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MORFO 3.4 – Resumo: Divisão da cavidade abdominal em quadrantes anatômicos: • Plano mediano anterior; • Plano transumbilical; • Quadrantes superiores direito e esquerdo; • Quadrantes inferiores direito e esquerdo; Divisão da cavidade abdominal em regiões clínicas: • Plano medioclavicular ou hemiclavicular; • Plano subcostal, alguns autores adotam outro plano, o plano transpilórico. • Plano intertubercular, alguns autores adotam outro plano, o plano interespinal; • Regiões clínicas superiores: • hipocôndrio direito; • epigástrio; • hipocôndrio esquerdo. • Regiões clínicas médias: • lateral (flanco) direito; • mesogástrio (região umbilical); • lateral (flanco) esquerdo. • Regiões clínicas inferiores: • Inguinal direita (fossa ilíaca direita - termo próprio da clínica); • Hipogástrio (região púbica, ou suprapúbica); • Inguinal esquerda (fossa ilíaca esquerda - termo próprio da clínica); Definir síndrome de Loeffler e discriminar os principais parasitas que podem causá-la. A síndrome de Löffler, é uma forma da doença pulmonar eosinofílica, caracterizada por sintomas respiratórios leves ou pela ausência destes (mais frequentemente, tosse seca), opacidades pulmonares migratórias e efêmeras e eosinofilia sanguínea periférica. O diagnóstico da síndrome de Löffler baseia-se em sintomas respiratórios característicos e frequentemente transitórios, achados radiológicos de tórax e eosinofilia no sangue periférico. Exige a exclusão de outros tipos de doença pulmonar eosinofílica. Por exemplo, pneumonia eosinofílica aguda é uma entidade distinta com início agudo, hipoxemia grave e, tipicamente, nenhum aumento de eosinófilos no sangue no início da doença. Habitualmente, a doença regride em 1 mês. O tratamento da síndrome de Löffler é sintomático e pode consistir em corticoides. Alguns helmintos (particularmente o Ascaris lumbricoides e o Strongyloides stercoralis), por suas características evolutivas de passagem através dos pulmões em um dos estágios de seu ciclo reprodutivo, podem causar comprometimento respiratório nos pacientes infectados. As larvas rompem os capilares pulmonares dos alvéolos, provocando hemorragia e infiltração pulmonar. O decurso pode ser agudo e autolimitado ou, repetindo-se o ciclo enteropulmonar, tornar-se crônico. O quadro clínico típico é a síndrome de Löffler, caracterizada por tosse seca, dispneia, sibilos, desconforto retroesternal e febre baixa. As alterações radiológicas habituais são múltiplas lesões, pouco delimitadas, do tipo alveolocondensante, migratórias ou evanescentes. Mais raramente, nos casos mais graves, podem-se observar pneumonia franca e bronquiectasias. A eosinofilia sanguínea também é um achado frequente na estrongiloidíase, devido às características biológicas do parasita. Índices de 40% ou mais de eosinófilos são encontrados na contagem relativa, devendo-se salientar, no entanto, que nos casos de hiperinfecção a eosinofilia é discreta, podendo mesmo o número de eosinófilos estar dentro ou abaixo dos limites normais. O encontro de larvas no escarro, ou a presença de grande número de larvas filariformes nas fezes, confirma o diagnóstico A infecção por A. lumbricoides inicia-se com a ingesta de ovos de vermes presentes em alimentos contaminados, as larvas liberadas no intestino, alcançam a circulação portal, atravessam o fígado e chegam a circulação pulmonar, onde invadem o espaço alveolar. Neste estágio ocorre o desenvolvimento da larva, que é então reintroduzida no canal alimentar através da deglutição de escarro contaminado. A larva atinge então a fase adulta, iniciando a reprodução e a colocação de ovos, que irão contaminar o solo e consequentemente os alimentos, reiniciando o processo. O desenvolvimento da infecção por A. lumbricoides da ingesta até a maturação do verme adulto e eliminação de ovos dura cerca de 18 a 42 dias e os sintomas, quando presentes, iniciam-se após 1 a 2 semanas do contágio. Clinicamente, a Síndrome de Loeffler é caracterizada por um quadro auto-limitado, de 1 a 2 semanas. A tosse seca é o sintoma mais comum, podendo estar presente também febre baixa, dipnéia do tipo asmatiforme, e mais raramente, pode ocorrer hemoptise, mialgia, anorexia e urticária. Os sintomas surgem 10 a 16 dias após o inicio da infecção, seja a ingesta do ovo ou a penetração das larvas, dependendo do verme. Deve-se, então, investigar a história social e de viagem para áreas de risco neste período. O exame físico pode ser normal ou apresentar sibilos e creptações finas à ausculta pulmonar. Podendo, ainda, associar-se a manifestações extra-pulmonares como hepatomegalia, reações meningeas ou erupção cutânea prurítica. Laboratorialmente, a Síndrome de Loeffler é caracterizada por eosinofilia sanguínea, contudo, nem sempre esta é muito intensa, podendo ficar entre 500-1000 células/mm3, podendo, mesmo está ausente em alguns casos. Eosinofilia pulmonar também está presente na síndrome, no entanto, a avaliação histológica do tecido pulmonar não é obrigatória para que se feche o diagnóstico. O exame parasitológico das fezes, é importante, entretanto, na maioria dos casos ele é inicialmente negativo, permanecendo desta fora até cerca de 8 semanas após o inicio dos sintomas pulmonares. Esta negatividade ocorre porque na fase pulmonar do ciclo parasitário, os vermes ainda estão na fase larvária, e portanto não colocam os ovos, que seriam percebidos pelo exame. A radiografia de tórax evidencia infiltrado alvéolo- intersticial não segmentares, transitórios, de caráter migratório, localizados preferencialmente na periferia, mas que podem ter qualquer localização e ser unilateral ou bilateral. Além disso, podem ter forma pequena e arredondada ou grande e irregular. Quando há confirmação laboratorial da infecção parasitária, deve-se utilizar drogas anti-helmínticas como base do tratamento, até mesmo para evitar manifestações tardias da parasitose, como diarréia, desnutrição, dor abdominal e oclusão intestinal. Corticóide sistêmico também pode ser utilizado, e são bastante efetivos na diminuição da inflamação celular e da eosinofilia. Neste caso, a droga mais usada é a Prednisona. Aspectos macroscópicos • ESTÔMAGO: • Cárdia; • Fundo gástrico; • Corpo gástrico; • Parte pilórica; • Piloro; • Curvatura gástrica maior; • Curvatura gástrica menor; • Pregas gástricas. • INTESTINO DELGADO • DUODENO: • Parte superior; • Parte descendente; • Parte horizontal; • Parte ascendente; • Papila maior do duodeno (papila duodenal maior); • Flexura duodenojejunal. • JEJUNO (alças jejunais) • ÍLEO (alças ileais) • INTESTINO GROSSO: • Saculações do colo; • Tênias do colo; • Apêndices omentais; • Flexura direita do colo; • Flexura esquerda do colo. • CECO: • Valva ileocecal - Lábio ileocecal; • Valva ileocecal - Lábio ileocólico; • Apêndice vermiforme. • COLO ASCENDENTE • COLO TRANSVERSO • COLO DESCENDENTE • COLO SIGMOIDE • RETO: • Ampola do reto; • Prega superior do reto; • Prega média do reto; • Prega inferior do reto. • CANAL ANAL: • Linha pectínea - pectinada (linha anorretal); • Colunas anais; • Seios anais. Aspectos microscópicos • Estômago e intestinos: • Mucosa; • Submucosa; • Muscular; • Serosa. Estômago O estômago, similarmente ao intestino delgado, é um órgão que exerce funções exócrinas e endócrinas, digerindo o alimento e secretando hormônios. Trata-se de um segmento dilatado do trato digestório, cuja função principal é transformar este bolo alimentar em uma massa viscosa (quimo). No estômago são identif icadas quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro. As regiões do fundo e corpo possuem estrutura microscópica idêntica e, portanto, histologicamente apenas três regiões são consideradas. O estômago vazio apresenta pregas da mucosa gástrica,ou rugas, cobertas por fossetas ou fovéolas gástricas. Mucosa O epitélio que recobre a superfície do estômago é cilíndrico simples com células secretoras de muco. Esse epitélio sofre invaginações em direção à lâmina própria, formando as fossetas gástricas. No fundo dessas fossetas, na lâmina própria, se abrem muitas glândulas pequenas, que são estruturalmente diferentes dependendo da região considerada. A lâmina própria do estomago é composta por tecido conjuntivo frouxo contendo fibras colágenas e reticulares, já as fibras elásticas são raras. Separando a mucosa da submucosa adjacente existe uma camada de músculo liso. A muscular da mucosa. Região cárdia A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5 a 3,0 cm de largura, na transição entre o esôfago e estômago. Sua mucosa contém glândulas tubulares enoveladas que se abrem nas fossetas gástricas, denominadas glândulas da cárdia. Suas célu las secretoras produzem muco e lisozima, mas algumas poucas células produtoras de H e Cl, também podem ser encontradas. Fundo e corpo A lâmina própria da região do corpo e fundo está preenchida por glândulas tubulares ramificadas (glândulas fúndicas) das quais três a sete abrem-se no fundo de cada fosseta gástrica. As glândulas possuem três regiões distintas: istmo, colo e base. A distribuição dos diferentes tipos celulares epiteliais nas glândulas gástricas não é uniforme. O istmo possui células mucosas em diferenciação que substituirão as células da fosseta e as superficiais, células-tronco indiferenciadas e células oxínticas (parietais); o colo contêm as células mucosas do colo, células-tronco mitoticamente ativas e células parietais; e a base, representando a maior parte da glândula, contém principalmente células parietais e zimogênicas. As células mucosas superficiais revestem a superfície da mucosa gástrica e das fossetas gástricas. As células enteroendócrinas estão distribuídas pelo colo e base das glândulas. As glândulas fúndicas possuem cinco tipos celulares principais: (1) células mucosas do colo, (2) células principais ou zimogênicas, (3) células parietais ou oxínticas, (4) células tronco, e (5) células enteroendócrinas ou gastroenteroendócrinas (também denominadas células enterocromafins, devido a sua afinidade de coloração por sais ácidos de cromo). A porção superior do corpo da glândula fúndica contém células parietais em abundância. As células principais e as células gastroenteroendócrinas predominam na porção inferior. A mucosa gástrica do corpo e fundo possui duas classes de células produtoras de muco: (1) as células mucosas superficiais, que revestem as fossetas, e (2) as células mucosa do colo, localizadas na abertura da glândula fúndica na fosseta. Tipos celulares da região fúndica Células-tronco Encontradas em pequenas quantidades na base do istmo e colo, as células-tronco são colunares baixas com núcleos ovais próximos da base da célula. Estas células possuem uma elevada taxa de mitoses, algumas delas movem-se para a superfície para repor as células mucosas superficiais e da fosseta, que se renova a cada 4-7 dias. Outras células filhas migram mais profundamente nas glândulas e se diferenciam em células mucosas do colo ou parietais, zimogênicas ou enteroendócrinas. Estas células são repostas muito mais lentamente que as células mucosas superficiais. Células mucosa do colo Estas células são observadas agrupadas ou isoladamente entre as células parietais no colo das glândulas gástricas. Sua secreção mucosa é diferente daquela proveniente das células epiteliais mucosas da superfície. Elas possuem formato irregular, com núcleos na base das células e os grânulos de secreção próximos da superfície apical. Células oxínticas (parietais) Células parietais estão presentes principalmente na metade superior das glândulas gástricas e no colo; elas são escassas na base. São células arredondadas ou piramidais, com um núcleo esférico que ocupa a posição central e citoplasma intensamente eosinofílico. As características mais marcantes observáveis ao microscópio eletrônico em células que estão secretando ativamente são uma abundância de mitocôndrias (eosinofílicas) e uma invaginação circular profunda da membrana plasmática apical, formando um canalículo intracelular. Células parietais secretam o ácido clorídrico do suco gástrico e o fator intrínseco, uma glicoproteína que se liga à vitamina B12 para facilitar a sua absorção no intestino delgado. A vitamina B12 se liga no estômago ao fator intrínseco. No intestino delgado, o complexo vitamina B12 – fator intrínseco se liga ao receptor para o fator intrínseco localizado na superfície dos enterócitos do íleo e é transportado para o fígado pela circulação porta. Células zimogênicas ou principais Predominam na região inferior da glândula fúndica. As células principais não estão presentes nas glândulas cárdicas e raramente são encontradas no antro pilór ico. A células principais possuem todas as características de células que sintetizam e exportam proteínas. Sua basofilia se deve ao retículo endoplasmático rugoso abundante. Secretam a enzima inativa pepsinogênio que é rapidamente convertido na enzima pepsina após ser secretado no ambiente ácido do estômago. Em humanos, as células zimogênicas também produzem a enzima lipase. A exocitose do pepsinogênio é rápida e estimulada pela alimentação (após jejum). Células enteroendócrinas Presentes na mucosa desde o estomago até o cólon (intestino grosso), sintetizam hormônios peptídicos os quais regulam várias funções no sistema digestório e nas glândulas associadas. São encontradas principalmente próximo à base das glândulas gástricas. São considerados seis hormônios peptídicos gastrointestinais principais: secretina, gastrina colecistoquinina (CCK), pepitídio insulinotrópico dependente de glicose, motilina e grelina. A secretina é produzida pelas glândulas das criptas de Lieberkuhn duodenais quando o conteúdo gástrico chega ao duodeno. Ela estimula a liberação de um fluido rico em bicarbonato pelas glândulas duodenais de Brunner e pelo pâncreas para controlar a secreção ácida e regular o Ph do conteúdo duodenal. A gastrina é produzida pelas células G localizadas no antro pilórico, ela estimula a produção de HCl pelas células parietais. A colecistoquinina é produzida no duodeno e estimula a contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfíncter de Oddi, quando o quimo rico em proteínas e gorduras entra no duodeno. A motilina é liberada ciclicamente pela região superior do intestino delgado durante o jejum e estimula a motilidade gastrointestinal. A grelina é produzida no estômago (fundo). A grelina estimula a secreção do hormônio do crescimento. Os níveis plasmáticos de grelina aumentam durante o jejum, causando a sensação de fome ao agir sobre os centros hipotalâmicos da fome. O peptídeo isulinotrópico dependente de glicose, produzido no duodeno, e stimula a liberação de insulina (efeito insulinotrópico) quando a glicose é detectada no intestino delgado. Piloro O piloro possui fossetas gástricas profundas, nas quais as glândulas pilóricas se abrem. Comparada à região cárdia, a região pilórica possui fossetas mais longas e glândulas mais curtas. Estas glândulas secretam muco, assim como quantidades apreciáveis de lisozimas. A região pilórica apresenta muitas células enteroendócrinas secretoras de gastrina, intercaladas com células mucosas. Outras camadas do estomago A submucosa é composta de tecido conjuntivo denso não modelado contendo vasos sanguíneos e linfáticos; além das células usualmente encontradas no tecido conjuntivo, está infiltrada por células linfoides e macrófagos. Corpos celulares de neurônios e fibras nervosas do plexo mucoso de Meissner também podem ser encontrados. A camada muscular é composta por fibras musculares lisas orientadas em três direções principais. A camada externa é longitudinal, a média é circular e a interna é obliqua. Nopiloro, a camada média encontra-se muito mais espessa para formar o esfíncter pilórico. O estômago é revestido por uma membrana serosa delgada. Contrações da túnica muscular estão sob o controle dos gânglios do plexo nervoso autônomo (plexo mioentérico de Auerbach), localizados entre as camadas de músculos. Intestino Delgado https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/07/c%C3%A9lulas-do-estomago.jpg O intestino delgado é o sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção endócrina. Os processos de digestão são completados no intestino delgado, onde os nutrientes (produtos da digestão) são absorvidos pelas células epiteliais de revestimento. O intestino delgado é relativamente longo- aproximadamente 5m- e consiste em 3 segmentos: duodeno, jejuno e íleo. A parede do intestino delgado consiste em quatro túnicas: (1) a mucosa, (2) a submucosa, (3) a túnica muscular e (4) a serosa ou peritônio. As diferenças histológicas são observadas nas túnicas mucosa e submucosa das três porções do intestino delgado. A túnica muscular e a serosa são semelhantes em todas as porções do intestino. Mucosa A mucosa do intestino delgado apresenta várias estruturas que aumentam a sua superfície, aumentando assim a área disponível para a absorção de nutrientes, são elas: (1) as pregas circulares, (2) as vilosidades ou vilos intestinais, (3) as glândulas intestinais e (4) os microvilos na superfície apical das células do epitélio de revestimento (enterócitos). Uma prega circular é uma prega permanente formada pela mucosa e pela submucosa envolvendo o lúmen do intestino. Essas pregas são mais desenvolvidas no jejuno. Os vilos intestinais são projeções digitiformes da mucosa, cobrindo totalmente a superfície do intestino delgado. O epitélio que reveste os vilos se entende profundamente na mucosa, formando criptas que terminam na camada muscular da mucosa. O comprimento dos vilos depende do grau de distensão da parede intestinal e da contração das fibras musculares lisas dos vilos. Entre os vilos existem pequenas aberturas de glândulas tubulares simples denominadas de glândulas intestinais ou criptas de Lieberkunh. A camada muscular da mucosa é o limite entre a mucosa e a submucosa. A túnica muscular é formada por uma camada de músculo liso circular interna e por uma camada de músculo liso longitudinal externo. A túnica muscular é responsável pela segmentação e pelos movimentos peristálticos do conteúdo do intestino delgado. A serosa, uma fina camada de tecido conjuntivo recoberta por um epitélio pavimentoso simples ou mesotélio, forma o peritônio visceral. O peritônio parietal recobre a superfície interna da parede abdominal. Vilos e glândulas intestinais A mucosa intestinal, incluindo as criptas de Liebekuhn, é revestida por um epitélio simples cilíndrico contendo quatro tipos celulares principais: (1) células absortivas ou enterócitos, (2) células caliciformes, (3) células de Paneth e (4) células enteroendócrinas. Células-tronco, células de Paneth e células enteroendócrinas são encontradas nas criptas de Lieberkuhn. Células absortivas são células colunares altas, cada uma com um núcleo oval em sua porção basal. No ápice de cada célula existe uma camada homogênea denominada borda estriada ou borda em escova. Constituídas das microvilosidade e das glicoproteínas da https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/07/Intestino-Delgado.jpg membrana plasmática da célula. Estima-se que cada célula absortiva possua em média 3000 microvilosidades, que aumentam a área da superfície luminal. A função mais importante das células colunares intestinais é absorver as moléculas nutrientes produzidas durante a digestão. Células caliciformes estão distribuídas entre as células absortivas. Elas são menos abundante no duodeno e aumentam em número em direção ao íleo. Estas células produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina, que vão constituir o o muco, cuja função principal é proteger e lubrif icar o revestimento do intestino. Células de Paneth, localizadas na porção basal das glândulas intestinais, são células exócrinas com grandes grânulos de secreção eosinofílicos em seu citoplasma apical, contendo lisozima e defensina que desempenham um papel no controle da flora intestinal. Células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem os folículos linfóides das Placas de Peyer, localizadas no íleo. Estas células participam da resposta imunológica, captando antígenos por endocitose e transportando-os para os macrófagos e nódulos linfóides. As células enteroendócrinas do intestino são células semelhantes às encontradas no estômago, secretam hormônios peptídicos que controlam várias funções do sistema gastrointestinal. Lâmina própria à serosa A lâmina própria do intestino delgado é composta por tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e fibras musculares lisas que preenche a vilosidade intestinal. A muscular da mucosa não apresenta qualquer peculiaridade nesse órgão. A submucosa contém, na porção inicial do duodeno, grupos de glândulas tubulares enoveladas ramificadas que se abrem nas glândulas intestinais. Estas são as glândulas duodenais ou glândulas de Brunner, secretoras de um muco alcalino que protege a mucosa duodenal contra os efeitos da acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do quimo, aproximando-o do pH ótimo para a ação das enzimas pancreáticas. A lâmina própria e a submucosa do intestino delgado contêm agregados de nódulos linfoides conhecidos como placa de Peyer, um importante componente do tecido linfoide associado ao trato digestivo. Cada placa consiste em 10-200 nódulos e é visível a olho nú como uma área oval no lado antimesentérico do intestino. Existem aproximadamente 30 placas em humanos, a maioria no íleo. A camada muscular é bem desenvolvida nos intestinos composta de uma camada circular interna e outra camada longitudinal externa. Diferenças entre duodeno, jejuno e íleo https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/07/C%C3%A9lulas-do-ID.jpg Cada uma das três porções anatômicas do intestino delgado- o duodeno, o jejuno e o íleo- possui características distintas que permitem o seu reconhecimento ao microscópio óptico: • Duodeno: (1) Ele possui glândulas de Brunner na submucosa, (2) os vilos são largos e curtos (em formato de folha), (3) o duodeno é envolto por uma serosa incompleta é por uma extensa adventícia, (4) o duodeno recebe a bile e as secreções do pâncreas transportadas pelo ducto biliar comum (ducto colédoco) e pelo ducto pancreático, respectivamente. O esfíncter de Oddi está presente na porção ampular terminal dos dois ductos convergentes. (5) A base das criptas de Lieberkuhn pode conter células de Paneth. • Jejuno: (1) Ele possui longos vilos digitiformes e um vaso quilífero bem desenvolvido no eixo do vilo. (2) O jejuno não contém glândulas de Brunner na submucosa. (3) A lâmina própria pode apresentar placas de Peyer, embora não sejam dominantes. As placas de Peyer são estruturas características do íleo. (4) As células de Paneth são encontradas na base das criptas de Lieberkunh. • Íleo: possui uma proeminente característica para o seu diagnóstico: as placas de Peyer, conjuntos de grandes folículos linfoides encontrados na mucosa e submucosa. A ausência de glândulas de Brunner na submucosa e a presença de vilos digitiformes mais curtos- quando comparados com os vilos do jejuno- são características adicionais do íleo. Assim como no jejuno, as células de Paneth são encontradas na base das criptas de Lieberkuhn. Intestino grosso O intestino grosso é formado pelo (1) ceco e apêndice associado, (2) pelo cólon ascendente, transverso e descendente, (3) colon sigmoide, (4) pelo reto e (5) pelo ânus. Sua principal função é a absorção de água e formação da massa fecal. A absorção de águaé passiva, seguindo o transporte ativo de sódio pela superfície basal das células epiteliais. As pregas circulares e as vilosidades intestinais não são observadas após a válvula íleocecal. A mucosa do intestino grosso é revestida por um epitélio cilíndrico simples formado por enterócitos e muitas células caliciformes, produtoras de muco. Os enterócitos tem microvilos apicais curtos. Um das principais funções dos enterócitos no intestino grosso https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/07/Diferencas-ID.jpg é o transporte de água e íons. Os produtos secretados pelas células caliciformes lubrificam a superfície da mucosa. Abaixo do epitélio de revestimento observa-se uma lâmina própria constituída de tecido conjuntivo frouxo, nessa região estão presentes glândulas tubulares simples denominadas de glândulas intestinais ou criptas de Lieberkunh. Elas contêm células enteroendócrinas e células-tronco. As células de Paneth não estão presentes. Elas podem estar presentes no ceco. A lâmina própria é rica em células linfoides e em nódulos que frequentemente se estendem até a submucosa. Esta riqueza em tecido linfoide está relacionada à população bacteriana abundante no intestino grosso. A camada muscular está constituída pelas camadas circular e longitudinal. No entanto, esta camada é diferente daquela observada no intestino delgado porque fibras da camada longitudinal externa se unem para formar três bandas longitudinais espessas, denominadas tênias do colo. A contração das tênias do colo e da camada de músculo liso circular interna produz saculações periódicas denominadas haustrações. Nas porções livres do colo, a camada serosa é caracterizada por protuberâncias pequenas pedunculadas formadas por tecido adiposo os apêndices epiplóicos. Na região anal, a membrana mucosa forma uma série de dobras longitudinais, as colunas retais (de Morgagni). Cerca de 2 cm acima da abertura anal a mucosa intestinal é substituída por epitélio pavimentoso estratif icado, e a camada circular interna de músculo liso se espessa para formar o esfíncter anal interno. Além desta região, a pele do ânus é revestida por um epitélio pavimentoso estratif icado queratinizado e a derme contém glândulas sudoríparas e sebáceas (glândulas circunanais) O esfíncter anal externo, formado por músculo esquelético está presente. O apêndice é uma evaginação do ceco; é caracterizado por um lúmen relativamente irregular, pequeno e estreito devido à presença de nódulos linfoides abundantes em sua parede. Embora sua estrutura geral seja similar à do intestino grosso, ele contém glândulas intestinais menores e menos numerosas e não possui tênias do colo. Regeneração celular no trato gastrointestinal As células epiteliais de todo o trato gastrointestinal são constantemente descamadas e repostas por novas células formadas por meio de divisão das células-tronco. Células-tronco estão localizadas na camada basal do epitélio esofágico, istmo e colo das glândulas gástricas, porção inferior das glândulas do intestino delgado e intestino grosso. A partir desta zona proliferativa em cada órgão, as células se movem para a zona de diferenciação, onde sofrem maturação estrutural e enzimática, promovendo uma população celular funcional https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/07/Intestino-grosso.jpg para cada região. No intestino delgado as células morrem por apoptose no topo das vilosidades, onde são descamadas.
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