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1. Plasmodium Vivax: a) Introdução: - 150 espécies causam malária em vertebrados; - Parasitas humanos são: P. vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale i. vivax: mais comum (terçã benigna) ii. malariae: menos grave (quartã benigna) iii. ovale: típica da África (terçã benigna) iv. falciparum: (terçã maligna) b) Patogenia e prevenção A malária é uma doença sistêmica que provoca alterações na maioria dos órgãos, variando, porém, sua gravidade dentro de amplos limites, desde as formas benignas até as muito graves e fatais. A doença se caracteriza pela ruptura de hemácias, quando ocorrem as típicas febres da malária, com sudorese e calafrios pronunciados. A destruição das hemácias pode acarretar outras consequências graves. O diagnóstico é feito pela visualização do parasito em distensões sanguíneas ou por ensaios imunoenzimáticos e imunocromatográficos. O controle da malária consiste na análise rigorosa de estudos epidemiológicos que envolvem soroepidemiologia, avaliação clínica da população afetada e comportamento dos vetores locais. Após esses estudos, podem ser utilizadas medidas de controle como o tratamento medicamentoso de todos os pacientes doentes e portadores. A redução da população de mosquitos, o controle de sua migração e a destruição de suas larvas, considerando a resistência do vetor aos inseticidas, também constituem medidas importantes de combate à malária. c) Ciclo Biológico – Heteroxeno (dois hospedeiros): Hospedeiro Vertebrado Hospedeiro Invertebrado Homem, aves, répteis e outros mamíferos Mosquito - Anopheles Ciclo Assexuado Ciclo Sexuado i. Tipos de Mosquito: A. darlingi (Brasil), A. albitarsis, A. gambiae (África) e A. aquasalis. • Ciclo Biológico no homem: 1. Transmissão através da picada do mosquito Anopheles; 2. Uma fêmea infectada pica uma pessoa e com isso injeta sua saliva que contém substâncias anticoagulantes e na saliva estão os ESPOROZOÍTOS (forma infectiva do plasmodium); 3. Os ESPOROZOÍTOS são lançados na corrente sanguínea; 4. Pelo sangue os ESPOROZOÍTOS migram para o fígado e lá infectam os hepatócitos; 5. No hepatócito os ESPOROZOÍTOS se diferenciam em TROFOZOÍTOS PRÉ- ERITROCÍTICOS e por reprodução assexuada tipo ESQUIZOGONIA dá origem aos ESQUIZONTES TECIDUAIS. 6. Os ESQUIZONTES se rompem, liberando MEROZOÍTOS. Essa replicação inicial no fígado é chamada de CICLO EXO - ERITROCÍTICO, PRÉ – ERITROCÍTICA OU TISSULAR. 7. Os MEROZOÍTOS, após muitas divisões, rompem a membrana dos hepatócitos e caem na circulação sanguínea. 8. Na circulação os MEROZOÍTOS TISSULARES invadem as hemácias, iniciando um período chamado de INTRAERITROCÍTICO OU ERITROCÍTICO. 9. No interior das hemácias os MEROZOÍTOS irão passar por alguns estágios de desenvolvimento: 1 – Diferenciação de MEROZOÍTO para TROFOZOÍTO JOVEM ou ANEL; 2 – Depois o ANEL se diferencia em TROFOZOÍTO MADURO; - Nesse período o parasito se nutre bastante de hemoglobina, esta é muito rica em ferro, substância que é tóxica para o parasito, por isso ele cristaliza o ferro e aprisiona ele num vacúolo, formando a HEMOZOÍNA – que dá cor as células infectadas, conhecida como PIGMENTO MALÁRICO. 3 – O TROFOZOÍTO se diferencia em ESQUIZONTE – este é uma forma que está em divisão celular e gerará MEROZOÍTOS; alguns TROFOZOÍTOS se diferenciam em GAMETÓCITOS. 4 – Os MEROZOÍTOS que foram formados nas hemácias, rompem a membrana dela e caem na corrente sanguínea para infectar outras hemácias, reiniciando a fase INTRAERITROCÍTICA. 5 - Ao se alimentar de sangue, um mosquito Anopheles ingere os GAMETÓCITOS MASCULINOS (MICROGAMETÓCITOS) e FEMININOS (MACROGAMETÓCITOS), dando início ao ciclo esporogônico. ➢ Resumo Ciclo EXOERITROCÍTICO ou PRÉ-ERITROCÍTICO ou TISSULAR (dura entre seis e 16 dias após a inoculação): ESPOROZOÍTOS: • Forma infectiva • Injetado pelo mosquito • Caem na corrente sanguínea • Chegam no fígado • São móveis ↔ não apresentam cílios ou flagelos ↔se dá pela reorientação de proteínas CS circum- esporozoíto e TRAP trombospondina • Podem entrar em diversas células e não Se diferenciam em: TROFOZOÍTOS PRÉ – ERITROCÍTICOS (reprodução assexuada – ESQUIZOGONIA) ESQUIZONTES TECIDUAIS (forma que está em divisão celular) se desenvolverem, só se desenvolvem nos hepatócitos ↔ receptores específicos MEROZOÍTOS TISSULARES MEROZOÍTOS: • Passam por muitas divisões – Reprodução Assexuada • Rompem a membrana do hepatócito • A invasão envolve reconhecimento de receptores específicos para cada espécie – glicoforinas e Duffy • falciparum – hemácias de todas as idades • vivax – reticulócitos • malariae - maduras Caem na corrente sanguínea Implicações sobre as parasitemias Irão invadir as hemácias. ➢ Resumo Ciclo INTRA - ERITROCÍTICO ou ERITROCÍTICO – se dá por ESQUIZOGONIA: MEROZOÍTOS: • Invadem as hemácias • Passam por estágios de desenvolvimento dentro das hemácias Se diferenciam em: TROFOZOÍTO JOVEM OU ANEL Se diferenciam em: TROFOZOÍTO MADURO Formação da Hemozoína ou Pigmento Malárico Se diferenciam em ESQUIZONTE (forma que está em divisão celular) MEROZOÍTOS (Voltam a invadir novas hemácias) ou GAMETÓCITOS (irão ser alimento para o mosquito e farão parte do ciclo esporogônico) • Ciclo Biológico no mosquito - Esporogônico: 1 – Nas hemácias alguns TROFOZOÍTOS não se diferenciam em ESQUIZONTES e depois MEROZOÍTOS, mas sim em GAMETÓCITOS; 2 – O mosquito ao picar uma pessoa infectada suga os GAMETÓCITOS; 3 – No intestino do mosquito os GAMETÓCITOS rompem suas hemácias e iniciam a fase sexuada do ciclo; 4 - Os GAMETÓCITOS se transformam em MACROGAMETÓCITOS (FÊMEA) e 8 MICROGAMETÓCITOS (MACHO) - o macho fecunda a fêmea. 5 – Após a fecundação surge o ZIGOTO; 6 – O ZIGOTO origina o OOCINETO; 7 – O OOCINETO perfura a parede do intestino do mosquito e forma o OOCISTO (local de desenvolvimento do parasito); 8 – Dentro do OOCISTO acontecem várias divisões celulares ESPOROGÔNICAS – são formados os ESPOROZOÍTOS; 9 – Os ESPOROZOÍTOS rompem a membrana do oocisto e inicia seu caminho até as glândulas salivares. ➢ Resumo do Ciclo ESPOROGÔNICO: GAMETÓCITOS • São sugados pelos mosquitos quando estes picam uma pessoa infectada; • Invadem o intestino do mosquito; • No intestino eles rompem suas hemácias; Se diferenciam em: MACROGAMETÓCITOS (fêmeas) e MICROGAMETÓCITOS (machos) Os machos fecundam as fêmeas Formando: ZIGOTO Origina o: OOCINETO Perfura o intestino do mosquito e forma o: OOCISTO O oocisto é o local de desenvolvimento do parasito, nele ocorre diversas divisões celulares ESPOROGÔNICAS e se formam os: ESPOROZOÍTOS Estes rompem a membrana dos oocistos e seguem caminho até: GLÂNDULAS SALIVARES OBS: A febre é sintoma mais comum da doença, a periodicidade vai depender da espécie do parasito: 1) 48/48hs = Febre Terçã 2) 72/72hs = Febre Quartã A febre se deve a ruptura maciça das hemácias. • Características Morfológicas do Plasmodium vivax: a) b) c) d) e) f) • Tipos de Reprodução: • Recaída tardia da Doença: • Transmissão: • Sinais Clínicos: - O ciclo assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e patogenia; - A destruição dos eritrócitos e a consequente liberação dos parasitos e de seus metabólicos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro; a) vivax:mais comum (terçã maligna – 48/48hs) b) malariae: menos grave (quartã – 72/72hs)) c) ovale: típica da África (terçã benigna – 48/48hs) d) falciparum: (terçã maligna – 36 a 48hs) Malária Não-Complicada Malária Grave e Complicada • Debilidade Física • Náusea • Vômito • Palidez • Anemia • Convulsões • Vômitos repetidos • Icterícia • Hiperpirexia • Distúrbios de Consciência cerebral • IRA • Edema Pulmonar Agudo • Hipoglicemia • Hemoglobinúria - Patogenia: Anemia e resposta imunológica -Esquizogonia: destruição de hemácias e liberação de pigmento malárico - A Hemozoína é escura e aparece depositada no fígado, baço, cérebro e ME. - Outro pigmento é a HEMOSSIDERINA – produzida pelos macrófagos e resultado da degradação das hemácias. • Profilaxia: Medidas de Proteção Individual Medidas de Proteção Coletiva • Uso de repelente • Telas (portas e janelas) • Uso de mosquiteiro • Saneamento básico • Melhoria das condições de vida; • Combate ao Vetor • Combate às larvas • Diagnóstico: Clínico Laboratorial • Sintomas Inespecíficos; • Parasitemia persistente e assintomática; • Periodicidade da febre; • Pensar na doença, já que a distribuição da doença não é homogênea (áreas de residência e viagens) • Tradicional – pesquisa de parasito no sangue periférico – Gota espessa e esfregaço; • Visualização microscópica • Tratamento: Levar em Consideração Fármacos Mecanismo de ação • Gravidade da doença; • Espécie do plasmódio; • Idade do peciente; • História de exposição anterior ao parasito; • Suscetibilidade do parasito da região aos antimaláricos • Custo da medicação; • Vários esquemas; • Quinina • Mefloquina • Halofrantina • Cloroquina • Amodiaquina • Primaquina • Derivados de artemisina • Atovaquona • Tetraciclina • Doxiciclina • Clidamicina • Esquizonticida Tecidual – primaquina • Esquizonticida Sanquíneo (cloroquina, mefloquina, artemisina) • Gametocitocidas ( cloroquina e primaquina) • Fármacos que são eficazes contra as formas eritróciticas – Artemisina, cloroquina, quinina, mefloquina,pirimetamina • Fármaco eficaz contra forma exoeritrocítica – primaquina • Fármacos que são eficazes conrra formas gametocíticas - Primaquina • Resistência a agentes antimaláricos: - Representa um sério prblema de saúde pública e uma barreira significativa ao tratamento efetivo de indivíduos com malária. - Crescente carga de morbidade e mortalidade. - Fatores que causam: 1. Uso inaprorpriado e/ou não supervisionado dos fármacos; 2. Disponibilidade inconsistente dos fármacos; 3. Pouca aderência dos pacientes aos esquemas de tratamento (efeitos adversos); 4. Qualidade insconsistente na fabricação dos fármacos; 5. Presença de medicamentos falsificados; 6. Custos; 2. Líquidos Biológicos – Transudato, exsudato e secreções: • Líquido Sinovial: - Ultrafiltrado de plasma, enriquecido com moléculas de alto peso molecular, ricas em sacarídeos, sendo a mais importante, o HIALURONATO, produzido pelas células sinoviais. a) Formação: - Ocorre de forma idêntica a de outros fluidos intersticiais; - Atravessa a parede capilar condicionado pela diferença de pressão – lei de Starling ou gradiente de pressão coloidosmótica. - HIALURONATO – formado por repetidas unidades de dissacarídeos (ácido glicurônico – glicosamina) - HIALURONATO é um polímero ligado com cerca de 2% de proteínas e ambos são produzidos pelas células de revestimento sinovial; - O líquido sinovial tem a mesma composição bioquímica do plasma; - O líquido sinovial difere dos outros líquidos serosos, pelo fato de conter ácido hialurônico (mucina) e poder conter cristais. b) Função: - Fornece nutrientes para as cartilagens; - Lubrificante das faces articulares móveis; c) Volume: - Normal: 0,1 a 2 ml - No joelho pode chegar a 3,5 ml OBS: As articulações podem ser aspiradas desde que exista derrame ou distúrbios articulares. d) Composição do líquido sinovial: ▪ Glicose ▪ Proteínas ▪ Ácido Úrico ▪ Ácido Hialurônico ▪ Cristais e) Coleta = Artrocentese: - Colhido em condições estéreis; - Frasco com heparina; - Paciente deve estar em jejum no mínimo de 6hs (ideal seria de 12hs); - para permitir equilíbrio da glicose entre o plasma e o líquido sinovial; - Deve ser colhida glicemia de jejum; f) Informações úteis do Líquido Sinovial: - Suspeita de infecção – artrite supurativa; - Artrite devido ao ácido úrico – gota; - Artrite devido ao priofosfato de cálcio – pseudogota; - Diagnóstico diferencial de artrite; g) Exame físico do líquido sinovial: Límpido Normal Líquido leitoso Artrite tuberculosa, reumatoide crônica, gotosa aguda ou lúpus eritematosos. Não Coagular Normal Coagular Articulações comprometidas contém fibrinogênio Viscosidade normal – relacionada com a concentração de hialunorato. Filamento de 4 a 6cm Viscosidade diminuída – diminui concentração de hialunorato Filamento quebra antes de 3cm – artrite séptica, gotosa, reumática, derrame rápido após trauma. h) Exame Bioquímico: ➢ Teste Mucina - Adição de ácido acético - Observa-se a formação ou não de coágulos de mucina ( ácido hialurônico) - A formação de um coágulo firme e compacto = revela grau de viscosidade normal - A formação de um coágulo entre regular e fraco, em fragmentos dispersos e em solução turva = alteração de viscosidade – característica inespecífica de várias artrites. i) Exame Químico: Moléculas Características Ácido úrico - Artrite gotosa - Suspeita de gota com pesquisas de cristais negativa - Gota = Líq. Sinovial > Soro - Artropatia degenerativa = Líq. Sinovial = soro Proteínas - Seletividade da membrana sinovial - Inflamação causa aumento de permeabilidade - Facilitando passagens de grandes proteínas, como o fibrinogênio - Normal = de 1,2 a 2,5 g/dL Glicose - Líq. Sinovial se assemelha a plasmática - Normal e não inflamatória = 10 mg/dL - Diferenças significativas são encontradas em processos inflamatórios e infecciosos - Valores da glicose pode ser mascarado pela glicólise quando da presença de grande número de leucócitos • Ascite: - Acúmulo patológico de excesso de líquido na cavidade peritoneal; - Produzida por ultrafiltração plasmática dependente de permeabilidade vascular e das forças hidrostáticas de oncóticas; a) Função do líquido: - Em condições normais serve como proteção da cavidade abdominal, lubrificando e reduzindo atrito entre os órgãos, melhor mobilidade. b) Características Físicas: Característica Motivo Líquido transparente Normal Amarelo Claro Normal Estéril e Viscoso Normal Turbidez Infecção Bacteriana Esverdeado Perfuração do TGI, pancreatite e colecistite Leitoso, quiloso Neoplasia Amarelo Citrino Cirrose Hepática descomplicada Sanguinolento Punção traumática, neoplasia maligna, tuberculose, punção inadvertida do baço Cor escura não sanguinolenta Síndrome ictérica – extravasamento da bile. c) Análise: - Três tubos; - Primeiro: deve conter EDTA ou heparina – contagem global e diferencial; - Segundo: sem antocoagulante – análises bioquímicas; - Terceiro: Microbiologia – deve ser estéril; Exame principal Características Proteínas Totais e Frações Calcular o Gradiente Soro Ascite Albumina – GSAA – se faz junto com albumina sérica GSAA > ou = 1,1 = Hipertensão Portal GSAA > 2,5 = cirrose GSAA < 1 = outras etiologias OBS: dado complementar, baixa especificidade Bilirrubina Exsudato LDH Exsudato Celularidade Polimorfonucleares d) Tiposde Ascite: Tipo Características Descomplicada Não infectada e nem acompanhada de Síndroeme Hepática – Renal (SHR) Complicada Peritonite Bacteriana Espontânea ou SHR Refratária Não pode ser mobilizada ou recidiva precocemente e) Outros exames conforme cada caso: Exame Motivo Citologia Oncótica Carcinomatose peritoneal ADA (adenosina – deaminase) > 40 U/L Tuberculose Triglicérides > 45-48 mg/dL Ascite quilosa, ascite maligna, cirrose Glicose e DHL < 50mg/dL Peritonite bacteriana Gram Infecção bacteriana PBAAR e BAAR Tuberculose Bilirrubina Caso biliar Creatinina e Ureia Ruptura de bexiga pH Fibronectina Ascite maligna e estéreis • Líquido Pleural: - Ultrafiltrado de plasma, entra no espaço pleural pela circulação sistêmica e é removido pelos vasos linfáticos da pleura parietal a) Função: - Lubrificação da superfície pleural; - Facilita deslizamento das pleuras visceral e parietal durante a respiração; b) Toracocentese: - É um procedimento cirúrgico para drenar líquido (derrames) da cavidade torácica e é útil no diagnóstico de inflamação ou doença neoplásica pulmonar ou pleural. ➢ Resumo de informações importantes: ➢ Recomendações para Coleta do Líquido Pleural: - Seringa levemente heparinizada – prevenir coagulação – procedimento feito em todas as seringas. - Volume recomedado: 50 a 60 ml - Líquido distribuído em tubos de 5 a 10 ml - Encaminhar imediatamente ao laboratório - Se não puder manter em geladeira comum 4°C a 8°C – não no congelador - Para identificar como transudato e exsudatos: ➢ Amostra de sangue colhida simultaneamente à coleta do líquido – relação pleural – sérica de preteínas e desidrogenase lática - Outros exames como: marcadores tumorais, perfil reumatológico, PCR, prova de látex, perfil de coagulação devem levar em consideração os valores séricos. Coloração amarelo ouro A análise do líquido pleural se inicia pelo aspecto da amostra Médico Análises citológicas, bioquímica e bacteriológica Dentra as doenças que consomem mais glisose as infecciosas e as neoplásicas merecem mais atenção Seguem o que foi descrito para o licor, destacando-se a dosagem de proteínas Aumento no consumo ou diminuição do transporte para o líquido pleural As colagenoses e o hemotórax também apresentam importante redução por disfunção no seu transporte A glicemia e suas alterações podem ser ➢ Importância da aparência do líquido pleural: Cor Motivo Amarelo Citrino Mais comum Turvo Inflamatório, presença de lipídios, excesso de proteínas ou células Leitoso Quilotórax Purulento Empiema Hemorrágico Acidente de punção, neoplasia, tuberculose, TEP Odor de urina Urinotórax - raro ➢ Volume e compsosição: - 1 a 20 ml; - Baixa concentração de proteínas e células; - Principais proteínas encontradas: albumina, globulina e fibrinogênio - Principais células: monócitos, linfócitos e células mesoteliais - o liquido pleural é renovado continuamente – forças osmóticas e hidrostáticas. ➢ Tipos de Derrames pleurais: TRANSUDATO EXSUDATO - Acúmulo de líquido - Relacionado a doença sistêmica - Doenças que reduzem a albumina - Baixa a pressão coleidosmótica – que segura o plasma – faz com que o plasma extravase - Rompimento do equilíbrio entre filtração e absorção PH – Aumenta (pressão de um fluido sobre outro) PO – Diminui - Extravasamento de líquido - São límpidos, amarelo claro e não se coagulam espontaneamente - Podem ser discretamente hemorrágicos Pricipais causas: - ICC - Embolia pulmonar - Atelectasias - Cirrose - Neoplasias - Glomerulonefrite - Iatrogenia - Urinotórax - Desnutrição - Mixedema - Resultante de processo inflamatório - Compromete membranas da cavidade - Infecções e neoplasias - Extravasamento de líquidos e proteínas - Vasodilatação e estase - Aumenta espaço interendotelial - Podem ser hemorrágicos, turvos e purulentos - Se coagulam devido a presença de fibrinogênio - Quilotórax – branco leitoso - Derrames hemorrágicos são secundários a traumas, acidentes por punção, embolia, ruptura de aneurisma, pancreatite Principais Causas: -Neoplasia - Doenças infecciosas - Tuberculose - Equistossomose - Tromboembolia OBS: - Existe a possibilidade de caracterizar transudato como exsudato em pacientes com uso de diurético. TIPOS DE DERRAMES PLEURAIS NÃO HÁ NECESSIDADE INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO TRANSUDATO EXSUDATO DE ACORDO COM A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DEFINIR QUAIS DERRAMES NECESSITAM DE INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL ➢ Critério de Light para diferenciar transudato e exsudato: Parâmentros Transudatos Exsudatos Relação entre proteína do líquido pleural e sérica ≤ 0,5 > 0,5 Relação entre DHL do líquido pleural e sérica ≤ 0,6 > 0,6 DHL no líquido pleural > 2/3 do limite superior do soro Não Não OBS: Exsudatos = presença de um dos três Transudato = presença dos três critérios ➢ Importância da aprência do líquido pleural: - Podem junto com a clínica fornecer o diagnóstico em alguns casos; - Pode orientar a solicitação de exames complementares; - A presença de pus e líquido leitoso pode ser identificada sugerindo quilotórax; - Diferenciar – Derrame pleural hemático, hemotórax ou apenas líquido hemorrágico; - Principais etiologias no hemotórax – traumática ou dissecção de aneurisma da aorta - Líquidos hemorrágicos – neoplasias, tuberculose e embolia; ➢ Dosagens Bioquímicas: - Proteínas - Desidrogenase lática (DHL) - Glicose - Amilase Auxiliam diagnóstico etiológico - pH ▪ Glicose na avaliação do derrame pleural: - Níveis < 60mg/dL = derrame parapneumônico, tuberculose pleural, neoplasia e artrite reumatoide - Quanto menor a glicose maiores as chances de empiema - Níveis baixos de glicose indicam doença avançada – menos na tuberculose pleural - Artrite reumatoide = glicose < 30mg/dL ▪ pH no Derrame Pleural: - Indicação na suspeita de derrame parapneumônico; - < 7,20 + glicose baixa e DHL elevado = evolução complicada e necessidade de drenagem; - Outras que baixam o pH: ruptura de esôfago, tuberculose, neoplasia, hemotórax, lúpus e urinotórax; ▪ Amilase no Derrame Pleural: - Estará aumentada nos derrames por: pancreatite, ruptura de esôfago e neoplásicos - Deve ser solicitada quando há suspeitas dessas doenças ▪ Contagem de células: - Não traz grandes respostas sobre a etiologia - Na maioria das os transudatos apresentem celularidade < 1000/mm3 e os exsudatos níveis superiores a isso; - > 10.000/mm3 = mais frequente em parapneumônico e empiema, pode ocorrer na tuberculose, pancreatite e embolia também; - Predomínio de neutrófilos é habitual em derrame parapneumônico, empiema e fases iniciais da tuberculose pleural e colagenoses, pode ocorrer também na pancreatite e embolia; - Tuberculose = predomínio de mononucleares (ocorre também em neoplasias e embolia); - Predomínio de eosinófilos = neoplasias, derrame por drogas, parasitoses, exposição de asbestos, sangue no espaço pleural e pneumonia eosinofílica ▪ Biópsia Pleural: - Possibilidade de diagnóstico de neoplasias ou de granuloma com necrose caseosa - Aumentam a chance de diagnóstico etiológico ▪ Derrame pleural e ICC: - O DP é muito frequente na ICC - Trata-se de um transudato, podendo ser erroneamente classificado como exsudato pelo critério Light ➢ Quando puncionar o DP na ICC: - Outros responsáveis pelo DP – pneumonia e embolia - Dados clínicos relacionados com pneumonia e embolia devem ser observados: ( febre, dor pleurítica, DP unilateral, DP bilateral com grande disparidade de tamanho, hipoxemia, persistênciaapós tratamento da ICC) ➢ Quilotórax: - DP com altos níveis de lipídeos - Passagem do conteúdo do ducto torácico (quilo) para o espaço pleural - Aspecto de leite – pode ser apenas turvo ou ser-hemático (pacientes em jejum e dieta pobre em gordura) - É um exsudato • LCR – Líquido Cefalorraquidiano: a) Introdução: b) Função: c) Formação do LCR: Figura 1 - Primeira Etapa de formação do LCR Figura 2 - Segunda etapa de formação do LCR LCR Líquido fluido aquoso - Composição semlelhante ao infiltrado de plasma Plexos ventriculares, canal meduar e espaço subaracnóide Transporte, armazenammeto, preparo de amostras e análise. Todos os profissionais envolvidos devem conhecer as técnicas Aspectos físicos, contagens globais celulares Avaliação: microbiológica, bioquímica e citológica Mudança na composição e produção: tumores, isquemias, hidrocefalia e infecção. Maior parte do liquido extracelular do SNC Fornecimento de nutrientes essecenciais ao cérebro Remoção de produtos da atividade neuronal Essencial para atividade neuronal Proteçao mecanica das células cerebrais Plexo coroide Ventrículos Laterais 3° e 4 ° Ventrículo Processo de difusão, pinocitose e transporte passivo Filtração passiva do sangue Epitélio Coroidal Proporcional ao gradiente de pressão hidrostática entre sangue e fluido Plexo coroide Ventrículos Laterais 3° e 4 ° Ventrículo Processo de difusão, pinocitose e transporte passivo Secreção Ativa Epitélio Monoestratificado Envolve bombas, cotransportadores, antitransportadores, canais iônicos e aquaporinas OBS: Outra pequena porção é produzida pelas células ependimais. d) Coleta: - Só pode ser realizada após assinatura do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) pelo paciente ou respresentante legal; - A coleta é de responsabilidade do médico requisitante e das três vias de clássicas para coleta; - Três vias: I. Lombar: - Mais utilizada na rotina - Não há risco de lesão vascular grave, ao contrário do que pode ocorrer na punção cisternal, especialmente com o envolvimento da artéria cerebelar póstero-inferior ou de seus ramos; - Patologias que acometem exclusiva ou preferencialmente estruturas abaixo da cisterna magna, sejam medulares, radiculares ou ambas, associadas ou não a inflamação local das meninges pode ser diagnosticada com maior segurança; - A possibilidade de detecção de células neoplásicas ao exame de LCR, mesmo em processos que acometem estruturas acima da cisterna magna é significativamente mais elevada; - A capacidade discriminativa no diagnóstico de processos inflamatórios e/ou infecciosos crônicos, especialmente em doenças desmielinizantes, é substancialmente maior devido à concentração proteica, até 30% superior àquela observada no LCR cisternal, inclusive no que tange às globulinas gama; - Testes imunológicos, especialmente aqueles que utilizam técnicas mais refinadas e atuais, têm sido especialmente padronizados para amostras obtidas da região lombar. II. Suboccipital ou Cisternal: - Segunda mais utilizada - Não é descrita a ocorrência de cefaleia pós- punção; - Eventuais alterações osteoarticulares de coluna cervical interferem muito pouco no ato da punção, mesmo em pessoas obesas e/ou idosas; - Para profissionais treinados, é procedimento relativamente simples e rápido; - Haveria menor risco de herniação de estruturas do sistema nervoso central em casos de hipertensão intracraniana não-comunicante; - Restrições de indicação - Indicação absoluta: Hipertensão Intracraniana, infecção dérmica ou epidérmica de lombar III. Via Ventricular - Um manômero é colocado antes da remoção do LCR para indicar pressão de abertura; - Pressão normal no paciente em decúbito lateral: 90mm H2O a 180mm H2O - Essa pressão de eleva em pacientes sentados ou obesos – Variação de 4 mm H2O a 10mm H2O. - Com pressão normal podem ser coletados até 20 ml de LCR; - No final, a pressão deve ser de 10 a 30 mmHg. Uma diminuição acentuada da pressão após esse procedimento sugere herniação cerebelar ou compressão medular. - O LCR deve ser coletado sem anticoagulante - Deve ser coletado em três frascos estéreis e identificados com números na ordem que são obtidos; - Cada amostra deve ser coletada em um único frasco. - Caso tenha sido coletada em um único frasco deve seguir a seguinte ordem: - O local da amostragem deve ser registrado nos tubos, pois os parâmetros citológicos e bioquímicos podem variar com o local da punção. e) Transporte e Armazenamento: Análises Bioquímicas e Sorológicas - glicose e preoteínas ou Imonologia •1° frasco Exames Microbiológicos •2° Frasco Contagens celulares (Menor probabilidade de conter material por acidente de punção) •3 ° Frasco Bacteriologia •1a Análise Hematolgia •2a Análise Imunoquímica •3a Análise Deve chegar ao laboratório o mais rápido possível, no máximo em 2 horas. Após esse tempo pode ocorrer: Degradação ou alteração de hemácias, leucócitos, diminuição de glicose, aumento na concentração de proteínas e bactérias. Se não for possível levar brevemente, pode fazer fixação através de formalina, mas não é rotina. Temperatura: - Ideal = entre 5° C e 12° C - Baixa = Lise - Alta = Acelera mecanismo metabólico, degeneração celular Uma pequena porção após centrifugada deve ser: identificada e armazenada em geladeria para eventual necessidade f) Preparo da amostra: - Deve ser fresca e centrifugada; - Análise visual e fresca = não centrifugada e devidamente homogeneizada = visualiza leucócitos e hemácias; - Centrifugação de baixa rotação = para confecção de lâmina = amostra total ou sedimento; - Preparação da lâmina deve ser rápida ↔LCR é um líquido inapropriado para manutenção de viabilidade da célula ↔deterioram rápido; - pH elevado + baixa pressão osmótica = célula incha, lise e tornam-se irreconhecíveis - Amostra com elevada celularidade = deve diluir em soro NaCl 0,9% ↔células tenham espaço adequado; - Adesão artificial é comum ↔não confundir com células tumorais = monócito cercado por eritrócitos = eritrofagocitose; g) Exame físico da amostra: - Etapa inicial = Observação visual e coloração da amostra; - Fornece informações importantes; - A coloração deve ser registrada antes e depois da centrifugação; - XANTOCRÔMICA = após a centrifugação tem tonalidade que varia entre rosa, amarelo e laranja; - A amostra XANTOCRÔMICA ocorre devido a presença de: hemoglobina (hemólise) e concentrações elevadas de proteínas e bilirrubinas ↔pode ser por iodo, caroteno ou melanina também; - A amostra XANTOCRÔMICA é comum em RN e prematuros ↔imaturidade da função hepática; - Intensidade da XANTOCROMIA = método de rotina visual ↔comparação da cor da amostra com padrões de coloração de bicromato de potássio. - Na punção podem ocorrer traumas e sangramentos que dificultam (erro) o diagnóstico ↔ semelhante a hemorragia subaracnóidea ↔ procedimento para distinguir = método de 3 tubos, pressão inicial e inspeção visual após centrifugação (torna-se límpida); - Análise deve ser feita com boa iluminação; - Formação de coágulo deve ser registrada, é observada em ↔acidente de punção, bloqueio espinhal (síndrome de Froin) e meningite tuberculosa e supurativa; LCR Normal Incolor, límpido. Celularidade: Leucócitos = Até 200/µl Hemácias = Até 400/µl Alterado Levemente Turvo ou Turvo leitoso Presença de células sanquíneas ou microrganismos Taxas elevadas de proteínas ou lipídeoas h) Contagem de Células: - Contagem global de leucócitos e hemácias; - Rotina ↔Câmara de Fuchs – Rosenthal; - O procedimento varia de acordo com a celularidade daamostra; - Deve-se conhecer a característica de cada uma das células: Célula Características Hemácias (Eritrócitos) Contorno regular, halos e centro celular limpo – projeções finas e pontudas podem aparecer em casos de eritrócitos crenados. Leucócitos Aspecto granular e refringentes Células Teciduais Grandes, granulares contorno irregular – não são contabilizadas - Caso tenha acontecido acidente de punção na hora da coleta ↔correção de contagem celular: ➢ Calcula-se os leucócitos na amostra = leucócitos do sangue x hemácias no LCR / hemácias presentes no sangue; • Valores de Referência: • Atividade sobre LCR feita em sala de aula: 1) Qual a suspeita do médico no caso apresentado ? R = Meningite Viral ↔LCR incolor e límpido 2) Em quais locais pode ser coletado o líquor ? R = Pode ser coletado por punção lombar (método mais escolhido), suboccipital ou cisternal (segundo método de escolha) e ventricular. 3) Qual o preparo prévio para coleta do líquor ? R = • Só pode ser feita após assinatura do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido); • Antes da coleta do LCE, a pressão deve ser de 90 a 180 mmHg; • Paciente em decúbito lateral, em posição fetal ou sentado, parado e curvado; • Coleta feita entre L3 e L4 ou L4 e L5; • Sedação está indicada naqueles pacientes extremamente agitados, mas pode ser realizada em todos aqueles que o desejarem; • Utilizando uma luva estéreo, limpe uma área ampla do sitio de punção com um agente desinfetante como clorexidina alcoólica e degermante ou iodo, realizando movimentos de círculos concêntricos. Cubra a área com campos estéreos, deixando apenas o sítio de punção livre para acesso. Como o procedimento é doloroso e potencialmente causador de ansiedade no paciente, você deve realizar uma anestesia local com lidocaína subcutânea. 4) Qualquer profissional pode realizar o procedimento? R = A coleta é de responsabilidade do médico requisitante. Uma vez que a coleta do LCR é um procedimento invasivo, só pode ser realizada por um profissional especializado (médico). 5) Em que situações a amostra de LCR pode ser requerida ? R = É de grande importância para o diagnóstico e acompanhamento das doenças neurológicas. Indicação da Punção Lombar • Suspeita de Infecção do SNC. • Suspeita de HSA em paciente com tomografia computadorizada negativa. • Esclerose múltipla. • Síndrome de Guillain-Barré • Doenças malignas do SNC. • Diagnóstico de doenças oncológicas como leucemia. • Diagnóstico de doenças metabólicas. - Outras finalidades da extração é a descompressão do sistema nervoso e o uso desta via para infusões de medicamentos 6) Qual o significado da cor da amostra e da pressão da mesma ? R = Cor da amostra: Cor Motivo Límpido, transparente como “água de rocha” Normal – ou viral a depender do quadro clínico Leitoso, com tonalidade esbranquiçada Pode ser resultado de aumento na concentração das proteínas ou dos lipídeos, mas também pode ser indicativo de infecção, sendo a turbidez causada pela presença de glóbulos brancos Turvo ou pouco turvo Ocorre por presença de leucócitos, proteínas, lipídeos e microrganismos no líquor Xantocrômico Coloração amarelada decorrente da presença de bilirrubina plasmática, que pode ser resultado de uma hemorragia subaracnóidea ou da transudação de proteínas do soro para o LCR ou presença de bilirrubina na icterícia Eritrocrômico Indica coloração avermelhada decorrente da hemólise das hemácias, que pode ser causada por um acidente de punção ou uma hemorragia subaracnóidea. 7) Qual a composição do LCR ? R = Pequenas concentrações de proteína, glicose, lactato, enzimas Lactato Desidrogenase, Adenosina Deaminase (ADA) potássio, magnésio e concentrações relativamente elevadas de cloreto de sódio. - O LCR normal, apresenta leucócitos, sendo 70% linfócitos e 30 a 50% de monócitos. Se for encontrado outro tipo de leucócito no líquor, é indicativo de algum processo anormal. - O líquido cefalorraquidiano em condições normais não apresenta hemácias. 8) Porque o LCR deve ser coletado em três tubos ? R = - Tubo 1: destinado para testes químicos e sorológicos, esses tubos podem ser congelados para manter a estabilidade da amostra; - Tubo 2: destinado para laboratório de microbiologia, os tubos devem permanecer na temperatura ambiente; - Tubo 3: destinado à hematologia, os tubos podem ser refrigerados. https://www.jaleko.com.br/sala-de-aula/histologia/tecidos/tecido-sanguineo/leucocitos
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