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FABRICAÇÃO DE IOGURTE Definição Iogurte: Produto consistente da fermentação do leite integral, padronizado ou desnatado, pasteurizado, fervido ou esterilizado, cuja fermentação se realiza com cultivos de Streptococcus salivarius sp. Thermophilus e Lactobacillus delbruecki sp. bulgaricus, aos quais podem-se acompanhar de forma complementar, outras bactérias ácido-láticas que, por sua atividade, contribuem para a determinação das características do produto final. Essas 2 cargas MO tem que estar numa concentração acima de 10ˆ3. Um dos produtos de +or importância no Br Contém culturas vivas e abundantes, estimulam o funcionamento do intestino (matam bactérias patogênicas), o sistema imune, são benéficos à saúde e nutrição. Benefícios do iogurte: Grandes quantidades de Ca, ptns, P, riboflavina (B2) e I. Boas quant de Vit B12, ácido pantotênico (vit B5), zinco, F e Mb A digestão do iogurte ocorre + facilmente pq os MO presentes no iogurte j’á digeriram Redução dos sintomas de má digestao Redução da intolerância à lactose. Melhoria das bactérias do intestino - tem medico que indica tomar iogurte pro intestino Aspecto tecnológico Probióticos: trabalham com MO Alimentos que contem MO capazes de colonizar o intestino - conseguem passar pelo ácido do estômago Promove a inibição da colonização do intestino por bactérias patogênicas Ativação da imunidade humoral e Celular Aumento da digestibilidade da lactose. Produtos: Yakut, activia, Prebiotico: são alimentos que não são digeríveis (Alex: as fibras) alimentos que não são digeríveis (absorvidos pelo intestino) e estimulam o crescimento das bifitobacterias Estipulação seletiva do crescimento e/ou ativação do metabolismo de bactérias promotoras da saude no trato intestinal Produtos: Ninho, barrinha de cereal Classificações, conforme: o processo de elaboração adição de ingredientes Composicao Consistência e textura Segundo a legislação : com creme: mínimo de 6% de gordura Integrais ou enterros: mínimo de 3% de gordura Parcialmente desnatados: maximo de 2,9% Desnatados: máximo de 0,5% Pelo teor de gordura: Iogurtes magros: teor de matéria gorda max 0,3% Meio-gordo: 1,5 - 1,8% Gordo: mínimo 3,5 % De acordo com a presença de flavor: Natural Com aromas Com frutas: polpas De acordo com a natureza físico química do coagulo: tradicional natural: o processo de elaboração ocorre na própria embalagem, nao se efetuando a adição de açúcar, aromas e polpas. Batido: processo de elaboração ocorre em ‘‘ïncubadeiras”, com posterior “quebra do coagulo”, adição ou não de açúcar, saborizantes, corantes, polpas e pedaços de frutas. Após o preparo o iogurte será resfriado e embalado. Líquido: iogurte batido com pouca viscosidade, apropriado para beber, normalmente ocorre a adição de sucos de frutas ou leite. Pode ser natural ou saborizado. Apresentação dos Iogurtes: Natural; Com aromas; Com polpas; Com pedaços de frutas; Líquidos; Bicompartimentados. Composição - Ingredientes opcionais: • Leite concentrado; • Creme; • Manteiga; • Gordura anidra de leite butteroil; • Leite em pó; • Caseinatos alimentícios; • Proteínas lácteas; • Outros sólidos de origem láctea; • Soros lácteos; • Concentrados de soros lácteos; • Frutas em forma de pedaços; • Polpa(s) Edulcorantes: O edulcorante mais utilizado é a sacarose, o açúcar. Pode ser adicionado na faixa de 8 a 12 % em relação ao volume de leite. Deve ser adicionado antes do tratamento térmico, eliminando desta maneira prováveis contaminantes. Pode ser refinado ou cristal, devendo estar isento de impurezas. Aromas, corantes e polpa de frutas: O aroma deve ser criteriosamente escolhido e submetido a testes de aceitabilidade antes de sua definição. Lembrar que o aroma “personaliza” o produto portanto a escolha deve realmente ser criteriosa. Existem inúmeras opções de saborizantes oferecidas no mercado de aditivos. Podem ser formulados com polpa de frutas, aumentando a autenticidade e proximidade ao sabor desejado. Existem aromas artificiais e naturais, devendo ser adicionados ao leite após a fermentação. CARACTERÍSTICAS DA CULTURA LÁTICA Streptococcus salivarius subs. thermophilus (“cocos”): • Tº ótima de crescimento: 39 a 45ºC; • - acidificante e possui -or resistência à ↓ pH; • -or resistência à substâncias inibidoras (antibióticos); • Predominante no início da fermentação. Lactobacillus delbrueckii subs. bulgaricus (“bacilos”): • Tº ótima de crescimento: 40 a 50ºC; • + acidificante e possui +or resistência à ↓ pH; • +or resistência à substâncias inibidoras (antibióticos); • Predominante no final da fermentação. Desenvolvimento da Cultura • No início da fermentação, o pH + elevado do leite favorece o crescimento dos “cocos” que predominam, dando início a fermentação lática, promovendo a acidificação do meio (metabolizam a lactose e produzem ácido lático). • No decorrer da fermentação, ocorre a redução do pH do meio e o favorecimento do crescimento dos “bacilos”. Estes, além da fermentação da lactose, possuem ação caseolítica (hidrolisam a caseína), que tem como resultado aminoácidos e peptídeos. Estes compostos, por sua vez, estimulam o crescimento dos “cocos”. • Os “cocos” durante a fermentação “consomem” o O2 e produzem ácido fórmico e CO2 , tornando o meio semianaeróbico que é favorável para o crescimento dos “bacilos”. PROCESSAMENTO DO IOGURTE Fluxograma Simplificado do processamento do iogurte: O leite: Deve ser de excelente qualidade, não deve conter antibióticos, ser contaminado por bacteriófagos ou outro MO que cause dano à saude e atrapalhe o desenvolvimento da cultura lática. Defeitos do leite que impedem o uso na fabricação de iogurtes: Defeito -> causas -> consequências no iogurte Acidez alta. -> Contaminação, conservação inadequada, falha de resfriamento. -> Impossibilidade de pasteurização. Coagulação do leite estando gelado/sabor amargo -> Bactérias psicrofílicas. -> Prejudica o sabor final. Sabor de ranço, oxidação. -> Leite do fim da lactação, leite com ↑ teor de gordura ou com alta contaminação por bactérias lipolíticas. -> Prejudica o sabor final. Leite salgado, odor desagradável, gomoso. -> Leite proveniente de gado com mamite. -> Prejudica a saúde humana. Leite com baixa acidez-> Leite suspeito de fraude por aguagem, ou proveniente de gado com mamite. -> Altera a consistência do produto final. Leite com resíduos de antibióticos, pesticidas e sanitizantes. -> Leite proveniente de ani+ em tratamento com antibióticos. -> Inibem as bactérias lácticas. 1 Pasteurização do leite, adição de ingredientes e pasteurização da mistura: A pasteurização rápida do leite é empregada para os produtos fabricados a partir do leite in natura, este é armazenado até a utilização. Seguidamente adicionam-se os ingredientes ao leite (aumento do EST), esta mistura é então aquecida a 95°C, sofrendo um novo tratamento térmico equivalente à pasteurização. Binômio: Tº x tempo: modifica aa estrutra das ptns, no pH e propriedades nutritivas do substrato 2- Pré-pasteurização, arrefecimento, adição de ingredientes e pasteurização: O leite é submetido à pasteurização para destruir grande parte dos microrganismos a fim da cultura lática poder posteriormente exercer sua função corretamente, sem que a ação de outras bactérias a prejudiquem, o tratamento térmico contribui na qualidade sensorial do produto final (melhora a textura final do produto). 3- Resfriamento: Após a pasteurização da mistura, esta é resfriada até a Tº ótima de ação da cultura lática 4 - Inoculação da cultura lática: Faz-se a inoculação da cultura mista, homofermentativae termófila. Na fase da fermentação ocorre o desenvolvimento da cultura e a conseqüente produção de ácido lático a partir da fermentação lática promovida pelos mos Streptococcus salivarius subs. thermophillus e do Lactobacillus delbrueckii subs. Bulgaricus Proporção: 1:1, 2:1, 3:1, 3:2 de cocus para bacillus 4.1 – Homogeneização: finalidade de promover dispersão homogênea dos constituintes da mistura vaze do iogurte, aumentar a viscosidade e a sua estabilidade. O processo quebra os glóbulos de gordura em glóbulos menores que se recobrem com uma membrana formada, na sua maior parte, por submicelas de caseína. Com isso, ocorre o aumento da densidade desses glóbulos e redução na sua tendência a aglutinação 4.2- Fermentação: A mistura é mantida a uma Tº entre 41- 45°C (Tº ótima para o crescimento do fermento) até alcançar a acidez necessária para a obtenção do produto final. A fermentação é a fase em que o leite se transforma em iogurte, devido à ação dos fermentos que foram introduzidos. Estes MO transformam parte da lactose existente no leite em ácido láctico. É nesta fase que, devido ao meio ácido, as proteínas coagulam (coagulação ácida) e o iogurte começa a ganhar sua textura característica. Logo após a inoculação, o coccus cresce primeiro e tem capacidade de desdobrar a lactose a pH + neutro. Com o seu crescimento, o ácido lático é acumulado no meio, abaixando parcialmente o pH e lançando ao meio algumas substâncias aminadas originadas da proteína do soro que vão estimular o desenvolvimento do bacilos. 4.3 - Métodos de incubação: Incubação no Envase: Resulta num produto mais firme, tipo pudim, conhecido como iogurte tradicional, e, quando se adiciona ao fundo a polpa ou pedaços de fruta, tem-se o iogurte tipo “sundae” Incubação na fermenteira (no tanque): Devido à necessidade da quebra da massa para o envase, o produto terá textura menos firme que o anterior. Poderá ou não conter pedaços de frutas, resultando no iogurte tipo “batido”. Geralmente, o iogurte que é quebrado antes do envase contém estabilizante em sua formulação. A quebra do produto, após maturação a frio (12 horas, à temperatura de refrigeração), torna desnecessária a adição de estabilizante. Incubação parcial na fermenteira e no envase: A mistura é incubada até atingir determinada acidez, quando, então, a massa é quebrada ainda a quente, ou seja, sem resfriamento completo. Adiciona-se a polpa ou pedaço de fruta e a incubação procede até ser atingida a acidez adequada. 5- Resfriamento: Quando o iogurte já adquiriu as características desejadas (pH, textura, etc), é necessário parar a fermentação. Isto é conseguido através de um resfriamento rápido para uma Tº média de 4°C. as bactérias lácticas a esta Tº ficam em estado de latência e a sua atividade é reduzida ao mínimo. Objetivo: reduzir a atividade metabólica da cultura “starter”, controlando a acidez A queda de 42 a 45 ºC para 10 ºC praticamente faz cessar a produção de ácido, mas ela não pode ser brusca – deve-se evitar o choque térmico, porque este provoca o encolhimento da massa, podendo resultar em dessoramento. O resfriamento de 42 a 45 ºC para 10 ºC deverá ocorrer no máximo em 1 (uma) hora. 6- Mistura de frutas: É nesta fase que são adicionados os aromas e a fruta dependendo do produto que se queira obter. 6.1 Quebra do gel: O momento da quebra do gel do iogurte e as condições da massa nesse momento são críticos no seu processamento, uma vez que vão afetar sua consistência e viscosidade. O processo de quebra do gel modifica a estrutura coloidal da massa, liberando soro, com conseqüente diminuição da viscosidade aparente. Este soro liberado deverá ser completamente redistribuído no colóide, de maneira uniforme. O gel deverá ser quebrado, de preferência após a massa ter sido resfriada, para cerca de 10ºC. Este é o momento ideal para essa adição de aroma, sabores e polpa de frutas Os sólidos totais têm efeito marcante na firmeza do gel do iogurte, em geral quanto maior a porcentagem de sólidos, mais firme é o produto. 7- Enchimento: Na fase de enchimento, enchem-se as embalagens e fecham-se hermeticamente. Após ser embalado o produto pode passar por um túnel de resfriamento para obter a Tº final de armazenamento que é entre 0°C e 6°C. Embalagens de Iogurte: Bandejas: Poliestireno com tampa de alumínio. Caixas: Cartonada impressa. Sacos: Polietileno atóxico. Garrafas: Poliestireno rotuladas com filme de PVC termo encolível. 8- Armazenamento: O produto embalado é armazenado em câmaras de refrigeração a uma Tº entre 0°C e 6°C, garantindo a qualidade e ampliando a vida útil do produto. 9- Transporte: O transporte do iogurte deve ser frigorificado para a manutenção da sua qualidade. Principais problemas apresentados em iogurte e possíveis soluções: (problema -> causa -> modo de evitar) Dessoramento -> causa: Tº muito baixa na pasteurização. ↓ teor de sólidos e gordura no leite. -> modo de evitar: Ajustar a Tº de pasteurização. Controlar o leite recebido, adição de leite em pó ou estabilizante adequado Viscosidade baixa -> Teor de sólidos muito ↓ devido fraude com água ou adição de soroTº de incubação do fermento muito alta. -> Utilizar um estabilizante adequado ou fontes de sólidos (leite em pó). Promover a fermentação na faixa de Tº entre 40 – 45ºC. Sabor metálico -> excesso de sorbato de potássio. -> Controlar a quantidade de sorbato de potássio. Sabor de ranço. -> Má qualidade do leite em pó, leite em final de lactação ou leite com ↑ teor de gordura e presença de bactérias "lipolíticas“- >Controlar o leite recebido. Produto muito ácido-> Má escolha do fermento ou contaminações pós-fermentação-> Revisar a escolha do fermento e monitorar diariamente todas as etapas pós-fermentação. Sabor amargo. -> Excesso de fermento ou enzimas provenientes de bactérias psicrofílicas. - > Controlar o leite recebido e a quantidade de fermento. Sabor a malte -> Suspeita a contaminação por leveduras. -> Ambiente sempre bem higienizado e monitorar diariamente todas as etapas pósfermentação.
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