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PEDIATRIA Triage� Neonata� - Aul� Prof. Muril� Triagem Neonatal É uma ação preventiva que permite fazer diagnóstico de diversas doenças congênitas, sintomáticas e assintomáticas, no período neonatal. A triagem institui um tratamento precoce e específico e visa minimizar sequelas futuras. São, portanto, doenças que deixarão sequelas praticamente irreversíveis que, com uma detecção precoce, podem ter conversão de 90 a 95% da chance de sequelas. Dentre os exames da triagem neonatal, temos: Biológica → teste do pezinho Auditiva → teste da orelinha Ocular → teste do olhinho Oximetria de pulso → teste do coraçãozinho Procedimento → teste da linguinha Teste do olhinho Esse teste consiste na pesquisa do reflexo vermelho, sendo feito com oftalmoscópio e retinoscópio em que o pediatra realiza a uma distância de um braço do bebé (cerca de 45 cm). A resposta normal ao teste é o achado de um reflexo vermelho brilhante. O teste deve ser realizado em ambientes com menos luz e o pediatra é o responsável pela sua realização. As anormalidades consistem em pontos pretos, assimetria e leucocoria (reflexo branco pupilar). As doenças relacionadas consistem em catarata congênita, retinoblastoma e retinopatia da prematuridade. Sendo identificado alguma alteração, devemos encaminhar para o Oftalmologista para investigação de fundo de olho. O teste é realizado no alojamento conjunto entre 24-48 horas de nascimento. O pediatra das unidades de saúde tem que repetir esse exame na consulta subsequente. Com 1 ano de idade é obrigatório a repetição do exame, sendo recomendado o encaminhamento para o oftalmologista. Teste da orelhinha PEDIATRIA É realizado por Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA) → teste feito com o sono natural do bebe, colocando-se um fone externo ao seu ouvido, consistindo na emissão de um estímulo sonoro e na captação de seu retorno. Caso não seja detectado retorno ou se não for satisfatório, devemos indicar alteração no exame. Esse exame avalia apenas o sistema auditivo pré-neural (sistema de condução e cóclea), sendo um teste rápido, fácil e não necessita de sedação. O resultado falso-positivo se dá, geralmente, pela presença de vérnix ou secreção no conduto auditivo. O teste é indicado para ser realizado até o final do primeiro mês de vida. Todos os testes alterados devem ser repetidos em menos de 3 meses e nos casos de déficit auditivo, devemos administrar o tratamento antes de 6 meses. O teste é realizado pelo serviço de Fonoaudiologia e, em caso de alteração, é encaminhado para Otorrinolaringologista. Teste do coraçãozinho O teste do coraçãozinho consiste na avaliação de RN com mais de 34 semanas de idade gestacional, devendo ser realizado entre 24 a 48 horas de vida, antes da alta médica. O teste compara a oximetria pré-ductal do membro superior direito com a oximetria pós-ductal de qualquer um dos membros inferiores. O resultado normal consiste em saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas e diferença menor que 3% entre elas. Quando o teste estiver alterado, devemos repeti-lo em 1 hora e, quando a alteração é confirmada, realizar um ecocardiograma em até 24 horas. O teste pode ser realizado por pediatras, clínicos gerais ou qualquer técnico especializado. O teste auxilia na detecção precoce de cardiopatia congênita, sendo um exame obrigatório para a alta hospitalar. Os menores de 34 semanas possuem um coração prematuro, sendo obrigatório a PEDIATRIA realização de um ecocardiograma. É realizado na mão direita ou no punho direito. No membro inferior, ou é realizado no pé ou no tornozelo. Em casos de ausência de mão superior direita, podemos encaminhar diretamente para ecocardiograma. Teste da Linguinha Consiste em um protocolo padronizado que avalia características do frênulo lingual, o que pode prejudicar o mamar e, posteriormente, o falar. Logo, esse teste permite o diagnóstico precoce da anquiloglossia. Em casos de anquiloglossia severa, a frenectomia é indicada antes mesmo da alta hospitalar. A SBP julga desnecessária a aplicação desse teste como indicativo de frenectomia. Teste do pezinho Esse processo ocorre comumente nos primeiros dias de vida, quando o RN é submetido à coleta de sangue para testes laboratoriais. O objetivo é selecionar, dentro de uma população de RN aparentemente saudáveis, aqueles que apresentem um risco maior de serem portadores de doenças congênitas. O diagnóstico e tratamento precoce deve resultar em melhor prognóstico, sendo, portanto, um exame gratuito e obrigatório. Esse teste deve ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida. Uma vez que algumas doenças precisam de algum tempo para serem detectadas no sangue. Todo recém-nascido deve realizar o teste do pezinho independentemente de ter nascido saudável ou não, sendo um exame garantido pelo SUS (maternidade ou posto de saúde). O Programa nacional de Triagem Neonatal prevê o rastreamento das seguintes condições: 1. Doença falciforme : alteração sanguínea que diminui a capacidade de transporte do oxigênio pelo sangue, o qual causa fortes dores, inchaço, infecções, atraso no crescimento e problemas neurológicos. 2. Deficiência de biotinidase : doença metabólica que pode ocasionar surdez, atraso no desenvolvimento, convulsões e ataxias. 3. Fenilcetonúria : doença congênita em que o fígado tem dificuldade no metabolismo do aminoácido, provocando quadros de transtornos mentais graves. 4. Fibrose cística : afeta o sistema digestivo, pulmões e pâncreas com inflamações recorrentes, além da dificuldade em ganhar peso e altura nas crianças. PEDIATRIA 5. Hiperplasia adrenal congênita : doença genética que limita a produção de hormônios nas glândulas adrenais, causando desidratação grave e mortalidade infantil. 6. Hipotireoidismo congênito : doença endócrina que causa atrasos mentais com graves alterações neurológicas que podem ser evitadas com o tratamento precoce 7. Toxoplasmose congênita : doença infecciosa devido à transmissão do parasita de uma mãe infectada, causando prematuridade, hepatoesplenomegalia, convulsão e miocardite. No serviço privado temos a opção de realizar o teste de pezinho ampliado, que detecta muitas outras doenças.
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