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FISIOLOGIA CAMILA SANTIAGO FISIOLOGIA | MEDICINA Fisiologia: HEMOSTASIA Hemofilia A Uma paciente do sexo feminino, 32 anos, branca, comparece ao serviço de emergência devido a cefaleia difusa, fadiga, sonolência e sangramento gengival com início há dois dias. A paciente não apresenta história médica prévia. Ela relata não ter nenhuma alergia medicamentosa significativa e afirma utilizar anticoncepcional oral. Ao realizar exame, verificam-se sinais vitais normais, assim como os exames cardiorrespiratório e abdominal. Observam-se petéquias nos membros inferiores. a) Explique o processo de coagulação sanguínea. b) Explique os fatores que podem produzir hemostasia em situações de lesão vascular. c) Explique a função das células sanguíneas e relacione os valores normais de cada uma. d) Quantas e quais são as subunidades da molécula do fator VIII e em que tipos de coagulopatias estão alterados? e) Quais os exames laboratoriais que nos auxiliam no diagnóstico das hemofilias? Fatores que produzem hemostasia em situações de lesão vascular A hemostasia é uma série de fenômenos biológicos que ocorrem em resposta imediata à lesão de um vaso sanguíneo com o objetivo de deter a hemorragia. Ela é um processo finamente regulado, envolvendo plaquetas, fatores de coagulação e endotélio no lugar da lesão, que culminam na formação do tampão fibrinoplaquetário que previne ou limita a extensão do sangramento. O mecanismo hemostático inclui três processos: 1. Hemostasia primaria 2. Hemostasia secundaria (coagulação) 3. Fibrinólise Ao ocorrer a lesão, o primeiro mecanismo que o organismo inicia é o de vasoconstrição. A vasoconstrição reduz o fluxo de sangue na área lesionada, tornando preferencial o fluxo pelos ramos colaterais dilatados, ou seja, diminui a perda sanguínea. Porém, ela possui efeito transitório, e o sangramento continuaria se não houvesse a ativação das plaquetas e dos fatores de coagulação. - Processo mediado pela endotelina (peptídeo com potente ação vasoconstritora) Início do mecanismo hemostático: 1. Hemostasia primaria: a formação do tampão plaquetário É o processo inicial da coagulação desencadeado pela lesão vascular. Consiste na formação do tampão hemostático pela agregação plaquetária. O endotélio é importante no controle de vários aspectos da hemostasia, ele naturalmente possui capacidade de secretar substâncias como a prostaciclina (PGI2), um potente vasodilatador com atividade anti agregante plaquetária. A remoção do endotélio, por qualquer mecanismo, expõe o sangue ao contato com o colágeno da região subendotelial, o que promove a adesão das plaquetas na presença do fator de von Willebrand (fator de coagulação VIII) - Fator de von Willebrand: proteína permite a agregação das plaquetas onde há rompimento dos vasos sanguíneos. Quando isso ocorre, as plaquetas tornam-se ativadas e liberam o conteúdo dos grânulos citoplasmáticos. Entre essas substancias, está o tromboxano A2 (TXA2 – indutor da agregação plaquetária e vasoconstritor) e o ADP que produz ciclos adicionais de ativação plaquetária, ou seja, faz o recrutamento de mais plaquetas para o local lesionado. Estas plaquetas ativadas vão se agregar umas às outras formando um tampão que fornecerá a superfície adequada ao processo de coagulação do sangue, produzindo um coágulo resistente. 2. Hemostasia secundária: coagulação - Deposição de fibrina A coagulação sanguínea consiste na conversão do fibrinogênio, uma proteína solúvel do plasma, em um polímero insolúvel, a fibrina, por ação de uma enzima chamada trombina. A fibrina forma uma rede de fibras elásticas que consolida o tampão plaquetário e o transforma em tampão hemostático que vai conectar e deixar mais firme as plaquetas. FISIOLOGIA CAMILA SANTIAGO FISIOLOGIA | MEDICINA O fator tecidual (substância pró coagulante presente nos tecidos e no interior das plaquetas) é exposto no local da lesão e se liga e ativa o fator VII, colocando em movimento uma cascata de reações que culmina na formação da trombina. A trombina cliva o fibrinogênio em fibrina insolúvel, criando uma malha de fibrina, ativando plaquetas e promovendo agregação plaquetária adicional no local da lesão. Essa sequência, consolida o tampão plaquetário inicial (primário). 3. Fibrinólise: estabilização e reabsorção do tampão A fibrina polimerizada e as plaquetas agregadas tem tendência a formar um tampão permanente, sólido. Nessa etapa, com a formação do trombo, são ativados os mecanismos contrarreguladores anti trombóticos, que visam limitar a coagulação no local da lesão evitando trombose. Um dos principais agentes dessa fase é o ativador de plasminogênio tecidual (t-PA), o qual converte o plasminogênio circulante em plasmina, que é uma enzima fibrinolítica que lisa a rede de fibrina, levando à reabsorção do tampão e ao reparo do tecido. - Anti plasmina presente no plasma combina-se com o excesso de plasmina liberada, impedindo o aparecimento de fibrinólise generalizada. Esta proteína está presente na circulação em concentração plasmática 10 vezes maior do que a plasmina.
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