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GESTÃO DE 
ORGANIZAÇÕES 
EDUCACIONAIS
Pablo Rodrigo Bes 
Gestão pública na educação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os princípios da gestão pública na educação.
  Relacionar as políticas públicas na educação com a gestão pública 
na educação escolar.
  Definir práticas democráticas e participativas na gestão escolar.
Objetivos de aprendizagem
É por meio das políticas públicas que são distribuídos os bens e serviços 
que atendem às demandas sociais. Assim, torna-se necessário discutir a 
gestão pública educacional, uma vez que, para o seu cumprimento, o 
gestor precisa garantir princípios que se constituíram historicamente.
Neste capítulo, você vai conhecer os princípios da gestão pública 
educacional e os seus fundamentos. Além disso, terá a oportunidade de 
conhecer algumas políticas públicas educacionais e a sua relação com 
a gestão escolar. Por fim, vai conhecer a política voltada para a gestão 
democrática nas escolas.
Fundamentos e princípios
Ao começarmos a estudar a gestão pública e o seu foco na educação, precisamos 
nos reportar aos primórdios históricos que fi zeram com que o termo “gestão” 
viesse a substituir o termo “administração” na execução das ações pertinentes 
à esfera pública e privada. O termo administração é mais antigo e remete a 
um processo rígido, estabelecido, segundo a sua própria defi nição, para uma 
condição em que há alguém que é superior, que “manda”, que administra 
alguém ou um grupo de pessoas, que são subalternos a esse administrador. 
Esse profi ssional é o grande responsável por planejar as ações, organizar os 
processos, dirigir o grupo subordinado e controlar o seu desempenho.
Esse modelo surgiu no final do século XIX, acompanhando as transfor-
mações econômicas e sociais, e se origina nos estudos de alguns intelectuais 
relacionados ao ambiente empresarial, visando produzir pesquisas e teorias 
com o objetivo de otimizar os processos produtivos em desenvolvimento na 
época. Entre esses intelectuais, podemos citar o casal norte-americano Gilbreth, 
fundador da Gilbreth Inc., em 1911, que produziu pesquisas de otimização 
industrial e estudos sobre a fadiga dos trabalhadores no início do século XX. 
Temos ainda Taylor (1856–1915), engenheiro norte-americano reconhecido 
como o fundador da ciência da administração e responsável pelos estudos de 
tempos, movimentos e organização racional do trabalho, assim como Henry 
Ford (1863–1947), que delineia novos contornos para os processos industriais 
da época.
Diante desse cenário, cabe relatar:
Os princípios estabelecidos pela administração no início do século XX, pre-
viam uma administração rígida, onde o chefe ou o proprietário, no caso de 
pequena empresa, eram os donos absolutos das decisões, a autoridade vinha 
de cima para baixo e as suas atividades principais eram mandar fazer as 
tarefas e controlá-las com muito rigor. O objetivo principal da organização 
era produzir mais e com maior eficiência para que o lucro fosse maior (KWA-
SNICKA, 1979, p.18).
Os princípios da administração foram úteis e perseguiram o propósito de 
consolidar o crescimento e a expansão do capitalismo industrial, que deu lastro 
ao desenvolvimento econômico das nações de modo geral. Tais princípios 
se deslocaram para a administração pública, uma vez que eram entendidos 
como excelentes para o aumento da eficiência das operações e para o alcance 
dos resultados desejados em todas as áreas. Foi assim que surgiu no Brasil a 
administração educacional, voltada para a condução desse setor importante 
a ser administrado pelo Estado em busca do bem-estar da coletividade.
No entanto, para que a economia continuasse prosperando, com o passar 
das décadas, esse modelo não cumpria mais as suas finalidades. A sociedade 
se reconfigurou, exigindo atitudes mais dinâmicas, flexíveis e adaptáveis às 
mudanças que surgiram — sobretudo após os anos de 1980 — e se intensifi-
caram, como o advento da globalização, o impulso das comunicações digitais 
e as modificações nas relações de trabalho e emprego e na própria maneira de 
Gestão pública na educação2
conduzir as ações estatais. Era necessário agora alguém que pudesse inovar, que 
fosse empreendedor de si mesmo, que soubesse conduzir pessoas e processos 
de forma flexível para o alcance dos resultados organizacionais. Dentro do 
contexto dessas mudanças que ocorreram no cenário mundial, surgiu o termo 
gestão, que hoje é amplamente utilizado no campo da educação.
A administração pública brasileira passou por três fases distintas durante 
o seu desenvolvimento histórico, conforme é mostrado na Figura 1.
Figura 1. Fases da administração pública no Brasil.
Fonte: Adaptada de Rek (2014).
A administração pública patrimonialista se estende desde o período 
colonial até a década de 1930, sendo caracterizada por uma confusão entre 
o público e o privado e pelo sentimento dos governantes de que o Estado era 
patrimônio seu, fazendo com que os servidores públicos fossem nomeados 
pelos governantes, favorecendo o nepotismo e práticas corruptas.
A administração pública burocrática, por sua vez, surgiu a partir de 
1936, na qual, visando atender às proposições do capitalismo, foi necessária 
a cisão entre o Estado, o mercado e a sociedade. O Estado encarregou-se de 
atender os direitos sociais da população e combater o nepotismo e a corrupção, 
valendo-se para isso da regulamentação e criação de formulários, normas e 
regras a serem seguidas, dentro da lógica de que a burocracia traria impesso-
alidade e corrigiria tais problemas do modelo patrimonialista. O resultado, 
porém, foi uma disfunção da burocracia, tornando o modelo pesado, lento, 
engessado e ineficiente. 
3Gestão pública na educação
A administração pública gerencial surgiu após a Constituição Federal 
de 1988, visando atender aos seus princípios constitucionais e buscando a 
flexibilidade nos processos e o controle das atividades públicas administrativas 
e operacionais, dando margem ao surgimento da gestão pública.
Em todas as áreas da gestão pública, inclusive na educação, são persegui-
dos sempre os objetivos relacionados ao bem público, ou seja, ao benefício 
da população e da coletividade. Para atingir com eficiência tais objetivos, a 
gestão pública se vale, como fundamento, de quatro processos fundamentais:
1. planejamento;
2. organização;
3. direção;
4. controle.
Dentro desses processos fundamentais, serão construídas políticas públicas 
que deverão nortear os trabalhos dos gestores públicos, visando a sua maior 
eficiência e o alcance dos objetivos propostos para a sociedade. Você aprenderá 
sobre essas políticas públicas voltadas para a área educacional relacionando-as 
com as práticas dos gestores educacionais no próximo tópico.
Na Constituição Federal de 1988, o art. 37 afirma que “A administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]” (BRASIL, 1988, 
documento on-line). Estes ficaram conhecidos como os princípios da ad-
ministração pública e aplicam-se diretamente ao campo da educação. Para 
facilitar o entendimento, podemos associar esses princípios com a sigla 
LIMPE. Dessa forma, cada um deles traz ao gestor público norteadores 
importantes para a sua prática. Acompanhe no Quadro 1 o significado de 
cada um deles.
Gestão pública na educação4
Fonte: Adaptado de Prestes (2014).
Princípio Significado
Legalidade
É o princípio básico de todo o direito público. A legalidade 
é esteio do Estado Democrático de Direito e está correla-
cionada à tipicidade e às normas de direito. Toda atividade 
administrativa deve estar dotada de legalidade. A doutrina 
costuma usar a seguinte fraseologia: “Enquanto na ativi-
dade particular tudo o que não está proibido é permitido, 
na administração pública é o inverso, ela só pode fazer o 
que a lei permite, destemodo, tudo o que não está permi-
tido é proibido”.
Impessoalidade
O princípio da impessoalidade ou princípio da finalidade 
impõe ao administrador público que apenas pratique o 
ato para a finalidade legal, de forma impessoal. Os atos da 
administração devem ser sempre imputados ao ente ou 
órgão em nome do qual se realiza e destinado diretamente 
à coletividade, sem privilégio e perseguições.
Moralidade
Moral é um conceito subjetivo que se alterna de sociedade 
em sociedade, de época em época. Tem relação estreita 
com a ética, é um padrão correto, considerado mediana-
mente por um grupo social. A moral administrativa significa 
o dever do administrador de não apenas cumprir a lei 
formalmente, mas também substancialmente, procurando 
sempre o melhor resultado para a administração.
Publicidade
Esse princípio se destina, por um lado, à produção dos 
efeitos externos dos atos administrativos, tem caráter 
informativo e educativo. Por outro lado, também se justifica 
por permitir a qualquer pessoa que tenha conhecimento 
controle e fiscalização dos atos administrativos.
Eficiência
Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso 
racional dos meios. Foi acrescentado aos anteriores pela 
Emenda Constitucional nº. 19, de 1998, conhecida como a 
Reforma Administrativa.
Quadro 1. Princípios constitucionais da administração pública
5Gestão pública na educação
Além desses princípios que se encontram explícitos no texto constitucional, 
existem outros dois que são considerados supraprincípios e que norteiam 
a construção dos princípios analisados na tabela. São eles o princípio da 
supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do 
interesse público. Dessa forma, fica reforçada a ideia de que a gestão pública 
deve sempre estar pautada pelo atendimento da finalidade coletiva e da busca 
pelo bem-estar da população, em detrimento de questões individuais. Sempre 
que o gestor público se afastar da busca pelos interesses públicos e do cum-
primento das disposições legais, poderá ser responsabilizado funcionalmente, 
sendo inclusive afastado de suas funções. 
Embora as instituições educacionais tenham se apropriado dos princípios da adminis-
tração que se originaram nas organizações industriais, a sua finalidade é completamente 
diferente, sendo a escola considerada uma organização única e particular. Dentro das 
escolas públicas, os gestores são os responsáveis por atingir os resultados esperados 
junto aos estudantes. Os principais gestores educacionais são o diretor, o vice-diretor, 
o coordenador pedagógico, o supervisor educacional e o orientador educacional.
Políticas públicas educacionais e a gestão 
da escola
Para realizar as suas atividades como gestor escolar, o diretor e a sua equipe 
gestora devem pôr em prática os fundamentos do planejamento, da organização, 
da direção e do controle de todos os processos que se desenvolvem no interior 
da escola, sempre respeitando os princípios constitucionais da gestão pública: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi ciência. Para que 
isso possa ocorrer, faz-se necessário que a gestão das instituições de ensino 
cumpra com a execução das políticas públicas educacionais, uma vez que 
elas constituem políticas de Estado e visam determinar, nortear e conduzir 
as práticas educacionais realizadas nas escolas.
Dessa forma, as políticas públicas educacionais se relacionam diretamente 
com a gestão da escola, fornecendo os preceitos legais e as normas a serem 
postas em prática na gestão das instituições de ensino. Para que possamos 
analisar as políticas públicas educacionais vigentes na atualidade e a sua 
Gestão pública na educação6
relação com a gestão escolar, vamos acompanhar algumas que se relacionam 
com as atividades de planejamento, organização, direção e controle a serem 
desenvolvidos nas instituições de ensino.
O planejamento dentro de uma escola vai além de uma simples função 
gerencial, pois também tem caráter pedagógico. É utilizado tanto para prever 
ações administrativas que se fazem necessárias quanto a preparação das 
aulas e o cumprimento das políticas públicas curriculares que a escola deve 
pôr em prática durante o ano letivo. Aliás, cabe ao gestor escolar seguir as 
determinações exigidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
ou LDB (BRASIL, 1996), no Plano Nacional de Educação (2014–2024) e nas 
respectivas legislações curriculares atuais, como a Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e os Parâ-
metros Curriculares Nacionais existentes para as modalidades de ensino que 
se encontrem sob a sua gestão.
Como você pode perceber, o princípio da legalidade exige que o gestor 
educacional venha a conhecer amplamente as políticas públicas educacionais 
que serão postas em prática no interior da sua escola. A LDB atual, de 1996, 
cita, no art. 12, as incumbências inerentes aos estabelecimentos de ensino:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as 
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I — elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II — administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III — assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV — velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V — prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI — articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola;
VII — informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimen-
to dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica 
(BRASIL, 1996, documento on-line).
Perceba que é o gestor escolar o grande responsável para que essas incum-
bências sejam cumpridas no interior da escola. Isso exige ações de planejamento, 
organização dos afazeres e atividades a serem realizadas, condução destas junto 
à equipe que compõe a escola e junto à comunidade escolar como um todo e, 
ainda, utilização de mecanismos que permitam os mais diversos controles sobre 
o trabalho desenvolvido na escola. Além dessas incumbências originais, foram 
acrescidas à LDB de 1996, por leis complementares, outras determinações:
7Gestão pública na educação
VII — informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o 
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem 
como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada 
pela Lei nº. 12.013, de 2009)
VIII — notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da 
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos 
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do 
percentual permitido em lei; (Incluído pela Lei nº. 10.287, de 2001)
VIII — notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que 
apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual 
permitido em lei; (Redação dada pela Lei nº. 13.803, de 2019)
IX — promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a 
todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), 
no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei nº. 13.663, de 2018)
X — estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. 
(Incluído pela Lei nº. 13.663, de 2018.) (BRASIL, 1996, documento on-line).
Planejar pode ser considerado como a principal função da gestão pública. 
Isso fica evidenciado na Lei Complementar nº. 101, de 4 de maio de 2000, que 
estabelece normas para a gestão fiscal das finanças públicas e afirma que “A 
responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, 
em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio 
das contas públicas [...]” (BRASIL, 2000, documento on-line).
Assim, cabe esclarecer que o gestor escolar é o agente fiscal responsável pelo 
planejamento e pela devida utilização dos recursos financeiros que chegam até a 
escola pelos inúmeros programase políticas públicas de financiamento da educação 
escolar, como os recursos relativos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), bem 
como os demais programas administrados pelo Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação (FNDE), como o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), 
o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional de 
Apoio ao Transporte Escolar (PNATE), Caminho da Escola, entre outros.
A equipe gestora da escola — composta normalmente pelos cargos identificados como 
diretor, vice-diretor, supervisor/coordenador pedagógico e orientador educacional — 
deve procurar inteirar-se das políticas públicas pertinentes a suas áreas de atuação. 
Somente assim será possível cumprir o princípio da eficiência em suas ações, e a escola 
poderá atingir os seus objetivos educacionais, fornecendo uma aprendizagem de 
qualidade e significativa aos seus alunos.
Gestão pública na educação8
Hengemuhle (2004, p. 193) acrescenta que “[...] da mesma forma, também 
o setor de documentação escolar (secretaria) precisa estar em consonância 
com o planejamento, em especial, com o regimento escolar, que regulamenta, 
entre outras coisas, a vida institucional dos alunos”. Em outras palavras, a 
Secretaria também se constitui como importante instrumento de apoio para 
que os gestores consigam pôr em prática no interior da escola as inúmeras 
políticas públicas educacionais ao seu encargo.
Ao comentar sobre as inúmeras atribuições do dirigente educacional em 
busca de uma instituição escolar eficiente e que promova qualidade de ensino, 
Colombo (2004, p. 33) afirma que “[...] cabe também ao gestor educacional 
determinar, de acordo com as competências das áreas e as respectivas equipes, 
os limites de responsabilidades e autoridades, incentivando a cooperação entre 
os seus membros e prevenindo possíveis conflitos interpessoais”. 
Para que possa determinar, dirigir e controlar as competências inerentes à 
sua equipe, o gestor deve conhecer muito bem as políticas públicas educacionais 
que cercam as áreas de atuação de cada um. Por exemplo, como um diretor 
de escola da educação básica poderá verificar se o planejamento pedagógico 
das aulas está sendo realizado de acordo, se desconhece o que determina a 
Base Nacional Comum Curricular vigente? Ou ainda, como vai reportar-se 
ao Conselho Tutelar, quando necessário, se os mecanismos de controle de 
frequência utilizados em sala de aula não estiverem sendo aplicados correta-
mente pelos docentes, se estes por quaisquer motivos não estejam registrando 
as frequências em seus diários de classe?
O conhecimento da legislação educacional e o cumprimento do princípio da 
impessoalidade também auxiliam o gestor educacional na prevenção e gestão 
dos conflitos interpessoais que eventualmente ocorrem entre os membros da 
equipe da escola. Uma vez que as normas e regras sejam seguidas de forma 
transparente e sem favorecimentos pessoais, existindo ainda um canal de 
comunicação aberto junto aos gestores, pode-se minimizar muito os possíveis 
problemas de relacionamento interpessoal.
Cabe salientar ainda que o diretor deverá promover a gestão democrática 
na sua instituição pública de ensino, visando atender preceitos constitucio-
nais e da LDB atual. Para isso, precisa abrir espaços de participação para a 
comunidade escolar como um todo, o que também requer esforço gerencial 
e demanda planejamento.
9Gestão pública na educação
Você sabia que pode participar das decisões relativas ao sistema municipal de educação 
do município onde reside por meio das vagas para representantes e suplentes dos pais 
de alunos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio no Conselho 
Municipal de Educação? Fica o desafio: vá até a Secretaria Municipal de Educação e 
procure se informar sobre o Conselho Municipal de Educação da sua cidade. Descubra 
quem são esses pais representantes e quando ocorrerão as plenárias para a escolha de 
novos membros. Essa é uma excelente maneira de participar da gestão educacional 
do sistema de ensino do seu município.
Gestão escolar: práticas democráticas 
e participativas
Desde a Constituição Federal de 1988 e, principalmente, após a LDB de 1996, 
a gestão democrática se constitui como o modelo de gestão que deve ser utili-
zado nas escolas que compõem o sistema educacional brasileiro. A LDB atual 
explicita, no art. 3°, que “[...] o ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios: [...] VIII – gestão democrática do ensino público, na forma da Lei 
e da legislação dos sistemas de ensino” (BRASIL, 1996, documento on-line). 
Refl etindo a esse respeito, Libâneo (2004, p. 217) constata:
Muitos dirigentes escolares foram alvos de críticas por práticas excessivamente 
burocráticas, conservadoras, autoritárias, centralizadoras. Embora aqui e ali 
continuem existindo profissionais com esse perfil, hoje estão disseminadas 
práticas de gestão participativa, liderança participativa, atitudes flexíveis e 
compromisso com as necessárias mudanças na educação.
A gestão democrática se alia com as mudanças no mundo contemporâneo 
e exige que haja espaços que oportunizem a participação da comunidade 
escolar no interior da escola. A comunidade escolar, por sua vez, envolve os 
alunos e os seus responsáveis, os docentes, os gestores escolares, os demais 
funcionários que compõem a escola, as pessoas e organizações que residem 
ou atuam no entorno da escola. 
Cabe salientar que o Plano Nacional de Educação (2014–2024) traz o 
seguinte em sua meta 19: “[...] assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, 
para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios 
técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, 
Gestão pública na educação10
no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União 
para tanto”. Os espaços de participação na gestão da escola que reforçam a ideia 
de uma gestão desenvolvida democraticamente costumam ser os seguintes: 
  construção do Projeto Político Pedagógico (PPP);
  processo de escolha de gestores da escola;
  Conselhos Escolares;
  Associações de Pais e Mestres;
  Grêmios Estudantis;
  pais representantes no Conselho Municipal de Educação.
Acesse o Plano Nacional de Educação no link a seguir.
https://goo.gl/m7pEFR 
A construção do Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino é 
uma excelente oportunidade de buscar o envolvimento e a participação da 
comunidade escolar, sobretudo dos docentes e responsáveis pelos alunos, 
uma vez que “[...] o projeto pedagógico ganhará em riqueza e diversidade 
pela consideração e pelo envolvimento da subjetividade dos profissionais no 
processo consciente de propiciar o melhor para todos” (CURY, 2007, documento 
on-line). Em essência, por meio do diálogo entre as partes envolvidas na busca 
pelos objetivos educacionais referentes ao desenvolvimento de um processo de 
ensino e aprendizagem proposto a todos, pode ser construído um documento 
que de fato tenha a identidade da instituição e represente verdadeiramente os 
anseios e as expectativas dessa comunidade escolar para a formação dos seus 
estudantes e para a sociedade futura.
Cury (2007, documento on-line) reforça ainda que “[...] a gestão do projeto 
pedagógico é tarefa coletiva do corpo docente, liderado pelo gestor responsável, 
e se volta para a obtenção de um outro princípio constitucional da educação 
nacional que é a garantia do padrão de qualidade”. Assim, cabe ao gestor 
escolar, por meio das práticas democráticas, promover a participação de todos 
em busca do incremento na qualidade do ensino que é direito de todos.
11Gestão pública na educação
Com relação à meta 19 do Plano Nacional de Educação 2014–2024, que 
envolve a gestão democrática, o Relatório 1º Ciclo de Monitoramento das Metas 
do PNE: Biênio 2014–2016, apresenta, sobre a participação da comunidade 
escolar na escrita do Projeto Político Pedagógico, que 42%dos Projetos foram 
elaborados a partir da criação de um modelo próprio e com o envolvimento 
da equipe escolar. Ademais, 39,5% valeram-se de modelos prontos e fizeram 
adaptações e discussões com a equipe escolar. Isso evidencia, nesse quesito, 
a busca pelo envolvimento nessa esfera democrática no interior das escolas e 
das redes de ensino (BRASIL, 2016). 
A forma como os diretores das instituições de ensino são levados a assumi-
rem os seus cargos é um importante indicador dos processos democráticos nos 
quais a escola se encontra inserida. Ainda segundo o Relatório de Monitora-
mento, os diretores que foram escolhidos somente por indicação constituíram 
59% nas redes municipais, 32% nas redes federais e 22,9% nas redes estaduais. 
Já o processo de escolha por eleição apresentou o índice de 48,6% na rede 
federal, 26,3% na rede estadual e 17,8% na rede municipal. Há ainda outros 
processos mistos envolvendo processo seletivo e indicação ou eleição, mas 
são minoritários. Cabe ressaltar aqui o grande número de diretores de escolas 
que são indicados nos municípios, o que fere determinações constitucionais 
e mesmo da própria LDB vigente (BRASIL, 2016). 
Os Conselhos Escolares também representam um espaço muito impor-
tante para que a democracia participativa se evidencie no interior das escolas 
públicas, uma vez que o Conselho:
[...] tem papel decisivo na democratização da educação e da escola. Ele é um 
importante espaço no processo de democratização, na medida em que reúne 
diretores, professores, funcionários, estudantes, pais e outros representantes da 
comunidade para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento do projeto 
político pedagógico da escola, que deve ser visto, debatido e analisado dentro 
do contexto nacional e internacional em que vivemos (BRASIL, 2004, p. 22).
Em resumo, por meio do Conselho Escolar, a comunidade escolar pode 
vir a ter voz ativa dentro do processo de gestão da escola, acompanhando as 
ações que foram planejadas e propostas no Projeto Político Pedagógico. Com 
relação à existência do Conselho Escolar nas escolas, o mesmo Relatório de 
Monitoramento indica que ele não existia, em 2013, em 38,4% das escolas 
federais, 13,3 % das municipais e 5,8 % das estaduais, nos dados apurados 
pela Prova Brasil/Aneb (BRASIL, 2016).
Gestão pública na educação12
Podemos citar, ainda, como espaços abertos à participação da comunidade 
escolar, as Associações de Pais e Mestres, que se constituem como pessoa 
jurídica e que, dessa forma, podem participar ativamente da condução de inú-
meras atividades de cunho social que dão suporte às atividades administrativas 
e pedagógicas da escola, quando necessário. Uma escola que apresenta um 
bom nível de interesse e participação da comunidade escolar na sua gestão 
acaba tendo todos os espaços democráticos ocupados pelos seus membros, 
enriquecendo e contribuindo significativamente com a sua gestão.
Cabe também aos gestores estimularem a organização dos alunos e a 
composição dos Grêmios Estudantis, que representam espaços muito ricos 
de desenvolvimento da cidadania por meio da participação nas decisões e da 
busca por conquistas e desejos do seu público representado. Os Grêmios são 
excelentes locais para o desenvolvimento de lideranças e potencialidades por 
meio do protagonismo dos estudantes.
Como você pode perceber, a gestão escolar deve pautar-se nos princípios 
da gestão pública, enfatizando o princípio da legalidade, pois cabe ao gestor 
cumprir com o que está previsto em lei. Como a gestão democrática é uma 
determinação constitucional e da LDB vigente, deveria possibilitar o envol-
vimento e diálogo entre todos aqueles que participam direta e indiretamente 
da comunidade escolar. Para que isso possa ocorrer, devem existir canais 
abertos de comunicação e espaços em que as ideias possam ser compartilhadas 
e nos quais as mais diversas leituras de mundo possam interagir em busca de 
consenso e dos objetivos maiores de uma educação de qualidade como um 
direito de todos.
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a eleição de diretores das escolas 
públicas, assista ao vídeo “Olho na escola: a eleição do diretor da escola pública”, do 
Canal Futura, disponível no link a seguir:
https://goo.gl/XW7FV9 
13Gestão pública na educação
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituição.htm. Acesso em: 27 fev. 2019.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Re-
latório do 1º Ciclo de monitoramento das metas do PNE: biênio 2014-2016. Brasília, 
DF: Inep, 2016. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/
asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/626732. Acesso em: 27 fev. 2019.
BRASIL. Lei Complementar nº. 101, de 4 de maio de 2000. Disponível em: http://www.
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Gestão pública na educação14

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