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DIREITO PENAL MILITAR PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 2 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2019 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 3 PROGRAMA: DIREITO PENAL MILITAR: Crime militar: conceito. Da violência contra superior ou oficial de serviço. Do desrespeito a superior e do vilipêndio a símbolo nacional ou farda. Da coação irresistível e da obediência hierárquica. DIREITO PENAL MILITAR Crime militar: conceito. Art. 124 CF/88. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. Qual é a competência da justiça militar? A competência da Justiça Militar é restrita de processar e julgar os crimes militares. Esses crimes são tipificados no Código Penal Militar. É correto afirmar que a constituição federal conferiu competência à justiça militar julgamento apenas de militares? - Não ATENÇÃO É possível, nos crimes militares impróprios, que o civil seja levado a julgamento perante a Justiça Militar. A Justiça Militar da União é competente para julgar militares e, excepcionalmente, civis, quando cometerem crimes militares, previstos em lei específica. Já a Justiça Militar Estadual não processa e nem julga civis, mas apenas os militares estaduais. Art. 42 CF/88 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Art. 125. (…) § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Há, como exceção a esta regra, o processo e o julgamento dos crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil, os quais por força da Lei n.º 9.299/96 são da competência da Justiça Comum. Assim, tais fatos continuam possuindo a classificação de crime militar, e, portanto, devem ser apurados por meio de IPM, contudo será a Justiça Comum e não a Auditoria Militar, no âmbito do estado, a competente para o processo e o julgamento de tais crimes. CRIME MILITAR Crime militar (Conceito): Todo aquele definido em lei. (critério ratione legis ou critério objetivo, que teria sido adotado desde a Constituição de 1946). Lei se entende o Código Penal Militar (CPM). A parte especial do CPM encontra-se dividida em crimes militares em tempo de paz, e em crime militares em tempo de guerra. DOUTRINA CLÁSSICA (Paulo Tadeu Rodrigues Rosa, Jorge Alberto Romeiro, Célio Lobão, Jorge César de Assis) CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES – somente podem ser cometidos por militares. Os crimes propriamente militares têm definição diversa da lei penal comum ou nela não se encontram. Seriam crimes militares próprios. Ex: deserção!!! (artigo 187 cpm) É considerado desertor o militar que se ausenta por mais de 08 (oito) dias injustificadamente. DIREITO PENAL MILITAR PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 4 CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES - é aquele que o civil também pode cometer, quando tal conduta é prevista no ordenamento militar castrense (CPM) e no Código Penal Brasileiro. Ex: furto, roubo, homicídio!!! ATENÇÃO!!! No atual Código Penal Militar (CPM), são prescritos somente os crimes militares. Nele não estão contidas as infrações disciplinares; E o crime de insubmissão é crime propriamente militar ou impropriamente militar? Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação: Pena - impedimento, de três meses a um ano. Significado de Insubmissão • Rebeldia; ausência de submissão; qualidade de quem não se submete. Desobediência; comportamento que denota insubordinação. • Particularidade ou atributo do que é insubmisso. • [Jurídico] Delito militar cometido pela pessoa que não se apresenta à incorporação quando é chamada para prestar serviço. • SUJEITO ATIVO: • O civil convocado para prestar serviço militar obrigatório. (Brasileiro do sexo masculino de 17 ou 18 anos de idade que se alistou obrigatoriamente) É possível o sujeito ativo do crime de insubmissão ser o militar? -Não, pois a conduta típica é necessariamente anterior à incorporação do agente nas forças armadas. Conceito de insubmisso segundo a lei 4.375/64 (lei do serviço militar) “o convocado selecionado e designado para incorporação ou matrícula, que não se apresentar à Organização Militar que lhe for designada, dentro do prazo marcado ou que, tendo-o feito, se ausentar antes do ato oficial de incorporação ou matrícula”. O que é ser convocado? É aquele cidadão que participou da seleção e tenha sido designado para a incorporação ou matrícula em Organização Militar. Insubmisso e refratário são a mesma coisa? - Não, Segundo a lei 4.375/64 (lei do serviço militar) “o brasileiro que não se apresentar durante a época de seleção do contingente de sua classe ou que, tendo-o feito, se ausentar sem a ter completado, será considerado refratário”. O refratário é aquele que não se alistou para o serviço militar na época em que deveria, não comparece para a seleção ou dela não participa até o fim. ATENÇÃO!!! A condição de refratário, não configura crime militar, e sim irregularidade administrativa. É possível o crime de insubmissão no âmbito estadual? - NÃO, pois o serviço militar obrigatório não engloba as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, mas apenas as Forças Armadas. Teoria de Jorge Alberto Romeiro: “TEORIA PROCESSUAL” Afirma que crime propriamente militar traduz-se por aquele “cuja ação penal somente pode ser proposta contra militar” Logo, a INSUBMISSÃO é um crime propriamente militar, uma vez que a ação penal somente pode ser desencadeada após a incorporação do sujeito ativo. • O insubmisso apenas responderá a ação penal depois que se apresentar ou for capturado, e for incorporado às forças armadas. • DOUTRINA TOPOGRÁFICA • (Coimbra Neves) PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 5 • Crimes propriamente militares aqueles tipificados APENAS no Código Penal Militar, sem correspondente na lei penal comum. • Ex: Deserção, a insubmissão, etc. • Crimes impropriamente militares aqueles tipificados tanto no Código Penal Militar quandono Código Penal Comum. DOUTRINA TRICOTÔMICA (Ione Souza e Cláudio Amin) • Crimes propriamente militares: praticados apenas por militares. • Crimes tipicamente militares: previstos apenas no Código Penal Militar. • Crimes impropriamente militares: previstos tanto no Código Penal Militar quanto no Código Penal. ATENÇÃO!!! Alguns doutrinadores dizem que o conceito de crime propriamente militar não se confunde com o conceito de crime militar próprio. Crime militar próprio é aquele que não pode ser praticado por qualquer militar, mas só aqueles que se encontrem em determinada posição. Ex: CPM art. 157 (praticar violência contra superior). Crime militar Ratione legis (em razão da lei) Crimes propriamente militares Código penal militar Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; Ex: Deserção; Motim FURTO DE USO Aquele em que o agente se apodera da coisa sem a intenção de conservá-la e sim com o objetivo de usá-la momentaneamente, tanto é verdade, que vem a recolocá-la no mesmo local de onde havia retirado!!! O furto de uso se caracteriza pela ausência de vontade do agente em se apropriar da coisa, de subtrair o bem para si ou para outrem. Segundo o Código Penal Comum O furto de uso é conduta atípica, pois não se adequa ao modelo abstrato previsto no artigo 155: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Furto de uso Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de uso momentâneo e, a seguir, vem a ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava: Pena - detenção, até seis meses. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se a coisa usada é veículo motorizado; e de um têrço, se é animal de sela ou de tiro. Logo: É possível o crime de furto de uso como crime militar!!! ATENÇÃO!!! O autor de um crime militar pode ser um militar ou um civil!!! Exceção: Na Justiça Militar Estadual, somente o militar estadual poderá ser autor de crime militar!!! ASSIM SENDO: No âmbito dos Estados da Federação e do Distrito Federal, caso o crime de furto de uso seja praticado por um civil o fato será atípico por falta de previsão desta espécie de crime no Código Penal Brasileiro. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595275/art-241-do-codigo-penal-militar-decreto-lei-1001-69 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595234/art-241-1-do-codigo-penal-militar-decreto-lei-1001-69 PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 6 Crime Impropriamente Militar Artigo 9 CPM II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados: Exemplo: Homicídio; Roubo De acordo com o inciso II do artigo 9 do CPM, apesar de previstos no CPM e no CPB, o crime será considerado militar quando for praticado nas hipóteses que foram enumeradas nas alíneas a seguir: a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado; C.P.M. Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar. CF/88 Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Quem é o militar em atividade? O militar das Forças Armadas, ou das Forças Militares de Segurança, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares!!! a) Quando um militar prática um ilícito contra outro militar a competência é da justiça militar, estejam eles de serviço ou não, basta que não sejam da reserva! b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; c) por militar em serviço, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito a administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar; III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar; b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011) PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 7 (...) TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR CAPÍTULO III DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE SERVIÇO Violência contra superior Art. 157. Praticar violência contra superior: Pena - detenção, de três meses a dois anos. Formas qualificadas § 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general: Pena - reclusão, de três a nove anos. § 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço. § 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. § 4º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço. Violência contra militar de serviço Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: Pena - reclusão, de três a oito anos. Formas qualificadas § 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço. § 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. § 3º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Ausência de dolo no resultado Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade. CAPÍTULO IV DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA Desrespeito a superior Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandanteda unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade. Desrespeito a símbolo nacional Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional: Pena - detenção, de um a dois anos. Despojamento desprezível Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa, ou em público. PM-TO DIREITO PENAL MILITAR 8 (...) TÍTULO II DO CRIME (...) Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: Coação irresistível a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade; Obediência hierárquica b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços. 1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. 2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior.
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