos para a alteração do regime de bens são cumulativos. 1) 
Autorização judicial; 2) Pedido motivado de ambos os cônjuges; 3) 
Apuração judicial das razões da alteração do regime de bens; 4)Ausência 
de prejuízo a terceiros. Conforme o art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de 
celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 2° 
É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em 
pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões 
invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
 
B) A alteração de regime de bens é permitida, desde que haja autorização judicial 
postulada pelo casal, sendo despicienda a motivação, desde que não cause prejuízo 
a terceiros 
R: Falsa. É imprescindível motivação. Vejamos requisitos cumulativos para 
alteração de regime de bens: 1) Autorização judicial; 2) Pedido motivado de ambos 
os cônjuges; 3) Apuração judicial das razões da alteração do regime de bens; 
4)Ausência de prejuízo a terceiros. Conforme o art. 1.639. É lícito aos nubentes, 
antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes 
aprouver, § 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização 
judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das 
razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
C) O regime de bens do casamento poderá ser alterado, desde que haja autorização 
judicial postulada por qualquer um dos cônjuges, sendo necessário motivar o 
pedido e demonstrar que a mudança não causa prejuízo a terceiros. 
R: Falsa. A alteração do regime de bens deve ser postulada por ambos os cônjuges. 
 
D) A alteração de regimes é permitida, desde que haja autorização judicial 
a ser concedida diante de um pedido motivado, o qual deve ser feito por 
ambos os cônjuges, bem como o resguardo de direitos de terceiros. 
R: Certa. Trata-se de novidade prevista pelo Código Civil de 2002. É possível a 
alteração de regime de bens do casamento, desde que observados os seguintes 
requisitos cumulativos: 1) Autorização judicial; 2) Pedido motivado de ambos os 
cônjuges; 3) Apuração judicial das razões da alteração do regime de bens; 
4)Ausênciade prejuízo a terceiros.O art. 1.639, diz: É lícito aos nubentes, antes 
de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver, 
§ 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial 
em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões 
invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
 
E) A alteração de regime não é permitida, visto que a função do patrimônio comum 
é a garantia de credores e a mudança configura fraude contra credores. 
R: Falsa. Se não houver prejuízo a terceiros e sim possível a alteração de regime 
de bens, uma vez observados os demais requisitos. 
QUESTÃO 3 – Amália se casou com Bruno, em 2016, sob o regime de 
comunhão parcial de bens. Antes do casamento civil, Bruno já possuía 
uma casa. Na constância do casamento, Amália recebeu a doação de um 
carro e celebrou contrato de previdência complementar aberta na 
modalidade VGBL, enquanto Bruno herdou uma fazenda e teve valores 
depositados a título de FGTS. 
Diante disso, é correto afirmar que: 
Alternativas 
A) se Bruno desejar vender a casa, não precisará da vênia conjugal de Amália, por 
ser bem particular; 
R: Falsa. é preciso vênia conjugal no caso de bens imóveis. Isso porque o art. 1647 
só traz como exceção para vênia o regime de bens de separação legal. Art. 1.647. 
Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização 
do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus 
real os bens imóveis; 
 
B) os valores do FGTS depositados em favor de Bruno não são objeto de 
partilha; 
R: Falsa. O FGTS integra patrimônio comum, devendo ser partilhado. 
Entendimento recente do STJ de 2020. 
 
C) a fazenda herdada por Bruno é considerada objeto de partilha; 
R: Falsa. A herança derivada de sucessão é patrimônio particular, conforme 
traz o art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge 
possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; Art. 1.660. Entram na 
comunhão: III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor 
de ambos os cônjuges; 
 
D) se Amália desejar vender o carro, precisará da vênia conjugal de Bruno, por ser 
bem comum; 
R: Falsa. Não é preciso vênia para alienar bens móveis. Ressalvado o disposto no 
art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no 
regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança 
ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que 
possam integrar futura meação. 
 
E) o valor aplicado por Amália no contrato de previdência aberta na 
modalidade VGBL é objeto de partilha. 
R: Certa. O valor existente em plano de previdência complementar privada aberta 
na modalidade PGBL, antes de sua conversão em renda e pensionamento ao titular, 
possui natureza de aplicação e investimento, devendo ser objeto de partilha por 
ocasião da dissolução do vínculo conjugal ou da sucessão por não estar abrangido 
pela regra do art. 1.659, VII, do CC/2002. O STJ decide que planos de previdência 
privada aberta (PGBL e VGBL) devem ser partilhados em divórcio. 
QUESTÃO 4 – Hamilton, 35 anos, e Vivian, 26 anos, celebraram pacto 
antenupcial por instrumento particular, adotando o regime de separação 
de bens. Após casados civilmente, Hamilton passou a trabalhar fora e 
Vivian cuidava do lar. Depois de sete anos, eles se divorciaram e passaram 
a disputar os seguintes bens adquiridos na constância do casamento: o 
automóvel que Hamilton comprara e o apartamento que ele herdara de 
sua mãe. 
Nesse caso: 
Alternativas 
A) os dois bens cabem a Hamilton, em razão do pacto antenupcial de separação de 
bens ser válido; 
R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão 
aplicados ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, 
caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por 
Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 
1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará 
excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). 
B) os dois bens cabem a Hamilton, em razão de Vivian não ter trabalhado para sua 
aquisição; 
R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão 
aplicadas ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, 
caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por 
Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 
1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará 
excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). É importante destacar, por fim, 
que o Código Civil, em seu art. 1.660, I, estabelece uma presunção de ingresso 
nos aquestos, não havendo necessidade de prova de esforço comum 
 
C) cada um tem direito à metade do automóvel e à metade do apartamento, pois 
o pacto antenupcial é nulo; 
R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão 
aplicadas ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, 
caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por 
Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 
1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará 
excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). 
 
D) Vivian somente terá direito à metade do automóvel, enquanto o 
apartamento cabe a Hamilton, pois o pacto antenupcial é nulo; 
R: Certa. Das disposições relativas ao pacto antenupcial, extrai-se que se cuida de 
um contrato solene, haja vista a exigência, sob pena de nulidade, de escritura 
pública (art. 1.653, primeira parte, CC), e condicional, pois somente terá eficácia 
se o casamento for realizado (art. 1.653, segunda parte, CC). Portanto, a primeira 
conclusão que podemos firmar a partir das informações constantes do enunciado, 
é que o pacto antenupcial celebrado por Hamilton e Vivian é NULO, porque 
celebrado por instrumento particular, o que não é admitido pela lei civil, o art. 
1.640, caput, manda aplicar aos cônjuges/companheiros o regime da comunhão 
parcial de bens, também chamado de regime legal ou supletivo/supletório (arts. 
1.658 a 1.666, CC). Portanto, identificado o regime de bens aplicado ao casal, é 
possível concluir que o automóvel que fora comprado por Hamilton na constância 
do casamento será objeto de meação com Vivian, nos termos dos arts. 1.658 e 
1.660. 
 
E) Vivian somente terá direito à metade do automóvel, enquanto o apartamento 
cabe a Hamilton, em razão do pacto antenupcial de separação de bens ser válido. 
R: Falsa. Considerando a nulidade do pacto antenupcial (art. 1.653, CC), serão 
aplicadas ao casal as regras do regime da comunhão parcial de bens (art. 1.640, 
caput, c.c. art. 1.658 a 1.666, CC), de modo que o automóvel adquirido por 
Hamilton na constância do casamento será objeto de meação (art. 1.658 c.c. art. 
1.660, I, CC) e o apartamento, recebido por ele como herança de sua mãe, ficará 
excluído da comunhão de bens (art. 1.659, I, CC). Além disso, caso fosse válido o 
pacto firmado, ou seja, reconhecida a aplicabilidade do regramento do regime da 
separação convencional/absoluta (arts. 1.687 e 1.688, CC), o casamento não 
repercutiria na esfera patrimonial dos cônjuges, pois a incomunicabilidade 
envolveria todos os bens presentes e futuros, frutos e rendimentos, conferindo 
autonomia a cada um na gestão do próprio patrimônio. Nesse contexto, cada 
consorte conservaria a posse e a propriedade dos bens que houvesse trazido para 
o casamento, bem como os que fossem a eles sub-rogados, e dos que cadaum 
adquirisse a qualquer título na constância do matrimônio, atendidas as condições 
do pacto antenupcial 
QUESTÃO 5 – Maria casou-se em regime de comunhão parcial de bens com 
João, com quem teve 3 filhos e adquiriu um imóvel. João abandonou a 
família quando os filhos contavam com 10, 8 e 6 anos de idade e Maria 
permaneceu residindo no imóvel adquirido na constância da união. Após 
a separação de fato, João não contribuiu com o sustento dos filhos, 
tampouco deu notícias após a saída do lar. Após quinze anos, João ajuizou 
ação de divórcio em face de Maria pleiteando a dissolução do vínculo 
conjugal e a partilha do bem imóvel adquirido pelo esforço comum. Maria 
comparece à Defensoria Pública buscando orientações e assistência 
jurídica gratuita para a realização de sua defesa. Diante desse contexto, 
analise as assertivas abaixo: 
I. Considerando que houve separação de fato, Maria terá direito à 
aquisição da propriedade por usucapião do bem, desde que não seja 
proprietária de outro imóvel urbano ou rural, tenha utilizado o imóvel para 
fins residenciais e que o imóvel urbano conte com até 250 m2. 
CORRETA: Essa assertiva apresenta corretamente os requisitos da usucapião 
familiar ou por abandono do lar por Maria: 
● posse direta e exclusiva, por 2 anos, ininterruptamente e sem oposição do 
proprietário; 
● em imóvel urbano de até 250m²; 
● cuja propriedade dividia com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o 
lar; 
● utilizando-o para sua moradia ou de sua família; 
● tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família; 
● desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
 O fundamento legal está no art. 1.240-A do CC, “Aquele que exercer, por 2 (dois) 
anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre 
imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja 
propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, 
utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, 
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.” 
 
II. O Superior Tribunal de Justiça admite, a depender das circunstâncias 
de fato, a reparação de danos morais pelo abandono afetivo praticado 
pelo pai em relação aos filhos. 
CORRETA: O STJ entende, ainda que excepcionalmente, pelo cabimento dos danos 
morais por abandono afetivo (inexistência de estabelecimento de relação de afeto 
do pai em relação ao filho - cuidado afetivo) quando comprovada a ilicitude do ato 
do genitor que ultrapassa o mero dissabor, conforme assentado no Juris em Teses 
- Edição 125 - Responsabilidade Civil - Dano Moral: "7) O abandono afetivo de 
filho, em regra, não gera dano moral indenizável, podendo, em hipóteses 
excepcionais, se comprovada a ocorrência de ilícito civil que ultrapasse o mero 
dissabor, ser reconhecida a existência do dever de indenizar." 
 
III. As dívidas contraídas por João, após a separação de fato, obrigam o 
patrimônio em comum do casal e devem ser objeto de meação. 
INCORRETA: A separação de fato rompe o vínculo entre os cônjuges, razão pela 
qual a dívida contraída após o rompimento não obriga o patrimônio comum do 
casal. Este responde, apenas, pelas obrigações contraídas, durante o casamento, 
para atendimento dos encargos da família, das despesas de administração e das 
decorrentes de imposição legal, conforme prevê o art. 1.664 do C.C. 
IV. São devidos alimentos naturais por João a Maria, independentemente 
de prova da necessidade, pelo princípio da solidariedade familiar. 
INCORRETA: Os alimentos são prestados observado o binômio 
necessidade/possibilidade, ou seja, dependem de prova de 
necessidade do alimentando, conforme se extrai do art. 1.694 do CC, 
“Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos 
outros os alimentos de que necessitem para viver de modo 
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. § 1o Os alimentos devem ser fixados 
na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da 
pessoa obrigada. § 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à 
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de 
quem os pleiteia. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
Alternativas 
A) III e IV. 
B) I e III. 
C) I e II. 
D) II e IV. 
E) I, II e III. 
QUESTÃO 6 – Analise o seguinte caso hipotético: 
Celso e Marta, ambos maiores e capazes, se casaram pelo regime da 
comunhão parcial de bens no ano de 2010. Marta, à época do casamento, 
não possuía patrimônio em seu nome. Em 2012, Celso recebera como 
herança, em razão do falecimento de seus pais, um veículo automotor 
terrestre, que vendeu no ano seguinte e adquiriu uma motocicleta com o 
produto da venda. Posteriormente à compra da motocicleta, no mesmo 
ano, Celso recebeu o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) advindos de 
sorteio lotérico e que manteve depositado em conta corrente. De acordo 
com as informações apresentadas, assinale a alternativa correta. 
Alternativas 
A) Em caso de divórcio, ao realizar a partilha, Marta terá direito a incluir na divisão 
a motocicleta. 
R: Falsa. Como se trata de bem sub-rogado no lugar do automóvel recebido por 
herança, não há se falar em meação, visto que excluído da comunhão de bens, 
conforme art. 1.659, I, “Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge 
possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
 
B) Em caso de divórcio, não haverá partilha de bens, visto que Celso terá direito à 
motocicleta, por se tratar de sub-rogação de bem advindo de herança, bem como 
em razão de os valores de origem do sorteio lotérico terem sido adquiridos a título 
oneroso, em razão da despesa anterior. 
R: Falsa. Os valores decorrentes do sorteio lotérico integram a meação, pois 
advieram de fato eventual, sendo irrelevante a existência de despesa anterior. 
Nesse sentido, é a previsão do art. 1.660, II, CC” Entram na comunhão: II - os 
bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa 
anterior; 
 
C) Em caso de divórcio, haverá impedimento legal para a realização deste por 
escritura pública em razão do regime de bens escolhido. 
R: Falsa. Sendo ambos maiores e capazes, e não havendo notícias de nascituro ou 
descendente(s), não há se falar, preenchidos os demais requisitos legais, em 
impedimento para a realização de divórcio extrajudicial em razão do regime de 
bens escolhido, como se depreende dos arts. 33 e 34 da Resolução CNJ n° 35/2007 
e em sentido análogo, temos os arts. 731 e 733 do CPC. 
D) Em caso de divórcio, sendo consensual a partilha, será obrigatória a realização 
deste por meio de escritura pública. 
R: Falsa. Cuida-se de uma faculdade, uma vez que as partes podem optar por 
submeter a questão ao juízo, consoante se denota do art. 733, caput, do CPC “O 
divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união 
estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos 
legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as 
disposições de que trata o art. 731. § 1º A escritura não depende de homologação 
judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para 
levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2º O 
tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por 
advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato 
notarial. 
 
E) Em caso de divórcio, ao realizar a partilha, caberá à Marta perceber 
metade do prêmio de loteria a título de meação. 
R: Certa. Conforme art. 1.660, II, CC “Entram na comunhão: II - os bens 
adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa 
anterior;

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