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Hérnias de Parede Abdominal 1 Hérnias de Parede Abdominal Conceito Protrusão anormal de um órgão ou tecido através de um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Protrusão anormal de um saco com revestimento peritoneal, através da cobertura musculoaponeurótica do abdome. Protrução de um órgãos ou de seu revestimento através da parede ou da cavidade que deveria contê-lo. As correções das hérnias são os procedimentos de cirurgia geral mais realizados. Pode ocorrer em vários locais do corpo Mais frequente na parede abdominal *Hérnia mais comum é a inguinal, principalmente do lado direito. Importância epidemiológica: alta prevalência Costumam ocorrer em homem jovem, idade reprodutiva Alto custo social Hérnias: ventrais, inguinais, pélvicas, lombares Eventração = Hérnia Epidemiologia Predomínio em homens Idade > 40 Dimídio direito em homens Inguinofemorais*, umbilicais, incisionais, epigástricas, outras. Hérnia incisional: incisão cirúrgica que não cicatriza adequadamente. Hérnia de Spiegel: hérnias intramusculares - difícil de diagnósticar Hérnias de Parede Abdominal 2 Hérnia Inguinal: acima do ligamento inguinal (ou Poupart) Hérnia Femoral: abaixo do ligamento inguinal - medial aos vasos femorais A prevalência das hérnias aumenta com a idade, assim como o estrangulamento e a necessidade de hospitalização. Hérnias da região inguinal: Inguinal indireta (acompanha o funículo espermático, lateral aos vasos epigástricos inferiores) - mais comum (ambos sexos) Inguinal direta (direto pela fascia transversalis) É o tipo mais comum Predomínio feminino nas hérnias: femorais (10:1)/umbilicais (2:1) *Hérnias femorais: mulheres > homens *Qual é a hérnia mais comum nas mulheres? Hérnia Inguinal *A maior parte das hérnias estranguladas são: hérnias inguinais (porque tem mais!) *As hérnias femorais são as que tem maior taxa de estrangulamento. *Tanto as hérnias inguinais como as femorais ocorrem mais a direita. Mais de 5% da população tem hérnia. 75% das hérnias são na região inguinal: 2/3 hérnia inguinal indireta e 3% hérnia femoral. Inguinofemorais 75% Umbilicais 10% Incisionais 10% Hérnias de Parede Abdominal 3 Epigástricas 6% Outras < 1% Hérnia ciática Hérnia de Grynfeltt Hérnia de Petit Hérnia Obturadora Hérnia Perineal Etiologia Conforme o tipo de hérnia: Congênita: prematuridade, baixo peso ao nascer, alterações da síntese de colágeno. Adquirida Lesão da parede abdominal (trauma ou cirurgia) Predisposição tecido conectivo Fatores de Risco Características Inatas/Congênitas Persistência do processo vaginal Prematuridade e baixo peso - menor fechamento do conduto peritônio- vaginal e a persistência desse conduto leva a hidrocele comunicante e hérnia inguinal indireta (crianças*) - ligadura do saco herniário (técnica de Marcy). Deficiência de colágeno - síndrome de Marfan, Ehlers- Danlos, Hunter Características Adquiridas: idade avançada e adulto Alterações do colágeno: tabagismo e idade avançada Aumento repetitivo de pressão intra-abdominal: Prostatismo, DPOC, neoplasia intra-abdominal (cólon - hérnia por conta do esforço evacuatório) Constipação crônica, ascite, obesidade, DM… Asma Hérnias de Parede Abdominal 4 Esforço para urinar Profissão do paciente - pega muito peso? Corrigir os fatores de risco que aumenta a pressão intra-abdominal - para não ocorrer reincidiva. Componentes da Hérnia Anel herniário (defeito na parede por onde passa o conteúdo), herniário (cobertura) e conteúdo (o que está dentro da hérnia) Hérnia de Deslizamento A víscera herniada forma parte da parede do saco herniado. Pode romper a parede da bexiga, do ovário, sigmóide, ceco - órgãos mais frequentemente evolvidos nas hérnias de deslizamento. *Diagnóstico História clínica EF Exames de imagem: quando houver dúvida diagnóstica Apresentação Clínica Abaulamento ou tumefação redutível* Assintomático Dor, desconforto ou peso na virilha Relação com esforço físico Tumefação fixa —> encarcerada Irredutível DD: tumoração de subcutâneo, linfonodomegalias, cistos sebáceos Parestesia, dor irradiada nn. que passam pelos orifícios naturais onde vemos as hérnias. Sinais de complicação: obstrução, isquemia, perfuração Dor abdominal intensa, principalmente na palpação da parede = fique atento pode ser uma hérnia complicada que o paciente não sabia que tinha. Anamnese Hérnias de Parede Abdominal 5 HMA Fatores causais, de alívio e de piora Intensidade Irradiação Interrogatório Sintomatológico Alterações urinárias (manobra de valsalva para urinar - indicativo de que precisa tratar prostatismo antes da terapia definitiva) e de hábito intestinal Causas de aumento da pressão abdominal (atividade, hábito intestinal e urinário, tosse …) Antecedentes: cirurgias prévias Exame Físico Posição em pé e deitado Manobra de Landivar - oclui orifício inguinal interno para ver se a hérnia é indireta ou direta. Pede para o paciente fazer força. Se a hérnia não vem é porque é hérnia indireta, se vem é porque é direta. Palpação de todos os eventuais locais de hérnias Palpar com 3 dedos/colocar o dedo no canal inguinal Inspeção: estática x dinâmica (Valsalva, tosse, esforço - semifletir o abdome) Palpação da Hérnia: Redutível ou não redutível (encarcerada/procurar sinais de sofrimento - cirurgia de urgência) Conteúdo Anel herniário - verificar o diâmetro Indicador no canal inguinal - ponta do dedo (hérnia indireta) X polpa do dedo (hérnia direta) Sexo feminino: 2 dedos ao longo do canal inguinal. Femoral: abaixo do ligamento inguinal, medial a a. femoral. Hérnias de Parede Abdominal 6 Sinais de sofrimento - encarceramento/entrangulamento Diagnóstico Diferencial Neoplasias benignas e malignas (lipoma) Linfonodos Hidrocele Orquite Torção de testículo Varicocele Exames Complementares Exceção - normalmente é clínico USG de partes moles/parede abdominal (exame de escolha para avaliação da região inguino-femoral), TC, RNM Pré-operatórios *Classificação Redutível: “entra e sai” Encarcerada: irredutível Estrangulada: comprometimento da vascularização do componente herniário. Hérnia Encarcerada: Sinais de obstrução intestinal Cirurgia de urgência Sinais de sofrimento do conteúdo herniario: hiperemia, dor, edema, sinais inflamatórios sistêmicos = hérnia estrangulada. Hérnia Estrangulada: Pele sensível, quente, eritema, febre, hipotensão, leucocitose. Cirurgia imediata/emergência Conteúdo intestinal com sofrimento pode levar a perfuração —> sepse. Ficar atento com as hérnias encarceradas, pois podem evoluir para hérnias estranguladas. Hérnias de Parede Abdominal 7 Obesidade dificulta o diagnóstico. *Fatores de Risco para Recidiva Infecção ou contaminação Hematoma Tensão - sutura sob tensão = evitar Esforço no PO (prostatismo, tosse) Comorbidades: obesidade, diabetes, DPOC Ascite Medicamentos: corticoides, imunossupressores Tabagismo Recorrência das Hérnias HÉRNIA GRADING SYSTEM* MODIFICADO *Tipos Específicos de Hérnias da Parede Abdominal Hérnias da região inguinal Hérnias inguinais: direta x indireta Hérnias femorais Hérnias ventrais Incisionais: Em qualquer incisão abdominal (10 a 15%) Mais frequente na linha média Tratamento: herniorrafia com tela - diminui reincidiva Hérnias de Parede Abdominal 8 Prevenção: boas técnicas de fechamento, evitar infecção, hematoma, evitar esforços no pós- operatório. Hérnias perineais Hérnias lombares Hérnia de Grynfelt Trígono lombar superior Superior 12a costela, musculatura paravertebral, m. oblíquo interno Hérnia de Petit Inferior Trígono lombar inferior Crista ilíaca, m. oblíquo externo e m. latíssimo dorsal Hérnia Umbilical Muito comum Fatores associados: obesidade, gestação, ascite Mulheres > homens (3:1) Hérnias Epigástricas Linha média entre o xifoidee cicatriz umbilical 20% são múltiplas Hérnia de Spiegel Entre a borda lateral do m. reto e linha semilunar Hérnias Pélvicas Obturadora - SINAL DE HOWSHIP- ROMBERG: dor na face medial da coxa por compressão nervosa do n. obturador. Hérnias de Parede Abdominal 9 Períneo Ciático Hérnia de Garengeot: apendicite em hérnia femoral Hérnia de Amyand: apendicite em hérnia inguinal Hérnia de Cooper: femoral que continua até o saco escrotal ou grandes lábios Hérnia de Littré: hérnia inguinal, na qual temos divertículo de Meckel. Hérnia Ciática: forame ciático Hérnia Perineal: congênita ou pós-operatória Princípios do Tratamento Reduzir ou ressecar os elementos herniados Tratamento do saco herniário Correção do defeito anatômico Identificar e eliminar o fator de risco Aproximação primária Uso de telas* Anatomia Região Inguinal e Femoral Canal inguinal: do anel inguinal profundo ao superficial. mm. planos do abdome: obliquo externo, interno e m. transverso. Deferente, a. e v. gonadal = entrando pelo anel inguinal interno. O que é lateral (anel inguinal interno) é uma hérnia indireta e o que é medial é uma hérnia direta. Hérnias de Parede Abdominal 10 *Conteúdo do Canal Inguinal/Funículo Espermático: Homem: Funículo Espermático: Ramo genital do n. genitofemoral a.testicular vv. do plexo pampiniforme ducto deferente m. cremaster Mulher: Ligamento redondo nn. nn. ilioinguinal e ílio-hipogástrico estão dentro do canal inguinal, mas fora do cordão espermático. Ligamento inguinal (Poupart): borda inferior da aponeurose do m. oblíquo externo (parede anterior do canal inguinal - abriu tem a musculatura do oblíquo interno, m. transverso e fascia transversalis) Ligamento lacunar: inserção do ligamento inguinal no púbis. Fascia transversalis: assoalho do canal, subjacente a musculatura. Ligamento inguinal: para cima hérnias inguinais e para baixo hérnias femorais. LIMITES DO CANAL INGUINAL Teto ou anterior: aponeurose do oblíquo externo Assoalho ou posterior: fascia transversalis Superior: tendão conjunto, fibras arqueadas do oblíquo interno e transverso Inferior: ligamento inguinal - fecha o canal inguinal Nervos e Hérnias Inguinais: n. íliohipogástrico: entra no canal inguinal e irá inervar a região hipogástrica. Hérnias de Parede Abdominal 11 n. ilioinguinal: corre por cima da musculatura retoperitoneal, entra no canal inguinal, inerva a região dos grandes lábios da mulher e bolsa testicular. Correm no funículo espermático e podem ser lesados. n. genitofemoral: 2 ramos (ramo genital do n. genitofemoral e ramo femoral do n. genitofemoral - inerva a raiz da coxa); Hérnia obturadora: paciente pode sentir dor ou parestesia na região inervada pelo nervo. *Triângulo de Hasselbach Vasos epigástricos inferiores Borda lateral do m. reto abdominal Ligamento inguinal Hérnias diretas ocorrem dentro do triângulo - mediais aos vasos epigástricos inferiores. Hérnias de Parede Abdominal 12 Região Inguinal - Visão Posterior: Tubérculo púbico Ligamento de Cooper: segue para baixo Trato íleo púbico: corresponde a localização do ligamento inguinal, só que mais interno. Tudo que tiver para cima do trato íleopúbico = hérnia inguinal. Tudo que tiver para baixo do trato íleopúbico = hérnia femorais. Hérnias femorais: passa com n. femoral, a. e v. ilíacas externas, quando passa pelo ligamento inguinal se transformam em vasos femorais. Medial a veia femoral, delimitado por cima pelo trato ileopúbico e por baixo pelo ligamento de Cooper = delimitação de por onde vem a hérnia femoral. Hérnias laterais aos vasos epigástricos = hérnias indiretas. Hérnias mediais = hérnias diretas. Abaixo do ligamento inguinal/trato ileopúbico, acima do ligamento de Cooper, medialmente a v. femoral, canal femoral = hérnias femorais. n. - a. - v. —> borda da hérnia sempre é a v. As aa. testiculares são ramos diretos da aorta e localizam-se no retroperitôneo, enquanto as veias se originam do plexo pampiniforme. A veia testicular direita desemboca na VCI, e a testicular esquerda termina na veia renal esquerda. *Para distinguir as hérnias, convém lembrar-se de que, no trígono de Hasselbach, as hérnias são diretas (medial aos vasos epigástricos inferiores) e, no trígono de Hessert, são indiretas (lateral aos vasos). Hérnias de Parede Abdominal 13 Direta: surge medialmente aos vasos epigástricos, no triângulo de Hasselbach, cujos limites são - medialmente, a aponeurose do m. reto abdominal; lateralmente, o ligamento inguinal; e, superiormente, os vasos epigástricos. Resulta da fraqueza do assoalho da região inguinal, especialmente em indivíduos que realizam grandes esforços físicos repetidamente. Indireta: surge lateralmente aos vasos epigástricos, no triângulo de Hessert. Ocorre pela passagem de conteúdo abdominal através do anel inguinal interno. Tipos e Classificações das Hérnias da Virilha Hérnia Inguinal Nas crianças, acontece pela persistência do conduto peritoneovaginal (hérnia indireta). Hérnias diretas - ocorrem por fraqueza na parede inguinal e esforço físico, acontecem mais frequentemente nos adutos. Quadro Clínico Compreende abaulamente inguinal, principalmente após esforço físico ou, ainda, em posição ortostática, que pode ou não ser reduzido espontaneamente. EF: Palpar o anel inguinal interno e caracterizar se há ou não dilatação. Manobra de Valsalva (apneia em expiração forçada) é útil na maioria dos casos Manobra de Landivar - DD hérnia direta ou indireta Ao colocar o dedo no anel interno no momento em que o paciente faz valsalva, a hérnia não aparecerá, pois a hérnia indireta se exterioriza pelo canal inguinal, que se inicia no anel interno, mas este estará fechado devido a manobra. Porém, se a hérnia for direta, haverá protusão durante a manobra de valsalva, mesmo que o dedo do examinador esteja fechando o anel interno, pois a hérnia direta destrói Hérnias de Parede Abdominal 14 diretamente a parede posterior e não passa pelo anel interno. Quando o conteúdo herniado não é passível de redução espontânea ou manual, diz-se que a hérnia está encarcerada. Com o tempo, se não houver tratamento adequado, o conteúdo herniado pode apresentar sofrimento vascular e afirma-se que a hérnia está estrangulada. Basicamente, esses quadros apresentam-se como abaulamentos não redutíveis e bastante dolorosos. *Classificação Inguinal indireta (lateral) Lateral aos vasos epigástricos. Dentro do funículo. Inguinal direta (medial) Medial aos vasos epigástricos Tratamento é o mesmo! Incisão normalmente é oblíqua. Parte mais alta da incisão é a parte lateral da incisão (esquerda lado lateral/direita - lado medial). Femoral Recidivada - perda da anatomia *Classificação de NYHUS Hérnias de Parede Abdominal 15 I: crianças II: tipo mais comum/adulto jovem Classificação de Gilbert Hérnia por Deslizamento A víscera herniada forma parte da parede do saco. Um órgão interno compõe uma parte da parede do saco herniário. As vísceras mais comumente envolvidas são o cólon e a bexiga. Hérnias de Parede Abdominal 16 TIPOS ESPECÍFICOS DE HÉRNIA INGUINAL Littré: divertículo de Meckel no interior da hérnia. Amyand: quando tem o apêndice no interior da hérnia, com apendicite. Richter: tem um estrangulamento, mas apenas da borda contramesenterial da alça, ou seja, hérnia estrangulada sem obstrução intestinal, o fluxo continua normal. HÉRNIAS FEMORAIS Conceito: Mulheres > 45 anos e 90% são unilaterais, a direita Alto risco de estrangulamento - canal estreito que tem componente ósseo no ligamento Resulta da projeção do saco herniário pelo trígono femoral, abaixo do ligamento inguinal. O canal femoral limita-se, lateralmente, pela via femoral; anteriormente, pelo ligamento iliopúbico (de Thompson); e, posteriormente, pelo ligamento pectíneo (de Cooper, que consiste na aponeurosede inserção do m. pectíneo, onde também se insere, posteriormente e inferiormentem a fascia transversalis). O tubérculo púbico forma o ápice do triângulo do canal femoral. O orifício miopectíneo de Fruchaud consiste na projeção dos triângulos de Hessert e de Hesselbach e do trígono femoral. Logo, essa região compreende todas as hérnias inguinofemorais. Técnicas: McVay* Tipos de Hérnia Femoral: Garengeot: contém o apêndice Cooper: hérnia femoral que abaula os grandes lábios Tratamento das Hérnias Inguinais e Femorais Não Operatório: Hérnias inguinais pequenas assintomáticas? Hérnia femoral = alto risco de estrangulamento = SEMPRE CIRÚRGICO Hérnias de Parede Abdominal 17 Condições clínicas proibitivas Cirúrgico: Tratamento definitivo Com tela ou sem tela - na maioria das vezes usa-se tela. Anterior ou posterior Convencional (aberta) versus laparoscópica A indicação de laparotomia mediana para o tratamento das hérnias se dá quando existe peritonite difusa associada ao quadro, e, nesse caso, existe contaminação da cavidade que deverá ser cuidadosamente examinada e lavada. Em crianças, a redução seguida do fechamento do conduto peritoneovaginal costuma ser suficiente, isto é, não é necessário reforço da parede posterior na criança. Técnicas Abertas (convencionais): Sem Tela: Shouldice: fechamento por planos com 4 linhas de suturas contínuas - “técnica do jaquetão” ou do embricamento - melhor das técnicas sem tela - menos recidiva. McVay: hérnia inguinal e femoral*. Hernioplastia de Bassini: fechamento posterior do canal inguinal. Sutura do tendão conjunto no ligamento inguinal. Menos utilizada hoje em dia devido a alta recidiva. Outras Hérnias de Parede Abdominal 18 Com Tela: Lichtenstein Rives- Stoppa: via extraperitoneal, onde é colocada uma tela - menos utilizada após o advento da videolaparoscopia. Indicação - hérnias inguinais bilaterais e/ou recidivadas. Outras variações Técnicas Minimamente Invasivas: Com Tela: Extraperitoneal (TEP): não viola a cavidade peritoneal Transperitoneal (TAPP): viola a cavidade peritoneal Robótica Inguinotomia: Tratamento: cirúrgico no diagnóstico Princípios do tratamento cirúrgico: Reduzir ou ressecar os elementos herniados Dissecar, ligar e seccionar o saco herniário Correção do defeito anatômico causador da hérnia Técnicas: Técnicas de correção de hérnias inguinais Via anterior: Bassini (histórico): fechamento primário, reforço com tensão - 30 a 50% de reincidiva Shouldice Múltiplas camadas, embricamento Abertura da fascia transversalis do anel inguinal interno até o púbis 4 linhas de sutura Incisões relaxadoras Hérnias de Parede Abdominal 19 Sobreposição de camadas - dificultando a reincidiva da hérnia Lichtenstein: com tela - preferência. Sem tensão Tela colocada sobre a parede posterior do canal inguinal, fixada no pube, ligamento inguinal e tendão conjunto, reforçando a musculatura e corrigindo eventuais dilatações do anel inguinal interno. Padrão- ouro — menor taxa de recidiva. McVay Repara hérnias inguinais e femorais ao mesmo tempo Abre-se a fáscia transversal Identifica-se o ligamento de Cooper abaixo do ligamento inguinal Fixa a tela e aponeurose no ligamento de Cooper, invés do ligamento inguinal. Sutura interrompida entre a borda superior da fáscia transversal e o tendão conjunto ao Cooper Cuidado com a lesão vascular femoral Pode ser usada tela Rives - Stoppa (tela posterior): base para técnicas laparoscópicas - tela entre peritônio e parte posterior. Tem técnicas que colocam a tela posterior entre o peritônio e a parede abdominal *Uso da Tela Livre de tensão (tesion free) Menor recidiva Menor dor e desconforto Tela de polipropileno (reação fibrótica) - integrar e fibrosar reforçando o defeito anatômico Incisão na tela, gravata, criando-se novo anel inguinal interno com a tela Hérnias de Parede Abdominal 20 Reforçar os locais de fraqueza: anel inguinal interno e trigono de Hasselbach Laparoscópico (TEP; TAPP): Alta precoce, rápido retorno ao trabalho, tempo cirúrgico prolongado, recidiva Anestesia geral viola a cavidade peritoneal TAPP (Transabdominal Pré-Peritoneal) Triangle of doom (”triângulo do desastre”): limita-se medialmente pelo ducto deferente; lateralmente, pelos vasos gonadais; e, inferiormente, pela reflexão peritoneal - onde se localizam os vasos ilíacos externos. Nessa região, encontram- se além da a. e da vv. ilíacas externas, a veia circunflexa profunda, o ramo genital do n. genitofemoral e n. femoral. Triangle of pain (”triângulo da dor”): limita-se medialmente pelos vasos gonadais; lateralmente, pelo trato iliopúbico; e, inferiormente, pela reflexão peritoneal. Essa região contém os nervos cutâneos femoral lateral e femoral anterior da coxa. O uso inadvertido de grampos nessa região pode acarretar neuralgias no PO. Hérnias de Parede Abdominal 21 Entra por laparoscopia, vê a cavidade peritoneal, descola o peritôneo e coloca uma tela na frente das regiões, fixa essa tela e recobre com peritôneo. Em vermelho, a região é conhecida como triangle of down e, em azul, a região conhecida como triangle of pain. Linha Azul: divisão entre as hérnias inguinais e femorais - trato ileopúbico; vermelho: vasos epigástricos inferiores; lateral aos vasos epigástricos inferiores é hérnia indireta (I), o que é medial é hérnia direta (D); abaixo do trato íleopúbico é hérnia femoral (mediais aos vasos femorais) (F); azul - vasos gonadais e branco - deferente; triângulo vermelho = triângulo do desastre. Hérnias de Parede Abdominal 22 Triângulo entre os vasos gonadais e o deferente = triângulo do desastre, contém os vasos femorais. Lateral aos vasos gonadais, mas abaixo do trato íleopúbico = monte de nervo passando = pode pegar um nervo e dar uma dor crônica importante. É a mais complicada. Hérnias de Parede Abdominal 23 TEP (totalmente extraperitoneal): Técnica pré- peritoneal: não entre pelo peritônio disseca entre peritôneo e a parede. Dissecção rápida Menor risco de lesão intracavitária Espaço limitado Familiaridade com anatomia TAPP e TEP: consistem na redução retrógrada do conteúdo herniado, seguida da colocação de tela para correção do defeito na parede ou no anel inguinal. Pontos Positivos: Alta precoce Rápido retorno ao trabalho Rápido retorno as atividades esportivas Menos dor Técnica de escolha para hérnias recidivadas e bilaterais. Pontos negativos: Tempo cirúrgico prolongado Anestesia geral Viola a cavidade peritoneal (TAPP > TEP) Pula a fixação dos vasos epigástricos para não dar hemorragia. Abaixo do trato iléopúbico não fixa nada para baixo só deixa a tela protegendo. Bloqueia todas as hérnias que o paciente tem. Hérnias de Parede Abdominal 24 Curva de aprendizado mais longa Maior custo hospitalar Maior recidiva *Comparando to Lichtenstein com TEP/TAPP: menos dor aguda, menor dor crônica, menos infecção de ferida, menos formação de hematoma . Não tem diferença em recorrência de hérnia, formação de seroma e tempo de internação. Presença ou ausência de tensão Bassini, Shouldice, McVay: técnicas com tensão Lichtenstein: técnicas sem tensão - padrão-ouro Em hérnias inguinais unilaterais, em virgens de tratamento e pacientes magros ou discretamente acima do peso, há a possibilidade de se realizar o procedimento com anestesia local e sedação. Complicações das Hérnias: Seroma: junta líquidos Reação de corpo estranho: fibrose intensa, dor crônica onde coloca a tela. Sangramento/hematoma Infecções Observação: Hernioplastias com tela - indicação de antibiótico profilático Lesões nervosas: n. ílioinguinal (em cima do funículo), n.ílio- hipogástrico Ramo genital do n. genitofemoral Hiperestesia genital, com dor na face interna da coxa e na bolsa escrotal (ou nos grandes lábios na mulher). Orquite isquêmica (lesãonos vasos testiculares) Atrofia testicular Lesão de ducto deferente: leva a infertilidade Aderências de alças intestinais na tela (acesso abdominal) Hérnias de Parede Abdominal 25 Dor crônica Recidiva da hérnia Isquêmica: ocorre pela trombose do plexo venoso do testículo (plexo pampiniforme), com atrofia testicular e orquite isquêmica cerca de 2 a 5 dias após a cirurgia. Trata-se da segunda complicação mais comum da hernioplastias inguinais - a mais comum é o seroma. Observação: As hérnias femorais são mais comuns em mulheres do que em homens, porém as hérnias mais comuns das mulheres continuam sendo as inguinais indiretas. Hérnias Incisionais Protrusão do conteúdo abdominal por meio de áreas enfraquecidas na parede abdominal em virtude de intervenções cirúrgicas anteriores. É importante o conhecimento das principais incisões abdominais, uma vez que algumas são mais suscetíveis a evolução para hérnias incisionais. Hérnias de Parede Abdominal 26 10 - 15% de todas as laparotomias - Indicam tela profilática ( em estudo) para prevenir o aparecimento de hérnias Incisão mediana* - 10% Incisão transversal - 7% Paramediana - 2,5% Pfannenstiel é a incisão que dá menos hérnias QUADRO CLÍNICO Abaulamento na área de cicatriz cirúrgica prévia Fatores de Risco: Infecção Desnutrição Estados de imunodepressão (diabetes, uso de corticoides e quimioterapia ou radioterapia) Aumento da pressão intra-abdominal (vômitos, íleo prolongado com distensão, obesidade, ascite e DPOC) Técnica cirúrgica inadequada PREVENÇÃO Técnica de fechamento (fios, espessura) - pontos menores menos hérnias do que pontos maiores; fios de maior tensão como Categute - aumenta a chance de hérnias incisionais; fios monofilamentares, inabsorvíveis ou de absorção muito lenta tem uma menor incidência de hérnia do que os fios de absorção rápida. Prevenção de complicações de ferida - má técnica de fechamento, hematoma, seroma, infecção da ferida operatória* diretamente Hérnias de Parede Abdominal 27 relacionados ao aparecimento de hérnias incisionais. Reconhecer pacientes de risco *GRUPOS DE RISCO Infecção sítio cirúrgico Hematoma - além de afastarem as bordas da ferida também elevam a chance de infecção. Desnutrição - principalmente proteica; paciente desnutrido tem uma baixa cicatrização - a força tênsil do colágeno será menor. Obesidade - pressão intra- abdominal elevada, maior suscetibilidade do paciente com obesidade de adquirir infecção do sítio cirúrgico e seromas. Diabetes - má cicatrização Corticoides e quimioterápicos Ascite Diálise peritoneal Idade avançada Tudo que for retardar a cicatrização, tudo que for comprometer a ferida operatória do ponto de vista de complicações e paciente que tenha aumento de pressão abdominal terá uma chance maior. TRATAMENTO Recidiva de 50% com sutura simples Recidiva com imbricamento de 25 - 55% (Mayo) - faz a sobreposição da aponeurose Perda de peso - diminui a pressão intra-abdominal; aumenta o espaço para víscera voltar para o abdome. Uso de próteses - em todos os pacientes Ausência de próteses para < 3 cm, sem tensão? - sutura simples (controverso) Recidiva em torno de 10% Preparo para o Tratamento: Hérnias de Parede Abdominal 28 Hérnia grande - conteúdo visceral está completamente para fora e é uma hérnia incisional gigante que se colocar para dentro terá síndrome compartimental abdominal - tem que aumentar o espaço intra-abdominal, aumentar a superfície da parede para evitar a síndrome compartimental. Redução do peso Corrigir as medidas que retardam a cicatrização - cessação do tabagismo Controle adequado de cardiopatia e pneumopatia Controle do diabetes Orientação quanto aos riscos Hérnias Incisionais Grandes: Pneumoperitônio progressivo Incisões relaxadoras e separação de componentes - aumentar a superfície da musculatura - feche sem que haja uma tensão muito grande do abdome. *Princípios do Tratamento: Reduzir os elementos herniados Tratamento do saco herniário Correção do defeito anatômico Identificar e eliminar o fator de risco no pré-operatório Aproximação primária Uso de telas As telas pode ficar Onlay (acima da aponeurose - subcutâneo - diminui a tensão - pouco mais de seroma) ou Inlay (em ponte - solta). Hérnias de Parede Abdominal 29 Tem as Sublay* (diminui a infecção de ferida e seroma - pressão abdominal faz com que a tela grude na musculatura e ganhe aderência)- que são as por trás da parede abdominal, retromuscular ou pré- peritoneal ou intraperitoneal*. O tratamento cirúrgico das hérnias incisionais dispensa as telas cirúrgicas em caso de brechas herniárias < 5 cm. Entretanto, as demais necessitam dessa prótese, que pode ser instalada por cima de aponeuroses anteriores aproximadas (onlay), fazendo uma ponte em aponeuroses não aproximadas e implantadas acima do saco herniário (inlay), fixadas a aponeurose posterior e acima do peritônio parietal (sublay - técnica de Rives - Stoppa), ou então intraperitoneal, com telas que podem ter contato com vísceras (underlay). Hérnias de Parede Abdominal 30 Hérnias Umbilicais e Epigástricas HÉRNIAS UMBILICAIS Persistência do anel umbilical Fáscia umbilical de Richet não estiver presente - haverá uma área de fraqueza no umbigo por onde se desevolverão as hérnias. Muito comum As hérnias umbilicais nas crianças de até 3 anos são consideradas congênitas. São mais frequentes em RN pré-termos, de baixo peso, do sexo feminino, na raça negra e são associadas a algumas doenças, como hipotireoidismo congênito e mucopolissacaridoses, ou síndromes, como a de Down e de Beckwith- Wiedemann. Fatores associados: obesidade, gestação, ascite, trauma e outros estados que aumentam a pressão intra-abdominal. Mulheres > homens (3:1) Baixo risco de estrangulamento Raça negra - fechamento mais lento do anel umbilical Aumento da pressão abdominal, gravidez Quadro Clínico A - reparo onlay; B - reparo inlay; C - reparo sublay; D - reparo underlay Hérnias de Parede Abdominal 31 Abaulamento da cicatriz umbilical, que pode ou não ser reduzido espontaneamente. Nos adultos, os principais DD são lipomas, hérnias da linha Alba, linfonodos e tumores cutâneos ou metatásticos - nódulo de Irmã Maria José presente no câncer gástrico avançado. Hérnias umbilicais podem encarcerar-se e, eventualmente, evoluir com sofrimento vascular, o estrangulamento. Essa situação é mais rara que em outras hérnias, como as inguinais. O quadro clínico é de dor abdominal e abaulamento não redutível. Expectante: hérnias assintomáticas e subcentimétricas (pequenas), de difícil detecção ao EF Sintomas e hérnias maiores, já encarceradas, com sofrimento de pele ou com ascite incontrolável = indicação de cirurgia Técnicas: sutura simples ou Mayo (embricamento), uso de próteses (idosos) Cirurgia clássica Mayo: consiste na dissecção do saco herniário, na sutura da aponeurose em sentido transversal e na fixação da cicatriz umbilical na aponeurose. Sutura primária: anel inguinal < 2 cm - adultos e jovens Tela: hérnias acima de 1 a 2 cm Crianças: pode haver o fechamento espotâneo da hérnia - quanto mais prematura/baixo peso a criança, maior a chance de desenvolvimento de hérnia umbilical. *Tratamento em Crianças: Aguardar até 6 anos Anel < 1,5 cm - 85% fecha espontâneamente até 3 anos e 96% até 6 Anel > 1,5 cm — maior chance de cirurgia Cirurgia - persistem após o 6° ano de vida. Concomitantes com hérnia inguinal 15% - cirurgia - resolve as duas O manejo conservador de hérnias umbilicais não complicadas e assintomáticas até os 4-5 anos de idade é seguro e prático. Hérnias de Parede Abdominal 32 Raro - estrangulamento de uma hérnia umbilical HÉRNIAS EPIGÁSTRICAS Localizadas entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide, justamente na linha alba. É comum encontrar mais de uma abertura aponeurótica na linhaAlba, o que denota fraqueza de toda a parede. Pode ocorrer em ambos os sexos, normalmente dos 18 aos 50 anos, sendo mais comum em homens. 20% são múltiplas - procurar em toda a linha alba Assintomático, dor acima do umbigo, massa pequena, maciça e redutível. Dispepsias que não tem relação com alimentação, pois pode ser uma hérnia epigástrica Maioria com falhas pequenas e conteúdo pré- peritoneal USG, tomografia - não é necessário, mas na suspeita pode-se recorrer. DD: diástase do m. reto abdominal - tratamento consiste na reaproximação da linha alba com uma sutura de reforço tipo plicatura. Tratamento: Incisão longitudinal Isolamento do saco Redução ou ressecção* Sutura Telas* - grandes falhas aponeuróticas, ou presença de mais de uma hérnia, podem exigir o uso. Complicações PO: infecção, seroma (cirurgias com grandes descolamentos), deiscência e recidiva. Guidelines para o tratamento de hérnias umbilicais e epigástricas (nos adultos): A principal recomendação foi o uso de tela para correção de hérnias umbilicais e epigástricas para reduzir a taxa de recorrência. Hérnias de Parede Abdominal 33 A maioria das hérnias umbilicais e epigástricas pode ser reparada por uma abordagem aberta com uma tela plana pré-peritoneal (descola um pouco o peritônio, abre o orifício herniário e coloca a tela por dentro, por trás da aponeurose - Sublay). Uma abordagem laparoscópica pode ser considerada se o defeito da hérnia for grande ou se o paciente tiver um risco aumentado de morbidade da ferida. Adulto quase sempre tela! Outras Hérnias: raras HÉRNIA DE SPIEGEL Entre a borda lateral do m. reto e linha semilunar Pode ser intramuscular, normalmente não se palpa no subcutâneo Normalmente, a região de Spiegel apresenta resistência menor, de modo que o bom desenvolvimento muscular minimiza o aparecimento dessas hérnias. São mais comuns na 8a década de vida, com discreto predomínio no sexo feminino. Queixas de dor e abaulamente são mais comuns entre pacientes magros e longilíneos. Paciente dor aos esforços na borda lateral do reto, principalmente na linha arqueada de Douglas - ficar atento. Recorrer a um exame de imagem - TC, USG de parede, RNM - úteis principalmente em pacientes obesos. Tratamento é cirúrgico. HÉRNIAS PÉLVICAS Hérnias de Parede Abdominal 34 Obturador - forame obturador Sinal de Howship- Romberg: dor na face medial da coxa aos esforços (região inervada pelo n. obturador) Raro diagnósticar clinicamente é por tomografia. Períneo - a ver com distopias genitais Ciático HÉRNIAS LOMBARES Ocorrem por meio da ampla aponeurose do transverso, em duas aberturas, uma localizada abaixo da 12a costela (superior - hérnia de Grynfeltt, mais comum) e a outra acima da crista ilíaca (inferior - hérnia de Petit). A maioria das hérnias lombares espontâneas é unilateral, duas vezes mais frequente a esquerda e em pacientes entre a 5 e 7 década de vida. Cerca de 2/3 são encontradas em pacientes do sexo masculino. Localização mais comum é o triângulo lombar superior. Hérnia de Grynfeltt: Trígono lombar superior 12a costela, musculatura paravertebral, m. oblíquo interno Hérnia de Petit (pequeno = inferior): Trígono lombar inferior Crista ilíaca, m. oblíquo externo e m. latíssimo dorsal (grande dorsal) Tratamento é cirúrgico. HÉRNIAS OBTURATÓRIAS Protrução visceral por meio do forame obturatório Normalmente unilateral e a direita e, mais frequente em mulheres longilíneas acima dos 60 anos, com perda ponderal, e multíparas. Sinal de Howship- Romberg: dor na face medial da coxa por compressão do n. obturatório. Hérnias de Parede Abdominal 35 Pode apresentar, em seu conteúdo, ceco, apêndice, tuba, bexiga e ovário. HÉRNIA PARAESTOMAL Representa uma complicação comum associada a confecção de estomas intestinais Manifestações clínicas: oscilam desde um simples problema estético até o estrangulamento do conteúdo herniado. Tem a possibilidade de escape fecal resultante da dificuldade de instalação do dispositivo coletor ou impossibilidade de realização de irrigação, que resultam em significativa limitação da função social. OUTROS TIPOS DE HÉRNIAS: Hérnia ciática: forame ciático Hérnia perineal: congênita ou pós-operatória Pós- Operatório e Complicações PÓS-OPERATÓRIO Restrição para atividades físicas - normalmente 1 mês (com tela) e 2-3 meses (sem tela) Não há consenso sobre o tempo necessário e intensidade Retorno mais precoce com uso de telas Cuidados com a ferida operatória Uso de faixas ou cintas não reduz recidiva ou complicações Compensar condições clínicas Retorno ao trabalho precoce Atividade física 4 semanas (tela) *COMPLICAÇÕES Hematoma Seroma Infecção Síndrome compatimental abdominal - aumento da pressão abdominal Hérnias de Parede Abdominal 36 Recidiva Tela: Colonização e infecção Erosão de vísceras (intestino, bexiga, cólon)/fístulas Tratamento: Depende do material da tela Preservar a tela x remoção da tela Observações: Hematoma do Reto Abdominal Trata-se de um DD de dor referida na parede abdominal. Dor repentina e de forte intensidade durante o auge da atividade muscular, com hipersensibilidade local a pressão e a contração muscular após a fase aguda, podendo haver abaulamento da região acometida. EF: dor a palpação, massa abdominal, descompressão dolorosa e sinais indicativos de processos parietais, como sinal de Fothergill, que corresponde a imobilidade da massa durante a contração muscular abdominal; Nadeau, que representa o aumento da dor com a elevação da cabeça ou do membro inferior; e o sinal de Laffond, de equimose sobre a massa ou periumbilical, fundada a fase aguda. Realizado o diagnóstico dessa condição, trata-se a conduta terapêutica, com base na classificação clínico-radiológica, assim dividida: Tipo I: coleção unilateral, contina a musculatura, raramente necessita de hemotransfusão Tipo II: bilateral ou não contida, necessita de hospitalização até a sua estabilização Tipo III: invação do espaço pré-vesical ou peritônio, geralmente requer hemotransfusão e acompanhamento clínico e de imagem Tratamento: Repouso da musculatura afetada Uso de gelo local Hérnias de Parede Abdominal 37 Analgesia Suspensão da eventual terapia anticoagulante Reposição volêmica Hemotransfusão, caso necessária Procedimento cirúrgico - indicado: presença de instabilidade hemodinâmica grave, refratariedade ao manejo conservador, dúvida diagnóstica e infecção da coleção
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