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ATIVIDADE DE FARMACOLOGIA - 28/09/2022 Caso Clínico I APX, sexo masculino, 66 anos, etilista crônico (60g/dia), com história de inapetência/anorexia, foi admitido na Unidade de Terapia Intensiva, após apresentar hematêmese (grande quantidade). Apresenta-se agitado, confuso, ictérico, desconforto respiratório e ascite volumosa. Foi submetido à vários procedimentos. O paciente teve diagnostico confirmado de cirrose. Como terapia medicamentosa, foi prescrito Diuréticos, Sulfato de Neomicina e Lactulose. Diante das informações do caso acima, responda: 1. Como condições patológicas podem afetar a farmacocinética de um medicamento? Disfunções hepáticas podem reduzir o metabolismo e excreção dos fármacos. O sistema citocromo P-450 se encontra, sobretudo, nas células hepáticas, logo, se há prejuízo no fígado a metabolização dos fármacos estará comprometida. Outras condições patológicas, como febre e gastrite podem reduzir a absorção, e com isso, afetar a farmacocinética. Doenças cardiovasculares podem reduzir a perfusão de órgãos e metabolismo de excreção, e isso, também pode comprometer a farmacocinética. CASO CLINICO II Paciente do sexo feminino, 65 anos, negro, costureira, natural e procedente de Salvador, procura o serviço de saúde queixando-se de edema em membros inferiores há 6 meses, acompanhados de fadiga e oligúria. A paciente refere ainda perda ponderal involuntária de três quilos nos últimos 6 meses, além de náuseas e inapetência, que surgiram há cerca de 1 mês. A paciente revela ser hipertensa há 20 anos, fazendo uso irregular de losartana 50mg. Nega uso de outras medicações. No exame físico geral, o paciente apresentava-se, hidratado, anictérico e acianótico. Sabendo disso, o paciente foi hospitalizado com suspeita de Doença Renal Crônica (DRC) e estabeleceu-se um plano terapêutico voltado para tratamento da HAS, anemia, acidose metabólica e alterações eletrolíticas. Responda: 1. O que é a Doença Renal Crônica (DRC)? Quais são os fatores de risco do paciente para desenvolvimento de DRC? A DRC é um termo que se refere às alterações que comprometem a função renal, sendo ela originada de diversas causas e fatores de risco. Como são crônicas não têm cura, e geralmente podem evoluir com gravidade e hemodiálise para casos de insuficiência dos rins. Além disso, são, na maioria das vezes, assintomáticas, o que prejudica o diagnóstico precoce. Os fatores de risco para o desenvolvimento de DRC se ampliam em Diabetes (tipo I ou tipo II); Hipertensão; Obesidade; Histórico de doença Cardiovascular com afetação do sistema circulatório; Histórico de doença renal na família (genética); Tabagismo e Uso de agentes nefróticos. 2. Como essa patologia pode influenciar no sucesso da terapia medicamentosa? Os fármacos, geralmente, são excretados através do rim, o que requer ajustes para que eles sejam eliminados. Essa patologia pode alterar as etapas de absorção, distribuição, metabolismo e excreção, o que influencia o nível sérico dos fármacos e dos seus efeitos. A alteração da absorção dos fármacos, nessa patologia, deve-se ao atraso no esvaziamento gástrico – que é uma condição que interfere na velocidade da absorção – devido à edemas gastrointestinais provocados pela hemodiálise. Também, o metabolismo de primeira passagem pode se comprometer devido à uremia, em que há elevação de resíduos no sangue, já que a função renal é insuficiente. A redução na biotransformação dos fármacos pode elevar sua concentração sistêmica e, consequentemente a biodisponibilidade. A diminuição na ligação às proteínas plasmáticas eleva a quantidade de fármaco disponível para o metabolismo hepático, com supercarga para o metabolismo de primeira passagem. Isso também pode influenciar nas concentrações séricas livres, com elevação do efeito farmacológico em fármacos específicos. A DRC também pode alterar a disponibilidade quantitativa ideal para o efeito terapêutico no paciente ou mesmo torna-lo tóxico para o organismo.
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